quinta-feira, 26 de outubro de 2023

enquanto isso na clínica e na educação escolar e não escolar...

A PSICOLOGIA (E A PEDAGOGIA) EXISTENCIAL: ESCRITOS SOBRE O TEMA

Hiran Pinel, autor

Hiran Pinel, selecionou, organizou

SUMÁRIO DO TEXTO:

1. YALOM E OS TERMOS CIENTÍFICOS

2. MEU CONTRAPONTO  DE MEDIAÇÃO COM A PSICOLOGIA EXISTENCIAL DE YALOM

3. QUANDO A CIÊNCIA QUE RECORRE MATERIAIS DE ARTES, LITERATURA E POESIAS

4. A ESCRITA CIENTÍFICA EXISTENCIAL SEGUNDO HALL E LINDZEY (1987)

5. SUBJETIVIDADE NA OBJETIVIDADE DO MUNDO: SER-NO-MUNDO

6. SER CIENTISTA QUE TRABALHA COM O MÉTODO FENOMENOLÓGICO: APLICANDO-O À EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E À PEDAGOGIA HOSPITALAR

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1. YALOM E OS TERMOS CIÊNTÍFICOS

Hiran Pinel, selecionou e organizou

"Senti ainda outra dificuldade com a abordagem existencial, ela era mais uma teoria filosófica do que um sistema psicoterapêutico, embora houvesse exceções. Frequentemente não se encontrava uma concretude na orientação filosófica, que precisava se complementada pelo conhecimento aplicado do processo de tratamento.  

Yalom expressou uma preocupação semelhante: 

" ... filósofos existenciais profissionais ultrapassam até* (...) [outros teóricos de psicologia clínica]  no uso de uma linguagem obscura e enrolada ... [ele usa o termo filósofo para pensadores da psicoterapia] Nunca entendi a razão dessa linguagem impenetrável e com a aparência de profunda. Os próprios conceitos existenciais básicos não são complexos e não precisam ser decodificados e meticulosamente  analisados [no sentido de dar uma aparência profunda, pois o simples é penetrante, é complexo]. Muito mais do que isso, eles precisam ser revelados." (Yalom, 1980, p. 16)"

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FONTE DO TEXTO ACIMA: In: HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa; psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus, 1995.

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NOTA DE RODAPÉ (NO TEXTO, COM ASTERISCO QUE INSERI)

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2. MEU CONTRAPONTO  DE MEDIAÇÃO COM A PSICOLOGIA EXISTENCIAL DE YALOM

Hiran Pinel, autor

VERSÃO DE YALOM: Para ler esse "contraponto de mediação", é preciso ler o texto anterior quando Hycner cita Yalom que faz críticos a psicoterapeutas que complicam a terapia recorrendo a termos obscuros, terminologia impenetrável, onde o autor dá uma aparência de profunda, e não é.

* VERSÃO DO "MEU" CONTRAPONTO DE MEDIAÇÃO: Yalom cita os psicanalistas, preferi suprimir, pois discordo de eles são não clínicos, ao contrários, criaram uma própria ciência, discutida ou não, mas uma ciência, que como todas elas, há elogios e críticas. Não são "só eles", os psicanalistas, que escrevem de modo complicado (?), confuso (???), por sinal, eu adoro ler muitos psicanalistas e não os acho simples, mas científicos - são profundos e tratam com delicadeza o ser humano.

Eu defendo que "TODOS os pensadores da psicoterapia" (ou da terapia existencial ou da clínica fenomenológico-existencial), e aí eu me incluo, aplicando à Educação Especial e Inclusiva e Saúde (e à Pedagogia Hospitalar), e que devemos recorrer sim à Filosofia, o devemos fazê-lo (ou deveríamos fazê-lo), dos diversos modos de ser "profundos" (ser rigoroso científico e sensível) na existência de uma pessoa considerada sempre como ser-no-mundo.

O autor Yalom, acho que se refere àqueles pesquisadores que não estão tão focados na Clínica Existencial, e (estão) mais na Filosofia, entretanto, o livro, por exemplo, tem título referente a Psicoterapia - vamos dizer que eu engano ao leitor, que comprou o livro pra ler sobre clínica, e é mais filosofia. Nesse sentido de mediação sensível, defendo que a filosofia deve sim vir no texto, até um capítulo só pra ela, considerando-a como (co)movedora da "minha" pesquisa, no caso, clínica. O pesquisador da clínica deve produzir um texto preocupado, por ex., com a formação de um profissional de saúde mental, e a clínica é aquilo que alguém no seu ofício faz junto e com um outro que sofre. MAS, isso o leva a se respaldar em pensadores filosóficos, ou sociológicos, ou antropológicos (filosóficos, por ex.) e ou. O clínico existencial abre-se aos filósofos dessa esfera.

