sexta-feira, 26 de junho de 2020

A PESSOA É FLOR QUE NÃO SE CHEIRA...

Hiran Pinel

Ligo TV aberta... 

O tanto de falcatruas em "coisas" do covid-19, e envolvendo instituições de saúde, políticos, funcionários e até citam profissões de saúde - compras superfaturadas ganha do rápido contágio do corona... 

Há anos, escrevi num artigo científico sobre eu conceito de pessoa para a "minha" Psicologia Existencialista que considera o "ser no mundo": "O ser humano é flor que não se cheira, no mais, parece ser demandado o manejo desse ser  humano perverso. Essas ações, são geralmente feitas por gentes envolvidas com o tema humanização, produzindo intervenções criticas, sociais e culturais (e outras) para (e com) a pessoa". 

Nesse mal-estar do viver, há sempre pessoas que se destacam como compromissadas, sabedoras e desejosas em humanizar o humano mau cheiroso. A partir daí até se pode "esperançar" de que "tem gente que é flor não se cheira, mas que se cuida e se perfuma".

Só que para fazer (e ter) manejamento ou gestão amorosa/ cognitiva/ comportamental/ social disso tudo que se mostra mau cheirosa, talvez seja preciso construir uma ética estabelecida e democraticamente refletida e agida individual/ grupal e coletivamente, dentro de parâmetros descritos como humanistas na sua totalidade - logo é um vivido que não nega os conflitos, as complexidades, mas uma determinação de mudanças positivas, afinal, viver é uma dialética. 

Humanismo aqui-agora descrito é o ato de considerar o humano como uma "gente prenhe de possibilidades", revelando assim um "clima de esperança", diante do "ser no mundo". 

A meta a curto, médio ou longo prazo é a de procurar, cuidadosamente, superar o seu mau cheiro. Não estou sendo romântico, há vários grupos que conseguem, até no Brasil, ainda que persistem grupos opositores fazendo falcatruas contra o povo, especialmente, contra as pessoas simples, empobrecidas, exploradas, alienadas. 

Não "falo" de opositores que objetivam recriar o mundo, resistir contra o opressão e as falcatruas e corrupçãopontuo os perversos, daquelas flores, que quando chegam o recinto de respeito, percebemos o fenômeno que a latrina não foi limpa, não foi desinfetada - não tem álcool 70 e nem máscaras. 

Por isso, tem gente que odeia prevenção ao covid-19: eles se desvelam essa flor fixada no vaso sanitário, daqueles bares imundos e nojentos, impregnados de mau cheiro, um lugar que não adianta mais limpar, exigindo sua destruição e a construção coletiva desejante de um novo prédio no lugar, em um tempo mais ético, e a boniteza de ser ético.

* * *
Hiran Pinel, autor.
Vitória, ES. - 26/06/2020.
Desde 23/02/2020 em quarentena - saí quatro vezes por questões de saúde.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

O QUE O COVID-19 ESTÁ A NOS ENSINAR?


Hiran Pinel, autor. - 10/06/2020
Vitória, ES. Brasil.


I - INTRODUÇÃO
Vou fazer uma lista de coisas que uma pandemia como a do covid-10 está a nos ensinar ou está nos ensinando - ainda. 

II - TRAJETO DA PESQUISA
Farei isso pelo método fenomenológico de pesquisa (FORGHIERI, 2001), descrevendo compreensivamente o vivido com posts do Facebook (imagens, textos, sons etc.). São posts que se referem especificamente ao tema pandemia devido ao coronavírus...

Para fazer essa lista, fundamentei-me em posts do Facebook, mas a escrita é minha, é de minha autoria e reconheço que nela há minhas análises existenciais, ou se preferirem, há minha interpretação na altura da minha idade e experiência. 

É uma lista incompleta, pois ainda não dei finalizado meu trabalho de pesquisa.

Pode ter erros de português e de digitação - e tem. Depois, de transformá-lo em artigo científico, ele irá passar por um corretor profissional. Poderíamos dizer que se trata de um "ensaio científico", e considerando "ensaio" como o que faz, geralmente, um ator,  antes de se apresentar oficialmente numa peça de teatro, então, é um texto experimental (estou experimentando ou sentindo). É um texto cheio de ensaios, erros, acertos, prazeres e tristezas etc., até que fique pronto e publica em algum órgão científico - isso se for aprovado.

