segunda-feira, 30 de abril de 2018

Meu "eu real" - Krist/ Arthit, um "gato em teto de zinco quente" (que pula reclamando e se queixando sempre, e no caso do personagem, um carente afetivo, mas que rejeita o tocar do outro).

    Meu "eu ideal" - Singto/ Kongpob, um "gato calmo de si pelo outro", que sabe ser mansinho e que espera tranquilamente para dar o bote; aguarda para "comer demorado".


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A brincadeira pode ser assim:

1. Dessa série (ou "desse filme", "dessa telenovela", "desse livro" etc.) com qual personagem vc se identifica? Qual o motivo dessa escolha? 
 Outra forma de interrogar: Quem desta série "vc é" - ou quem você acha que é você? Qual o motivo dessa escolha? 
Avaliação. Refere-se possivelmente ao que denominamos de EU REAL - ou seja, eu me identifico com esse personagem; esse personagem sou eu; eu (acho) sou; eu sou assim...;

2. Dessa série com qual personagem vc "gostaria" de parecer ou de ser igual? Qual o motivo dessa escolha?
Avaliação. Refere-se possivelmente ao que denominamos de EU IDEAL - ou seja, com quem eu gostaria de ser (no futuro); meu sonho, meu projeto de ser é esse; eu (acho) que não sou e me projeto, planejo-me ser; faço tudo para ser parecido com esse personagem (de série, telenovela, cinema/ filme, livro, poesia, fotografia etc.).
"Mar do Norte do Texas" (Bélgica, 2011, direção de Bavo Defurne; títulos: Noordzee, Texas; No Caminho das Dunas). Trata-se da história de Pim, um menino que vive com a mãe ausente e bastante perversa, promíscua - e carente demais de amor sensual. Na sua solidão e busca angustiada de afeto mais sincero, naquela mundo inóspito, Pim conhece Gino - seu único e melhor amigo. Os dois vivem uma relação profunda, pois a família de um (Gino) "adota" Pim, devido ao abandono materno. Entretanto, Gino conhece uma menina que se torna sua noiva, Françoise. Pim para escapulir ao abandono (Gino passa a morar com a garota), começa a desenhar colocando traços de depressão, desamparo e as dificuldades de romper uma amizade de tal magnitude. Pim vai ficando cada mais mais introvertido e tímido, e Gino se encanta com isso, até que Pim lhe diz: "Quedate" ("fique comigo essa noite, e não te arrependerás" kkk)... kkk Uma amizade assim... kkk Filme de arte.
Água fresca - Singto
Água fervente - Krist
Sol que acalma e clareia
Lua quente e angustiada
Extroversão, introversão.


***
Singto e Krist protagonistas da série Sotus The Series e Sotus S The Series.
Na série tailandesa "Water Boyy The Series" (2017; da G-MMM) na parede do quarto dos protagonistas um post do jogador brasileiro de futebol Zico na Seleção Brasileira... Pode? kkk
"Foucault esteve no Brasil, conforme assinalamos, em 1965, 1973, 1974, 1975 e 1976" (2011; p. 98).

FONTE: artigo de Heliana de Barros Conde Rodrigues; com o título: "Michel Foucault no Brasil: esboços de história do presente"; revista Verve; disponível na internet.
Phum vai beijar a boca de Noh e opta em fazê-lo na sua testa. "Nós nunca seríamos capazes de fazer o que manda nosso desejo, num é?" diz Noh. "Antes beijar sua testa, do que não te beijar, e afinal tudo no amor deve ser feito de modo gradual e lentamente", devolve Phum. Noh sorri, e parte com sua lambreta por uma das ruas de Bangkok, numa madrugada quente e de monção de amor. A câmera mostra os dois se olhando e se distanciando, junto a isso, há um fundo com música romântica: "você me ensinou o que realmente significa o amor, mostrando-me um dos motivos do meu coração bater assim, e indo viajar para lugares que nunca estive". Mas essa cena não se fecha, e continua mostrando as memórias dos dois, do que aconteceu desde o começo da história de "Love Sick The Series". Estamos no último episódio da 1a temporada - o 12o. Eu já assisti essa série inúmeras vezes, e cada vez que a vejo, relembrando-me aos poucos dos raros amores que eu tive na vida, é como se fosse a 1a vez, minhas pernas ainda tremem, meu coração fica batendo com força e com o único finco, o de sair pela boca, e meus olhos lacrimejam de emoção e de carne ensanguentada: O que de beijos eu perdi e ganhei na minha vida? Como foi que eu consegui chegar até aqui, ainda que trôpego, mas respirando, de pé e sem beijos? O que é e como é ser-eu como ser-no-mundo "desbeijado"? Não, não são questões para responder que coloco aqui-agora, pois antes de aprender - senti.
[HP; texto ficcional]
- Como vai professor Merlí? Tudo bem?