A afirmativa de Yalom é complexa, pois. Ela pode ser também crítica, mas eu acho que o que ele "quer dizer": "não se preocupem, uma escrita meticulosa, rigorosa, clara e sensível, fundamentada também filosófica e psicologicamente, por si só, já é profunda e complexa". Mas, eu acrescentaria: "deixe claro a filosofia subjacente, e o que você desvia dela, afinal uma filosofia não é assumida clínica, e quando se ancora na saúde, ela deixa um pouco de ser "ela mesma" (Filosofia).

Yalom não fala de textos simplórios e de autoajuda, assim espero [risos...]. Mas, sabemos que Yalom, como Rogers, escreve o cotidiano profissional de clínico, usando um texto simples, refinado, rigoroso - e isso é profundo, pois não abandona a filosofia, nunca, pois ir fundo na pessoa exige Cuidado, rigor. Pessoalmente adoro ler textos clínicos com terminologias "complexas" (?), que me mexe com a "minha cuca" (me provoca de modo me tornar curioso), que mexe comigo, que me obriga pesquisar, ir mais fundo do que o autor... Todo ser humano merece e precisa de alguém que o considere profundamente. Textos "complexos" (?) me permitem ir além, pesquisar. Uma terminologia complexa nos impõe sempre a dialogar com mais delicadeza e detalhes, fazer mais interpretações sustentadas, no caso, pela Filosofia. Uma terminologia provoca-nos a utilizá-las nas relações com colegas acadêmicos e clínicos mesmos, gerando uma "linguagem científica específica" que produza efeitos benéficos na clínica, nos cuidados de qualidade que oferecemos a um outro, aquele que tem dor, desprazer, tristeza, sentimentos abandônicos etc..

Um clínico bem-sucedido, e que é um cientista rigoroso, será sempre "profundo", pois vai fundo na alma, mente e corpo do outro na (pró)cura de cuidar. 

O clínico e a clínica que há em todos os lugares e tempos, ele (e ela) é da outridade/ alteridade. 


Hiran Pinel, autor, 2023.

3. QUANDO A CIÊNCIA QUE RECORRE MATERIAIS DE ARTES, LITERATURA E POESIAS

Hiran Pinel, autor

DICAS PARA O PESQUISADOR QUE ASSOCIA ARTE COM CIÊNCIA, POR EX: ESTUDA UM FILME COM O FINCO DE COMPREENDER A REALIDADE.

O QUE GRANDES NOMES PENSAM A RESPEITO, TODOS ELES DEFENDEM QUE REALIDADE E FICÇÃO (AQUI NO SENTIDO DAS ARTES, LITERATURA E POESIA) SE INDISSOCIAM.

"A arte é a mentira é que nos permite conhecer a verdade" (Picasso). “A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção” (atribuída ao psicanalista Jacques Lacan). “Arte e realidade se complementam. Sem realidade, a arte não faz sentido, sem arte, a realidade não tem significado” - Bahman Ghobadi, diretor iraniano de cinema, de etnia curda. "Não existe meio mais seguro para fugir do mundo [realidade] do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele [mundo real] do que a arte" (atribuído Johann Goethe). "A arte não é [só] um espelho para refletir o mundo, mas [é] um martelo para forjá-lo [a arte é uma dispositivo de resistência concreta; uma ferramenta para as lutas contra ao opressor]" (atribuído a Vladimir Maiakóvski 1893-1930). "A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa. Por outro lado, o saber que ela [literatura] mobiliza nunca é inteiro ou derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa, mas sabe de alguma coisa; ou melhor, que ela sabe algo das coisas – que sabe muito sobre os homens". (BARTHES, 1978, p.19).  (PINEL, 2019; p. 3) .

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Referência: PINEL, Hiran. Arte e ciência: aplicações em pesquisas nas esferas da educação especial e saúde, bem como pedagogia hospitalar. Vitória, ES: ppge,ufes, 2023. 

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OBSERVAÇÃO: eu que digo que atribuo a esses autores, os textos. Falo de atribuição, só isso. Barthes talvez seja a exceção que podem citar direto, mas investiguem.

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4. A ESCRITA CIENTÍFICA EXISTENCIAL SEGUNDO HALL E LINDZEY (1987)

Hiran Pinel, selecionou e organizou

"O leitor poderá notar neste trecho um estilo de escrever que é característico da análise fenomenológica. A terminologia técnica está [quase] ausente, exceto pelas palabras Umwelt, Mitwelt e Eigenwelt, mas estas só parecem técnicas aos leitores de lingua (...) [portuguesa] porque elas são palavras estrangeiras. Nota-se também o uso de um vocabulário evocativo, quase poético. Tais imagens parecem muito distantes do vocabulário sóbrio, comum e mesmo esmerado, comumente empregado na exposição científica. É preciso ter em mente que o existencialismo sempre manteve fortes laços com a literatura e que um dos seus antepassados, Nietzsche, foi tanto poeta quanto filósofo. De fato, a literatura sempre foi e terá de ser existencial, pois ela lida como ser-no-mundo. A literatura é psicologia com a diferença de que a literatura é ficção, enquanto a psicologia é ou deveria ser factual. A diferença é entretanto trivial" (HALL e LINDZEY, 1987; p. 89).

