quarta-feira, 26 de dezembro de 2018




HOJE EU ACORDEI MEIO "ARTE-YAOÍ"


1) sendo estudante por profissão - e se puder usar o uniforme como fetiche; 

2) um rapaz oriental e imberbe - talvez tailandês, japonês, sul-coreano, filipino, vietnamita, chinês etc.; 

3) com uma namoradinha lindinha e que acaba virando vilã, pois passa a fazer exigências pra que o namorado fique com ela, e não com o "amigo" dele; 

4) "conhecendo" um "amigo", preferindo estar sempre com ele, afastando-me da namorada - o que a deixará com magoada ou com raiva, mas nada será centrado nela, mas em mim e no meu "amigo"; 

5) dividido entre ser Uke (a mulher que o homem porta em si; espécie de "esposa") e Seme (o homem potente de todo homem porta em si; espécie de "marido"), de acordo com a representação social de dada cultura e sociedade sobre marido e esposa;

6) muito ingênuo, um santinho; 

7) amando, mas sem praticar sexo, pelo menos de modo explícito... ; 

 8) sem dar beijo profundo no meu amigo, só no selinho, quando existe beijo, o mesmo acontece com a namoradinha; 

9) com cabelos grandes, lisos e com franja - bem penteadinhos; 

10) sem perceber que a subjetividade ou o seu "eu" (Ego, Self) também é produzida na sociedade e cultura; 

11) alienado e sonso; 

12) com as mulheres, loucas e febris, gritando por mim, mas eu pensando só no meu "amigo"; 

13) cheio de clichês como, por exemplo: falando frases feitas, frases prontas, gestos repetidos e que se espera de mim como dar comida na boca do meu "amigo", numa brincadeira um cair em cima do outro, seu ser mais masculino ou feminino e ele não ou sim (de acordo com a cultura e sociedade) etc...

** ** **
Hiran Pinel, autor. Parte superior do formulário

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Hoje eu acordei meio [1]...

"YAOÍ"
 
sendo estudante por profissão; rapaz oriental e imberbe, com uma namoradinha, e que em breve irá "conhecer" um amigo, preferindo esse último; dividido entre Uke e Seme; muito ingênuo; amando, mas sem praticar sexo explícito; sem beijo profundo, só no selinho, quando há; cabelos grandes com franja; sem perceber que a subjetividade acontece na sociedade e cultura; as mulheres, loucas e febris, gritando por mim - e eu cheio de clichês...

* * * 
NOTA 1: meio = ao estilo, no clima psicossocial...

NOTA 2:  yaoí tem muitos sentidos; eu gosto: é uma novel (novela) que pode gerar um roteiro para produção de série, anime, mesmo fotografia, desenho, pintura, música, dança etc., mas por si só é literatura, poesia e arte ao estilo. O texto yaoí aparece narrando a amizade (que depois pode se transformar em amor ingênuo) entre dois caras, com idade situada entre a juventude e a adultice, sem sexo, sem pornografia... é uma narrativa da "primeira vez", do "primeiro amor.".. Pra mim é isso, e o que for além disso pra yaoí eu posso dar um outro nome... tentando dar significado a um tipo de arte na novel (literatura) que é o chamado movimento yaoí que é bem complexo, a própria nomeação não é popular onde foi criada e vista com certo desdém, Japão etc.. Tem toda uma híbrida história o movimento literário e artístico (novel que pode gerar roteiros de cinema e série, fotografias, desenhos etc).

AUTOR: Hiran Pinel 
O "FAN-SERVICE"...
"Fanservice" ou "fan servive" ou "fan-service" ou "serviço para as fãs".

Trata-se de uma espécie de continuação da série só que "fora da tela", em outro "palco", palco esse que pode ser qualquer espaço, como em uma loja do shopping, em um saguão do aeroporto etc. 

É o "fanservice" um tipo de prática de teatro, cujo roteiro vem da série (que tem um autor), em os protagonistas, estando diante das fãs, acabam por se recriar o texto original, com mais autores, autores que ali são os atores propriamente ditos e as fãs. As fãs  pedem pros ídolos/ atores fazerem poses diferentes das séries (ou poses que complementam a série, que vão além), pedem para dizer coisas que completam a série etc. Emerge um segundo roteiro.

