sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

MIL ESTRELAS E A MAIOR DELAS É EARTH PIRAPAT W.

Quem gosta de criticar negativamente o ator tailandês Earth Pirapat W., pode mudar de opinião, pelo menos sendo mais generoso com a vida e consigo próprio... No episódio 5, de "1000stars" (série tailandesa) o ator, com seu personagem Phupha, dá show de interpretação... Tem uma cena que Tian descreve Phupha como rígido e pede-lhe um sorriso. O ator se mexe e remexe, como se não tivesse espaço e nem tempo... Então, o ator (com seu personagem enfiado no seu corpo) entra numa pequena conversão... Ele fotografa Tian, sem ele perceber e olhando a imagem sorri... É um aula de interpretação, de rara sensibilidade. O diretor está certo: é o momento de Pirapat mostrar seu talento, e a oportunidade, e ele não a desprezou... Desde o começo da carreira ele foi uma imensa estrela e ator, mas, nessa série, ele é um grande ator sem jamais perder o estrelato... Fato: desde o primeiro episódio de "1000stars" Pirapat está perfeito como o guarda florestal chefe ou supervisor rígido, duro, sólido e que só o amor é capaz de lentamente amolecê-lo, derretê-lo como gelo sob o sol de Chian Rai ou ou Mai (confundo-me kkk)... Esse ponto é um clichê, mas Pirapat o transforma em arte.

[Hiran Pinel, autor; em 26/02/2021 - Vitória, ES. - Brasil - América do Sul - Mundo - Universo] 


 

HERÓIS COMUNS OU DO NOSSO COTIDIANO: POSSÍVEIS ETAPAS VIVIDAS NO SEU EXISTIR COMO "SER NO MUNDO"

Hiran Pinel

Algumas imbricadas e híbridas etapas, num total de oito, pelas quais pode passar alguns heróis do cotidiano, gente comum como nós mesmos:

1) a pessoa está solta no mundo, no eu cotidiano - mergulhada aí, ora alegre, ora triste e tocando a vida, o trabalhando, amando etc.;
2) surge um problema que o convoca a solucioná-lo ou a submetê-lo;
3) ela parte para a solução - uma aventura ao desconhecido, pois ele imagina os caminhos, mas terá de tracejá-lo;
4) encontra novas barreiras (ou inimigos), "portas trancadas", fofocas, preconceitos, estigmas, discriminações, reprovações escolares, remédios caros, tratamentos invasivos demais etc.;
5) faz projetos dos sonhos - ou seja, procura tornar o que é etéreo (sonho) em algo concreto - coloca um projeto na prática;
6) o sujeito luta feito "cão danado" para executar seu projeto, sua concretude em "ser no mundo";
7) alcança sucesso - ou reavalia e recomeça do ponto 5 ou entrega os pontos, começando do ponto 1 - também pode desistir; em tendo sucesso, ela parte para a etapa 8;
8) retorna ao seu mundo cotidiano inicial, mas, agora, uma pessoa renovada, portando uma espécie de troféu, do tipo "eu venci", a vitória, o sucesso, o estrelato comum e cotidiano - mas com destaque... Quando mais seu projeto direta ou indiretamente envolver a comunidade, mais o sucesso será celebrado conjuntamente;
Essa proposta pode ser também encontrada nos roteiros de um filme, de uma série etc.; assim podemos encontrar também na vida real - o modo como as pessoas podem se perceber heroínas etc.
Menderson Rezende, Rute Leia Silva e outras 5 pessoas
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 Filme: "Love of Siam" (2007, Tailândia).

Lá pelas tantas, Ying, uma garota linda, ama o garoto Mew, aspirante a compositor e cantor. Mew diz que está sem inspiração pra compor, pois falta-lhe amores, ele acha. Ying que o ama, mas ele não sabe, lhe oferece para ser sua namorada e com isso inspirá-lo a fazer belas canções... Mew sorri e diz que ela está louca, e que o amor não é assim. A mãe Ying a chama pra retornar pra dentro de casa. Ying faz cara feia ao chamado gritado da sua mãe. Ela vai indo embora, e na porta de saída do quarto de Mew, ela diz a ele:
- PENSE NA MINHA OFERTA [DE SER SUA NAMORADA], MEW (...) TODO MUNDO PRECISA DE ALGUÉM!