Fundamentalmente, recorro muito ao Facebook para produzir ciência. 

Como procedimentos eu leio atentamentos aos posts que eu tenho acesso e escolho com intencionalidade. Aquele que aborda o tema covid-19 ou outro termo relacionado, presto mais atenção, envolvendo-me existencialmente com ele. No distanciamento reflexivo eu me interrogo: O que é e como é isso? Qual o sentido? 

Desejando citar esse texto aqui-agora produzido, favor fazer a referência correta. Não copie e cole sem dar autoria.

É uma lista não definitiva e que está em processo ainda, pois ainda vivenciamos os riscos da covid-19. Assim, é uma lista essencialmente aberta e emitida no clamor dessa vivência pandêmica.

Dividi em duas partes. 

Na primeira parte, destaco os "aspectos entristecidos", e muitos poderão entender como "aspectos negativos", mas o termo "negativo" não corresponde ao fato, pois, são coisas tristes, algumas delas, próprias dos humanos, e que, talvez fora da pandemia, a coisa seria vivida diferente, de modo mais positivo. 

Na segunda parte, destaco os "aspectos alegres e prazerosos" que está, por ora, em aberto, simplesmente que estou ainda descrevendo e analisando, considerando os tais posts postado no Facebook. 

Recordando novamente, e repetindo: a lista está em aberto, não é determinista ou dona de verdade alguma, ainda que a escrita possa parecer. Por ora, não é uma lista quantitativa indicando a maior ou menor frequência, mas, é essencialmente qualitativa, isto é, é descritiva, compreensiva e até analítica. Minha intenção é produzir, ao final, uma quantidade também.

Outra informação: virei sempre aqui para produzir mais dados, fazer correções. Recordando: isso é um ensaio, e ensaio nesse sentido já descrito.