Por exemplo, elas querem saber se os dois protagonistas são casal na vida real; se eles se amam apaixonadamente; se já transaram sexualmente etc. Elas não gostam de saber que eles são héteros (mesmo isso sendo bem evidente), e nem que têm namoradas. No "fanservice" amplia-se a fantasia das fãs, a sua alienação, o seu afastamento do real. 

O "fanservice" interessa à TV, pois amplia a popularidade do programa, pois as fãs filmam e postam no You Tube, em blogs pessoais etc. 

A rede de fã clube é poderosa, havendo uma profissionalização daquelas que são líderes, podendo mesmo serem contratadas pelas TV ou pelos ídolos - sendo assim uma peça fundamental da engrenagem da indústria do entretenimento.

Os ídolos fazem uma série que está sendo famosa. Eles já são  funcionários da TV, são pagos para  fazer isso (a série). 

O fanservice é um outro trabalho do ator. Estando ele fora da TV, ele representa ou super-representa o personagem misturado com ele mesmo (a sua pessoa) e passa a agradar as fãs. 

As fãs dão presente e mimos para os ídolos, inclusive dinheiro, joias de ouro, roupas de marcas etc. 

Os presentes que dão pode ser considerado como uma espécie de "pagar ingresso de teatro", um estranho teatro ou um teatro do povo. As fãs produzem um roteiro, fazem entrevistas "obrigando" aos atores dar respostas desejáveis a elas. 

Há notícia de fanservice em que o ator recebeu muitos presentes caros, como ouro, carro e até apartamento... 


NOTA: Hiran Pinel, autor.
O AMOR MORRE, SABIA?

Revendo "Our Skyy - The Series", Episodio 4, dedicado ao "couple" Pete & Kao. 

A cena onde os dois experienciam a morte é a mais inusitada e profunda dessas séries de amor ingênuo, amor da primeira vez - isso eu tenho definido como uma das características de série yaoí thai.

Os dois se fingem de defuntos, e a mulher, uma profissional da morte, prepara os corpos dos dois amantes para serem cremados.
Eles deitam em um lençol branco já usado por um morto verdadeiro - dá pra sentir o cheiro denunciado por Pete, tão boas as interpretações do jovens atores.

Mesmo com ritmo ligeiro de comédia, dá pra perceber, na cena, que o amor é finito, efêmero, escapule pelas nossas mãos.

Eu percebi algo maior: há algumas pessoas que NUNCA puderam amar um outro de verdade, amar com beijos e abraços, com mãos dadas, dando comida na boca da outra, fazendo sexo amoroso gratuito. Isso é simbólica morte, pelo menos na nossa sociedade que legisla sobre a vida privada, e com isso, o amor.

Mas há os sortudos, selecionados e escolhidos pelo amor. A morte está sempre ali a esperar os amantes que estão vivos pelo amor, esse mesmo amor que um dia lhes faltará, assim como um dia nos faltará o oxigênio e morreremos concretamente.

Essas séries não são idiotas, ela vão fundo, tudo depende do espectador se envolver ou não com os detalhes de uma obra de arte.

Nunca tome uma série yaoí como algo ralo, pueril e juvenil - no seu pior sentido. Nunca, pois são justamente os personagens ingênuos (na tela e na vida real) que desvelam a mais profunda dor, histeria, euforia, tristezas, prazeres, vidas cheias de denúncias do maléfico e anunciamentos daquilo que é belo e bom - e bem.

No ingênuo as pernas ainda tremem frente ao inusitado amor. Já maduros já nós esquecemos disso, fomos idiotizados...

