quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A "pulsão de morte" é a que nos faz repetir as coisas maléficas da nossa vida - parece que sempre produzimos a morte de nós, nos oferecendo o que há de pior contra nós mesmos, mesmo tendo diante de si um leque de opções de escolhas, inclusive as positivas... Isso vale pra mim, pra você, pra nós - pro mundo... Traduzindo: O "que é" e "como é", simbolicamente, atirar nos seus próprios pés - de modo repetitivo, constante, sistemático?

Hiran Pinel - autor.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Na cidadezinha do interior:
lage, cimento, pedra - lares de todo tipo,
um pequeno rio - santas águas, nos domingos...
as plantas verdinhas? Elas se instauraram por lá.
Eu não caibo mais naquele espaço,
meu lugar de afeto, agora, é outro,
luzes das artificialidades, tudo real e amoroso,
entre leões e tartaruguinhas:
Singto e Krist - um risco, uma implicância, uns pitis
Fotografias como verdades sólidas: mentira pura
Abro meu coração para a claridade se apossar de mim,
e finalmente me enxergar real, finito, efêmero - quase no fim.


***
Hiran Pinel, autor.
Eu queria ter uma varinha de condão, pura magia utópica, com o finco, de com as palavrinhas ditas e escritas, ter o poder totalizante de remover todos os dramas, os melodramas e as comédias dramáticas do existir alienado e ilusório, da dor real mais profunda e significativa. Mas, eu não tenho - e nem consigo...O que eu tenho são palavrinhas que produzem, de modo inventivo, apenas momentos de felicidade, momentos - nada mais do que isso.

***
Hiran Pinel, autor.
Meu despertador de galhos e folhas
Um julho, um dia doze - um ano qualquer
Passarinho vermelhinho passou a manhãzinha comigo
Venha, e desperte a dor - a minha, meu despertador.


*

Hiran  Pinel, autor.
"Sotus - The Series", em tailandês ou Thai é: " - ว้าก ตัว ร้าย ร้าย นาย ปี หนึ่ง -", que significa (acho) algo como "Sotus, Um Vilão do Primeiro Ano" (de Engenharia da Produção; universidade).
"Sotus" é uma espécie de "trote universitário", mas com características mais amplas e que dura ao longo de todo o curso.
Na série, a fenômeno ou ritual de passagem é mostrado em um clima idealizado/ ilusório, pois na realidade também tem suas crueldades.
Sotus além da série, é um "trote" (também violento) aos moldes dos Estados Unidos, levados por tailandeses que foram estudar lá fora. Basta digitar no google: "hazing thai universities"; "sotus hazing". Farto material, tem até mortos.
A série relata as relações de poder de um dominador (Arthit) e de um dominado (Kongpob), mas com um Kong que recusa submeter-se, mesmo que permaneça o sadomasoquismo.
A série é um conjunto de três pequenas e únicas temporadas, considerada por muitos críticos como "um clássico inesquecível e cultuado dentro das séries yaoí tailandesas lakhon, pautada pela profunda ingenuidade da mocidade" (PINEL, 2019; p. 1). A primeira série "Sotus" (15 episódios + 1 especial), a segunda "Sotus S - The Series" (13 episódios) e a terceira, com um único episódio, chamada "Our Skyy - The Series" (2018) , Episódio 5.
Um drama romanceado, produto da Tailândia, lançada no ano de 2016, produzido pela GMMTV Ltd., e dirigido por Uphold Tradition, estrelado por Singto Prachaya Ruangroj e Krist Perawat Sangpotirat. Baseada em um romance publicado online e comprado pela TV, que é chamado "Sotus", escrito por BitterSweet, nome ocidentalizado como todos os outros nomes próprios e comuns, até.
Essa série, e outras é um gênero yaoí de obra de arte, compõe o que se denomina de "lakorn". Lakon é um gênero popular de ficção na televisão tailandesa cujo termo tem história de diversas artes daquela parte da Ásia, como na dança e no drama, na performance, teatro e até no cinema hindu de Bollywwod etc.
Uma "lakhon" ou "lakorn" ou "LAKON" (prefiro) é conhecida por "- โทรทัศน์ -", ou "lakhon thorathat" - "drama televisivo"
(WIKI, 2019; p. 1).
A menina olha.
Ela viu o tempo.
Viveu no espaço
e nunca foi - e ser...
Ela se consola
na imagem...
Como eu disse:
ela foi,
sem nunca ter sido.