III - RESULTADOS E DISCUSSÃO
III.I - Aspectos entristecidos
1) que a morte está perto da gente, e pelo motivo mais torpe; 2) que a morte é fácil - pega no respirar do outro; 3) que não sendo morte, é dor - da mais leve (nem percebemos ela por perto) à mais potente (tendo que ficar internado 10 a 20 dias, entubado) em respirador mecânica; 3) que o que imaginávamos ter um serviço de saúde adequado, não é tanto assim, faltando muitos materiais; 4) o quanto um aparelho vital ao viver humano, chamado respirador mecânico, é tão caro; 5) que as políticas públicas tem atendido aos mais diversos interesses, dos mais escusos até as menos, mas que a saúde não tem sido a meta; 6) que ficar idoso nem sempre é uma experiência bacana de se viver, e que de fato, muitas vezes, mesmo que nem sempre, quanto mais velho em idade, mais danos sofre o organismo e isso aberto às doenças e a morte física fica mais próxima; 7) a solidão do idoso ficou estampada no corpo, alma e mente dele e dos jovens e adultos e idosos arrogantes, que o desprezam; 8) que os jovens desprezam os jovens, mesmo sabendo, que se tiverem saúde, serão um dia velhos, não construirão amizades significativas, e ficarão idosos, isso se seus amigos sinceros estiverem na mesma idade deles; 9) a solidão dos idosos deveria ser um motivo para a sociedade se interrogar: a) O que os idosos fazem para não conseguir amizade e afiliação dos filhos e outros parentes, por exemplo?; b) Quais as dificuldades dos idosos e dos jovens em fazerem amizade entre si?; 10) o covid-19 "me" ensina a valorizar aquilo que chamamos de "lar" - uma casa ou um espaço privativo para se viver, deve ser uma meta política prioritária de uma nação, com todos tendo o direito mínimo de ter um espaço, para ele ser transformado em lugar de afeto, e essa pode ser uma das razões para ter tanta gente que "não para em casa", indo pra rua e se expondo à doença, que pode ser mortal. Notemos que há gente com boa casa, carro, internet e outros confortos que não suporta ficar em casa. Há pessoas muito humildes, com uma "casinha pequenina" que fica. Mas, há milhões de empobrecidos que ficariam em casa se tivessem uma casa para transformá-la em "lar" (aconchego, segurança etc. - que são coisas construídas na história e na sociedade, e que são muito fortes, pelo menos no Brasil); 11) que numa pandemia problemas psicológicos emergem como depressão, perversão, psicopatia, megalomania, nervos à flor da pele, violência doméstica no geral, aumento da ilusão que passa a ser considerada entre real e fantasia, necessidade acentuada de apoio emocional etc.; 12) aumento de uso de psicofármacos calmantes e ou agitantes; 13) aumento do uso de bebidas alcoólicas; 15) aumento de uso de drogas ilícitas; 16) desespero existencial revelada em grupos deprimidos e ou agitadíssimos; 17) vazio existencial - a pessoa fica procurando um sentido de viver, e não o encontra; 18) possibilidade de irromper ideias suicidas; 19) vizinhos, sem desconfiômetro, começa a impor sua ideologia de sua moradia como som alto, tipos de músicas, imposição de sons religiosos, tocar um instrumentos para todos os morados, sem a aprovação desses, sons que representam ideologias políticas, especialmente as radicais etc.; 20) revelações perversas, que antes estavam adormecidas ou negadas até intencionalmente como racismo, sexismo, contra a população LGBT, contra indígenas, contra cotas em vestibulares, mulheres (em geral), contra idosos, contra crianças (eu li um post contra crianças com câncer dizendo que elas era um pé no saco e que deveria ter um anestésico para matá-las), contra a mulher ser uma figura que sustenta, até economicamente a família etc. 21) alta resistência em entender aspectos claramente lógicos (cognitivos), pois o emocional impede isso: por que os negros tem direito a cotas nas universidade e empregos? Não conseguem dialogar isso... Nem dialogar... Odeiam o diálogo que é inconstante, não sólido e que se faz ao fazê-lo; 22) o ódio ampliado contra os grupos que se denominam ateus, que por sua vez, é um grupo, que quando radical, a todo instante ficam "provando o óbvio", e o fazem de modo constante, e por outro lado, os cristão ficam insistindo na sua ideologia salvadora e que que Ele existe de fato concreto; 23) de que há políticas de Estado que pode atuar contra a saúde do povo e que isso não aconteceu no nazismo ou no fascismo, isso pode acontecer em quaisquer lugares; 24) que a escola e a professora fazem falta à dinâmica do lar, e que os pais, mesmos os graduados em ser professores, não dão conta dessa tarefa; 25) encontrei numa post, uma mãe dizendo, que de fato: "eu sou professora e não sei nada... Vou ensinar matemática, para meu filho, coisas que eu ensino pra série em que ele está e eu confesso que não sei... Deve ser por eu ter péssimo curso de pedagogia, deve ser" e ao final coloca kkk... Deve ter colocado gargalhadas só pra não chorar (kkk); 26) No caos social de uma pandemia há informações, que são, de fato, contraditória; 27) que nesse mesmo caos de uma pandemia, pelo emocional que nos pega, ficamos com o nosso cognitivo e corporal embaçados, coisa de que nos impede entender racionalmente uma informação na área da prevenção; 28) passamos a ter ódios de vizinhos, e qualquer coisa que acontece (arrastamento de móveis, por ex.) é motivo ou desejo de odiá-lo; 29) aumento de quadros patológicos da esfera da alimentação como o aumento do "ato do comer exagerado" ou "do comer muitíssimo pouco" podendo vir acompanhado de somatizações do tipo dores de cabeça, preocupações com doenças e ter que sair de casa expondo-se aos riscos, vômitos, dores de estômago, descontrole da diabetes, por ex. etc.; 30) depressão suicida sutil - sair de casa entrando em contato com grupos imenso e não obedecendo atos recomendados de higiene e comportamentos adequados contra o covid-19 etc. Tudo isso sem explicitamente desejar morrer, mas ainda assim "morrendo"; 31) (estou ainda a descrever... Vou acrescentando de modo gradual às minhas descrições e análises compreensivas dos posts) ...

III.II - Aspectos alegres e prazerosos

IV - CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
FORGHIERI, Yolanda Cintrão. Psicologia Fenomenológica; fundamentos, método e pesquisas. São Paulo: Pioneira, 2001.