"Boss insiste que o que a ciência considera ser um respeitável vocabulário científico é uma usurpação da palavra "científico". É preciso usar as palavras que melhor descrevem os fenômenos, e não ser limitado por uma tradição autoritária. Novas perspectivas científicas [como a ciência fenomenológica-existencial da época do livro Hall e Lindzey] comumente exigem um vocabulário completamente novo, assim, não é surpreendente que muitos escritos existenciais soem estranhos e esotéricos para aqueles que foram criados com a visão de mundo científica do século XIX. Como acontece com as novas formas de música e de arte, a dissonância criada pelo vocabulário existencial será gradualmente reduzida e desaparecerá" (HALL e LINDSEY,1987; p. 89)...

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Referência

HALL, Calvin S.; LINDSEY, Gardner. Teorias da personalidade. Volume 2. São Paulo: EPU, 1987.

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5. SUBJETIVIDADE NA OBJETIVIDADE DO MUNDO: SER-NO-MUNDO

Hiran Pinel, autor.

"Em termos didáticos a Psicologia se interessa pela [1] SUBJETIVIDADE, que tem em si um complexo mosaico de vidas, focando na singularidade, mas de uma ligada a pluralidade de ser, afinal ser-no-mundo. A subjetividade tem quatro tópicos que a compõe, e todas elas vividas como indissociadas e com diversos dinamismos dialéticos, quais sejam: 

as (vidas) [1.1] afetivas (os desejos, as emoções e os sentimentos, o amor e ódio, a alegria e a tristeza, o prazer, o desprazer e dor etc.) 

as [1.2] cognitivas (pensar, o raciocínio, resolver problemas escolares e os da vida vicária, prestar atenção e memorizar, ser racional etc.), 

as [1.3] corporais (imagem corporal de si, e o modo de perceber o "outro-corpo-de-eu", dores física e impacto na psicologia de "ser no mundo", sintonia orgânica, esquema corpora e imagem mental do nosso corpo, o corpo vivido/ percebido, representado, efeitos de remédios em "mim-corporal", consciência do corpo no mundo e com o outros, formas de movimentar-se com o corpo dolorido, ansioso, distressado, harmonia corporal etc.) e a vida "eu-tu-nós-mundo", e,,, 

as (vidas ) [1.4] sociais, culturais e históricas" (PINEL, 2010; p. 12). 

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NOTA: em citando, favor referendar

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6. SER CIENTISTA QUE TRABALHA COM O MÉTODO FENOMENOLÓGICO: APLICANDO-O À EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E À PEDAGOGIA HOSPITALAR