Um dia Pete e Kao ficará como nós, adultos e com isso, muito rígidos, moralistas e insensíveis. Imagino eles já bem adultos e talvez idosos, duros como pedras, mas se o escutarmos ainda poderemos sentir que encontram forças para se queixarem e ainda dirão que sonham como eles o foram ou nem de tanto tempo, nem sabe se o foram mesmo... kkk

NOTA: Hiran Pinel, autor.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

MELHOR PRESENTE DO DIA DE NATAL FOI TER ASSISTIDO (COM LEGENDAS FEITAS PELAS FÃS BRASILEIRAS) DO 5o EPISÓDIO DE "SOTUS" EM "OUR SKYY - THE SERIES"... AGRADEÇO AOS "CÉUS DAS OBRAS DE ARTES FUNDAMENTAIS" (KKK).... 48 MINUTOS DE REFINAMENTO ARTÍSTICO: DELICADEZA E CUIDADO.

FELIZ NATAL, AOS ATORES TAILANDESES SINGTO PRACHAYA & KRIST PERAWAT... 

HIRAN PINEL - "FÃNZÃO".
MEU NATAL PREFERIDO...
 
Hiran PINEL

Melhor Natal seria impossível, esse está sendo demais, maravilhoso... Como poucos... Na minha solitude, eu durmo embalado por uma obra de arte de exatos 48 minutos: "Sotus" em "Our Skyy", Quinto Episódio. 

Agradeço aos fãs brasileiros que legendaram, bom Natal pra vocês. Feliz Natal, ó Tailândia, que é uma nação majoritariamente budista, tem poucos islamitas e outros, inclusive bastante cristãos... Tempos e espaços de religiões - ódios, vinganças, bombas, sexo, punições, pecados, culpas, brigas por discursos inventados, amores (im)possíveis, policiamento dos corpos do outro e os assassinatos... kkk 

Desejo um Natal mavioso aos meus ídolos, Krist e Singto, a direção desse episódio e toda a equipe... Benzodeus (kkk)... Nossa Senhora d'Aparecida - a santinha do Brasil (kkk)... 

Agradeço à minha solitude, justo a que eu reinvento a cada dia, e o prazer que aumenta... É uma satisfação total, da minha "carne toda", viver um Natal assim. Amém (kkk).

A minha vida continua uma merda, mas essa série deu um impulso ilusório, incrementou meu imaginário, o de que, um dia, quem sabe, posso melhorá-la positivamente, retirando-a da sarjeta, lugar de onde ela se encontra estirada, com um tiro no peito. Talvez eu produza isso no leito de morte (kkk) - Quem sabe onde irá meu pensamento? Quisera saber aqui-agora...

NOTA: Biografia ficcional (kkk); em 25/12/2018; as 01:36 da madrugada...
KRIST E SINGTO: "MODOS DE SER" ATOR NO MELODRAMA E NO DRAMA.

Hiran PINEL

O melodrama ainda é o melhor meio para se revelar um "grande ator", e esse é o caso do ator tailandês Krist Perawat, no personagem Arthit, de "Sotus", na série "Our Skyy" (5o episódio). 

É de longe o melhor episódio, pois mais maduro, e é a melhor interpretação de Krist, até porque o "cinema de lágrimas" ajuda, na tela, aos histéricos, aos "ukes". O que é "uke"? Nas artes (série, cinema, mangás etc.) são os homens que portam em si, como potência, o poder feminino. "Uke" é mais do que ser passivo, submisso ou submetido, mais do que escravo que se escravizou ao seu bel prazer. "Uke" é descontrole: um gato que vive a reclamar cuidados, logo é ativo em seus queixumes, é um mandão. O "uke" só o é, pois tem seu outro lado indissociado, o "seme", logo sem a rigidez de papel, "uke" (e "seme") tem sua riqueza constrangedora e altamente provocativa, dependendo o roteiro. O termo "suke" engloba "seme" e "uke", mas se atentarmos, vai além.

Veja que Singto, parceiro de Krist, opta pelo drama, e não pelo melodrama. O drama é o que lhe "cai bem" como Kongpob, sendo um "seme", ou seja, um homem que porta em si a força masculina, força essa, que só existe, pois é interligada com aquele homem com potência feminina ("uke"), seu complemento. "Seme" é mais do que ser ativo, dominador e autoritário - pode ser um algoz que deseja escravizar para ter prazer, e ficar preso a isso, a esse papel, que na sua carne não é rígido, mesclado de alegria e dor também. "Seme" é controle: um gato que adora cuidar, e ao fazê-lo, cuida das artes do cuidado.