    - Estou cansado desse meu personagem, desse meu - o de ser professor...

NOTA: Série: Merlí; 2a temporada; episódio 8.
V Seminário de Educação Especial e XVI Seminário de Educação Inclusiva, que acontecerá nos dias 17, 18 e 29 de Setembro de 2018, na UFES, Vitória. ES...
Fazia ainda psicologia em BH. Assistia na TV Itacolomi "Rosa Tatuada", de manhã soube do acidente que me assombrou.
Um índio "surpreenderá a todos, não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o óbvio".

Trecho da canção "Um Índio" de Caetano Veloso.
É adorável reassistir pela enésima vez a "Love Sick The Series"... assisto às duas temporadas, mas nada como a primeira, o sabor adocicado da ingenuidade "shōnen-ai"... adoro.. No 11o episódio, Earn, personagem do ator Ngern, espetacular apenas existindo no mundo, nem precisava interpretar kkk, recebe telefone da Noh (ator Captain, elogiadíssimo pelo papel). A cena é ótima, e será nela que começa o triângulo que moverá a 2a temporada...
O jovem de hoje em dia é assim, ele vê no calendário que hoje é sexta-feira, e logo pensa: "vou deitar" - e vai... kkk
Krist e Singto estão "distressados", mais de um ano trabalhando juntos, fazendo a série "Sotus" e "Sotus S" e mais, os que mais fizeram "fanmeeting" e "fanservive"... O "distresse' é forte frente aos dissabores, às fofocas, à separação que tem que acontecer, o fim do idílio e a demanda urgente de manter-se no topo... O trabalho que desgasta, corta a carne. Ser "um outro que não é si mesmo, e que ao mesmo tempo é si". Hoje, os dois são os artistas mais populares da Tailândia, li que ameaçam a própria monarquia amada pelo povo e lá isso pesa, é terrível... uau... essa cena é dolorosa (triste), Krist não conseguiu se controlar, Singto tenta manter as aparências com uma calma inventada. Os dois são santos, mas são também diabos, não são flor que se cheire, e são rosas perfumadas...
As fãs são exigentes demais - muito. "Fãs são como coiotes", dizia Margô (atriz Bete Davies) do filme "A Malvada" kkk Fãs, fãs constroem ídolos e os matam facilmente... é uma questão de perversão kkk Acha que é fácil ser famoso? Então, tá... kkk
A intimidade gera também violência, e o nosso desejo é ser íntimo de alguém. Krist e Singto estão à beira de um ataque de nervos.

Nota: Krist e Singto são atores da famosa série, já cultuada, chamada Sotus The Series e Sotus S The Series, da Tailândia. Nos eventos chamados de fãmeeting e fanservive, Kris aparece agitadíssimo, falante, desatento e levemente agressivo contra seu colega Kong. Em um desses eventos, ele aparece empurrando Singto. Krist nos parece visivelmente distressado, e somo somos otaku, achamos que ele morre de ciúme de Singto, que por sinal, sai do palco sorrindo, como se fosse uma vitória do amor... (kkk). O evento, fui pesquisar, é God of War... Não coloco o vídeo, pois eles tem sido deletados, assim como algumas imagens... Não sabia que não podia, e peço desculpas.
Quando o casamento vai terminando se briga por quaisquer coisas... quaisquer... é a tal da intimidade, todos nós a queremos, e quando a queremos, podemos não saber, mas estamos caminhando também pra violência, para as brigas, o cadafalso, pro ódio, pro rancor kkk Um simples arrotar na mesa é motivo de um ódio tão grande capaz de concorrer com um Tsunami. As pessoas perdem boa parte da razão, não amam, mas querem permanecer juntas ou acham que podem resgatar a relação trazendo-a à saúde mental, seja com uma oração, a intromissão de um amigo, apoio da família, o nascimento de um filho etc... Meus caros, nem um profissional de ajuda pode garantir isso, a ciência ainda não respondeu a essa nossa demanda.


