VIDA COMO OBRA DE ARTE
Esse blog é totalmente experimental, um rascunho, inclusive com erros de português etc. É para informar - especialmente para meus alunos, orientandos, dentre outros interessados. Coloco imagens para provocar o dia-a-dia; fotos de artistas; textos pré literários; esboços de: resumos de artigos científicos, ensaios, paper's, críticas de cinema e outras artes, produção artística em geral - dentre outros. No mais penso que a a vida é obra de arte, bela e frágil, inconclusa, incompleta - devir.
sábado, 16 de março de 2024
quarta-feira, 13 de março de 2024
A ATRIZ EMMA STONE EM "POBRES CRIATURAS" (2023): TANTO SEXO, TANTO MAR?
Sei lá... Tem tantas variáveis quando fala uma atriz ou um ator, seja Vera Fischer, Marylin Monroe, Justin Timberlake ou o melancólico Singto Prachaya, seja Emma Stone. Emma, por causa de "Pobres Criaturas" (2023, de Yorgos Lanthimos) fez muitas cenas de um "mar" de sexo, e ela estaria preocupada quando os seus fãs que ficam grudados apenas nas cenas de sexo - e não nos resto do filme todo, um mar de outras cenas igualmente excitantes (Çey... kkk)... Bem, como interpretar essa possível auto-análise da estrela. Fiquei pensando... Como canta (e poetiza) Chico Buarque, na voz de Milton Nascimento, parecendo que "eles" (Chico e Milton) falam pra Emma Stone que ganhou seu segundo Oscar com o filme: "Olha, será que [Emma] é uma estrela? Será que [ela] é mentira? Será que é comédia? Será que é divina a vida da atriz? E se um dia ela despencar do céu? [cair e ser esquecida] E se os pagantes exigirem bis? [os fãs bacanas, mas e os tóxicos?] E se o arcanjo passar o chapéu? [grana] E se eu pudesse entrar na sua vida? [Stone, ela mesma é um sonho que sonha]" (Chico) Se a gente pudesse entrar na verdade (ou marketing) de Emma? Nunca poderemos entrar nela, e como profissional, ela não permitiria. A atriz sabe que interpretar é sua tarefa, e sua arte é de nos iludir. Ela precisa cuidar de si, para não cair no sei próprio jogo... E ela, só será ela mesma, quando ficar num chique apartamento esnobe (solitário) de um hotel, mas corre risco de câmeras escondidas nos espelhos. Ou somente será si mesma em seu quarto de casa, isso se ela mesma não mandou instalar câmeras! (kkk) Nunca se sabe o poder de uma atriz! (kkk) É uma deusa essa Emma, está linda no filme, dois olhos imensos de vontade de ser livre, mas não é na realidade. No filme, ela é talentosa, tanto que imaginamos que o sexo, "foi sexo mesmo" (de verdade), e não mera e excelente interpretação, que ao mesmo tempo, pode ser verdade e pode ser mentira, ou as duas coisas, mas sempre uma ilusão. Ou seja, mesmo sexo, como produtora do filme, Stone poderia, na nossa fantasia, convidar "um amante", quem sabe, para fazer a cena e ser mesmo sexo-interpretativo. Esse ator poderia ser sua oculta paixão do ambiente artístico, uma espaço que é (co)movido pelo desejo e luxúria, imaginam os fãs, não é? Sei lá! Acho que Chico não falou só de Marieta Severo, afinal, ele nunca entrou na vida de Marieta atriz, talvez, TALVEZ, conseguiu viajar, e assim mesmo, um pouquinho só, na mulher comum Marieta. Qual a verdade mesma? Fica o filme, a arte, o seu ofício. Eu amei o filme, como adorei, até mais, "La La Land" (2016, direção de Damien Chazelle).... Achei-a, que em "Pobres Criaturas", ela fez um papel direcionado ao Oscar, como fez Leonardo diCaprio em "O Regresso" (2016, de Alejandro González Iñárritu), cheio de mar e ilusão, e o merecido e concreto prêmio ao final, de pois de alguma indicações (kkk), afinal Hollywod ama isso do ator, sua luta e empenho apaixonado. Mas, voltemos às vacas magras e Stone. Emma, segundo alguns fãs, teria