Assim como Roberto Carlos cantou para que salvássemos as baleias que do mar estavam desaparecendo (kkk), eu vos imploro prezado leitor, salvem esse casal (couple) da/ na Tailândia, que é também do Brasil e de todo o "mundo e universo de tudo que há" (kkk)... Salvem Arthit e Kong... Sejamos seus fãs, suas fãs... Prêmios pros dois.
 
NOTAS:
* Uke e Seme, que na prática são indissociados, pois um depende do outro... São termos cuja origem japonesa, muito popular entre os fãs (otakus - eu sou kkk), quase uma gíria para passivo (uke = receber o ataque; abocanhar) e ativo (seme = atacar; agir; tomar decisão de). 


** Na Psicologia Profunda de Carl Gustav Jung eu recorreria a quatro termos, dois "termos casais": I) Ying e Yang; II) Anima e Animus. Jung traz termos mais criativos e aprofundados na pesquisa clínica.
O AMOR SEMPRE TERMINA, ENTÃO APROVEITE E ME ABRACE...

Hiran PINEL
 
Assisti outra vez aos personagens Kong e Arthit da série "Sotus" em "Our Skyy" (5o episódio), só que agora com legendas - antes ao natural, na língua thai. Confesso que são duas percepções diferentes, nem maior, nem menor - diferentes. 

Singto e Krist, os dois atores, dão show de interpretação, são estrelas, mas grandes profissionais. Jovens, hoje maduros na esfera, e não os tomem como tolos, pois não o são.

Na famosa cena de "choro descontrolado", Arthit bem feminino/ "uke", sem legendas, tive que eu mesmo criar o diálogo, e eu amo fazer isso - imaginar. Nessa minha criação eu optei por um melodrama mais íntimo dizendo-me que é um definitivo rompimento, tipo "os dois ficaram amigos" - Kong no papel de "marido/ seme" que ele é, sempre no controle. 

Na segunda vez, com legenda, aparece um Arthit que se desvela desesperadamente apaixonado, sem recursos psíquicos para sobreviver, achando que se um dia tudo termina, e se termina, por que não terminar agora? É que ele afirma. 

Kong não aceita, mas aceita. Kong fica, mas não fica; Kong chora, mas não chora - mas ambos sofrem de uma estranha melancolia frente às possibilidades de terminar um amor no auge dele, mas sabendo que um dia esse amor terminará. 

Vamos confessar uma coisa? Todo amor termina mesmo, amar pode ser vida, mas logo no começo dele já pressentimos o final, o adeus - sinais de sua morte... Isso é mala, é chato demais, e os motivos são os mais torpes e baixos diante de sentirmos sua efemeridade vindoura. 

Motivos para o término do amor? Pelo menos um... Pode ser que um dos dois, se apaixona por um terceiro, geralmente mais jovem. Você fica excitado sexualmente pelo outro que é mais jovem e você nem tanto mais (kkk). Termina-se uma relação antiga por uma atual motivo de sua ereção, e quanto mais idoso, menos o cara aceita isso, mais a precarização do ego se estampa. Termina-se anos de casamento por uma excitação mensal kkk É uma vida presa às pílulas azuis - ainda bem que elas existem kkk Sacanagem kkk... Que vida de miséria, por um pouquinho do esperma, uma ereção matutina, por palavras como "amorzinho", "mô", "nunca nosso amor terminará" (kkk)... - tudo se finita kkk... 

Vida de merda, eu repito. Somos bosta, somos nada. Somos flor que não se cheira, perversão pura é o que somos. Mas, como diz Kong, no meio do roteiro, e com olhar terno o faz para Arthit: Aproveite e me abrace, pois não sabemos se teremos outra oportunidade pra isso... kkk

***
NOTA: em citando, referende obedecendo a ABNT ou outro sistema oficial como a APA, por ex.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

COR VINHO DO SER NO MUNDO
ANALISANDO, DE MODO FENOMENOLÓGICO, PARTE DO EPISÓDIO 13 DE "SOTUS THE SERIES".

