terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O AMOR MORRE, SABIA?

Revendo "Our Skyy - The Series", Episodio 4, dedicado ao "couple" Pete & Kao. 

A cena onde os dois experienciam a morte é a mais inusitada e profunda dessas séries de amor ingênuo, amor da primeira vez - isso eu tenho definido como uma das características de série yaoí thai.

Os dois se fingem de defuntos, e a mulher, uma profissional da morte, prepara os corpos dos dois amantes para serem cremados.
Eles deitam em um lençol branco já usado por um morto verdadeiro - dá pra sentir o cheiro denunciado por Pete, tão boas as interpretações do jovens atores.

Mesmo com ritmo ligeiro de comédia, dá pra perceber, na cena, que o amor é finito, efêmero, escapule pelas nossas mãos.

Eu percebi algo maior: há algumas pessoas que NUNCA puderam amar um outro de verdade, amar com beijos e abraços, com mãos dadas, dando comida na boca da outra, fazendo sexo amoroso gratuito. Isso é simbólica morte, pelo menos na nossa sociedade que legisla sobre a vida privada, e com isso, o amor.

Mas há os sortudos, selecionados e escolhidos pelo amor. A morte está sempre ali a esperar os amantes que estão vivos pelo amor, esse mesmo amor que um dia lhes faltará, assim como um dia nos faltará o oxigênio e morreremos concretamente.

Essas séries não são idiotas, ela vão fundo, tudo depende do espectador se envolver ou não com os detalhes de uma obra de arte.

Nunca tome uma série yaoí como algo ralo, pueril e juvenil - no seu pior sentido. Nunca, pois são justamente os personagens ingênuos (na tela e na vida real) que desvelam a mais profunda dor, histeria, euforia, tristezas, prazeres, vidas cheias de denúncias do maléfico e anunciamentos daquilo que é belo e bom - e bem.

No ingênuo as pernas ainda tremem frente ao inusitado amor. Já maduros já nós esquecemos disso, fomos idiotizados...

Um dia Pete e Kao ficará como nós, adultos e com isso, muito rígidos, moralistas e insensíveis. Imagino eles já bem adultos e talvez idosos, duros como pedras, mas se o escutarmos ainda poderemos sentir que encontram forças para se queixarem e ainda dirão que sonham como eles o foram ou nem de tanto tempo, nem sabe se o foram mesmo... kkk

NOTA: Hiran Pinel, autor.