quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Terminei a série "Ossan's Love - In The Skyy" (Japão; 2019).
O jovem (e belo) Harutan, sentindo-se um híbrido de amizade e amor, se declara ao aposentado, o senhor capitão Kurosawa, que não acreditando no que escuta, fica a imaginar que tudo é ilusão, um sonho. Na vida real é ilusão isso acontecer, a de um jovem se declarar a um velho, com sinceridade e prazer... kkk O espectador pode totalmente se iludir tal qual os personagens, e ficar delirando. No meu caso, ao contrário, "viajo", mas ao mesmo tempo, enfio meus pés no chão do real. Ficção (e realidade) me mantém vivo, com igual força, mas a realidade costuma sair vitoriosa - acho kkk
Elogios: atores, roteiro, música, mistura comédia e drama.

Hiran Pinel, autor.

Na minha humilde opinião, claro, sem parecer arrogante e onipotente, e mesmo sem o desejo de ofender aos que pensam diferente de mim - indo fundo no meu ponto de vista, analisando com um pouco mais de profundidade, sem o intuito de esclarecer tudo, e considerando as características de cada "um" e ao mesmo tempo inserindo esse "um" no "todo" do conhecimento, ou seja, falando do "caso", mas sem desconsiderar o "total" contextualizado, sem falsa modéstia, eu sinceramente... Eu acho que esqueci o que eu ia dizer...
[Hiran Pinel, ficção da vida real kkk]
“Não é aos padres nem aos filósofos que se deve perguntar para que serve a morte, mas sim, aos herdeiros” - Francesco Petrarca
Em o "A Primeira Loja do Café do Príncipe" ("The 1st Shop of Coffee Prince", série) com Gong Yoo e Yoon Eun-hye; de 2017; com um total de 17 episódios.
É um drama danado (kkk). O efebo Han-Gyul se apaixona por um outro efebo chamdo Eun-Chan, só que e trata uma mulher "disfarçada" de homem.
O belo rapaz Han está apaixonado por esse "outro" belo, bem feminino... Delicado, vamos dizer assim... E é óbvio que ele experiencia uma crise de sua sexualidade, sabendo que está apaixonado por um homem, mas ele ama mulheres, ele é doido por elas, mas quando fica perto de Eun-Chan ele perde o controle, fica doido, excitado - e Eun é um homem, pelo menos pra ele.
Na Coréia do Sul há todo uma cultura de amor e namoro, bem diferente da nossa. Investigue.
Há dois momentos de destaques nessa série - tem mais (kkk).
O primeiro, no sétimo episódio, é quando Han quer dar um abração forte e íntimo no seu empregado - o Eun. Ele deseja provar a "ele mesmo" de que não gosta de homens. Ele "o" abraça e diz, mentindo, de que realmente não sentiu nada. Parece dizer: "sou um homem, ainda bem". Ele caminha trôpego para a sala da sua cafeteria, estão do terraço. Ela (que é ele) está estarrecida, apaixonada e nada pode dizer, pois precisa do emprego. Ela, em cena clichê, escorrega até embaixo pelo muro do referido terraço - com música romântica ao fundo (clichê, eu disse) e põe a mão no eu coração. Ele chega, já cambaleando, totalmente na ilusão. Parece-me ser uma pequena "via crucis" dele até à sala de cima do prédio. Ele também coloca a mão no coração, abaixa a cabeça, parece chorar e parece pensar: "eu amo... eu amo... eu amo..." ou "o quê está acontecendo verdadeiramente comigo?" Trata-se de uma experiência de descoberta.
No outro momento de destaque dessa série é quando Han/ Yoo confessa abertamente, sem o conhecimento do sexo de Eun-Chan, de que ele não se interessa se "você for homem ou não, pois isso pouco importa, o que conta é que eu o amo". É uma cena um pouco mais sintonizada com o discurso político do correto.
Claro, o público maior que assiste a série e que é o mantenedor da ordem estabelecida, tem o "conforto" de saber que o "herói masculino" (Gong Yoo) está realmente apaixonado por uma mulher, só que não sabe. Por outro lado, como veremos depois, ele se sentirá enganado por ela, e ela passa a ser a maléfica, uma alma inferior, ela o enganou - a "songamonguice" dele não conta e nem é punida. Mas, o diálogo refinado, nos deixa em uma área mesclada da existência de ser gay, pois, afinal, aparece uma mostra interessante da fluidez da sexualidade, da sua flexibilidade, das suas possibilidades de ir e vir, sem caminho certo, sem regra definitiva e ou sólida. O amor se joga, se é homem ou mulher, no caso da série, tanto faz...