Hiran Pinel

A Psicologia Fenomenológico-existencial e o método fenomenológico de investigação têm uma potência muito forte na Educação Especial inclusiva e na saúde, e na Pedagogia Hospitalar. Por sinal, a inclusão pode ser compreendida como um termo humanista existencial, ele mesmo, valorizando o ser humano como ser-no-mundo, jogado no mundo sem sua anuência, e agora ele trata de cuidar de si e do outro, como "modo de (ser) si". Também se faz presente na sala de aula quando (co)movida pelos cuidados cognitivos, corporais e afetivos oferecidos ao outro, aluno comum ou especial. Ainda se faz presente quando nos referimos ao que acontece nas salas de atendimentos especiais-educacionais, e aos atendimentos educacionais em ambientes hospitalares e domiciliares para e com o aluno-paciente com doenças crônicas dentre outras, que lhe produziu alguma deficiência, um desgaste emocional e físico, um chorar de dor, uma alegria de estar sem dor na sala de aula hospitalar, ou estar doente mas junto com seus familiares e amigos etc. Esse impacto do método fenomenológico (na pesquisa e na intervenção educacional), como se não bastasse a sua potente força nas pesquisas onde o humanismo existencial nos joga na cara nossa fragilidade e finitude, e nossa alegria e prazer em viver, está também diretamente relacionado ao processo nacional (e até internacional) de "humanização hospitalar" e da "inclusão" escolar (e não escolar)> Tais processos comparecem mediados pelo foco dado a um ser humano livre em todos os sentidos, que passa o seu existir escolhendo e se responsabilizando por isso, e se angustia diante do seu "ser-para-a-morte", e que muitas vezes se releva aberto a aprender e crescer, apesar dos pesares. A morte, consequência natural do final concreto do respirar, complexamente desvela a força de uma prática educacional fundada em uma "Pedagogia inclusiva Existencial", do respirar na vida é real, e há vida no humano projeto de ser, que tem tessituras e tecidos dos sonhos, dos devaneios, das ilusões, do viajar em si, nos outros; nas nossas fantasia - as transcendências do cotidiano banal e agressivo etc. Não podemos morrer se ela ainda não chegou, nossa meta deve ser uma opção pela vida, enquanto ela estiver. Enquanto a finitude física não chega, a vida ganha força. A vida, então, aqui-agora, não responde aos desejos do senhor Ceifa(dor). Nesse sentido da vida, a escola e a sala de aula é vida que insiste em respirar a alegria de estar aqui-e-agora entregue ao "experienciar", sem impedir o "outro lado" de ser do ser humano, o seu "ser-para-a-morte", mas em ser-com [...] A inclusão escolar, ela mesma, clama por uma postura fenomenológica. A educação especial especial em toda sua amplitude, também clama pelo humanismo-existencial a ela aplicada. Na saúde, esses movimento existenciais tem se mostrado potentes na vida, e no impacto da morte no doente (do-ente) e ao seu entorno, como a família, os amigos, o staff da saúde etc. Nesse sentido processual de viver a vida sempre inconclusa e incompleta, a professora (e a educadora e ou) pode ser orientada, em um tipo de "formação existencial da docente" a criar/ inventar/ produzir uma "ação/ prática educacional" de seu "ser-no-mundo" do ofício do magistério, revelando a potência do seu labor. Essa formação pode ensiná-la a se "envolver existencialmente" com o estudante-paciente na escolaridade, e ao mesmo tempo produzir um "distanciamento reflexivo", momento que ela se interrogará: O "que é" e o "como é" o sentido desse meu vivido com o aprendente/ aluno/ estudante/ educando/ orientando? O "que é" e "como é" ser professora hospitalar? "Como é" trazer o "mundo lá fora" (a comunidade real/ concreta do aluno) para ser "sentida-pensada-agida" no concreto de um hospital quando mostra ao sofredor "sua escola da comunidade, está aqui dentro da instituição, na classe hospitalar, vamos lá? "Como é" que o aluno, com gravíssimos problemas de saúde, pode viver uma relação com a professora geradora de mais aprendizagens de conteúdos escolares (e não escolares), pois, um segundo antes de morrer, o discente tem direito à educação e à escolaridade (PINEL 2004; p. 9-10) 

[Hiran Pinel, autor]

 

YALON E SUAS DIFICULDADES COM A ABORDAGEM EXISTENCIAL & MEUS CONTRAPONTOS

Hiran Pinel 

"Senti ainda outra dificuldade com a abordagem existencial, ela era mais uma teoria filosófica do que um sistema psicoterapêutico, embora houvesse exceções. Frequentemente não se encontrava uma concretude na orientação filosófica, que precisava se complementada pelo conhecimento aplicado do processo de tratamento.  

Yalom expressou uma preocupação semelhante: 

" ... filósofos existenciais profissionais ultrapassam até* (...) [outros teóricos de psicologia clínica]  no uso de uma linguagem obscura e enrolada ... [ele usa o termo filósofo para pensadores da psicoterapia] Nunca entendi a razão dessa linguagem impenetrável e com a aparência de profunda. Os próprios conceitos existenciais básicos não são complexos e não precisam ser decodificados e meticulosamente  analisados [no sentido de dar uma aparência profunda, pois o simples é penetrante, é complexo]. Muito mais do que isso, eles precisam ser revelados." (Yalom, 1980, p. 16)"

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Fonte do texto acima: In: HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa; psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus, 1995.


NOTA DE RODAPÉ (NO TEXTO, COM ASTERISCO QUE INSERI)

* Yalom cita os psicanalistas, mas, não são "só eles'" que escrevem de modo complicado (?), por sinal, eu adoro ler muitos psicanalistas e não os acho simples, mas científicos.

Eu defendo que "TODOS os pensadores da psicoterapia" (ou da terapia existencial ou da clínica), e aí eu me incluo, aplicando à Educação Especial e Saúde (e à Pedagogia Hospitalar), e que recorremos à filosofia, o fazemos (ou deveríamos fazer), de modo "profundos" (ser rigoroso científico e sensível).

O autor se refere aqueles pesquisadores que não está focando na clínica, e tendo a filosofia como (co)movedor da sua pesquisa e e do texto. O pesquisador da clínica deve produzir um texto preocupado, por ex., com a formação de um profissional de saúde mental, e a clínica é aquilo que alguém no seu ofício faz junto e com um outro que sofre.

A afirmativa e Yalom é complexa e que pode ser também crítica, mas eu acho que o que ele "quer dizer": não se preocupem, uma escrita meticulosa, rigorosa, clara e sensível, por si só, já é profunda e complexa. Mas, eu acrescentaria: deixe claro a filosofia subjacente, e o que você desvia dela, afinal uma filosofia não é clínica.