FOFOCA: PSICODINÂMICA SOCIAL

Ensaio de Hiran Pinel, 23/04/2018.

Aqui-agora se trata de refletir sobre o cotidiano da fofoca, sua psicodinâmica social – a subjetividade do sujeito, uma subjetivação, algo em movimento produzida pelo ser-no-mundo. Há, por assim dizer, e por ora, três personagens: o falador (que conta algo, um caso com objetivo ou não de fofocar), o escutador (que irá espalhar, distorcer ou não) e o sujeito objeto da fofoca (que pode ser o falador mesmo, ou falador falou de um outro-outro, que é o mais comum).

Fazer fofoca é algo humano, pertence a essa humanidade - eu faço, nós fazemos, ele faz, voa fazeis, eles fazem etc. Fala-se algo, alguém escuta e passa pra frente - para as pessoas mais desbaratadas.

O primeiro falante/ falador já falou (talvez) alterando os fatos, e se falou de "fatos mesmos" (verdades), é porque estão na esfera daquilo denominado delicado, e se é delicado, qual o motivo de fazê-lo?

E o escutador altera o fato já alterado, especialmente se o tema mexe com ele (sexualidade, por exemplo; competição entre atores, em ambiente artístico, é outro exemplo). Sendo verdade ou mentira ou alteração de uma verdade (mantém parte de uma possível verdade e acrescenta uma mentira) ou opinião, o falador teoricamente não está necessariamente fofocando, pois diz ao outro, esperando que a coisa não se alastre - ele divide com o "amigo" algo que pra ele é denso, tenso e intenso, mas não se reconhece nisso.

O falador pode estar a falar de sua própria dor, ou porque morre de inveja, a está com despeito - sei lá... Melhor seria ele procurar um psicólogo, mas o fofoqueiro tem desejos estranhos, e ao mesmo tempo, pode não tem grana pra pagar esse profissional psi e ou diz que não acredita em psicoterapia, afinal ele seria desmascarado no seu jogo barato de teatro kkk

Mas pode ser que se faça fofoca desejando o alastramento. O escutador escuta o falador, que deseja escutar o que ele deseja (seu bel prazer) e passa adiante. O falante original (falador) pode elogiar a pessoa algo de sua desconfiança, e se falou algo infeliz de um outro (o sujeito objeto da fofoca), o escutador passa adiante e quiçá ele mesmo não conte diretamente para o objeto humano (o sujeito tema do falante; o motivo da fofoca). O falador pode falar só coisas elogiosas, e lá no meio fala que "o objeto do preconceito está muito nervoso, e que ainda assim é lindo, maravilhoso, ator maravilhoso, esplendoroso, que é líder do fã clube etc.", só que o fofoqueiro dirá ao objeto o seguinte: o falador disse que vc é muito nervoso (fato).

 Mas precisava dizer isso? Prosseguindo, aparece o "acho que ele disse porquê..." aí vem uma série de impropérios, inferência que geram angústias e histerias... Tem vez que alguém lhe conta algo pra vc guardar, afinal ele contou pra dividir sua tensão com o tema. Não deveria.

Outra coisa é o falador falar algo, e pronto, só isso era seu desejo, falamos toda hora de si, do outro pertinho e distante (um ídolo, por ex.), de um objeto, um governo etc., mas alguém escuta (escutador) e distorce e faz fofoca - na origem não havia fofoca, mas um outro escuta num determinado ponto e aumenta um pouco, as carências afetivas envolvidas são imensas (o falador, o/s falante/s, o objeto original etc.), são psicopatológicas, e pronto, é um motivo pra todos serem temas de atenção, amor, carinho kkk somos carente e se não somos amados, adoramos qualquer amor, amor por piedade, amor por ódio, amor por abuso etc.