 O YAOI & A MULHER TAILANDESA: TENTATIVA DE APRECIAÇÃO DE UM ARTIGO CIENTÍFICO DE ญาณาธร เจียรรัตนกุล DA UNIVERSIDADE DE CHULALONGKORN

Hiran Pinel, Vitória, ES., Brasil - em: 21/02/2021
INTRODUÇÃO
Li um artigo científico em tailandês sobre a obra de arte (mangá e anime) cujo título de: "YAOI: วัฒนธรรมและการเมืองเรื่องเพศ" Ou: "YAOI: Cultura e Política do Sexo". O autor ou autora é: ญาณาธร เจียรรัตนกุล, que é estudante de Estudos Interdisciplinares de Ciências Sexuais da Universidade Chulalongkorn.
Meu objetivo é de apresentar o que eu entendi e compreendi da tradução das seis primeiras páginas, das catorze.
Como me interesso pelo tema, fiz um esforço muito grande de ir traduzindo do thai para o português via google tradutor, associando aos meus conhecimentos de diversos artigos, relatos finais de pesquisas e até livros que li nessa seara... Corro o risco de estar "traduzindo" com erros, risco alto, por sinal, Outra coisa, interferi no texto. Para ler o artigo original é só você digitar o título e a autora.
***
O QUE É YAOI?
YAOI é uma sigla de pouco sentido para nós, os brasileiros, algo como "sem ápice, sem ofender etc...". YAOI é um termo criado para um tipo de arte e literatura (e pode ter poesias, teatro, fotografia, dança etc.). A característica fundamental da arte YAOI é: a) conta uma história de dois rapazes se apaixonando amorosa e sexualmente, uma surpresa pra eles, já que nunca sentiram "isso antes", e ambos, costumam ter namoradas, e a escola é um bom palco pra acontecer a narrativa, mas não só; b) é uma história escrita, na sua origem, por mulheres, e elas produzem tais materiais, visando alcançar suas companheiras, as próprias mulheres, e assim teríamos o YAOI focando na criação de fã mulheres - o que não impede, é claro, que outras pessoas sejam fãs; trata-se da percepção feminina acerca do amor entre dois rapazes, (obra de arte) direcionada às mulheres. Algumas pessoas preferem dizer BL (história de "love" amor, entre dois "boys", rapazes) em vez de YAOI, mas ainda assim, há diferenças entre um e outro, e só ficarmos atentos.
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O ARTIGO: O QUE ENTENDI E COMPREENDI
A autora (vamos dizer que é uma mulher) faz uma introdução falando das Histórias em Quadrinhos (HQ) Ocidentais e seu sucesso na Tailândia, mas que os mangás (HQ) são os preferidos pelas crianças e jovens, com muita vendagem ou mesmo (muito) curtidos na internet.
A partir daí ela descreve a importância do Japão nessa subcultura a YAOI (um termo escrito ao modo ocidentalizado).
A autora correlaciona o movimento feminista, o machismo e o YAOI. Ela explicita que uma arte YAOI é produzida pelas mulheres para as mulheres. Ela aponta que os estudos em que abordam essas produtoras é a prova da força de resistência das mulheres em afrontar e confrontar o machismo reinante na nação. A autora afirma que essas autoras acabam por denunciar do fato sentido de que os homens precisam repensar seus papeis na sociedade - considerar os papeis "femininos contidos neles", por ex. - o feminino no masculino.
As mulheres são as maiores consumidoras do YAOI, e ao sê-lo, elas podem estar dizendo acerca das dificuldades do homem assimilar e produzir arte sobre a mulher, que é só pela percepção deles, recusando colocar-se no lugar da outra, e isso em si mesmo, é um machismo.
Personagens e atores YAOI são descrito com algumas "feminilidades", sem exagerar isso - o ator representa-se masculino, mas traz recôndito escondido, a mulher adentro de si. Suas peles são aveludadas, são lisas - sem pelos no corpo. Esses heróis são sensíveis e aos mesmo tempo são homens de fato, e é nesse momento é que a autora fala sobre os sentidos de ser UKE e de ser SEME. Numa série yaoi de TV o homem traz a mulher em si, que é o ideal na realidade concreta, ou seja, as mulheres fantasiam homens que trazem em seu corpo a mulher, recordando de Jung: yan-yang, os dois aspectos se complementam e complexificam.