Yalom não fala de textos simplórios e de autoajuda, assim espero [risos...]. Mas, sabemos que Yalom, como Rogers, escreve o cotidiano profissional de clínico, usando um texto simples, refinado, rigoroso - e isso é profundo, pois não abandona a filosofia, nunca. Pessoalmente, adoro ler textos clínicos com terminologias complexas, que me permitem ir além, pesquisar, e utilizá-los nas relações com colegas acadêmicos e clínicos mesmos, gerando uma linguagem específica que produza efeitos benéficos na clínica, nos cuidados de qualidade a quem tem tanta dor.

Um clínico bem-sucedido, e que é um cientista rigoroso, será sempre "profundo", pois vai fundo na alma, mente e corpo do outro na (pró)cura de cuidar. O clínico é da outridade/ alteridade - Hiran Pinel, autor, 2023.



quarta-feira, 25 de outubro de 2023

arte e ciência, ficção e realidade, ilusão e ciência, poesia e ciência, literatura e ciência, verdade e mentira

O USO DAS ARTES COMO FERRAMENTAS E DISPOSITIVOS EM PESQUISAS FENOMENOLÓGICAS

Hiran Pinel, autor

INTRODUÇÃO

Uma das ações científicas do Grufei, Grupo de Fenomenologia, Educação (Especial) e Inclusão, é o de produzir ciência tendo como ferramentas e dispositivos obras de arte, poesias e literatura. Isso ganhou sentido acentuado durante a pandemia da Covid-19 onde, como orientador, não poderia (como não fiz) exigir do orientando que vá ao hospital coletar dados.

Essa ideia enriqueceu muito nossas ações, que são antigas nessa esfera, mas como que disse, que em plena pandemia da Covid-19, isso ganhou sentido, quando os ("minhas" e "meus'*) orientandos que temiam tal evento de saúde pública, e todos temiam e acompanhávamos a ciência experimental quanto á produção de vacinas. Um orientando, por exemplo, optou em estudar, no mestrado, a cegueira do personagem central de "Hoje eu quero voltar sozinho" (MOURA e PINEL, 2023).

O objetivo desse "papel de rascunho científico" é o de descrever as percepções de artistas e cientistas sobre a realidade (papel da ciência) e as artes (arte, literatura, poesia), destacando aqueles intelectuais e pesquisadores que defendem a relação entre ambos os aspectos, ainda que defendam o real, que ainda assim é produzido (na ciência) por um investigador que "sonha" com o real, afinal a arte nos acompanha no real. Não se trata das artes prevalecerem sobre a realidade, e nem a realidade prevalecer sobre as artes, mas dar potência a realidade criada por pessoas, gente cheia de sonhos pelo real. 

METODOLOGIA

Sempre tenho citações de grandes nomes, da ciência ou mesmo das artes, onde garantem (o fato ou o real) a relação realidade e arte, fantasia e arte, verdade e mentira, fato e ilusão etc., e a noção de que uma obra de arte tem muito a nos ensinar, e a gente aprender, sobre a educação escolar e não-escolar.

As citações são até populares em meios aos cinéfilos como sou, mas, nesse meio, podemos supor que algumas coisas são atribuídas, autores nos quais atribuímos, sendo frases que vão sendo ditas como na arte japonesa (e asiática) de cosplay, "cosplayers" que somos (risos).

Algumas citações são minhas, tamanho valor acadêmico dou a essa temática especialmente me Educação Especial, Ed. Inclusiva, Ed. Social, Pedagogia Hospitalar, Educação e Saúde, nas minhas práticas com o método fenomenológico de pesquisa e do fenomenológico-existencial de práticas educacionais e outras intervenções e interferências.

RESULTADOS

"A arte é a mentira é que nos permite conhecer a verdade" (Picasso). 

“A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção” (atribuída ao psicanalista Jacques Lacan). 

”A arte cria o mundo de modo concreto, ela produz esse mundo - ou ajuda a (re0produzi-lo, a (re)criá-lo, a (re)inventá-lo, a (re)idealizá-lo. Ela (arte) é a própria realidade, pois sendo instrumento/ ferramenta/ dispositivo, ela cria o real em nome de algo ou alguém, de uma ideologia - ainda que possa ser defensável que a realidade prevaleça em meio a tantos sujeitos que lutam para mudar o real vivido pelos seus sonhos de um mundo melhor, menos explorador, mais favorável ao oprimido" (Hiran Pinel)

“Arte e realidade se complementam. Sem realidade, a arte não faz sentido, sem arte, a realidade não tem significado” - Bahman Ghobadi, diretor iraniano de cinema, de etnia curda. 

"Não existe meio mais seguro para fugir do mundo [realidade] do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele [mundo real] do que a arte" (atribuído Johann Goethe). 

