FORGUIERI E SUA PROPOSTA TEÓRICA FENOMENOLÓGICA
HIRAN PINEL
Minha intenção era a de trabalhar teoria psicológica de Yolanda Cintrão Forghieri (2001), que é de foco fenomenológico. Ela trata por esclarecer a sua trajetória de psicóloga clínica que começou por Rogers, logo superado após ela ter vivenciado uma situação de violência no seu lar (assassinato). Ela compreende que o homem não é bom na sua essência como preconizava o criador da Abordagem Centrada na Pessoa – ACP. Ela parte a procurar identificar e descrever as “características básicas do existir”, respaldando-se em nomes da Fenomenologia como Husserl, Merleau-Ponty, Heidegger e Buber. Mas de “(...) modo menos evidente (...)” (FORGHIERI, 2001; p. 25) ela também se envolve com Jean Paul-Sartre. Quanto aos psicólogos dessa esfera ela cita Binswanger, Boss, Berg, Minskowski. Ela explica o que de cada um desses autores ela considerou para inventar sua teoria. Ela identifica as seguintes características do existir humano: ser-no-mundo (respaldou-se em Heidegger dentre outros); temporalizar (Minskowski dentre outros); espacializar (Frankl, Heidegger dentre outros); escolher (Sartre; Boss dentre outros).
1. O ser-no-mundo – indissociáveis.
O mundo é: circundante (ambiente; coisas); humano (o Outro); próprio (relação ‘consigo-mesmo’).
As maneiras de existir: preocupada, sintonizada e racional.
a) “preocupada” (no cotidiano há conflitos e nos mostramos assim com receios, amedrontamentos etc.);
b) “sintonizada” (momentos de alegria e tranqüilidade);
c) “racional”:
Como seres racionais, temos necessidade de analisar a nossa vivência cotidiana imediata para conceituá-la e estabelecer relação entre nossas experiências, elaborando desse modo um conjunto de conceitos, relacionados por princípios coerentes, que nos permitam explica-las (FORGUIERI, 2001; p. 39).
2. O modo de existir temporalizando que consiste em descrever e analisar o experienciar o tempo pela pessoa. O tempo é a “(...) vivência que mais próxima se encontra do nosso próprio existir” (FORGHIERI, 2001; p. 41).
3. O existir espacializando consiste no modo como vivenciamos o espaço em nossa existência. “(...) localizando e denominando os lugares e as coisas que nele [espaço] se encontram...” (FORGHIERI, 2001; p. 44).
4. O modo existencial de escolher como uma abertura à percepção e compreensão de tudo o que ela [escolha] se apresenta. Essa abertura para escolher é a condição da pessoa em situação de liberdade.
Para a autora,
Ser sadio existencialmente consiste tanto em se abrir às próprias possibilidades, como em aceitar e enfrentar os paradoxos e restrições da existência (FORGHIERI, 2001; p. 53).
O sujeito vive em transformações bem como seu psiquismo vive em movimentos, onde o vivido não é estático e nem estável.