segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESPERANÇA, PERSISTÊNCIA E PERSEVERANÇA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL HOSPITALAR

Hiran Pinel, autor.

seu clima
seu estilo
seu espírito
sua concretude
seu processo ensino-aprendizagem encarnado

"MODOS DE SER" DO EDUCADOR/ PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL HOSPITALAR (ESCOLAR E NÃO ESCOLAR).
Hiran Pinel, autor
Há três "modos de ser" do educador/ professor de Educação Especial Hospitalar (escolar e não escolar):

[1] ESPERANÇA ("modos de ser da esperança"; esperar pelo sucesso educacional, considerando o próprio sujeito, e não o comparando com o grupo de sala ou grandes grupos normatizados ou diferenciados; a medida quantiqualitativa é o aluno mesmo; descrevemos um esperar confiante; ser da esperança de que o "processo ensino-aprendizagem encarnado" possa cuidar de si e do outro);

[2] PERSEVERANÇA ("modos de ser da perseverança"; não desiste com facilidade; fato: nunca desistir, nunca; perseverar no "processo ensino-aprendizagem encarnado") e...

[3] PERSISTÊNCIA ("modos de ser da persistência"; insistência em educar/ ensinar; em fazê-lo quantas vezes for necessário; persistir em criar e recriar o "processo de ensino-aprendizagem encarnado").

Tais modos se concretizam no cotidiano quando a esperança, a perseverança e a persistência fazem parte do ser da equipe de saúde, dos voluntários do hospital e da família, por isso vale a pena o professor de Educação Especial não escolar ensinar tais modos (de ser), que nem sempre é pertencente a uma "didática formal e tradicional", através de aulas desses três conteúdos, mas pelo "processo ensino-aprendizagem encarnado" prenhe mesma da vivência (encarnada), sem jamais abandonador os conteúdos propostos pela cultura - que podem ser carne; podem ser sentidos na pele, alma, mente; que se autorize, tal processo, a nascer "disso-daí-mesmo", considerando todo o pessoal da instituição de saúde, do lar, da escola regular, da comunidade e da vida mesma.
* * *
Vitória, 24/06/2019.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

FELIZ ANIVERSÁRIO
São seis horas e sete minutos
Eu não me atrevo a sonhar nem de longe
Então, há um lugar em mim chamado coração
Tempo e espaço definidos, finalizando a viagem de ser
E tem algumas pessoas em pé ali, e apenas eu me olho
E continuo a me deixar solto, esperando o adeus
Sou apenas a última pessoa que ele não sente falta
Entrei naquilo que eu não deveria ter entrado - lástima
Apenas isso é bom o suficiente para o meu cansaço
Apenas sendo a última pessoa que ele vê
Eu me perco no estar com meus nos olhos frios
Isso é apenas muita felicidade vivida agora - só agora.
É um pequeno grande homem
Ele ainda está no meu coração
Está com medo de me perder
Mas eu viajo longe e o abraço sempre
Daqui a pouco tudo termina
em um sorriso e um abraço
em uma esperança conquistada
e um corpo falhado - uma respiração grata.
Feliz aniversário, digo a mim mesmo.
Eu mesmo respondo:
- Este é o seu aniversário
Isso aqui é o seu sonho.
***
Hiran Pinel, autor.
Em Vitória, ES. - 06/06/2019, à meia noite. Ficção.