Até em conferências científicas já escutei fofocas: "sabe que o doutor fulano definiu Édipo sem ligar ao mito, mas à religião evangélica? Sabia que o caso dela é um pastor daquela igreja?" e o escutador escuta e destrói a vida o conferencista... Ainda bem que tudo se grava e pode desmascarar os sujeitos desses imbróglios.

Há verdadeiras fofocas: ele é feio, é “gordo nojento” (gordo é descrição do fato, é preciso ver o modo como se fala), é macaco, é velho, é idiota, é Zé Ninguém... Pessoas que dizem “odiar fofocas”, podem de fato odiar, mas estão sempre fazendo também, espalham as boas-novas do nascimento de um boato (kkk) puro mau caráter, e escuda defensor da não fofoca, e só a faz.

Por isso eu creio que uma das coisas positivas da “autopromoção” é essa: fala, fala, mas fala de si, espalha boatos de si, bons e ou maus, verdadeiros e ou mentirosos... Sim, na autopromoção funciona falar pessimamente de si, objetivando comentários e famas. "Adoro espalhar boatos acerca de mim mesmo" dizem que Oscar Wilde falou isso, juro! Você acredita, menina! Oscar Wilde aquele “viadinho” arrogante... Bem-feito, por isso foi preso...

O melhor é ficar calado, e NUNCA mais conversar, pois tudo pode virar fofocas, pois vivemos emitindo opiniões acerca de nós mesmos, dos outro (pessoas comuns), de teóricos, artistas, ídolos, desportistas, mulheres e homens famosos etc.

Melhor ainda é lutarmos para termos amigos, falar o que sentimos para ele, e sermos protegidos, guardados com cuidado por esse outro. Um amigo que entende o sofrimento do falador – o falador pode ter graves problemas emocionais, bem como o falante, e cuidado, pois a doença mental pode ter o objeto do rancor, o tema de sua perturbação. A psicopatologia não pertencente a uma casta, contamina a todos e a todas.

Melhor ainda procurar um psicólogo que pode te ajudar a descobrir os motivos de seu sofrimento (falador), do seu prazer orgásmico em destruir o outro (o falante) e a “orgia da vítima” (objeto do ódio, da fofoca, do rancor), sim, se ele sofre, pode (quem sabe) passar a gostar desse lugar-tempo, pra dizer suas verdades, quem sabe nunca escutado. É comum a vítima espalhar verdades de si, e depois sofrer com a boataria... sim, uma fofoca pode ser verdadeira. Por ex: uma pessoa pode socializar que tem (de fato) dois amantes, e no trabalho aparece com um e depois com o outro e mais diz isso claramente e sua cultura/ sociedade condena isso, se não condenar não há fofoca (kkk). Depois quando isso se espalha, ela pode se sentir magoada, ferida.

Acho que é também recomendado que tenhamos cuidado com quem falamos, onde falamos, quem pode escutar as coisas que dissemos... Uma pessoa carente, sem vergonha disso, pode contar-me fofoca apenas para ter minha atenção, meu amor e ao mesmo tempo meu sofrimento, minha dor e abandono. Sim, uma boa fofoca desune.

Seu amor te deixou? Não ligue, afinal tem outro por-aí pela cidade. Só não vai ter aquele que vc tem no coração, "vistes"?
"A minha tia Minnie é uma pessoa adorável e se ela fosse estrela de cinema como Marilyn Monroe ela nunca chegaria atrasada num set, nunca! Mas quem iria pagar pra ver minha tia Minnie? Quem?"

* * *

(Fala do cineasta Billy Wilder, dizendo os motivos de aguentar as faltas no trabalho da estrela, e seus sofrimentos psicológicos. Poderia faltar semanas, entrar em crise por detalhes... MM era um produto, um objeto,  uma coisa - nada mais do que isso... nem seu talento era considerado... Talvez por isso a piada, mas o piadista não deve ter refletido, por sinal um grande cineasta, um grande intelectual, por isso deve ser apenas mais uma piada, mas que não nos pode passar batido, é preciso ser provocada...).
- Eu sei que tenho "cara de bunda" e é só pra você, viu?