exagerado no sexo, e com práticas reais (kkk). Uai, gente, sexo e talento não é pra qualquer "estrelinha", e Stone ela é Atriz com inicial maiúscula, além de Grande Estrela. Entretanto, acima de tudo, ela uma atriz que simplesmente é uma trabalhadora que sabe fazer sua tarefa, e que ao final do trabalho pega ônibus, e se tiver dinheiro, um Uber pode lhe cair bem (Çey kkk) e "vai pra sua casa descansar, pro outro dia recomeçar" (rimei kkk). Stone, como boa profissional das artes, só representa pra "gente mesma" transcender nossa vidinha cotidiana repetitiva, banal, kkkk fazendo-nos iludidos, pelo menos durante o filme, pois viver a realidade é vital. Emma Stone pode ficar satisfeita no seu labor e nos ganhos econômicos advindos dele, parcos dinheiros (kkk... Çey) Viva Emma! Viva nós que viajamos e deliramos em Stone, e que nos alimentamos daí para enfrentarmos uma realidade, um real que sempre fica entre o concreto e nossos projeto de ser (na vida de sonhos) - [Hiran Pinel, autor; Vitória, ES; Brasil; em 13 março de 2024.]
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quinta-feira, 26 de outubro de 2023
SUMÁRIO:
1. YALOM
E OS TERMOS FILOSÓFICOS
2, ARTE
E CIÊNCIA
3. ESCRITA
EXISTECIAL
4. SUBJETIVIDADE
5. SER
PESQUISADOR FENOMENOLÓGICO
***
1. YALOM E OS TERMOS
CIÊNTÍFICOS
"Senti ainda
outra dificuldade com a abordagem existencial, ela era mais uma teoria
filosófica do que um sistema psicoterapêutico, embora houvesse exceções.
Frequentemente não se encontrava uma concretude na orientação filosófica, que
precisava se complementada pelo conhecimento aplicado do processo de
tratamento.
Yalom expressou uma
preocupação semelhante:
" ...
filósofos existenciais profissionais ultrapassam até* (...) [outros teóricos de
psicologia clínica] no uso de uma linguagem obscura e enrolada ... [ele
usa o termo filósofo para pensadores da psicoterapia] Nunca entendi a razão
dessa linguagem impenetrável e com a aparência de profunda. Os próprios
conceitos existenciais básicos não são complexos e não precisam ser
decodificados e meticulosamente analisados [no sentido de dar uma
aparência profunda, pois o simples é penetrante, é complexo]. Muito mais do que
isso, eles precisam ser revelados." (Yalom, 1980, p. 16)"
.
FONTE DO TEXTO ACIMA: In: HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa; psicoterapia
dialógica. São Paulo: Summus, 1995.
>>>
NOTA DE RODAPÉ (NO TEXTO, COM ASTERISCO QUE INSERI)
MEU CONTRAPONTO DE MEDIAÇÃO COM YALOM
VERSÃO DE YALOM: Para ler esse "contraponto de mediação", é preciso ler o texto anterior quando Hycner cita Yalom que faz críticos a psicoterapeutas que complicam a terapia recorrendo a termos obscuros, terminologia impenetrável, onde o autor dá uma aparência de profunda, e não é.
* VERSÃO DO "MEU" CONTRAPONTO DE MEDIAÇÃO: Yalom cita os psicanalistas, preferi suprimir, pois discordo de eles são não clínicos, ao contrários, criaram uma própria ciência, discutida ou não, mas uma ciência, que como todas elas, há elogios e críticas. Não são "só eles", os psicanalistas, que escrevem de modo complicado (?), confuso (???), por sinal, eu adoro ler muitos psicanalistas e não os acho simples, mas científicos - são profundos e tratam com delicadeza o ser humano.
Eu defendo que "TODOS os pensadores da psicoterapia" (ou da
terapia existencial ou da clínica fenomenológico-existencial), e aí eu me
incluo, aplicando à Educação Especial e Inclusiva e Saúde (e à Pedagogia
Hospitalar), e que devemos recorrer sim à Filosofia, o devemos fazê-lo (ou
deveríamos fazê-lo), dos diversos modos de ser "profundos" (ser rigoroso
científico e sensível) na existência de uma pessoa considerada sempre como
ser-no-mundo.