Hiran Pinel

O episódio 13 de "Sotus The Series" (1a temporada), corresponde ao final da "novel" que deu origem ao roteiro da série. Trata-se da "cena do casamento do ex-hazer P'Tum com a enfermeira". Os convidados têm que usar alguma peça da roupa que contenha a cor vinho - que em determinadas culturas, pode simbolizar algo como o amor, a paixão, o inebriamento, a (com)paixão, desejo e coragem de mudar o que está estagnado. O "couple" vai comer em um boteco de rua, e depois, se dirige à ponte Rama VIII - aí temos certeza de que estamos em Bangkok, na Tailândia. No meio da ponte, com música romântica ao fundo, com doces flash back, o espaço parca e estrategicamente bem iluminado,  o casal ("couple") transforma aquilo ali em "lugar vivido" (algo como seu lar), e o fazem pelos corpos, roupas, penteados e pelos diálogos inesquecíveis pautado por um ser e outro ser, "um que manda e outro que obedece" e que ali isso se diluiria, e então - se beijam... O ator Singto, na pele de Kongpob, ao final do beijo, sim, ele sorri, isso pela experiência inusitada. Por que inusitada? Ora, conta-se no meios dos fãs, que a cena indicava que eles dariam "apenas um selinho", um leve encostar dos lábios - nada mais do que isso, mas Krist, na pele de Arthit, sem avisar ao colega ator, beijou-o de fato - com a boca suavemente aberta, dando entender algum contato de língua, carícias etc. Singto se sentiu incomodado por desrespeitar a ordem do diretor e do roteiro, mas ele não quis interromper a cena, seja por respeito à Krist, afinal seu colega estava dando o melhor e de si e de como "entendeu a cena", bem como pelo gasto de tempo na repetição (da cena), o que, de certo modo, prejudicaria toda a equipe de filmagem. Singto prosseguiu, mas no processo do beijo, como estou a contar-lhes, ele começou a sorrir levemente, indo, mesmo sem querer, construir psicossocialmente um outro sentido para a cena e série: os dois personagens masculinos se entregaram à ingenuidade da primeira vez, o da vivência "disso-daí-mesmo", uma das características que mais gosto em série yaoí, talvez a mais vital, na minha opinião, a mais comovedora, a mais arrebatadora. O leve riso do prazer e da timidez de Singto corresponde ao olhar de descoberta de Krist - assim as pessoas dos atores e dos personagens parecem ter se misturado, imbricado, tornando a cena complexificada. Foi isso que deu à cena seu ar Cult, algo inesquecível e passível de cosplays por fãs como eu sou. Por isso, eu fã de obras de arte, uma boa série me faz esquecer da desgraceira do cotidiano real. Sem a ilusão e o sonho, que uma obra de arte nos evoca, não há o real, pois a realidade demanda "projeto de ser", e sem o real, a fantasia não se torna concreta e nem presente, uma presença no sentido de provocar a si mesmo (e ao outro) algumas possibilidades de "ser no mundo". Em síntese, a realidade e a fantasia compõem o mesmo polo que pode dar sentido de viver do ser humano, um "ser no mundo". Nesse processo vivido, então somos frágeis/ fortes, finitos, fluidos, sonhadores, sólidos efêmeros - sim, isso é o que somos, sendo com o outro, no mundo.

sábado, 15 de dezembro de 2018

A canção "Totalmente demais" (de: Composição: Arnaldo Brandão, Robério Rafael e Talvinho Paes) com Caetano Veloso, que alguns dizem, dá a melhor interpretação,  tem um texto estranho, ao descrever a "moça descolada" (moderna, descompromissada, sexualizada, divertida etc.) como aquela que "FAZ AVIÃO"... Mas, que raios é uma mulher que "faz avião"? 
  