"Para a psicologia fenomenológico-existencial, diferenciar realidade de fantasia é possível (e necessária), mas não está nessa diferenciação o âmago dessa ciência, ao contrário, está na sua junção e até indissociação, 'realidadefantasia" - afinal, o sujeito concreto e real se inventa, se produz, se reinventa como ser no mundo que é (sendo) com o outro. Aqui-agora, estamos a 'dizer', o real teor da vida, do existir, dos 'modos de ser sendo junto/ com ao outro no mundo' - ser concreto, ser real, ser o que se convencionou a dizer realidade, fato. A vida está aí, ela está no estar-aí, na borda da linha entre loucura e sanidade, no extremo de uma linha e do outro, nos seus meandros e labirinto, fantasia, sonho, vida encarnada real, ensangüentada, alegre, triste, cheia de narrativas prenhes de sentido concreto do ser com o outro, no mundo... É preciso escutar empaticamente ambos os aspectos, realidade/ concretude/ fato e fantasia/ ficção/ invenção/ ilusão, e uma terceira opção que é a mistura híbrida dos dois que parecem clamar por serem descritas compreensivamente, e desvelar uma realidade - "uma" e não "a" realidade. Não estamos à cata de um único real ou de uma única verdade absoluta, sólida e ou universal. A arte pode nos ajudar a cuidar do humano real e concreto, cuidar dele e com isso desvelá-lo pela descrição compreensiva do que é e do como é ser no fenômeno escolhido pelo pesquisador' (PINEL, 2005; p. 91).

"A arte não é [só] um espelho para refletir o mundo, mas [é] um martelo para forjá-lo [a arte é uma dispositivo de resistência concreta; uma ferramenta para as lutas contra ao opressor]" (atribuído a Vladimir Maiakóvski 1893-1930). 

"Quando você faz um filme, as pessoas podem interpretá-lo da maneira que quiser e ver coisas que os produtores não tinham ideia de que estavam gravando. Então, ficamos surpresos quando vemos algo, falado ou escrito, sobre os filmes que fazemos e [que - Hpinel] não teve contexto para os produtores ou com o que [outros profissionais da referida obra de arte - Hpinel] queriam fazer. E ainda assim, tem uma relevância para elas, porque as pessoas acreditam nisso, [desejavam isso, e ou usam conscientemente a arte pra produzir mais artes, poesias, literatira e até textos científicos com reflexões, inclusive para o entendimento e ou compreensão da realidade, estimulando até mudanças concretas, reais - Hpinel]".  (Jerry Buckheimer (1943-), um produtor estadunidense de filmes e séries de televisão).

"A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa. Por outro lado, o saber que ela [literatura] mobiliza nunca é inteiro ou derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa, mas sabe de alguma coisa; ou melhor, que ela sabe algo das coisas – que sabe muito sobre os (...) [seres humanos]". (BARTHES, 1978, p.19).  (PINEL, 2019; p. 3) .

 

"Poetas e romancistas são nossos preciosos aliados [de nós, os cientistas], e seu testemunho deve ser altamente estimado, pois eles conhecem muitas coisas entre o céu e a terra com que nossa sabedoria escolar não poderia ainda sonhar. Nossos mestres conhecem a psique porque se abeberaram em fontes que nós, homens comuns, ainda não tornamos acessíveis à ciência" (citado pelo psicopatologista Dalgalarrondo (2008; p. 15) sendo frase de autoria de Sigmund Freud. Nesse livro ele até referenda: Sigmund Freud; in "O delírio e os sonhos na Gradiva de Jensen", 1906; mas não é do criador da Psicanálise, segundo denúncia do teledramaturgo Manoel Carlos - in https://vejario. abril. com.br/ coluna/ manoel-carlos/ perolas -; mas, sem dúvida, a frase é muito boa, por isso posto).