O autor Yalom, acho que se refere àqueles pesquisadores que não estão tão
focados na Clínica Existencial, e (estão) mais na Filosofia, entretanto, o
livro, por exemplo, tem título referente a Psicoterapia - vamos dizer que eu
engano ao leitor, que comprou o livro pra ler sobre clínica, e é mais filosofia.
Nesse sentido de mediação sensível, defendo que a filosofia deve sim vir no
texto, até um capítulo só pra ela, considerando-a como (co)movedora da "minha"
pesquisa, no caso, clínica. O pesquisador da clínica deve produzir um texto
preocupado, por ex., com a formação de um profissional de saúde mental, e a
clínica é aquilo que alguém no seu ofício faz junto e com um outro que sofre.
MAS, isso o leva a se respaldar em pensadores filosóficos, ou sociológicos, ou
antropológicos (filosóficos, por ex.) e ou. O clínico existencial abre-se aos
filósofos dessa esfera.
A afirmativa de Yalom é complexa, pois. Ela pode ser também crítica, mas
eu acho que o que ele "quer dizer": "não se preocupem, uma
escrita meticulosa, rigorosa, clara e sensível, fundamentada também filosófica
e psicologicamente, por si só, já é profunda e complexa". Mas, eu
acrescentaria: "deixe claro a filosofia subjacente, e o que você desvia
dela, afinal uma filosofia não é assumida clínica, e quando se ancora na saúde,
ela deixa um pouco de ser "ela mesma" (Filosofia).
Yalom não fala de textos simplórios e de autoajuda, assim espero
[risos...]. Mas, sabemos que Yalom, como Rogers, escreve o cotidiano
profissional de clínico, usando um texto simples, refinado, rigoroso - e isso é
profundo, pois não abandona a filosofia, nunca, pois ir fundo na pessoa exige
Cuidado, rigor. Pessoalmente adoro ler textos clínicos com terminologias "complexas"
(?), que me mexe com a "minha cuca" (me provoca de modo me tornar
curioso), que mexe comigo, que me obriga pesquisar, ir mais fundo do que o
autor... Todo ser humano merece e precisa de alguém que o considere
profundamente. Textos "complexos" (?) me permitem ir além, pesquisar.
Uma terminologia complexa nos impõe sempre a dialogar com mais delicadeza e
detalhes, fazer mais interpretações sustentadas, no caso, pela Filosofia. Uma
terminologia provoca-nos a utilizá-las nas relações com colegas acadêmicos e
clínicos mesmos, gerando uma "linguagem científica específica" que
produza efeitos benéficos na clínica, nos cuidados de qualidade que oferecemos
a um outro, aquele que tem dor, desprazer, tristeza, sentimentos abandônicos
etc..
Um clínico bem-sucedido, e que é um cientista rigoroso, será sempre "profundo", pois vai fundo na alma, mente e corpo do outro na (pró)cura de cuidar.
O clínico e a clínica que há em todos os lugares e tempos, ele (e ela) é da outridade/ alteridade.
Hiran Pinel, autor,
2023.
2. A CIÊNCIA QUE RECORRE MATERUAIS DE ARTES, LITERATURA E POESIAS
DICAS PARA O
PESQUISADOR QUE ASSOCIA ARTE COM CIÊNCIA, POR EX: ESTUDA UM FILME COM O FINCO
DE COMPREENDER A REALIDADE.
O QUE GRANDES NOMES
PENSAM A RESPEITO, TODOS ELES DEFENDEM QUE REALIDADE E FICÇÃO (AQUI NO SENTIDO
DAS ARTES, LITERATURA E POESIA) SE INDISSOCIAM.