RESPOSTAS POSSÍVEIS:

"Faz avião" pode ter três sentidos: 

1) faz a linha lindona, e não dá confiança pros boys, de tão linda que é ou se acha; vem da gíria: "essa mulher é um avião" (grande e linda); 

2) faz comércio de drogas, vende-as de modo tão rápido como um avião, negocia urgentemente e pronto; leva drogas, as porta - mas não é a vilã da história, é uma laranja, uma vítima, é um avião por pressão ou por desejo (comprar coisinhas, muambas, comida pros filhos etc.).; 

3) faz sexo rápido, dá uma rapidinha, talvez em troca de uma droga.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Assisti a uma maratona de vídeos de fanservices feitos pela fãs, tendo sempre como protagonistas os atores Singto Prachaya e Krist Perawat - que são eles mesmos, os personagens (Kongpob e Artith) e outros mais, "diferentes eus". Depois de assistir, fiquei a pensar que tipo de artigo científico pode emergir desses dois, dos vídeos... Por isso, resolvi fazer uma das possíveis análises desse couple (casal) que shipei (torci pra ficarem juntos):

KRIST - extrovertido, fogo e fogoso, tormenta, angústia acentuada, hiperatividade, ciumento ao extremo e não esconde isso, ao contrário, explicita. Há uma mulher escondida dentro dele e que sai como uma fera ferida. Tem algo do "uke" (ser submetido ao seu bel prazer). É o "deus do Fogo" - dos Infernos...

SINGTO - é introvertido, gelo e aparentemente controlado, tranquilidade, angústia comum, ações planejadas e cuidadosas, ciumento ao extremo, mas esconde isso, não traz a lume de modo claro e inequívoco. Há um homem escondido dentro dele e que sai para proteger quem o ama. Tem algo do "seme" (ser dominador ao seu bel prazer). É o "deus da Água" - Celestial...

***

Parecer da minha clínica (kkk) - afinal eu que descrevo, o problema é meu (kkk): 

Por isso o "couple" faz tanto sucesso, mexe com nossas ideias (construídas com o outro, no mundo) de ativo-passivo, mocinho-bandido, bom-mal, branco-moreno, uke-seme.

A dicotomia que os dois representam, respaldados nos roteiros de "Sotus" e "Sotus S.", nos fansevices o fazem misturados e híbridos, mas que ainda assim é preciso cuidado ao criar tal afirmação.

O talento de ator de ambos, complicam mais essas representações em nosso existir ser no mundo: O que é verdade ou mentira? O que é interpretação ou real?

O sucesso deles se dá nesse entre-lugar de invenção: eles são o que desejamos que eles sejam, pois sendo profissionais, respondem aos nossos desejos. Nós, os fãs, os produzimos famosos e ricos.

Tudo aqui-agora é muito híbrido: Krist-Singto, roteiros, interpretações, direção, produção, iluminação, canções, vestuário, a carne do homens que eles são etc. Mas, e do outro lado? Do outro lado, mas indissociados, estão os fãs, as fãs nutrindo tudo isso. Um se alimenta do outro, e vamos vivendo - por hoje...

(kkk)

Hiran Pinel, autor.
Em citando, referendar obedecendo uma norma como a ABNT.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

"Política dos Três Nãos" na China Popular.

RESUMO: A China Popular adota uma "Política dos Três Nãos" acerca de temas delicados e ameaçadores para a nação: 1. Não pergunte; 2. Não estimule; 3. Não condene. Ela deve ser levada a cabo no cotidiano de cada cidadão, mas... Como nem sempre é respeitada, surge a censura e as punições do Estado diante da desobediência, e pode ser até punição severa, tem vez.

A desobediência pode acontecer nos roteiros e narrativas de obras de arte como filmes, séries, livros de ficção, novel's etc.

Pode haver essa desobediência nas artes, literatura e poesia etc. Há temas polêmicos como LGBT's, uso de drogas lícitas ou ilícitas (a não ser, se for uma narrativa que pune os autores e uma história que não choque o povo), corrupção do Estado (nunca - a não ser falar mal dos inimigos do país, como antes de Mao Tsé Tung ou a Camarilha dos Quatro etc.) feminismo e denúncia da situação das mulheres no país, religião mostrada de um modo prejudicial (na opinião do povo) - a religião não é algo de interesse do Estado, mas muito forte no povo, especialmente o budismo (e agora cresce o islamismo), mas lá religião não fala alto... Temas ainda não permitidos: violência física e psicológica, personagens fumando cigarros, bebidas, abusos sexuais, sexo entre adolescentes etc.  Então, é que é levantada e levada a cabo a "Política dos Três Nãos". Quem a desobedeceu? Então, haverá punições.

