domingo, 29 de novembro de 2015

- EU NÃO TENHO SALVAÇÃO...

Shima de verde. Tagawa de azul: Sem salvação

  • Revendo pela nona vez "Doushitemo Furetakunai" (Japão; 2014; direção da maravilhosa e espetacular - e supra suma de tudo que há nesse mundo de meu Buda - Chihiro Amano)... Tradução mais ou menos: "Eu não quero te tocar..." (eles têm dificuldades em se tocarem e em tocar em alguns assuntos íntimos).
  • Muito linda a cena de Shima lavando o rosto logo ao acordar, no banheiro. Ele liga a torneira toda, coloca um dedo na água e passa em uns fios de cabelo levantados, na cabeça. Pronto, higiene feita... kkk Vai assim para o trabalho labutar amorosamente, seduzindo tarefas e o chefe.
  • Outra cena supimpa é quando Togawa pega o elevador, logo no começo do filme. A entrada dos protagonistas, de fato. Tagawa está cheirando cigarro e cerveja - bebeu a noite toda e não tomou banho, ele diz. A gente sente o delicioso cheiro (eu acho kkk Não tenho alergias kkk). Ele tenta conversar com Shima, e "shiminha" tímido e silencioso. Tagawa então diz: Já sei, estou catingando. Ele se afasta do ainda desconhecido Shima, e arrasa com a frase imitada pelos fãs: "- Eu não tenho salvação..." [ou seja, sempre fumará e sempre beberá, mas espero que tome banho kkk]
  • Perfeito filme advindo de um mangá yaoi.


Sobre fofura e excitamento...



Cara fofa...

TAGAWA: [depois da transa] - Sou seu tipo, não sou?
SHIMA: - Absolutamente que não! Na verdade, é o oposto!
TAGAWA: - (sorrindo). Mentiroso! Embora você faz de tudo para me enganar, me despistar, e continua a fazer (risos).
SHIMA: - Isso foi uma fantasia da minha cabeça. Agora acordei dos meus sonhos.
TAGAWA: - Pare de falar bobagens, não acha? (diz isso sorrindo). Enfim, não se preocupe muito. Eu me empolguei também, e sabe porquê? Por que quando você faz aquela cara fofa de envergonhado, isso me excita demais.


CONCLUSÃO: Shima vai passar o resto do filme fazendo cara fofa... kkk

***      ***     ***

1- [Diálogo do filme Cult "Doushitemo Furetakunai" - Japão; 2014; direção da cineasta Chihiro Amano; Título do filme em japonês: どうしても触れたくない ].


2- [A imagem não é da cena descrita]


3- [Filme referendado em um manga yaoi]

4- [Hiran Pinel... Vitória, ES, Brasil, 2015...] 

5- [amo o cinema asiático como o do Tailândia - o que mais me marca e marcou, comecei por ele, e por séries de TV -, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Índia - musicais, tem um vietnamita que eu amo que é  "Hot boy nổi loạn" (Vietnã, 2011, direção de Vũ Ngọc Dang)... Tem o iraniano - filmes de crianças, escola e alguns adultos como O Gosto de Cereja e Baran - é o cinema que estudei no pós-doutorado, que foi A Cor do Paraíso de Madijii -, o israelita - tem alguns muito bons e cultuados etc. Vou pesquisando de outros países da região]. 

6- [Historicamente os brasileiros, geralmente começam pelo cinema japonês que nso chegava mais facilmente, depois o do Irã, depois Israel e Ìndia. Mas meu entusiasmo se deu com o cinema tailandês e a TV com linguagem de cinema, como em séries]. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sobre Sorge ou Cuidado...

JOVEM, CUIDE DO IDOSO, PARA AMANHÃ (JÁ ESTANDO VELHO) TER OUTRO JOVEM CUIDANDO DE VOCÊ - KKK 

Estranho o filme "Gerontofilia" (2013; direção de Bruce LaBruce). Ao final desse provocante filme, encontramos todo o sentido da vida, e no caso, é o de Cuidar para manter acesa a luz da vida, até ela se apagar, e recomeçarmos sempre-Sorge (Cuidado). 


Imagens de um filme provocador, que não nos deixa intactos... Uma outra estética da relação, além da beleza oficial...


aborda os modos como a sociedade capitalista aborda os idosos, e de como ações individuais de um jovem essa situação, no micro cotidiano, pode produzir alguma perspectiva... Um santo, por isso cuidadoso...