"Quando eu fui à campo coletar dados sobre a presença da Educação Social e Saúde entre garotos que se prostituíam no Largo do Arrouche, em São Paulo, isso entre 1998 a 2000. Eu cheguei naquele espaço (e  tempo) e fui logo sentindo na minha percepção, dde que antes de mim, os rapazes que vendiam seus encantos, e seus clientes, transitavam pisando nos astros distraídos, sem saber que a melhor coisa dessa vida, e era o luar, o caboclo do seu desejo e o violão, fazendo paráfrase de "Chão de Estrelas", de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa. Antes de mim, a poesia cotidiana passeava de mãos dadas comigo (e com todos os transeuntes) - e a partir daí fiquei atento a essa criação insubmissa e provocativa, romântica e ou de resistência dos rapazes que se prostituíam, especialmente deles. Poe exemplo: era comum falarem-me que se sentir ator, pois eles eram o desejo do outro, e pouco do desejo de si, afinal eles vendiam encantos e ilusões. Ficar nas madrugadas debaixo das marquises da grande capital, me inspirava a refletir sobre a arte de não ser si esmo, a maquiagem das sombras entre a luz e os esconderijos, etc. Eles ficavam debaixo de postes das ruas, das marquises, na parte escuras dos botecos etc. Destacava-se expressão corporal de macho: pernas arqueadas, jeans azul desbotado, cabelos despenteados, mãos enfiadas na altura da virilha  etc. Era puro teatro, mas de um teatro de tablado, da vida real, que refletia o real, a dura realidade do comércio dos desejos do cliente que fixavam em uma representação existencial da classe operária.  Era a concretude de ser-no-mundo. Isso refletia uma Pedagogia Social existencial da carne, onde um (cliente) ensina ao outro (garoto de programa ou michê) e vice-versa. O cliente, pelo menos ao meu perceber de sentido, era pela hiper masculinidade que se relembrava os trabalhadores simples e braçais, uma espécie de desvelar nossa sociedade de classes. Em cada passo que eu dava como cientista fenomenológico-existencial, vinha aos meus sentidos os significados oferecidos pela vida, vida de cada um deles, e minha própria vida, vida dos clientes - e que fique claro as diferenças entre uns e outros. As artes, as poesias e as literaturas começaram a subsidiar a ciência que eu produzia, e quanto mais ela apareceu, mais o real se mostrava, uma arte romântica e da resistência, como aquelas canções de protesto da década de 60: "esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer", outra vez um poeta, Geraldo Vandré no seu auge em "Caminhando".  Interessante, que eu ia mostrando a mim mesmo como pesquisador, que a arte se indissociada á realidade, e a realidade contém nela a arte, ainda que sonhemos que a realidade saia vencedora, mas que ainda assim, os vencedores para serem assim vitoriosos, precisam de projetos de ser (Sartre), sentidos de vida (Frankl), modos de ser de ser no mundo entre a realidade necessária e seu combustível de animação, que são sonhos feitos de tessituras oníricas, etéreas que nos fazem viver mais e melhor no campo de batalha do real. Muitas vezes, lutamos pelo real, pela via de um amor que deixamos em casa... Romântico, não? (risos) Recordo, do final do filme "Veludo Azul" (1986; de David Lych), onde o protagonista, ao ver um delicado passarinho na janela, de uma casa situada em uma cidade aprazível e pacata, mas com um submundo perverso e "sexualizado ao extremo", e ainda assim (co)movido pela balada idealizada do título do filme, "Blue Velvet" (original de 1963, de Bernie Wayne e Lee Morris), diz à namoradinha (que como o protagonista, foi violentada), bem como, para nós, o público desse filme Cult: "Esse mundo muito é estranho, muito, não é?" Recordo-me que respondo: "sim, é" (Hiran Pinel, 2001; p. 4).

"As artes, as poesias e a literatura em geral, especialmente a obra de arte mais completa que existe, o cinema, estão prenhes de fenômenos capazes que provocar e evocar ao cientista (e ou ao pesquisador) a adentrar na fantasia/ ficção, "envolver-se existencialmente" com "isso-aí", e desse "espaço-tempo" penetrante e penetrado, "distanciar-se reflexivamente", sempre nesses dois movimentos interligados, descrevendo compreensivamente "o que é" e "o como é" ser com o outro, no mundo. Esses dois movimentos, em uno, costuma trazer significativas contribuições para aquilo que denominamos realidade - a realidade vivida. Isso nos comprova que não existe arte sem o real - e a arte, quase sempre, contribui com a ciência, quer seja uma arte oficial (um filme de cinema premiado, uma música de sucesso popular etc., por exemplo) ou quer uma "arte do cotidiano do sujeito comum", quando ele se expressa de modo poético, literário, cinemático, desenhando, dançando, cantando, representando como um ator e ou uma atriz, imaginando viagens místicas, romanceando sua vida, dirigindo sua vida que beira a direção de uma série yaoi de televisão tailandesa (...)"  [Hiran Pinel, 2004; p. 7].

'(...) amo esses 'fanservices' (feitos antes das séries, nas e durante as séries, e depois delas) e 'fanmeetings' (onde tem 'fanservices') dos atores Singto Prachaya e Krist Perawat de Sotus e Sotus S The Series, e de Puín (Phuwin) e Pond de "Upon Fish in the sky" (Pescando Peixe no Céu, da GMM-TV). Na minha opinião se trata de um outro teatro, outra perspectiva de interpretação, que para alguns é o real, mas não é. A realidade aí acontece em um simbólico e metafórico palco. Nada de ilusão, e ao mesmo tempo, tudo de ilusão - parece ser o discurso (e ação) dos fanmeetings e fansevices, onde as fãs costumam desejar dar a direção, mas eles é que farão uma interpretação insubmissa, quase sempre. Mas onde está o real? Isso é importante? Eu retruco que não, pois isso não é vital aqui-agora nessa reflexão sobre uma série romântica da TV tailandesa. Realidade e ficção se misturam e dão um tom sobre o tom, uma outra ficção, outra realidade." (Hiran Pinel)

 

REFERÊNCIAS

PINEL, Hiran. Arte e ciência: aplicações em pesquisas na esfera da Pedagogia, Educação e Saúde e Psicologia. Do autor.