Isso significa: se um cineasta resolve falar do amor entre dois caras, ele começa subvertendo essas três políticas, pois afinal, uma narrativa de um filme pergunta, recompensa e condena (ou não), pois um filme pode elogiar, o que é pior em termos de censura. Se vc  pergunta, logo começará a "cutucar onça com vara curta", mexer no vespeiro. Mexendo no tema você começa a estimular discussões, começa a já provocar algo que a cultura e o Estado condenam. Daí é um passo para a sua publicidade, popularização, e grandes plateias serão envolvidas, há filmes que ganham imensa popularidade. Nesse contexto, tem gente que acredita que o tema sendo discutido ele pode servir de modelo e ou exemplo a ser imitado... Fazendo o filme, o próprio diretor vai julgar, vai contar uma história e ele pode até criticar (ou não) a relação dos dois caras... Mas só que ele começou perguntando e estimulando o tema, logo será condenado, punido por isso, de alguma forma, ou severa ou branda. 

O tema sexo e questões de corrupção do sistema de Estado são os assuntos mais censurados, pois esses assuntos: 1. não se devem ser objeto de perguntas, especulações, curiosidades; 2. não devem ser socializados, publicizados,ganhar grandes plateias etc.; 3. não devem ser punidos, se não se desobedece. Entenderam ou querem que eu desenhe? kkk É a censura de fato - e a do Estado.

Isso não significa que o sistema de justiça chinês não atue forte e com muito rigor contra as bandidagens, os crimes. O Estado atua com muita potência e é exemplar, é uma nação conhecida por isso também... 

Essa "Política dos Três Nãos" é estimulada pelo Estado para que se concretize e se efetive no cotidiano do povo, mas é mais aplicado por censores oficiais de lá. Narrativas que contenha temas como os sexuais (gays fazendo sexo, por ex.), abusos e violência, ou uma história onde se denuncia a corrupção do Estado etc. Essas são narrativas que mais sofrem cortes da censura. Desenhei (kkk).

Eis os três nãos dessa Política bem conhecida (acho):

1) Não pergunte - não me interesso, não interrogo, não policio, não faço futrica, não desejo saber e nem tenho vontade etc.;


2) Não estimule - não elogio, não faço propaganda, não socializo, não apoio, não faço passeatas, não brigo por esse tema etc.; os temas podem ser abordados mas com muita delicadeza, sutileza ao extremo, com punições aos personagens não bem-vindos ao Estado (gays que podem ser engraçados/ infelizes/ suicidas/ sozinhos, fumantes morrendo de câncer no pulmão, funcionários públicos corruptos são execrados, presos, desmoralizados etc.);
 

3) Não condene - não produz legislação contra, não se faz críticas, não fica comentando se isso existe ou não etc. O Estado não condena, mas se houver afronta, haverá processo socializado, para que sirva de modelo e não se repita;


Repetindo: se eu não interrogo, não pergunto, não falo, logo não farei publicidade disso (logo elimina-se a ideia de que socializando alguém possa aprender algo condenado), e se eu não publicizo, logo nem se fala em condenar esse ou aquele comportamento, nem elogiá-lo, recompensá-lo positivamente.

Tal tipo de ação (censura) aconteceu com a famosa e respeitada série "Addicted" ("Heroín"), artisticamente elogiada em diversos países em que foi projetada. E olha que foi uma websérie, ou seja, foi inserida em plataformas do tipo You Tube. É uma série que fugiu aos padrões das TV's abertas, mais controladas pelo Estado, e nem pelas TV's fechada/ à cabo, ainda assim sob vigilância. A internet é fortemente censurada na China, mas nem sempre dá conta do controle total.