Um belo jovem (ator: Pier-Gabriel Lajoie, muito bem no papel) tem desejos em cuidar de pessoas idosas - cuidar em todos os sentidos kkk. Gerontofilia significa: filiação/ligação/interesse pelos idosos. O começo do filme é ótimo kkk Ele vai atravessar uma rua, e um idoso faz essa orientação, espécie de agente de trânsito do Canadá (acho)... No começo, sem conhecer a história, morremos de rir do modo como ele deseja o idoso, e o modo como o outro olha assustado para ele - um desejo pode assustar se não podemos corresponder a ele, não temos como saciá-lo kkk. O jovem é um sujeito sem rugas kkk e sem rusgas, e com estranhas motivações dentro da nossa cultura e sociedade - os jovens da nossa sociedade não gostam dos velhos e vice-versa. 

Os caminhos o levam trabalhar em um asilo (de idosos) - a mãe dele é uma desleixada, que clama pelo cuidado filiarl. Lá ele passa a cuidar com afinco de um idoso específico (interpretado pelo premiadíssimo Sir Walter Borden) - isso mesmo, seu foco é apenas nesse idoso que é negro, aparentemente abandonado (e é), enrugado etc. E descreve essa complexidade, esse temor, essa entrega desvairada, esse afeto que se encerra em nosso peito varonil (e juvenil), que gradualmente se mostra saudável, apesar de ameaçador - tem gente que me disse odiar esse filme, por isso eu o assisti. Adorei - minha vingança aos críticos e preconceituosos. 

O filme, de certo modo, denuncia o modo como os idosos são abordados em asilos, pois são pessimamente tratados, também são infantilizados pelos outros, pela própria família e pelo Estado - e até pela ciência (pouco pesquisado), arte e literatura (pouco tema produzido) etc. O final dessa película é ótimo demais, muito. Senão vejamos: O idoso que ele cuida, morre. Vão ao velório 5 pessoas contando com o organista... kkk Ele vai pra casa, e no outro dia sai para mais um dia de labuta. Ao atravessar uma rua (em tempos de neve), é ajudado por aquele idoso do começo da película, aquele que faz o sinal de trânsito, ele orienta os transeuntes - tipo trabalho do Estado oferecido aos idosos empobrecidos. 

Ele se apresenta finalmente ao velho orientador de transeuntes: "- Meu nome é Lake!" E prossegue: "quando vou vê-lo outra vez?", e escuta a resposta dizendo o dia correto. O idoso fica desconfiado, mas sorri - "é mais um pra cuidar de mim", parece estar pensando. Ele segue o caminho com a sua paixão em cuidar do outro em finitude, do outro em decadência física. 

Ele caminha de cabeça erguida, pois aquele idoso que ele cuidou, pode ter sido tão belo e generoso quanto ele, tão envolvido existencialmente com os decaídos. Eu penso que o filme quer dizer isso: Jovem, cuide do idoso, para um dia, já velho, ser cuidado por aquele que você já foi kkk

Tem coisas de natureza sexual no filme a dizer - que é o foco dele kkk-, mas evitarei aqui-agora, não quero brigas, e elas (as brigas) não resolvem nada, amor não se resolve assim kkk Estranho e provocador essa obra de arte: "Eu já disse isto"? kkk

NOTA: Não gostei do título no Brasil, pois recordou meus tempos de estudos em Psicopatologia na universidade onde fiz Psicologia, e na área clínica. O professor (e os livros da época), o saudoso e estudioso Luiz Carlos Brant (professor maravilhoso) tratava tal palavra como doença mental, o ato de um jovem gostar de um idoso era algo doentio por si só. O termo mesmo não significa patologia, mas uma demanda pessoal de um jovem ou adulto (ou outro) em afiliar-se (gostar, cuidar) ao idoso com alegria, prazer e necessidade individual (e até grupal). Claro que em excesso as coisas podem ser preocupantes, algo que se aproxima ao fundamentalismo, mas no filme não, nessa obra de arte não tem nada de doença psicológica, sendo algo saudável, e é. Mas nossa sociedade fica em pânico... Calma violência, calma... kkk O título em português? Cuidando do outro... Ou: Cuidando. Ou: Sorge. Ou: Diferenças e aproximações. Ou... tem tantas possibilidades para nomear essa obra de arte... O tema do filme é cuidar - no sentido de um jovem inventar modos de ser-sendo junto ao outro no mundo do cuidado (cuidar do outro como parte de si), acho...
Foto de Hiran Pinel.


QUERO SABER, MAS ME RECUSO PERGUNTAR...