Muitas mulheres foram e são violentadas na História, então, nas narrativas YAOI, um homem violenta o outro sexualmente - que nó brasileiros denunciamos quase sempre. Talvez haja tanto esses causos de agressão sexual nos roteiros, pra fazer os homens sentirem, e assim perceberem o que o de fato sentem as mulheres quando nessa situação. Essa cena entre dois homens servem pra recordar que uma arte YAOI é escrita por mulheres, essa é uma de suas mensagens não tão conscientes assim, e é como as produtoras dessa arte dissessem: "- Vocês homens nos violentam assim, como esses homens se violentam sexualmente entre si, percebem a dor e a humilhação?". Funciona tipo: percebem como somos violentadas? Pois, então...
Os enredos, quase sempre, seguem a relação senhor e escravo, e esse tipo relacional é tipicamente machista, o homem por cima, e a mulher por baixo - em todos os sentidos. Quando homens produzem mangás héteros as mulheres são escravas e os homens senhores. No mangá YAOI isso se reproduz.
A paixão das mulheres pelas histórias de amor entre dois homens indica também o quanto elas endeusam e embelezam isso: como é lindo ver e sentir dois homens juntos, se amando, havendo aí um gostinho de subversão inventiva. A autora, estou sentindo, deseja destacar os aspectos positivos das mulheres (fãs) gostarem de YAOI e das mulheres (autoras) produzirem esse tipo de arte, literatura e poesia.
A autora diz: "A relação entre homens e homens em YAOI é uma relação cheia de beleza e razão", raciocinam as mulheres que amam YAOI. O YAOI, estou percebendo, ensina-as a respeitar e permitir as relações entre homens, sejam elas gays, de caserna, de amizade entre eles etc.
A influência do YAOI também pode vir da crença na beleza do "amor entre o homem-homem" conforme aparece em várias artes e culturas, como a Noh (Noh), a Kabuki, a Literatura.
Também há os ensinamentos xintoístas, onde esta forma de relacionamento gay é necessário existir para ensinar às pessoas a potência de superar obstáculos juntos, um com o outro e os amigos. Especialmente o problema de aceitação de colegas e da sociedade, que é a maior barreira. A mulher tailandesa, a real e a concreta, ela enfrenta desafios, preconceitos, estigmas assim como os gays, havendo assim um identificação, um gosta do outro, a mulher (artista e fã) e o homem gay.
Mas como é esse drama do existir homem YAOI? Até que os personagens YAOI se encontrem e fiquem juntos - essa trajetória será de enfrentar muitos obstáculos, muito mais, muito mesmo, do que os relacionamentos entre homens e mulheres.
Assim, a relação entre homens e homens não é exclusivamente baseada no instinto do desejo (sexo), mas amor, amizade, ternura, carinho, entendimento, jogo dos corpos etc.
Ao mesmo tempo, YAOI pode atender às necessidades das mulheres para observar, de "ser voyeurista", voyeur, o desejo de ver, olhar, sentir como se fosse com aquele que enxerga simbolicamente pelo buraco da fechadura.
Bem, o comportamento sexual entre homens, é altamente estimulador às mulheres, mas elas não têm o conhecimento e a capacidade de retratar verdadeiramente os homens, principalmente o papel dos homens homossexuais. Vamos dizer que os homens impedem a elas conhecê-los na suas fragilidades.
Ate onde eu li, a autora diz mais, e estarei curioso em traduzir e postar aqui: "(...) a relação entre mulheres e mulheres nos mangás japoneses, a grande maioria dos consumidores são homens".
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PÓS-ESCRITO
Acho que falta um dado: a arte YAOI provocando interesse nos fãs, homens gays, que são seus consumidores, também. Há também o caso de homens produzindo YAOI como mangá, novels, romances, fotografias, danças, teatro etc.