"A arte é a mentira é que nos permite conhecer a verdade"
(Picasso). “A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção” (atribuída ao
psicanalista Jacques Lacan). “Arte e realidade se complementam. Sem realidade,
a arte não faz sentido, sem arte, a realidade não tem significado” - Bahman
Ghobadi, diretor iraniano de cinema, de etnia curda. "Não existe meio mais
seguro para fugir do mundo [realidade] do que a arte, e não há forma mais
segura de se unir a ele [mundo real] do que a arte" (atribuído Johann
Goethe). "A arte não é [só] um espelho para refletir o mundo, mas [é] um
martelo para forjá-lo [a arte é uma dispositivo de resistência concreta; uma
ferramenta para as lutas contra ao opressor]" (atribuído a Vladimir
Maiakóvski 1893-1930). "A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para
corrigir essa distância que a literatura nos importa. Por outro lado, o saber
que ela [literatura] mobiliza nunca é inteiro ou derradeiro; a literatura não
diz que sabe alguma coisa, mas sabe de alguma coisa; ou melhor, que ela sabe
algo das coisas – que sabe muito sobre os homens". (BARTHES, 1978,
p.19). (PINEL, 2019; p. 3) .
***
Referência: PINEL, Hiran. Arte e ciência: aplicações em pesquisas nas esferas da educação especial e saúde, bem como pedagogia hospitalar. Vitória, ES: ppge,ufes, 2023.
.
OBSERVAÇÃO: eu que digo que atribuo a esses autores, os textos. Falo de atribuição, só isso. Barthes talvez seja a exceção que podem citar direto, mas investiguem.
3. A ESCRITA CIENTÍFICA EXISTENCIAL SEGUNDO HALL E LINDZEY
(1987)
"O leitor
poderá notar neste trecho um estilo de escrever que é característico da análise
fenomenológica. A terminologia técnica está [quase] ausente, exceto pelas
palabras Umwelt, Mitwelt e Eigenwelt, mas estas só parecem técnicas aos
leitores de lingua (...) [portuguesa] porque elas são palavras estrangeiras.
Nota-se também o uso de um vocabulário evocativo, quase poético. Tais imagens
parecem muito distantes do vocabulário sóbrio, comum e mesmo esmerado,
comumente empregado na exposição científica. É preciso ter em mente que o
existencialismo sempre manteve fortes laços com a literatura e que um dos seus
antepassados, Nietzsche, foi tanto poeta quanto filósofo. De fato, a literatura
sempre foi e terá de ser existencial, pois ela lida como ser-no-mundo. A
literatura é psicologia com a diferença de que a literatura é ficção, enquanto
a psicologia é ou deveria ser factual. A diferença é entretanto trivial"
(HALL e LINDZEY, 1987; p. 89).
"Boss insiste
que o que a ciência considera ser um respeitável vocabulário científico é uma
usurpação da palavra "científico". É preciso usar as palavras que
melhor descrevem os fenômenos, e não ser limitado por uma tradição autoritária.
Novas perspectivas científicas [como a ciência fenomenológica-existencial da
época do livro Hall e Lindzey] comumente exigem um vocabulário completamente
novo, assim, não é surpreendente que muitos escritos existenciais soem
estranhos e esotéricos para aqueles que foram criados com a visão de mundo
científica do século XIX. Como acontece com as novas formas de música e de
arte, a dissonância criada pelo vocabulário existencial será gradualmente
reduzida e desaparecerá" (HALL e LINDSEY,1987; p. 89)...
***
Referência
HALL, Calvin S.; LINDSEY, Gardner. Teorias da personalidade. Volume 2. São Paulo: EPU, 1987.
4. SUBJETIVIDADE NA OBJETIVIDADE DO MUNDO
Hiran Pinel, autor.
"Em termos didáticos a Psicologia se interessa pela [1] SUBJETIVIDADE, que tem em si um complexo mosaico de vidas, focando na singularidade, mas de uma ligada a pluralidade de ser, afinal ser-no-mundo. A subjetividade tem quatro tópicos que a compõe, e todas elas vividas como indissociadas e com diversos dinamismos dialéticos, quais sejam:
as (vidas) [1.1] afetivas (os desejos, as emoções e os sentimentos, o amor e ódio, a alegria e a tristeza, o prazer, o desprazer e dor etc.)