(Hiran Pinel, autor)
Nova série de Singto Prachaya: "Turn Left, Turn Right" ("Vire Para a Esquerda, Vire Para a Direita"; Tailândia, 2020, direção de DanuWong WorraWech; 10 EP), baseado em livro do chinês Jimmy Liao. O título original da série, na Tailândia, é: "Cérebro esquerdo, Coração direito"; no caso: o "cérebro" = homem (kkk); e o "coração" = mulher (kkk)... O livro foi base para um filme chinês (Hong Kong) "Vire à esquerda, vire à direita" (2003) e de uma série chinesa chamada "Uma chance de sol" (2005; 22 EP).

(Hiran Pinel)
Você veio aqui ontem - eu desci. Vi estrelas ao seu redor. O vento sussurrava-me a perfeita amizade amorosa que temos. Rezei, pois afinal, preciso manter esse bom clima de companheirismo e camaradagem.

(Hiran Pinel, autor)
Eu amo o filme "Love of Siam" (2007). Lá pelas tantas, a menina Ying, que ama Mew, lhe oferece para ser sua namorada e com isso inspirá-lo a fazer belas canções... Ele agradece e diz que ela está louca, que o amor não é assim. A mãe da menina a chama pra retornar pra dentro de casa, e ao sair do quarto de Mew ela diz a frase mais bela e frágil desse filme:
- PENSE NA MINHA OFERTA, MEW (...) TODO MUNDO PRECISA DE ALGUÉM!
Esse filme é obra de arte, indicado ao Oscar pelo país e a maior renda de bilheteria de cinema, até hoje, na Tailândia e partes daquela região da Ásia.

(Hiran Pinel, autor)
UMA GAROTA PRAFRENTEX...
Muito prafrentex (kkk), Nalva Aguiar, que foi uma cantora ao estilo da Jovem Guarda, no sucessos específicos, localizados... kkk Ela está ótima cantando "Vem quente que estou fervendo" na cena de um filme brasileiro - um filme que parece estar derretendo, imagens confusas, não dá nem pra ver o nome da banda (kkk). Os cabelos negros dela, a roupa, os gestos à la Wanderléa, a banda que a acompanha fazendo gestos que viriam ser saturados pelos K-Pop e que já eram pelos The Beatles. Os clichês são lá: deliciosos como a vida, pois a vida mesma, ela, é cheia de clichês tipo "eu te amo", "não posso viver sem você", dar comida na boca do outro ou pegar comida no prato do outro (afff.... tenho nojo e antipatia kkk) etc. Nalva Agiar morena, cantando rock e não depois o estilo "cafona", relativamente famoso, que ela se tornou, loira saturada... No fundo, uma mulher triste, eu acho... Eu sempre achei: a via na TV e dizia "essa mulher tem olhos tristes"... eu ria dessas minhas observações.
TODOS SOMOS NALVA...
Depois, no curso de Psicologia, a minha antiga professora lésbica Dalva, deu-nos uma aula sobre o mecanismo de defesa projeção, Freud. Entendi Dalvão - ela se nomeava assim, pelo menos, ela me disse isso, chama-me Dalvão! Muito jovem ela era e masculina exagerada - ameaçava-me aquilo, muito novo eu era, excitava-me aquele Dalvão e sonhava com ela me penetrando - a alma (kkk)... À medida em que Dalvão tentava ensinar, algo que não era da sua seara, compreendi-me. Há tristeza no meu olhar humano e no olhar de Dalvão e de Nalva, tudo contrabalançado com minha (e nossa) alegria. Nos meus sonhos molhados, eu era audacioso: vem quente que estou fervendo!

(Hiran Pinel, autor)
Taipei, a grande cidade chinesa, estava refém daquela bela mulher que a todos contaminava. Ela tinha inventado para si as suas sobrancelhas, com lápis, que levemente insinuava a dama de cetim, e ao mesmo tempo, esboçava seus lábios encarnados de batom ao estilo vermelho encharcado, guerreiro, apaixonado - numa angústia danada de boa, resistente. O lápis e o batom eram produções tailandeses da marca "Ídolo", recém lançados por Krist e Singto. Ela era uma linda otaku - e repetia sempre os nomes dos dois atores e cantores populares, dando, após pronunciar o nome dos bofes, gritinhos orgásmicos. Aquela megalópole era uma cidade que ouvíamos contar, mas, o nosso desejo mesmo, era de vivê-la, senti-la nos nossos braços, nas nossas entranhas - ela precisava se enfiada em nosso âmago, nossa essência de ser no mundo: "Essa cidade que não é dela" - disse o cavalheiro rancoroso que andava pelos bares proibidos de Pequim. "Nem é de Singto e Krist, que ousam compor o rosto dessa deusa solitária", dizia um outro amargurado e vingativo. Num minúsculo apartamento de Whuan, um jovem estudante de Pedagogia, se sente (im)pedido de sair pras ruas. Ele liga o computador e olha enternecido para aquele rosto de mulher. Lindo e pelado, ele vai à cozinha tomar um pouco de café brasileiro, que comprou achando que era. Ao fundo, escuta Singto e Krist cantando uma ode à lua e às estrelas. Lá fora, a madrugada nos abate e acalenta. "Todos, no mundo inteiro, estamos reféns de você", diz o belo empresário chinês de Whuan, (re)ferindo-se à mulher. Chega até à janela, e enxerga o mundo, que lhe dá uma piscadela de solidariedade. "Eu quero um consolo", ele grita das persinas Columbia. Ninguém o escuta. Toma um gole do café e repete pra si mesmo: "É brasileiro, é conilon catado, daquele, que um dia, superou o arábica" - e um riso estupendo se abre e se escuta em toda cidade, em meio ao melodrama de si, da saúde e do Estado. Ele não está só: tem o rosto da mulher a lhe animar, bem como, o tal café, que em breve, os artistas tailandeses lançarão como o nome de Ídolo.