*

Hiran Pinel, autor.
Na cidadezinha do interior:
lage, cimento, pedra - lares de todo tipo,
um pequeno rio - santas águas, nos domingos...
as plantas verdinhas? Elas se instauraram por lá.
Eu não caibo mais naquele espaço,
meu lugar de afeto, agora, é outro,
luzes das artificialidades, tudo real e amoroso,
entre leões e tartaruguinhas:
Singto e Krist - um risco, uma implicância, uns pitis
Fotografias como verdades sólidas: mentira pura
Abro meu coração para a claridade se apossar de mim,
e finalmente me enxergar real, finito, efêmero - quase no fim.


***
Hiran Pinel, autor.
A linda dama diz: "sou uma vadia"
A iludida revela: "esqueci-me daquele rapaz tão lindo"
A velha senhora determina: "traga-me os machos"
Eu sou o homem que escapuliu disso tudo,
o de dizer meias verdades,
prefiro mentiras inteiras.


*

Hiran Pinel, autor
SINOPSE:
Mork é o filho de Muadmoo, o dono de uma barbearia que fica em frente a um colégio só de meninos, onde ele estuda. Mork ganha dinheiro extra vendendo vídeos pornôs para os clientes na barbearia do seu pai. Mas, um dia, acidentalmente, Mork comete um erro e arruína o cabelo de um cliente, chamado Tee - muito rico e com uma mãe perversa, confusa, mesmo sendo uma médica que dá palestras "avançadas" (kkk) sobre amor e sexo. Com "raiva" do erro que Mork em seus cabelos, o belo Tee tenta se vingar e os dois começam uma "guerra" - um contra o outro.
Até que Mork decide cometer uma vingança maior: ele pega um vídeo pornô gay de um de seus clientes e entrega para Tee, isso em espaço público de uma lanchonete. Só que Tee tá sua linda namoradinha, sua paixão adolescente. A garota fica envergonhada (e revoltada) e acha que Tee é gay: onde já se viu? eu tava desconfiada... E ela sai correndo do local, totalmente desolada - depois veremos que não foi bem assim... Mork acha que estragou o namoro de Tee, e se sente culpado - ele não desejava tanto drama, tanto sofrimento, queria brincar de provocar, só isso.
Tee, então, astuto e sensível que é, aproveita da fragilidade do amigo Mork. Tee o convence de algo improvável: pede para que Mork se retrate dessa vergonha que fez ele passar.
Mork terá que reparar as humilhações causadas. Tee, então, exige, com delicadeza, de que Mork finja ser namorado dele, só por "uns dias". Qual o motivo desse estranho pedido?
Tee acredita que tal situação, se socializada no Facebook, po exemplo, pode "matar de raiva" e provocar a sua namoradinha tão linda, e assim os dois acabariam retornando ao doce amor. A garota que o ama, imagina Tee (e Mork), viria correndo pros seus braços e lhe pediria algo como: "fique só comigo, ó meu lindo amor, mas antes, por favor, abandone esse garoto tão fofo".
Uma série de uma única temporada, que é típico de uma lakhon (série tailandesa), muito delicada e aborda a família de Mork com muita sensibilidade e Cuidado (Sorge)...
Fez muito sucesso em horário nobre.
*
Hiran Pinel, autor.
Quem é fã de séries yaoí tailandesas como sou, pode ficar intrigado vendo fotos do ator Singto, e estando sempre ao lado dele uma pessoa chamada P'Jane. Quem é de fato ele? Quais as tarefas deles junto a Singto? É um espécie de empresário? De auxiliar? Professor de interpretação e canto? Cuida da vida íntima do ator, orientando-o? Amenizador de conflitos gerais e especificamente com Krist, colega ator de Singto? Quem é essa figura, incomum no ambiente artístico brasileiro, pelo menos que eu conheça...