as [1.2] cognitivas (pensar, o raciocínio, resolver problemas escolares e os da vida vicária, prestar atenção e memorizar, ser racional etc.),
as [1.3] corporais (imagem corporal de si, e o modo de perceber o "outro-corpo-de-eu", dores física e impacto na psicologia de "ser no mundo", sintonia orgânica, esquema corpora e imagem mental do nosso corpo, o corpo vivido/ percebido, representado, efeitos de remédios em "mim-corporal", consciência do corpo no mundo e com o outros, formas de movimentar-se com o corpo dolorido, ansioso, distressado, harmonia corporal etc.) e a vida "eu-tu-nós-mundo", e,,,
as (vidas ) [1.4] sociais, culturais e históricas" (PINEL, 2010; p. 12).
.
NOTA: em citando, favor referendar
5. SER CIENTISTA QUE TRABALHA
COM O MÉTODO FENOMENOLÓGICO: APLICANDO-O À EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E À
PEDAGOGIA HOSPITALAR
Hiran Pinel
A Psicologia
Fenomenológico-existencial e o método fenomenológico de investigação têm uma
potência muito forte na Educação Especial inclusiva e na saúde, e na Pedagogia
Hospitalar. Por sinal, a inclusão pode ser compreendida como um termo humanista
existencial, ele mesmo, valorizando o ser humano como ser-no-mundo, jogado no
mundo sem sua anuência, e agora ele trata de cuidar de si e do outro, como
"modo de (ser) si". Também se faz presente na sala de aula quando
(co)movida pelos cuidados cognitivos, corporais e afetivos oferecidos ao outro,
aluno comum ou especial. Ainda se faz presente quando nos referimos ao que
acontece nas salas de atendimentos especiais-educacionais, e aos atendimentos
educacionais em ambientes hospitalares e domiciliares para e com o aluno-paciente
com doenças crônicas dentre outras, que lhe produziu alguma deficiência, um
desgaste emocional e físico, um chorar de dor, uma alegria de estar sem dor na
sala de aula hospitalar, ou estar doente mas junto com seus familiares e amigos
etc. Esse impacto do método fenomenológico (na pesquisa e na intervenção
educacional), como se não bastasse a sua potente força nas pesquisas onde o
humanismo existencial nos joga na cara nossa fragilidade e finitude, e nossa
alegria e prazer em viver, está também diretamente relacionado ao processo
nacional (e até internacional) de "humanização hospitalar" e da
"inclusão" escolar (e não escolar)> Tais processos comparecem
mediados pelo foco dado a um ser humano livre em todos os sentidos, que passa o
seu existir escolhendo e se responsabilizando por isso, e se angustia diante do
seu "ser-para-a-morte", e que muitas vezes se releva aberto a
aprender e crescer, apesar dos pesares. A morte, consequência natural do final
concreto do respirar, complexamente desvela a força de uma prática educacional
fundada em uma "Pedagogia inclusiva Existencial", do respirar na vida
é real, e há vida no humano projeto de ser, que tem tessituras e tecidos dos
sonhos, dos devaneios, das ilusões, do viajar em si, nos outros; nas nossas fantasia
- as transcendências do cotidiano banal e agressivo etc. Não podemos morrer se
ela ainda não chegou, nossa meta deve ser uma opção pela vida, enquanto ela
estiver. Enquanto a finitude física não chega, a vida ganha força. A vida,
então, aqui-agora, não responde aos desejos do senhor Ceifa(dor). Nesse sentido
da vida, a escola e a sala de aula é vida que insiste em respirar a alegria de
estar aqui-e-agora entregue ao "experienciar", sem impedir o "outro
lado" de ser do ser humano, o seu "ser-para-a-morte", mas em ser-com
[...] A inclusão escolar, ela mesma, clama por uma postura fenomenológica. A
educação especial especial em toda sua amplitude, também clama pelo
humanismo-existencial a ela aplicada. Na saúde, esses movimento existenciais
tem se mostrado potentes na vida, e no impacto da morte no doente (do-ente) e
ao seu entorno, como a família, os amigos, o staff da saúde etc. Nesse sentido
processual de viver a vida sempre inconclusa e incompleta, a professora (e a
educadora e ou) pode ser orientada, em um tipo de "formação existencial da
docente" a criar/ inventar/ produzir uma "ação/ prática
educacional" de seu "ser-no-mundo" do ofício do magistério,
revelando a potência do seu labor. Essa formação pode ensiná-la a se "envolver
existencialmente" com o estudante-paciente na escolaridade, e ao mesmo
tempo produzir um "distanciamento reflexivo", momento que ela se
interrogará: O "que é" e o "como é" o sentido desse meu
vivido com o aprendente/ aluno/ estudante/ educando/ orientando? O "que
é" e "como é" ser professora hospitalar? "Como é"
trazer o "mundo lá fora" (a comunidade real/ concreta do aluno) para
ser "sentida-pensada-agida" no concreto de um hospital quando mostra
ao sofredor "sua escola da comunidade, está aqui dentro da instituição, na
classe hospitalar, vamos lá? "Como é" que o aluno, com gravíssimos
problemas de saúde, pode viver uma relação com a professora geradora de mais
aprendizagens de conteúdos escolares (e não escolares), pois, um segundo antes
de morrer, o discente tem direito à educação e à escolaridade (PINEL 2004; p.