- Pois é, cuidado comigo, pois eu tenho "cara de pau"!
- Eu sou é muito safofo?
    - O que é isso?
    - Safado e fofo.
Eu tentando puxar conversar com possível crush...

- Olá? Sua casa tem parede?

kkk

***

Hpinel.

Love, sem love...

Frase do dia...


Deus criou os seriados tailandêses porque sabia que no mundo nem todos encontrariam amores na vida, então deu o consolo. 

Assinado: Hiran Pinel, otaku de seriados tailandêses em geral e os yaoí especialmente.
Grufei  

Grupo de Estudos e Pesquisas em Fenomenologia, Educação e Inclusão.

NOTA 1:
O Grufei existe desde 1993 (coordenado pelo professor Hiran Pinel, UFES/ CE/ DTEPE/ PPGE), e o fez com várias denominações, mas sempre com os temas descritos, quais sejam, Psicologia/ Educação/ Pedagogia Fenomenológico-Existencial, Educação em geral e Especial (de modo mais focal) e Educação Inclusiva na escola e fora dela, envolvendo aí uma postura, uma teoria, uma ética, uma estética, uma política, uma subjetivação, um resgate das didáticas provocadoras do processo ensino-aprendizagem etc. 

NOTA 1:
A nomeação do grupo de estudos (e de pesquisas) é recente, mas ele sempre existiu com outros nomes, até porque é obrigação de um professor universitário público. O primeiro, pelo que lembramos, chamou-se Grupo de Estudos da Família em Educação Especial, depois Escute o Grito que abordava Educação em Saúde, especialmente questões emergente advindas da AIDS e outras doenças, inclusive as que causavam deficiências etc. E por aí vão diversos nomes dos grupos, terminando por esse agora, de 2018... Quando mudaremos esse nome? kkk É assim, somos incompletos, inconclusos, e andamos no mundo, pois afinal somos ser-no-mundo.
Acabei de assistir "Bueno Aires zero degree" (de Kwan Pun Leung & Amos Lee) que é o "making of" do filme chinês "Happy Together" (1997; de Wong Kar-wai). Fato é que não é bem um "making of", mas um documentário também bem diferenciado que traz algumas cenas não inseridas no filme original, dando pra sentir o modo como Wong trabalha.
"Zero Grau" do título se refere aos sentimentos do diretor e dos protagonistas, pois mesmo no verão, Buenos Aires foi descrita como fria, como gelada - e o sentimentos de isolamento dos profissionais foi muito grande, idioma diferentes, solidão.
O filme nos passa (e nos perpassa) um clima experimental (sempre em devir, como são os humanos) e deplorável devido às paixões desenfreadas e traições entre os personagens dos atores Tony Leung e Leslie Cheung, estando eles em Buenos Aires (vindos de Taiwan), com um fundo cantado por Caetano Veloso, na tal de "Cu-cu-ru-cu-cu Paloma" - maravilhosa interpretação, com um outro fundo mais fundo, as Cataratas do Iguaçu, na divisa com o Brasil.
Pois é, ficamos sabendo que o filme foi feito assim também, aos trancos e barrancos emocionais, com os protagonistas morrendo de solidão e com saudades de Taiwan. Com final alternativo.
Nesse documentário é que finalmente aparecem as cenas cortadas da mítica cantora (e atriz) Shirley Kwan - linda e sensual, e perguntando: "Mas Tony estava apaixonado por Leslie, num é?" (kkk).
As pessoas são entrevistadas, Tony não sabia que teria que beijar Leslie, que o convenceu a isso, dizendo-lhe: "Cara, somos atores, isso é só um exercício profissional e afinal vc não faz o meu tipo" (kkk). Coisa tão simples, e Tony fazendo cu doce... kkk
Sujeira, uma Buenos Aires desconhecida, pobre, mofada, água pelas paredes e pelo chão, cheiro de bebidas, cuecas velhas em corpos jovens (dos atores protagonistas) - e o melodrama do tango. Sexo desvairado (kkk) e muitos elogios ao filme, advindos de críticos rigorosos dos mais refinados órgãos de imprensa como os Cahiers du Cinema.