Hiran Pinel, autor.
As essências de "TharnType The Series" podem ser:

1) O AMOR ACIMA DE TUDO: o amor tudo resolve (kkk) - salva tudo. Não há problemas de sexo, coronavírus, dinheiro, morte, Estado repressor etc.. nada, nada, pois o amor tudo resolve - só ele. Aqui me refiro aos "amororezinhos" dos ciúmes, das briguinhas, dos beijos de língua trocando objetos dentro da boca (kkk), do sexo, das palavras padronizadas, o ser feminino e masculino etc. Nessa série os "couple" é mel puro, é ardência - chega a cansar kkk Mas, "o amor tudo resolve", é uma ideologia muito forte, construída na nossa sociedade e cultura - acreditamos nisso;
2) O CRIME COMPENSA: o criminoso salva-se pelas lágrimas, só isso, e nunca será levado e punido para a justiça - as lágrimas são salva(dor)as, a oração, o perdão - só isso que é lei. Na série o tal de Llong (o cantor da banda) é um criminoso e não é punido legalmente, perigoso assim, ele até pode continuar com seus delitos;
3) PROBLEMAS EMOCIONAIS SE RESOLVEM COM ABRACINHOS: a carência profunda de amor é resolvida apenas com muito dramalhão, um abração de uma irmã insossa, sempre distante, que veste roupa cara - e que permite que o irmão a suje com as lágrimas - e um idiota acha que se curou ali, naquele encontro faceiro. Um sujeito doente emocional que precisa é de um clínico existencial - e daqueles bem treinados, mas pelo medo de aprofundar-se, resolve com tramoias, crimes e irmãzinha. Toda doença afetiva é explicada pela ausência do amorzinho. Aqui, refiro-me ao personagem Lllong, de péssimo caráter, beirando a psicopatia, só por causa de um amor que ele inventou pra si.
4) A VIDA É TEATRO: A vida é um grande drama, permeada de melodramas e alguns dramalhões - sem isso a vida não se movimenta. Por outro lado, essa série, como todo "teatro", traz um cotidiano muito carregado de inveja, rancor e vingança. Claro que no nosso cotidiano isso é amenizado, pois se vivêssemos tantos sentimentos negativos sempre, estaríamos fritos, cheios de problemas psicossomáticos - os aspectos psicológicos interferindo no organismo como dor de estômago, alguns problemas cardíacos, dores de cabeça etc. Viveríamos muita sofrência (kkk). Mas, isso não impede: a vida é teatro, mesmo que comédia. A série toda é, obviamente, teatro, mas, ao mesmo tempo - é real - fala da nossa concretude real ou imaginária (no real);
5) SUJEITOS ALEGRES MOVEM A VIDA: O atores secundários da vida, os bem humorados/ alegres - são eles que sustentam a vida dos chorões e de uma sociedade miserável em amor, que regula o afeto e pouco oferece dele aos cidadãos... Quero ver a hora do cidadão alegre chorar: Quem dele cuidará? Buda? Maomé? Deus? Eu? Você? (kkk) Çei... Nessa série se destaca o personagem Tenoch, é o alívio de todos na tensão e no distresse. É o colírio, o que nos convida a colocar os "pés no chão".
É uma série bem profunda, muito mais do que possa pensar os incautos.