9-10)
[Hiran Pinel, autor]
"Senti ainda outra dificuldade com a abordagem existencial, ela era mais uma teoria filosófica do que um sistema psicoterapêutico, embora houvesse exceções. Frequentemente não se encontrava uma concretude na orientação filosófica, que precisava se complementada pelo conhecimento aplicado do processo de tratamento.
Yalom expressou uma preocupação semelhante:
" ... filósofos existenciais profissionais ultrapassam até* (...) [outros teóricos de psicologia clínica] no uso de uma linguagem obscura e enrolada ... [ele usa o termo filósofo para pensadores da psicoterapia] Nunca entendi a razão dessa linguagem impenetrável e com a aparência de profunda. Os próprios conceitos existenciais básicos não são complexos e não precisam ser decodificados e meticulosamente analisados [no sentido de dar uma aparência profunda, pois o simples é penetrante, é complexo]. Muito mais do que isso, eles precisam ser revelados." (Yalom, 1980, p. 16)"
...
Fonte do texto acima: In: HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa; psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus, 1995.
NOTA DE RODAPÉ (NO TEXTO, COM ASTERISCO QUE INSERI)
* Yalom cita os psicanalistas, mas, não são "só eles'"
que escrevem de modo complicado (?), por sinal, eu adoro ler muitos
psicanalistas e não os acho simples, mas científicos.
Eu defendo que "TODOS os pensadores da psicoterapia" (ou
da terapia existencial ou da clínica), e aí eu me incluo, aplicando à Educação
Especial e Saúde (e à Pedagogia Hospitalar), e que recorremos à filosofia, o
fazemos (ou deveríamos fazer), de modo "profundos" (ser rigoroso
científico e sensível).
O autor se refere aqueles pesquisadores que não está focando na
clínica, e tendo a filosofia como (co)movedor da sua pesquisa e e do texto. O
pesquisador da clínica deve produzir um texto preocupado, por ex., com a
formação de um profissional de saúde mental, e a clínica é aquilo que alguém no
seu ofício faz junto e com um outro que sofre.
A afirmativa e Yalom é complexa e que pode ser também crítica, mas
eu acho que o que ele "quer dizer": não se preocupem, uma escrita
meticulosa, rigorosa, clara e sensível, por si só, já é profunda e complexa.
Mas, eu acrescentaria: deixe claro a filosofia subjacente, e o que você desvia
dela, afinal uma filosofia não é clínica.
Yalom não fala de textos simplórios e de autoajuda, assim espero
[risos...]. Mas, sabemos que Yalom, como Rogers, escreve o cotidiano
profissional de clínico, usando um texto simples, refinado, rigoroso - e isso é
profundo, pois não abandona a filosofia, nunca. Pessoalmente, adoro ler textos
clínicos com terminologias complexas, que me permitem ir além, pesquisar, e
utilizá-los nas relações com colegas acadêmicos e clínicos mesmos, gerando uma
linguagem específica que produza efeitos benéficos na clínica, nos cuidados de
qualidade a quem tem tanta dor.
