sábado, 18 de março de 2023

 "SER PRECONCEITUOSO PSICOPATOLÓGICO": O SER-NO-MUNDO DOS PRECONCEITOS.

Hiran Pinel, autor.
INTRODUÇÃO
Vou fazer "aqui-e-agora" uma pequena reflexão sobre algumas ideias de preconceitos, daquelas que me recordo ter lido em Thedor Adorno (1902-1969), que por sinal era músico e compositor.
Entretanto, todo o "meu" texto, é apenas inspirado nesse autor da Escola de Frankfurt (teoria crítica), apenas isso, ainda que eu "ame" pesquisadores que me inspirem, e sem Adorno esse texto não seria tão possível assim.
O pequeno texto se trata de algo segundo "minha" leitura de Adorno, uma leitura existencial - logo são minhas ideias, eu apenas me inspiro em suas ideias. Eu adoro a educação guiada pela psicologia existencialista, além da educação propriamente humanista-existencial que considera o "ser-no-mundo".
Minhas questões, são, por ora:
1. O "que é" e "como é" ser preconceituoso psicopatológico?
2. Que "possíveis alternativas" educacionais e clínicas, que foram e são criadas almejando amenização "desse ódio contra alguns grupos", que por algum motivo, às vezes, se diferenciam da maioria dominante?
RESULTADOS E DISCUSSÃO: ALGUMAS REFLEXÕES
Os gays têm pequenas proteções legais no Brasil. Ainda não há uma "lei nacional severa" e socializada, conhecida, popularizada e mais, não há "punições exemplares" que sirvam como modelos de ameaça advinda dos preconceituosos doentios (psicopatológicos). Sim, não há uma lei nacional que ameniza os preconceitos exageradamente danosos, infelizmente - enuncio algo na esfera do doentio, mas que, para tentativa de solução, só mesmo uma lei, uma "dura, forte, grossa e poderosa grande espada".
Como dizia Adorno, na "minha" hermenêutica: o preconceituoso patológico não tem cura, pois ele teme, em psicoterapias como as existenciais, psicanalíticas etc., por exemplo, mergulhar em "si mesmo", na sua psicodinâmica de "ser-no-mundo" nos modos de ser perturbado e transtornado. Talvez a abordagem behaviorista, por ser pedagógica, o ajude mais. O patológico emocional (descreve esse tipo de preconceituoso) tem medo de "ir fundo" na sua vida subjetiva e na sua existência nua e crua de alma perversa. Ele, de fato, é um sujeito altamente perigo para sociedade - o preconceituoso patológico pode matar, pode perseguir, por exemplo, um colega dentro do trabalho, ou o vizinho do prédio etc.
Prossegue Adorno, na "minha" tradução: para o preconceituoso patológico, só há uma "possível" saída, o medo dele em ser punido e humilhado socialmente, por isso, a lei do Estado contra ele, precisa surgir e com aplicação inequívoca, senão nada valerá, servindo de modo inadequado, de que ele pode escapar. Esse preconceituoso, do qual denominamos, patológico, tem medo de ser exposto socialmente, mas, h[a situações caóticas do Estado, como o fascista, as ditaduras, as políticas moralizadoras, as que se baseiam em textos sagrados etc.
Por exemplo, na época do nazismo, os psicopatológicos sentiam-se fortalecidos em se revelarem assim, um orgulho em odiar os judeus (outro exemplo), com ou em fundamentos, pois o preconceituoso inventa, cria, delira e ou alucina um motivo, os mais esdrúxulos, os mais não-científicos, por sinal, o preconceituoso odeia a ciência, ele quer somente a "sua" verdade, ou do seu grupo que o apoia e lhe dá segurança. A verdade inventada pelo preconceituoso doentio, é sempre anti-humanista, para ele, só há um grupo humano digno da proteção, os outros se adequam, ou vão ser assassinados concreta ou simbolicamente.
Pessoalmente, eu questiono quando se fala de que o "crime contra os pretos" é inafiançável, com se isso fosse a "coisa linda do mundo justo", e né não. Deveria ser financiável sim os crimes praticado pelos preconceituosos patológicos, e de acordo com a grana do criminoso pra ele sentir o peso no bolso, pois ele se acha o capitalista-mor, o modelo de riqueza.
Porque cobrar grana dessa pessoa do ódio? Já que não se prende mesmo a pessoa "do preconceituoso doentio", que se pague, e que a "grana" passe a ser enviada pra algum órgão dos movimentos sociais de proteção aos marginalizados (movimentos dos pretos, dos gays, dos indígenas, dos idosos, dos obesos, das mulheres, dos deficientes e autistas etc.).
Agora, é bom recordar, que todos e todas nós temos "nossos preconceitos cotidianos ordinário", mas que vãos sendo trabalhados pela via de uma educação formal e ou informal, escolar, não escolar. No dia-a-dia, de acordo com a estrutura da nossa personalidade, formada na rica dinâmica entre nossa subjetividade e o mundo, é que vamos aprendendo a controlá-los e nós mesmos vamos dialogando conosco e com os amigos, fazendo leituras e novas leituras, e assim, podemos ir tornando a vida mais leve, mais alegre, amorosa, pacífica (sem negar os alienadamente os conflitos comuns da vida) etc.
A maioria de nós humanos, somos "preconceituosos comuns", em estado de alerta e controle contra o preconceito, estigmas e discriminações. Somos capazes, inclusive, de detectar em nós, algo que o outro pode odiar e nos matar.
Só escapamos dessa vivência de um "preconceito comum", advindo também e quase sempre de uma sociedade que apregoa rancores, e caímos no "ódio patológico" contra o outro diferente de nós, quando há um grande movimento a favor da guerra contra aquele grupo e ou pessoa, que ao nosso olhar, não merecer "ser humano". Um forte e potente "movimento sócio-nacional negativo" que apregoa "a morte" ao gay, ao preto e ao idoso, por exemplo, pode nos contaminar, isso se temos "lá no nosso fundo subjetivo" uma fagulha de horror ao outro, uma vontade de extinguir determinado grupo minoritário ou nem tanto assim, até maioritários, como são os pretos. Essa fagulha a favor do ódio encontra uma "caminha quentinha" para que possa se acoplar ao preconceito defendido nacional e internacionalmente (as mídias apoiando, os governos totalitários, as artes defendendo, os quarteis atuando moralizando, textos sagrados são trazidos a lume contra, ignorando aqueles que são a favor do humano geral etc.)
PÓS-ESCRITO
Viva as lutas dos marginalizados contra os preconceitos do cotidiano comum, e os preconceituosos patológicos. Viva a educação contra o preconceito. Viva obras de arte contra esses mesmos preconceitos. Viva o ser humano que age, no dia-a-dia, contra os preconceitos.
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BIBLIOGRAFIA QUE ESTUDEI, MAS NÃO O FIZ AQUI-E-AGORA PRA ESSE PEQUENO ARTIGO DE FACEBOOK. NEM ME RECORDAVA DO TÍTULO, E FUI PROCURAR POR MEU ORIENTANDO IR ALÉM, IR NA FONTE:
ADORNO, Thedor. Estudos sobre a personalidade autoritária. São Paulo: Unesp, 2019.
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O autor, Hiran Pinel, em 18/03/2023.
O texto poderá ir sendo corrigido e atualizado.