É adequado destacar outros tipos de censuras na China, no Brasil, no mundo... Não é só a China que usa dessa política.  Bem, além da censura vinda do Estado, há alastrado em nossa sociedade instituições e pessoas que produzem censura chegando mesmo a interferir numa obra de arte. Não ir a um filme por um motivo moral é uma forma de censura... Mas há outras: [1] a própria comunidade pode se opor e pressionar pra mudar e ou amenizar eventos ameaçadores (nudez, incesto, estupro, relações sexuais insinuantes entre dois homens etc.); [2] fãs têm atuado para mudar a história de uma série, fazendo, por ex., que um e outro personagem passe a formar um casal etc., eu como sou fã (kkk), mando mensagens pro diretor, pra outros fãs e falo o que penso, e posso ser escutado (kkk) - os fãs são coiotes, dizia Margô personagem de A Malvada (filme); [3] os financiadores de uma série podem interferir (e muito) numa obra de arte, dizendo, por ex;, que seu produto não pode estar associado a determinados temas, e assim as empresas podem interferir impondo um ou outro ator e ou atriz; já há agência de atores que financiam obras de arte; [4] o próprio autor, dependendo onde vive/ pensa/ sente/ age, já escreve se censurando, ele mesmo já coloca rédeas na imaginação etc., afinal ele escreve para ter sucesso, para agradar ao público. O escândalo deve ter um tom certo para ampliar o sucesso, mas nunca diminuí-lo.


INFORMANDO SOBRE A SÉRIE CENSURADA E QUE É CONSIDERADA OBRA DE ARTE: 

Addicted (em Mandarim, ) é uma websérie chinesa criada por Chai Jidan (pseudônimo) e dirigida por Ding Wei. É a primeira série literalmente gay da história da dramaturgia chinesa. Tem 15 episódios, e foi projetada em 2016. Teve enorme sucesso nacional e internacional como nos Estados Unidos, alguns países da Europa, países da Ásia onde a censura é mais amena - Tailândia, Vietnã, Laos, Camboja, Coreia do Sul, Japão, Filipinas, Mianmar até países islãos como Malásia e Indonésia (nesses dois últimos, deve ter passado incólume a internet). No Brasil foi uma série bem comentada, pois ao ser projetada, já estávamos acostumados às séries yaoí da Tailândia, como "Hormones The Series" (que tem um núcleo yaoí famoso), "Love Sick The Series" e outras com temáticas gays mais sensíveis, menos explícito - mais insinuantes 0 como o filme mundialmente famoso "Love Of Siam". SINOPSE: Dois jovens na escola, um pobre e outro filho de um alto militar do Estado, que é rico e mora em mansão. Ambas as famílias com conflitos entre casais que respingam ainda nos dois efebos/ filhos. Os dois não sabem que seus pais se casaram (a mãe de um, casou com o pai do outro), não se conhecem e fazem amizade na escola pública - mas antes passam pelos conflitos, rancores etc. O rico estudava em escola privada, mas por oposição ao pai, se transfere pra essa escola. Os relacionamento vai se efetivando e se tornando muito forte, perturbando a moral estabelecida na querida nação chamada China Popular.

SÍNTESE DA IDEIA
"POLÍTICA DOS TRES NÃOS"
1) - NÃO PERGUNTO; 
2) - NÃO ESTIMULO; 
3) - NÃO CONDENO.

NOTA 1: escrevi esse texto de modo livre, dando minha opiniões. Entretanto, ao longo da vida, tenho lido coisas sobre esse tema, tenho dialogado com fãs, artigos na internet e em jornais (da internet). Eu fiz esse pequeno texto sem consultar, de modo explicito, algum material, por isso peço leitura cuidadosa e criativa, podendo o leitor pesquisar e ir fundo no tema, que é delicado. 

NOTA 2: E relembrando: Não é apenas a China Popular que tem censura, não sejam ingênuos, há outros países com censuras de Estado, e até mais fortes ou mesmo veladas - o governo pode pedir a uma empresa financiadora que corte cenas, por ex; outro exemplo são as religiões etc. Há também outras formas de censura...

NOTA 3: Escrevi esse texto de modo imediato, sem fazer correções, inclusive de conteúdos, escrevi de memória. Outro dado é que devo ter repetido muito os temas, pois alguns professores tem mania de repetir o tema, um modo de aula expositiva kkk Peço desculpas... Nem uma ordem lógica o texto tem... São opiniões efêmeras, em processo e que espero nunca se cristalizarem... É um texto quase lúdico, provocativo...