Estar perto de você, curtir o mesmo oxigênio, é algo que não consigo descrever. Sou seu amigo, mas não consigo controlar meus sentimentos que vão além da amizade, sendo assim algo que guardo dentro do meu peito. Um dia desses disse para mim mesmo, que ao pensar em você sempre vem à minha mente uma questão: O que de fato você sente por mim? Eu te amo tanto, tanto. Eu rio sempre de mim, pois não sou um sujeito de guardar segredos, mas o meu amor por você está trancado em sete chaves de recordação. Eu desejaria ser feliz ao seu lado, sei, sei que isso é uma fantasia, mas é algo que pode acontecer se eu insistir, teimar, persistir.... Você me ama ou não? Você já olhou para mim e viu além da casca? Já percebeu minha intenção? Eu quero aprender com uma resposta favorável, para então te abraçar e dormir em paz, mas a vida mesma não é cinema. Tudo está guardado na minha mente ansiosa. Eu quero saber, mas me recuso perguntar! Não quero mais aprender sobre desamparo! Basta dessa infelicidade que se aprende! Nunca mais...

[Ficção; Hp]

[texto poético sobre o tema psico clínico Desamparo Adquirido]
Ao ver Masashi Taniguchi, todo o astral ficou silente, a lua se esquivou pensativa, e entre as neblinas ela se escondeu. E as estrelas? Elas ficaram serenas, irrompendo um dilúvio de falenas, tontas ao luar... E, então o nome dele ficou entre as endeixas.








NOTAS:

[1]  Palavras usadas por Cândido Das Neves, na canção Noite de Estrelas... Silente = Silencioso; desprovido de barulho; sem ruídos ou sons, silenciado; falenas = borboletas noturnas; endeixas = entre as coisas anunciadas, propagadas, socializadas, popularizadas.


[2]  Masashi Taniguchi é um grande ator japonês; nome dele no original: 谷口賢志; filme no qual é protagonista, e que me deixou extasiado "Doushitemo Furetakunai" (2014; direção de  Chihiro Amano; título em japonês: どうしても触れたくない).

sábado, 14 de novembro de 2015

  • Prince of Prince, uma belezura de web série
Amo essa série sul-coreana de 2015, e assisto-a sempre, sempre... divertida demais... cheia de sentidos. Quem é fã de mangá ficará extasiado e se alegrará como poucos. Quem não é fã, ficará... É puro entretenimento, como excelentes interpretações, iluminação perfeita, música, coreografia... Um bilionário chamado Park Shi Hyun tem uma irmã que ele ama demais. A irmã é fã de um mangá, e que em um "fanmeeting" participa de um cospley donde o ídolo está lá (Ryong)... Lindo demais... Mas Hyun fica morrendo de ciúmes da irmã e seu ídolo, e vai atrás de  Lee Mong Ryong (dono de uma empresa de mangá que produz a paixão de sua irmã  e que faz cospley do Prince). Hyun finge ser um outro-outro com o perverso objetivo de  adentrar à empresa de Ryong, e desmascará-la (desmascarar, de fato, Ryong), e assim não ter nenhum competidor no amor pela sua irmã. Mas ele é humanizado com esse amor ao conhecimento, e depois com a paixão complexa e dividida. Recordo ao dizer que ninguém sai intacto de uma encontro humano, seja pra mais, seja pra menos. Ninguém!
  • DADOS CENTRAIS
  • Title: 프린스의 왕자 / Peulinseuui Wangja
  • Outro título: Prince of Prince
  • Gênero: Comédia
  • Total de episódios completos: 10
  • Redes: Naver TVCast, KBS2
  • Período de socialização da série: 2015-Jun-08 to 2015-Jun-18 (TVCast), 2015-Jun-13 to 2015-Jun-20 (KBS2)
  • Tempo no ar: Monday to Friday 24:00 (TVCast), Saturday 01:00 (KBS2)








  • ELENCO...
  • Choi Jong Hoon (최종훈) as Park Shi Hyun
  • Im Yoon Ho (임윤호) as Lee Mong Ryong
  • Yoo Na (유나) as Park Yoo Na
  • Son Se Bin (손세빈) as Hyang Dan
  • Woo Hyuk (우혁) as Bang Ja
  • Lee Soo Kwang (이수광) as Kang Bi Seo
  • Kim Min Chul (김민철) as Hak Do
  • Han Je Hoo (한제후) as Kang Rim
  • Bae Min Jung as So Yoon
  • Min Jin Woong as Kim Cha Jang

ator Choi Jong Hoon


a irmã uma atoku, atriz Yoo Na.


série baseada em um famoso mangá


ator Im Yoon Ho


  • Produção
  • Produtores: Go Chan Soo (고찬수), Sung Joon Hae (성준해)
  • Diretores: Shin Joo Hwan, Choi Hyung Joon (최형준)
  • Roteirista: Jae Ah (재아), Kim Min Hye (김민혜)
  • Trabalho original que gerou a série: Prince's Prince (프린스의 왕자) de Jae Ah (재아) (escritor) e SE (desenhista ou ilustrador)
HPinel...