Um clínico bem-sucedido, e que é um cientista rigoroso, será
sempre "profundo", pois vai fundo na alma, mente e corpo do outro na
(pró)cura de cuidar. O clínico é da outridade/ alteridade - Hiran Pinel, autor, 2023.
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
DICAS PARA O PESQUISADOR QUE ASSOCIA ARTE COM CIÊNCIA, POR EX:
ESTUDA UM FILME COM O FINCO DE COMPREENDER A REALIDADE.
O QUE GRANDES NOMES PENSAM A RESPEITO, TODOS ELES DEFENDEM QUE
REALIDADE E FICÇÃO (AQUI NO SENTIDO DAS ARTES, LITERATURA E POESIA) SE
INDISSOCIAM.
"A arte é a mentira é que nos permite conhecer a verdade"
(Picasso). “A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção” (atribuída ao
psicanalista Jacques Lacan). “Arte e realidade se complementam. Sem realidade,
a arte não faz sentido, sem arte, a realidade não tem significado” - Bahman
Ghobadi, diretor iraniano de cinema, de etnia curda. "Não existe meio mais
seguro para fugir do mundo [realidade] do que a arte, e não há forma mais
segura de se unir a ele [mundo real] do que a arte" (atribuído Johann
Goethe). "A arte não é [só] um espelho para refletir o mundo, mas [é] um
martelo para forjá-lo [a arte é uma dispositivo de resistência concreta; uma ferramenta para as lutas contra ao opressor]"
(atribuído a Vladimir Maiakóvski 1893-1930). "A ciência é grosseira, a
vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa.
Por outro lado, o saber que ela [literatura] mobiliza nunca é inteiro ou
derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa, mas sabe de alguma
coisa; ou melhor, que ela sabe algo das coisas – que sabe muito sobre os
homens". (BARTHES, 1978, p.19).
(PINEL, 2019; p. 3) .
referência: PINEL, Hiran. Arte e ciência: aplicações em pesquisas nas esferas da educação especial e saúde, bem como pedagogia hospitalar. Vitória, ES: ppge,ufes, 2023. OBSERVAÇÃO: eu que digo que atribuo a esses autores, os textos. Falo de atribuição, só isso. Barthes talvez seja a exceção que podem citar direto, mas investiguem.
"O leitor poderá notar nesrte trecho um estilo de escrever que é característico da análise fenomenológica. A terminologia técnica está [quase] ausente, exceto pelas palabras Umwelt, Mitwelt e Eigenwelt, mas estas só parecem técnicas aos leitores de lingua (...) [portuguesa] porque elas são palavras estrangeiras. Nota-se também o uso de um vocabulário evocativo, quase poético. Tais imagens parecem muito distantes do vocabulário sóbrio, comum e mesmo esmerado, comumente empregado na exposição científica. É preciso ter em mente que o existencialismo sempre manteve fortes laços com a literatura e que um dos seus antepassados, Nietzsche, foi tanto poeta quanto filósofo. De fato, a literatura sempre foi e terá de ser existencial, pois ela lida como ser-no-mundo. A literatura é psicologia com a diferença de que a literatura é ficção, enquanto a psicologia é ou deveria ser factual. A diferença é entretanto trivial" (HALL e LINDZEY, 1987; p. 89).
"Boss insiste que o que a ciência considera ser um respeitável vocabulário científico é uma usurpação da palavra "científico". É preciso usar as palavras que melhor descrevem os fenômenos, e não ser limitado por uma tradição autoritária. Novas perspectivas científicas [como a ciência fenomenológica-existencial da época do livro Hall e Lindzey] comumente exigem um vocabulário completamente novo, assim, não é surpreendente que muitos escritos existenciais soem estranhos e esotéricos para aqueles que foram criados com a visão de mundo científica do século XIX. Como acontece com as novas formas de música e de arte, a dissonância criada pelo vocabulário existencial será gradualmente reduzida e desaparecerá" (HALL e LINDSEY,1987; p. 89)...
***
Referência
HALL, Calvin
S.; LINDSEY, Gardner. Teorias da
personalidade. Volume 2. São Paulo: EPU, 1987.