Eu sempre me interrogo: Qual é a função real do P'Jane junto ao ator tailandês Singto? (kkk)

Deve ser amigo antigo (ou mesmo contratado recentemente) de Singto e pago pra ficar ao lado dele, segurando as ondas, talvez professor de interpretação. Dizem que é amigo antigo.

A atriz Marilyn Monroe (1926-1962) tinha duas amigas (qualificadas) assim, que, cada uma, a acompanhava sempre, dava opiniões quanto à interpretação (eram professoras de formação de ator), interferia, inclusive, na vida privada, poderia ajudá-la a suportar o peso da fama etc... Eram mãe (Paula) e filha (Susan).

Será que P'Jane tem essa mesma função de Paula e Susan? Em muitas fotografias P'Jane está ao lado do ator Singto, é muito visível isso kkk Em tudo, na GMM-TV, nos fanmeentigs e fanservices (ele recolhe presentes, por ex.), na vida comum (na casa de Singto, por ex.) etc. Se bem que P'Jane ele teve pequeno papel de ator em "Sotus" e que eu adorei, por sinal - talentoso.

As amigas de Monroe também eram atrizes respeitadas, seus nomes completos: Paula Strasberg (1911-1966) que era esposa do diretor e fundador da Actors Studio (escola de formação de atores), Lee Strasberg (1901-1982). A filha dele, Susan Strasberg (1938-1999) chegou, inclusive, a estralar um filme cultuado até hoje "Féria do Amor" (Pic-Nic, de 1955, direção de Joshua Logan).

Será que P'Jane pode ser um aconselhador/ orientador profissional e pessoal, pago para acompanhar o ator 24 horas?

Acho interessante algumas as fãs brasileiras (poucas) aceitarem que P'Jane é um "apenas" um amigo desde a infância - eu que gosto de complicar, quero ir fundo, saber mais (kkk)... Uai... Eu, que não sou ator e nem famoso (é claro), tenho amigos até hoje, que se constituíram desde a infância, mas eu sou um sujeito da autonomia (sempre relativa), profissionalmente independente (sempre relativo pois preciso me atualizar, ler, ir a congressos etc.). Ou seja: estou amando esse mistério, quem é de "fato profundo" P'Jane? E o que ele faz ao lado do meu ídolo supremo, mór, deuso Singto? kkk

*

Hiran Pinel, autor.
Olho para a foto - uma imagem da infância que está, de repente, voltando sempre à memória. Você acabou de entrar na nossa casa, e pelado, deita na cama de bambu. Lá fora, a chuva está tempestuosa, e o vento forte faz tremer a porta de entrada. De lá de dentro, eu te observo. Você acabou de pegar o pedaço de batata doce cozida por mim, deixada pra você. Você a come com boca doce, e eu sei que desejas dormir bem, esquecer dos problemas de sua saúde e da ausência de sua esposa e filhos. Já faz muito tempo que eu capotei do nosso telhado, foi quando a chuva caía danada até ao chão - e você me segurou tão forte. Há muito tempo atrás, foi há muito tempo - atrás, atrás de mim e eu olhando pra trás e vendo você. Sinto muita falta desse tempo, do espaço que se transformou em lugar de afeto. Era uma casa de pau pereira, com uma folha única de taioba. Minhas irmãs, nesse momento, estão brincando com dezenas de tangerinas. Abro a porta para não te acordar e deixar meu amigo dormir, descansar desses dias de inferno que vive. Vou com elas jogar bolas de tangerinas, bem na frente da prateleira de quinquilharias que você colocou fora do quarto, agora comigo, eu vendo, sentindo meus restos atrelados aos seus. Você dorme, e já é final de noite. Do quarto eu o vejo tomando banho, e logo grita forte: eis meu nome, e o meu corpo se alegra. "- Vamos assistir as estrelas?" - você me convida, certo que aceitarei o convite. La fora, escuto umas carpideiras, pois ao lado da nossa casa, morreu o Padre Ngern, que era também pescador - pescava a minha dor. Subimos em cima de casa, no teto, e alheios ao som entristecidos dos falsos choros, você me contou mais uma história daquela certeira estrela no céu. Ao contar-me, dormi nos seus braços e no seu colo, toquei seu corpo, e o fiz ardentemente embalado pela saudade daquilo que foi, sem nunca ter sido. E você se entregou como sempre fez (e faz) aos meus apelos - pelo menos você, tão frágil e adoentado que é, tão forte e saudável que foi - tão sacana e a favor da vida que sou - que somos.

