quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Em o "A Primeira Loja do Café do Príncipe" ("The 1st Shop of Coffee Prince", série) com Gong Yoo e Yoon Eun-hye; de 2017; com um total de 17 episódios.
É um drama danado (kkk). O efebo Han-Gyul se apaixona por um outro efebo chamdo Eun-Chan, só que e trata uma mulher "disfarçada" de homem.
O belo rapaz Han está apaixonado por esse "outro" belo, bem feminino... Delicado, vamos dizer assim... E é óbvio que ele experiencia uma crise de sua sexualidade, sabendo que está apaixonado por um homem, mas ele ama mulheres, ele é doido por elas, mas quando fica perto de Eun-Chan ele perde o controle, fica doido, excitado - e Eun é um homem, pelo menos pra ele.
Na Coréia do Sul há todo uma cultura de amor e namoro, bem diferente da nossa. Investigue.
Há dois momentos de destaques nessa série - tem mais (kkk).
O primeiro, no sétimo episódio, é quando Han quer dar um abração forte e íntimo no seu empregado - o Eun. Ele deseja provar a "ele mesmo" de que não gosta de homens. Ele "o" abraça e diz, mentindo, de que realmente não sentiu nada. Parece dizer: "sou um homem, ainda bem". Ele caminha trôpego para a sala da sua cafeteria, estão do terraço. Ela (que é ele) está estarrecida, apaixonada e nada pode dizer, pois precisa do emprego. Ela, em cena clichê, escorrega até embaixo pelo muro do referido terraço - com música romântica ao fundo (clichê, eu disse) e põe a mão no eu coração. Ele chega, já cambaleando, totalmente na ilusão. Parece-me ser uma pequena "via crucis" dele até à sala de cima do prédio. Ele também coloca a mão no coração, abaixa a cabeça, parece chorar e parece pensar: "eu amo... eu amo... eu amo..." ou "o quê está acontecendo verdadeiramente comigo?" Trata-se de uma experiência de descoberta.
No outro momento de destaque dessa série é quando Han/ Yoo confessa abertamente, sem o conhecimento do sexo de Eun-Chan, de que ele não se interessa se "você for homem ou não, pois isso pouco importa, o que conta é que eu o amo". É uma cena um pouco mais sintonizada com o discurso político do correto.
Claro, o público maior que assiste a série e que é o mantenedor da ordem estabelecida, tem o "conforto" de saber que o "herói masculino" (Gong Yoo) está realmente apaixonado por uma mulher, só que não sabe. Por outro lado, como veremos depois, ele se sentirá enganado por ela, e ela passa a ser a maléfica, uma alma inferior, ela o enganou - a "songamonguice" dele não conta e nem é punida. Mas, o diálogo refinado, nos deixa em uma área mesclada da existência de ser gay, pois, afinal, aparece uma mostra interessante da fluidez da sexualidade, da sua flexibilidade, das suas possibilidades de ir e vir, sem caminho certo, sem regra definitiva e ou sólida. O amor se joga, se é homem ou mulher, no caso da série, tanto faz...

(Hiran Pinel, autor)