O som de "Cu-cu-ru-cu-cu Paloma" está parecendo nos revelar que tal qual no filme pronto e premiado, o seu processo de estar sendo realizado aconteceu a mesma coisa: "de paixão mortal" a Paloma triste "morria".
Viver e morrer de amores é o tema de "Happy Together" (Felizes Juntos) um filme sobre um ritual de passagem dos jovens apaixonados, uma cruel travessia da noite pro dia. Uma caminhada para ser vivida e depois lembrada, mas nunca ser repetida, para o bem da saúde mental (kkk)...
COMO SE FABRICA, MANTÉM E ELIMINA UM ÍDOLO?
Muito comédia é também "Together With Me - The Series". Aqui o episódio 09, com o ator Tanti-Maporn (Farm). Que seriado bacana, divertido. A personagem Pleng (atriz Aim), namorada de Knock (o astro Tull) é ótima, uma maléfica da pesada, depois de ser iludia e traída pelo love. A amiga dos rapazes, Knock e Korn (o astro Max) é a maravilhosa atriz Maeng-Mum (Iwa)... É uma série mais madura, mais adulta, sem ser pornográfica, é claro! Todos esses seriados são transmitidos em "horário nobre", com as famílias tradicionais (ou não) ligadas no enredo e mais tarde, já de madrugada, a mesma série vai ao ar com episódios contendo algumas cenas um pouco mais ousadas (e não passadas naquele nobre horário), que no Brasil, tais cenas, passariam no horário nobre mesmo, algo com um beijo de língua, que lá é tido como algo ameaçador (nas telas da TV aberta). São série produzidas para as família e seus jovens filhos (juventude), vamos dizer assim. A monarquia recebe os atores, dão a eles títulos etc., para se ter uma ideia da popularidade deles na nação. Por isso um ator precisa ter uma vida ilibada (kkk), moralmente inquestionável, tem que ser modelar kkk Mesmo representando personagens ousadas, a submissão à cultura é indispensável... Tadinhos, né? Mas os nossos também são assim, se são ousados, é porque nossa cultura assim o é. Esse pessoal deve ser obediente, senão são punidos com o ostracismo, já que a indústria do entretenimento (no caso aí, a TV) pode ser facilmente manipulada pelo Estado - e ela manipula, está perturbando arranja justificativas para o ostracismo, até espalhar boatos negativos, por ex. Ele deve até se opor, mas dentro dos limites, precisando obedecer as regras do seu tempo e espaço, vamos dizer assim... Marilyn Monroe (MM) fazia tudo dentro das normas, os opositores de fato são eliminados, rechaçados, humilhados, ficam desempregados, suas músicas não são mais executadas nas rádios e na internete (sim até na internete, que vc pensa que é livre kkk), fazem tanta pressão que quando exageram são estimulados a atentarem contra si mesmo como o suicídio, ou são misteriosamente assassinados, mas levados ao públicos como culpados disso, e ainda assim continuam a gerar lucros para o sistema - é o caso de MM (kkk)... Ora, estou falando de artistas talentosos e bonitos (dentro do padrão exigido kkk), que mesmo assim, talentosos que são, vão ser eliminados se não produzirem "revolução artística submissa" (kkk), os mais ousados é claro que vão mudando tudo isso, mas à medida que mudam, vão criando novas regras de obediência. Como dizia o psicólogo Skinner: há os controladores e os contracontroladores, e esses últimos desejam controlar também, mas sob novas (? kkk) regras, procedimentos, recompensas etc.
SER
"(...) se você quer cantar, cante. E se você quer ser livre, seja - porque existem muitas coisas pra ser. Você sabe que sim".


Tradução do começo da canção "If You Want to Sing Out, Sing Out" de e com Cat Stevens. Sua primeira aparição ocorreu em 1971, no filme "Harold and Maude" (ensina-me a viver) que é um imenso Cult, sobre a paixão amorosa e sexual de Maud com mais de 70 anos de idade e Harold com mais ou menos 15/ 16 anos. Ela valorizando a vida, já ele focando na morte concreta e simbólica.
ARTHIT: - Espere, volte!