SARTRE, Jean-Paul. Ser e Nada. Ed. Autêntica.

FRANKL, Viktor E. Sentido da vida, diário de um psicólogo em campo de concentração. Ed. Vozes

BARTHES, Roland. A aula. Ed. Cultrix.

MOURA, Menderson Rezende de.; PINEL, Hiran. Ser Leonardo: Educação Especial, cegueira e cinema. Ed. der autoren. Venda no sitio: Clube de Autores.

PINEL, Hiran et al. Cinema, Educação & Inclusão. Venda no sítio: Clube de autores.

 

"O leitor poderá notar nesrte trecho um estilo de escrever que é característico da análise fenomenológica. A terminologia técnica está [quase] ausente, exceto pelas palabras Umwelt, Mitwelt e Eigenwelt, mas estas só parecem técnicas aos leitores de lingua (...) [portuguesa] porque elas são palavras estrangeiras. Nota-se também o uso de um vocabulário evocativo, quase poético. Tais imagens parecem muito distantes do vocabulário sóbrio, comum e mesmo esmerado, comumente empregado na exposição científica. É preciso ter em mente que o existencialismo sempre manteve fortes laços com a literatura e que um dos seus antepassados, Nietzsche, foi tanto poeta quanto filósofo. De fato, a literatura sempre foi e terá de ser existencial, pois ela lida como ser-no-mundo. A literatura é psicologia com a diferença de que a literatura é ficção, enquanto a psicologia é ou deveria ser factual. A diferença é entretanto trivial" (HALL e LINDZEY, 1987; p. 89).

"Boss insiste que o que a ciência considera ser um respeitável vocabulário científico é uma usurpação da palavra "científico". É preciso usar as palavras que melhor descrevem os fenômenos, e não ser limitado por uma tradição autoritária. Novas perspectivas científicas [como a ciência fenomenológica-existencial da época do livro Hall e Lindzey] comumente exigem um vocabulário completamente novo, assim, não é surpreendente que muitos escritos existenciais soem estranhos e esotéricos para aqueles que foram criados com a visão de mundo científica do século XIX. Como acontece com as novas formas de música e de arte, a dissonância criada pelo vocabulário existencial será gradualmente reduzida e desaparecerá" (HALL e LINDSEY,1987; p. 89)...

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Referência

HALL, Calvin S.; LINDSEY, Gardner. Teorias da personalidade. Volume 2. São Paulo: EPU, 1987.


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

SENTINDO-ME INCOMODADO
Gente... Estou na minha casa - já madrugada. Intermitentemente sinto uma "lufada de ar" sem cheiro, parece-me um gás. Nessa lufada tem nele um "produto química" (acho) que vem e volta, entra pelo nariz da pessoa e produz uma tosse de irritação. Não é só eu que sinto aqui em casa, outro dia, um amigo dormiu aqui- e sentiu a mesma coisa, mas nem sempre quando estou com alguém acontece isso. Pois, então: eu me levantei "aqui-e-agora'. Fui ver o que é. Fui na parte de cima/ cobertura - aparentemente nada. Fui lá fora na área aberta ao céu - aparentemente nada. Fechei as janelas, e prossegue o cheiro. Abri e a mesma coisa. Fui até pela escada de incêndio, subi nela e nada que possa indicar de onde vem e vai o "cheiro", que não é bem um cheiro, é uma lufada de ar que traz algo químico e que irrita a garganta... Olhei a escada que leva ao teto, onde tem uma luz iluminada (para pontuar aos aviões) que divide meu apartamento do meu vizinho, Diogo - são só dois no andar. Será que é algo de alguma indústria daqui de Camburi? Será que é algum produto que se tem (até em casa) e que exala esse cheiro? Recordo-me, levemente, de algo que existia no interior chamado "pei*o alemão" (ou "cordãozinho cheiroso"; ou "bomba de fedor" - o que sinto, não tem cheiro, é algo químico no ar que irrita o aparelho respiratório decido ao ato humano de respirar). Como eu fiz Química Industrial, parece-me uma reação (química), "um produto acoplado a um outro" gerando essa "lufada de ar" (reação sem cheiro, mas com um produto que produz alergia ao respirar) que irrita o aparelho respiratório... Vou verificar se conheço alguém que possa me orientar, e se for de indústria, deverei ir pra saber, anunciar e denunciar. Entrar na justiça requerendo ganhos pelos danos causados. Talvez um médico pode me examinar e sugerir alguma causa, que acho que dirá que algo que produz alergia. No outro apartamento também isso acontece, mas misturado o que eu estou chamando de "lufada de ar" (sem cheiro), mas com cheiro, que tenho "quase certeza" é o tal do 'cordão cheiroso". De qualquer jeito deixo tudo anotado em diário pessoal que distribuo para alguns chegados, para ajudarem-me refletir. Se posto aqui-agora é porque está persistindo e perseverando.
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[Hiran Pinel, 03:58 da madrugada]