Minha casa em Lajinha, MG., vivia cheia de livros, e não sei até hoje o motivo disso, o dos meus pais amarem livros. Um dia, mexendo neles, encontrei um desses muitos livros, intitulado "Meninos Sem Lar" (1944) de Anna Freud e Dorothy Burlingham, da editora Agir, edição capa dura. Eu nem sabia quem era cada uma das escritoras, mas conhecia de nome (e o respeitava) Sigmund Freud, pai de Anna, assim como também não conhecia amor que (co)movia as duas autoras - só vim saber, e bem depois, graças do dicionário de Roudinesco e Plon, que por sua vez, levou-me a mais livros, e que eu as biografei em um livro meu, já publicado. Fiquei impressionado com o título da obra, só o título. Como eu era bem jovem, fiquei imaginando, que o título era uma 'mensagem' (risos) da minha família pra mim - algo subliminar, algo persecutório, algo que eu inventava como 'ser no mundo', minha narrativa melodramática, a mesma que me levou aos filmes, às séries de TV, à ficção literária e poética, à música, à dança, pintura, desenho, vídeos, histórias em quadrinhos, fotografias etc. Sempre fui um homem sem lar, por isso sempre fui um conquistador do outro. Eu amava o outro e seu lar ou que tivesse um lar, mesmo sendo ele (o lar) conflituoso, no peito desse outro, por isso, esses outros sempre me sustentava, eu me acoplava a eles - me colava com aquelas colas baratas chamadas grude, que se produzia no fogão, algo da dimensão do possível "descalque", caso não desse certo. Eu sentia que era um jovem sem lar, mas me acostumei com o lar dos outros, daqueles que eu amava e me amavam - eles eram meu lar, eles me tatuavam a pele, morada do meu ser sendo com o outro, no mundo - uma casa que fazia uma travessia para um lar, o amor, a felicidade e a memória. Isso é uma experiência altamente positiva, nunca deixei de amar: amar e ser amado pelo lar presente no peito (e pernas) dos outros. Sou capaz de fazer uma pequenina, mas significativa lista, com os nomes de cada uma, e até de cada um (risos suaves), e até o grau do envolvimento dentro de cada lar, pois, afinal, contemporaneamente, sempre fica alguém lá no alto estrelar, o meu rei e ou rainha Sorge. Eu só não faço tal lista, por guardar cada nome, que lhe é próprio, em meu peito tatuado. Tudo isso é experienciado nas minhas pernas, minhas entranhas, meu corpo total - organismo, afeto, cognição, a sociedade, cultura e história mediados dentro de mim, numa melodia onde tudo é fincado, entranhado, 'hibridizado'. Tem coisa na nossa vida que pode ser um segredo não revelável, pois o melhor do nosso existir é a lição que podemos extrair, de modo cuidadoso, do nosso vivido. 

Hiran Pinel...
Escutei na TV (e esqueci onde [1]) que a China Popular adota uma "Política dos Três Nãos" ou "Política dos Três Não" acerca de temas delicados e ameaçadores para a nação: 

1. NÃO PERGUNTE - sobre determinado tema incômodo do sistema, do país. Por ex: a arte não deve levantar questões sobre o sistema político, o uso de drogas, cigarros e bebidas, a prostituição, sexo antes do casamento etc.); 

2. NÃO ESTIMULE - ou seja, não revele interesse pelos temas que incomodam ou perturba a nação. Despreze tais telas, e tudo que possa vir aparecer da estimulação (obras de arte, por ex.). "Finja" que você nem sabe sobre tais temas, isto é, o tema existe, e isso já está bom, chega, está de bom tamanho, nada de comentar; não faça propaganda; não socialize; não faça séries de TV e webséries, cinema, música, teatro etc.); 

3. NÃO CONDENE - no sentido de não julgar o tema, não rotule os temas como péssimo, imoral etc. -Parece ser claro, que se vc o fizer estará perguntando e estimulando. 

Essa política deve ser levada a cabo no cotidiano de cada cidadão, mas, como nem sempre é respeitada, surge a censura e as punições do Estado diante da desobediência, e pode ter até punição severa, tem vez. Para criar modelos e exemplos de punição, pratica-se a excessiva rigidez e socializa, servindo de alerta para o que não se deve fazer.

*

[1] Encontrei sobre essa política, descrita em outro contexto diferenciado da censura de obras de arte, em texto da Associação de Diplomatas Brasileiros (ADB), uma revista: ano III, número 23, 05/95, ISSN: 0104-8503. página: 04. Texto de José Vicente da Silva Lessa, cujo título é: "China Mil expressões". Disponível na internet, em sítio ADB.




Para entender a censura de obras de arte na China Popular como ocorreu com a websérie "Addicted" (ou: "Heroín") obra de 2016 e cujos produtores foram Chai Jidan e Ding Wei. E dá pra compreender como essa mesma obra poderia até ser festejada por Taiwan, Macau e Hong Kong - parte integrante da China, uma única nação. Esses três últimos Estados, foram devolvidas à mãe-pátria chinesa no ano de 1997 - antes eram gerenciadas por Inglaterra (Taiwan e Hong Kong) e Portugal (Macau). Tais Estados terão semi-autonomia até 2047, tendo várias liberdades políticas reconhecidas, bem distintas de Pequim. Daí as diferenças na esfera da censura a obras de arte, por exemplo.

LEMA: "Um país - dois sistemas"