(Hiran Pinel, autor)
‪"Turn Left, Turn Right" (séries) como é apresentado, são três histórias de amor pueris. A história na qual o ator Singto está inserido é a do famoso e popular livro (até aqui no Brasil) de Jimmy Liao. Ele é um jovem músico, e na série é também um dublador de voz bonita. Ele só quer conhecer uma garota, amá-la e amar-se e ser feliz. Ele quer pouco, não é? Que nada, amar está na ordem do impossível - nem na Tailândia, nem no Brasil. Eu acho que a "idealização do amor", como parte da ideologia dominante, perturba esse processo de nos colocar na realidade - procuramos o ideal, o imaginado e não o concreto. Singto é solitário, mora ao lado da moça, são vizinhos de paredes e não se conhecem de fato. Há uma megalópole, há alguma coisa a mais - mas tudo (im)pede ao amor sua chegada. Mesmo um terremoto poderá (im)pedir iso? No livro, ao final, um terremoto os une, quebrando as paredes do quarto - no filme é assim. Mas, pela série thai, a coisa pode ser diferente. Ansioso por esperar. Poesia pura esse primeiro episódio, onde tudo começa pela embriaguez em um estranho bar, num esquina escondida de Bangkok, comandado por um fã de músicas de amor rasgado ao estilo blues - ele dirige o amor, ele produz reflexões em cada um dos três usuários da dor do abandono. Ele estimula o retorno de cada caso. O comandante do bar, ele mesmo, é um solitário.

(Hiran Pinel, autor)

Se Singto encontra o amor e não o procura, imagine eu, que o (pró)curo e não me encontro?


Reflexão a partir da série tailandesa: "Turn Left, Turn Right" - Hiran Pinel, autor.
TURN LEFT, TURN RIGHT - SÉRIES
Essa série é muito linda, é arte de fato. Um enredo sobre uma possibilidade irreal: ter a segunda oportunidade. Na vida só temos uma. É uma série sartreana - a vida é escolher e nos responsabilizarmos por isso, por essas escolha. Acho que os fãs de yaoí iriam gostar pelo tema tão raro: escolher...
Passamos em fluxos escolhendo, isso na vida, e ao escolhermos perdemos outras, e esse é o real, o vivido - o encarnado. Amor é assim, a gente escolhe, e perde os não escolhidos. E mais, não há segunda chance, o que há são outras possibilidades de respirar e ganhar potência... Você pode escolher outra coisa ou alguém, mas a mesma (escolha) - nunca, pois ela (a vida) caminha, descaminha, anda, flui, fruição, devir...
Nesse primeiro episódio podemo antever o desempenho de Singto: raro, verdadeiramente um grande ator - GRANDE. Um ator tranquilo no seu papel de rejeitado, desamado - e um infeliz romântico como "ser no mundo".
Uma estrela Singto, parecendo Montgomery Clift em "Os Desajustados" - paparicado por uma Marylin Monroe insatisfeita, ele mesmo assim, ambíguo, quase assexuado, pois deseja imensamente, antes de tudo, ser amado.
Singto me parece seguro com a "sua" dor, aquela que tem que viver nele, numa sociedade e cultura NÃO tão acolhedora como se imagina, pois o é apenas nos discursos, e não nas ações. Mas, acima de tudo isso, Gun, personagem de Singto, ama, é romântico e crente no amor - como Clift.
Que arrebente as paredes que nos separam do outro - um outro que é nós mesmos, mas num reflexo espelhar: um eu que precisa do tu, e de "todas as pessoas do mundo".

(Hiran Pinel, autor)
INDIES DA CIÊNCIA...

É uma abreviação do termo em inglês "independent". Significa em português: “independente”. Nos remete ao produto ou estilo cultural que foge às grandes massas, às grandes e caras produções, empresas poderosas ou distribuições complexas e caras nas propagandas, por exemplo.
O produto, cultura ou arte indie é desenvolvido a partir de um "projeto independente", algo, pois, ligado ao sonho, a uma utopia. O pesquisador ou cientista, nesse caso, pode procurar bolsas (de ciência) fora das agências tradicionais de fomento, ou mesmo trabalhar de modo independente, sem bolsa, produzindo e publicando artigos, no exterior, por exemplo, fora das revistas mais conhecidas, geralmente fechadas em um grupo de colegas e até amigos, ou que escrevem sobre determinado marco teórico que não o do cientista indie. Pode ser que a saída seja publicar em revistas com baixa qualificação oficial (para a ideologia dominante dessa esfera), mas que ainda assim produz visibilidade quando o texto científico for bom e pode gerar consumidores.
O estilo indie surgiu em meados da década de 1990, indicando pessoas que não possuem produtores sólidos ou meios de entrar para a indústria comercial oficial, pessoas que entram em "meios ideológicos não dominantes", fora do "mainstream" (do dominador). Relaciona tal termo aos hippies (década de 60/ 70) e os punks (final da década de 70).
Uma crítica que se faz que o indie, se obtém sucesso comercial, acaba entrando no "mainstream", e ele até pode fazê-lo, mas sem se adequar. É só isso? Pode fazê-lo? Çei não... kkk

(Hiran Pinel)