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

"PRIMEIROS TRAÇOS", HQ, LABANCA & KEKA: ORIENTAÇÃO, A REVISTA & UMA SAUDADE
Hiran Pinel
Vieram até a mim, anos atrás - em 2004/2005, dois estudantes de comunicação, com um desejo: um projeto de extensão com o objetivo, de ao final, produzir uma revista de Histórias em Quadrinhos (HQ) junto e meninos e meninas órfãs de uma instituição capixaba. Durante o processo pedagógico e psicopedagógico, ficou decidido que ao nome da revista seria "Primeiros Traços" - eram sensíveis os caras.
Os nomes dos dois: Gabriel Labanca (falecido muito jovem ainda, aos 30 anos de idade, no Rio, em 2012; fazia doutorado; nome dele: Gabriel Costa Labanca) e Keka (hoje professor da UFES/ Comunicação, da área de cinema - dentre outras; nome dele: Klaus’Berg Nippes Bragança). Eles já vinham de uma experiência inédita e bem-sucedida (até nacionalmente) com a revista politicamente incorreta chamada QUASE - um must que até eu já conhecia.
Durante o processo pedagógico e psicológico do ensino-aprendizagem, eu me recordo, da insatisfação deles com as meninas (alunas) da Oficina de ensino-aprendizagem de fazer uma revista de HQ - kkk. Zanguei feito professor e orientador (kkk), fiquei com raiva mesmo.... Eles foram se acalmando com elas, mais exigentes que eram, mais detalhistas e ao final, amaram a presença delas ali, que contribuíram com a ternura de alguns personagens. Até hoje eu acho que eles inventaram essa história apenas para me provocar kkk. Mas foi isso que eles revelavam, lá no in loco eu não vi isso kkk
A Revista foi financiada pela CST (acho), publicada e vendida na cidade por 1 real cada, e hoje, eu acho que tenho apenas um volume (vou pedir ao Keka um volume para xerocar ou para guardar).
Pois então, um dia desses fui de uma banca de TCC na comunicação, os alunos apresentaram como tema a propaganda de uma garota de programa em Vitória, colocada em outdoor - não me lembro o nome da bofa. Encontrei então Keka, e não sabia que ele estava lá. Conversou comigo e fiquei sem graça, pois eu os adorava mesmo, achava um privilégio eles terem me escolhido e eu fiquei assim, babando ao saber que agora ele era meu colega de UFES, e eu sempre procuro, quando ex-orientando é colega, tratá-los assim, como colegas, como companheiros de luta, eu sempre me esforço para não misturar as coisas e tenho conseguido facilmente. Keka pareceu-me um homem tranquilo, com boa autoestima (sempre os dois tiveram) e de uma humildade não-submissa que arrepiar a pele desse velho professor. Um cara que é cidadão e pessoa, poderia dizer Paulo Freire.
Mas aí eu perguntei pelo Gabriel Labanca, e ele disse de sua morte, ainda tão jovem. Ele pode desmentir (coisas dos politicamente incorretos kkk), mas ele me disse emocionado, com os olhos brilhantes impactados por alguma água salgada de um olhar de perda e de (pré)sença do outro nele: eram amigos de fato. Hoje resolvi pesquisar sobre o tema Revista Quase.... Fiquei emocionado de lembrar os dois amigos, e que me escolheram como professor e orientador. Nós professores, nascemos dos desejos discentes, não tenhamos dúvida disso!
Desejando ler nosso artigo advindo dessa experiência, e que encontrei na internet agora publicado, se chama: "Quadrinhos, psicopedagogia e democratização de mídia: análise crítica da oficina de histórias em quadrinhos 'Primeiros Traços'". Na nota de rodapé, colocaram meu nome como orientador/ professor/ pesquisador, ainda bem que eles não se insubmeteram a isso kkk
IMAGEM: (1) camisa vermelha Keka; (2) ao fundo, Labanca em (pré)sença na nossa memória. Dois goza(dores)...




Sítio com o nosso artigo (se não der, copie e cole): http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/47756814713024795098780309091620488058.pdf