KONGPOB: - Sim.

ARTHIT: - Nada! Agradeço pelo apoio!

KONGPOB: - Eu só queria ajudar, não se preocupe.

Mas Arthit não fez a pergunta que ele desejava, a que gritava do seu mais profundo ser, a interrogação que estava tatuada no seu peito:

- VOCÊ PENSA EM MIM?

Ele não a fez, com medo de escutar a resposta de Kongpob.

Se Kong lhe respondesse que sim, Arthit ficaria perturbado e não saberia o que devolver ou como agir, e isso lhe metia medo, mas ao mesmo tempo poderia sentir-se em estado de frustração por não cuidar adequadamente de si mesmo diante do óbvio: o amor está penetrando os dois. Mas se Kong lhe dissesse que "não pensa nele", Arthit tinha ensaiado ali mesmo, uma resposta cinematográfica, toda na ponta da língua: "Então, não se comporta mais assim comigo, não cuide de mim".

** ** **

NOTA 1:
Trecho na "novel" que se chama "Sotus", de Bitter Sweet, pseudônimo do autor tailandês, que eu reinterpretação, interferi, logo, não é texto traduzido original;

NOTA 2:
Reinterpretação do que eu li, uma tradução linda da novel, cujo sítio eu coloco no primeiro comentário. Fiz como nos "fanfic's", interferi (inter+feri = feri por dentro; mudei o texto traduzido, dei outra roupagem subjetiva na objetividade do mundo).
CONTAR "VERDADES" ADIANTE? SIM, É TAMBÉM FOFOCA...
É demandado que vc esteja na situação do outro, estar concretamente lá, para julgar não o outro, mas a si mesmo - já que estamos partindo da premissa que foi vc que verdadeiramente "esteve lá". Mas vc não é doido, e sabe que não "esteve lá" de fato, logo não sendo possível vc concretamente estar caminhando com os pés do outro, então não deverias julgar, e sim calar-se, avaliar o outro para vc mesmo, e se possível cuidar de si e do outro, e se não tem competência, procure um cuidador como um psicólogo clínico... Julgar e fofocar é algo humano (demasiado humano - kkk e eu estou junto, estou nessa), mas em podendo ser evitado, tente fazer isso... Tentar - pesar quando um julgamento e ou uma fofoca irá "prejudicar mesmo" o outro e a si - e a comunidade... Fofocas sobre sexo tem muito a ver conosco, nossos problemas sexuais e afetivos - quem não os tem nessa sociedade repressora... Mesmo verdades, especialmente das esferas amorosas e sexuais ou outras da intimidade alheia, alguém que fala idiotamente mal da gente (só nesses casos), se ditas sem autorização e donde só você é testemunha - é fofoca sim... É preciso entender que "falar a verdade, passando-a pra frente, é fofoca também", assim se eu vejo uma amiga com um amante, eu não devo ter o direito de "dizer" isso pro marido dela e ou outras pessoas, e se isso me perturba muito duas ou uma, ou os dois: 1) procuro ajudá-la a sair da enrascada - se for enrascada pra ela (pra vc pode ser, e pra ela?); 2) procuro um psicólogo ou outro cuidador psicológico/ psicossocial, pois estou precisando... Ao mesmo tempo é preciso distinguir falar do outro pra um amigo, dividir nossa tensão e especialmente colocar-se na fofoca, refletir porque essa notícia o incomoda - é falar do outro, apenas para um amigo, mas ao mesmo tempo rever-se na história e rever o outro, aí seria tentar (TENTAR) caminhar com os pés do outro, numa dimensão simbólica.

IMAGEM: Cena de "TWM" ou "Together With Me - The Séries" (Tailândia) comédia e drama bem dosados, com duas estrelas e maravilhosos atores: Tul e Max. Elenco mil.

CLASSE HOSPITALAR, PEDAGOGIA E PRÁTICAS EDUCACIONAIS: O QUE A CLÍNICA PODE ENSINAR E A PROFESSORA APRENDER?