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Hiran Pinel, autor.
"A maior parte das enfermidades humanas surgem na negação do amor. Adoecemos se não nos querem, se nos rejeitam, se nos negam ou se nos criticam de uma maneira que nos parece injusto. Podemos até mesmo adoecer de câncer, porque a dinâmica fisiológica tem a ver com a dinâmica emocional” (MATURANA, 1999; p. 85).
Refletindo aqui: Qual o motivo de eu assistir sempre "Sotus" e outras séries tailandesas? Quase um prazeroso vício (kkk) De algumas séries cheguei até a comprar os DVD's...
Sabe aquilo que eu sonhava ter sido (e vivido), mas não experimentei, logo, nunca fui?
Um dos benefícios das artes, das literaturas e das poesias é esse: compensar achados e perdidos no nosso interior subjetivo.

*
Hiran Pinel, autor.
🧸
O URSINHO É FOFINHO
ELE SE CHAMA SUSSU
É AMIGO DO SEU ZINHO
QUE GOSTA DE COMER TUTU

*
Hiran Pinel, autor.
O azul me acalma
Me enerva, e me deixa extasiado
Excitado no céu
Completude lazulis
E eu aqui blue
Nascido blues
Azul...
De fome
Fome de amar!
[Hiran Pinel - autor]
3 de outubro de 2012 às 22:20
Sempre estive só
então tomei uma decisão:
- Mudarei tudo na minha vida!
Então eu comprei um par de canecas
e pretendo um dia convencer alguém
tomar comigo
chá café suco vitamina
tomar eu de mim...

* * *
([Hiran Pinel, autor]
4 de outubro de 2012 às 18:40 ·
No dia de finados, um morto passeia, bem vivinho, no cemitério da cidade. Numa crise de angústia, esse seu Morto, grita bem alto: "- Quero morrer de amor!" Ninguém o escuta, e então ele retorna ao seu túmulo, sendo abraçado carinhosamente pelo chão da terra, pelas minhocas e pelos escorpiões, dentre outros bichos agrestes. Os vivos, um dia, irão compreender isso, o de negar amor ao outro, amor físico. Mas, ainda assim, depois de mortos, eles irão gritar a mesma frase - e sem serem escutados, retornarão ao "seu lar", entre bichos e ervas daninhas - e flores mal cheirosas, deixas pelos vivos, que um dia irão morrer, irão gritar e... (kkk)
[Hiran Pinel - autor; em homenagem à série thai "He's Coming To Me", com Singto Prachaya]
Você trata a pessoa bem, senta no colo dela, faz uns carinhos, sopra no seu ouvidinho, passa mão pelo corpo dela, pagá-lhe todos os lanches, compra-lhe presentinhos fofinhos, chapá-lhe os dedos das mãos e dos pés e... pronto, ela já "se acha" e fica imaginando que a gente está dando em cima dela, que tá doidim varrido por ela. Que pessoal mais carente esse, né? Afffff... Não tenho paciência... Eu tranquilo na minha, e ela só me desejando. Cansado desses tipos de aproximações inter-humanas... cansado... (kkk).

Hiran Pinel, autor.
Quanto mais distante, mais perto
Quanto mais bem vestido, mais desnudo
Quanto mais sério, mais risonho
Quanto mais hétero, mais homo e bi
Quando mais menino, mais homem
Quanto mais tailandês, mais brasileiro...
Quanto mais talentoso, mais estrela
Quanto mais Singro e Krist, mais "couple".


Hiran Pine, autor.
"(..) só existe sua existência nua e crua, o resto é só ilusão - ídolos, frases bonitinhas que levantam seu astral, o amor pela pessoa que senta na carteira ao lado da sua, na sua sala escolar - etc. Você pode constatar que nasceu só - e que assim morrerá. No meio desse experienciar consigo e com o outro, no mundo, é que você viverá os sonhos idealizados, e acima de tudo, a vida concreta potente, seja numa dimensão positiva, negativa ou 'positivanegativa'" (PINEL, 2004; p. 104).