quinta-feira, 3 de outubro de 2013

RABUJAH "QUARTO-E-SALA"
É exatamente isso que Juliano Rabujah quer dizer! Ou não...

Hiran Pinel [1]

Rabujah: ele quer ser mais um... Por que não? Talento não falta!
Os braços e as tatuagens são do artista - além de tudo...




Gostei tanto do CD "Quarto e sala" [2] de JULIANO RABUJAH - cantor, compositor... 


São quatro canções - todas lindas, dançantes - umas mais lentas outras nem tanto.

1. Exatamente Isso - amo. Perfeita - me pego cantando sem mais, nem porque... Dançante demais.

2. A Moça do Café - inicio politizado discursivo, e depois a história. No começo ele diz qual seu posicionamento diante dos oprimidos - ao texto Paulo Freire (o discurso) - e muito ritmo.


3. Brinquedo de Papel Michê - demais... Me jogue na parede... Dançante - mesmo com vontade de morrer, diz a letra.


4. Quarto, Sala e um Cachorrinho - mais lenta, sobrevoares, sobre vozes (sob)... linda.Trazendo mais uma missão... Internet e solução...




Juliano Rabujah: o acesso é remoto faz anos, e ele atravessa o salão em total expressão - além da pele!
O carão expressivo de um artista talentoso.


Estou profundamente tocado pelo trabalho desse trabalhador operário da canção popular brasileira, o Rabujah. Talvez por isso esteja tão restrito no discurso... 

Sobre o CD "Quarto e Sala" de Juliano Rabujah tenho a dizer com sentido: É uma obra de arte, e no caso, é melhor escutar, sentir, entregar-se ao ritmo, letras e músicas - e descansar da loucura, ou dentro nela.

Nas letras ele que traz amores e questões políticas numa estética indissociada a ética - pede pra ser mais um - os outros são, e por que ele não? Quer embora dessa merda e ao mesmo tempo é carente e pede colo e cabelo nas suas mãos. Quer atravessar o salão como poros e além da pele.  Quer morar no coração - no coração talvez seu mesmo e de seus ad+miradores. Ele quer embarcar no avião, e mudar de endereço. Mas quer ficar aqui-agora conosco.

É como se ele desse um salto qualitativo artístico inesperado - como um desses querubins que nos aparece nos nosso sonhos de ser. Sim eu acompanho as artes desse moço artístico - eu quando posso sempre acompanho a vida daqueles que começam na difícil tarefa de fazer obras de arte na música, no cinema, no teatro... 

Mas em analisando com atenção esse anjo moreno, é uma obra de arte, essa dele, que me parece (aparece) um caminho esperado, planejado e tresloucado como um cão "andaluz" [3]. Um animal que recusa fixar-se - e é pura surpresa do ver e senti-lo. Ele recusando Buñel que o faria andarilho sem sentido - sentido que tem tanto (ou produz isso em nós, seus ad+miradores). 

Agora são os deuses do marketing que poderão decidir pelo sucesso mais popular (nem sei se esse é o seu finco), pois no micro contexto já é "un dioso" com o pés concretos enfiados no chão. 

Eu acho que ele já tem fãs que podem segui-lo - também com pés no chão - pois Juliano é gente boa, não é arrogante e só se submeteria a um staff se fosse realmente demandado isso.

E o bom gosto agradece!



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[1] Hiran Pinel é pós-doutorado em "Cinema e Educação" pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais - com interlocução com a prof dra Inês Assunção de Castro Teixeira; Curso de Música-Piano.

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[2] - Sítio para escutá-lo nesse Quarto & Sala e coração: http://www.youtube.com/watch?v=Av2yjf3rlm4&hd=1

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[3] "O Cão Andaluz" é um curta metragem muito Cultuado de Luiz Buñel & Salvador Dalí (FRANÇA; 1929). Sinopse possível: Um filme experimental surrealista - onírico, pois... Baseado na Psicanálise de Sigmund Freud e no seu objeto (tema/ fenômeno) de estudo, investigação e intervenção, o inconsciente. O olho e a existência do olhar parece ser a imagem mais movedora dessa obra de arte.