Hiran Pinel, autor.

 

INTRODUÇÃO

Este é um pequeno e diminuto "paper" onde eu procuro esboçar uma descrição da clínica como mestra da professora: O que ela a ensina quando atua numa classe hospitalar? Como profissional da Pedagogia, esta professora cria, no seu cotidiano, práticas educacionais: O que diz a ela uma clínica aí?

Trata-se de um estudo fenomenológico, onde, "memorialmente" me envolvi existencialmente com as minhas práticas educacionais em instituições de saúde, e delas me distanciei. desvelando sentidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma poesia advinda do "concreto vivido" pela professora da/ na classe hospitalar, no seu cotidiano educacional, é a de que a morte é uma mestra que nos ensina. Essa mestra cria um processo ensino-aprendizagem do viver tão bem quanto possível, tão alegre, tão energético, tão resiliente etc. Ela também nos ensina o tão resistente podemos lutar para ser, nos opondo a tudo de concreto e simbólico que se opõe à vida e o viver, ao respirar livre e solto, seja numa dimensão individual ("minha" saúde), grupal, institucional, nacional. Tão tanta coisa boa há aí nestes "experienciares", ainda que haja sempre o outro lado finito, o mais doloroso, e por ser também um real, nunca deve (ou deveria) ser negado na escola e especialmente na classe hospitalar. O tema o tema da morte demanda uma "clínica pedagógica da escuta empática" que pode ser praticada pela vivência com um modo didático-educacional "implícito-sutil-cuidadoso-delicado-empático". A morte não deve ser desaparecida da ou em cena, pois ela compõe a vida, e é a vida que devemos sempre desejar, é a vida que compõe a sala de aula que é a classe hospitalar, a alegria transita aí e de modo potente, mas, a morte (concreta e simbólica) adentra a classe hospitalar, e ela poderia ser vivida como um alerta para que vivamos densa, tensa e intensamente. Ora, o próprio nome "classe hospitalar" nos leva ao hospital e ao sentido de uma "outra clínica" - a pedagógica. A classe hospitalar, ainda mais ela, é um lugar de onde uma (morte) pode chegar podendo cessar a outra (vida). A clínica mesma aparece, quer dizer, seu aparecimento de dá quando a professora desta classe a pratica pelo escutar empaticamente quem sofre. Nesse sentido, a professora da classe hospitalar não pode negar a clínica. Então, podemos destacar, enquanto profissionais que trabalham com Pedagogia Hospitalar, que como na vida, estamos jogados no mundo sem nossa anuência, e nosso papel é responsabilizarmos por isso, pela vida, deixando penetrar em nós as experiências positivas, bem como as negativas inevitáveis, e o inevitável pode ser um quadro clínico grave ou gravíssimo, que a ciência propõe paliativos e cuidados, mas nem sempre o que pensamos ser a cura. É o que temos para hoje no espaço e no tempo hospitalar escolar onde a vida aparece potente e poderosa, mas há a clínica, vamos dizer uma Pedagogia clínica, uma prática educacional-Sorge que cuidadosamente não a nega, e não negar a morte não é morrer, mas (pró)curar viver.

***

Não descrevo uma clínica tradicional, cheia de classificações, mas simplesmente um termo (clínica e clinicar) que nos leva às questões da saúde e ao mesmo tempo da vida e da morte, onde procuramos resgatar o papel da escuta empática defendida pela clínica em geral, e a psicológica especificamente. Uma Pedagogia da Espera e da Escuta pode ser uma tarefa da professora escolar que atua na classe hospitalar e em outros espaços-tempos dedicados à saúde. Assim, o currículo da formação da professora (e do professor) trará a ela/ele e aos seus/ suas estudantes, o tema da vida que precisa respirar e legrar-se, e o da morte concreta e ou simbólica como aquela que destaca a vida que um dia terminará: finita vida.




Na nossa vida, há uma piada ruim acontecendo todos os dias, mas tudo dependerá do nosso "modo de ser" com ela.
Frase dita em off no último episódio (13) de "Together With Me - The Series"... E assim apresenta ao espectador o que aconteceu e ou irá acontecer com todos os personagens...