domingo, 13 de setembro de 2009

Texto poético... de Hiran Pinel

"Dizem que as lágrimas são como torneiras abertas com 'águas tratadas': Limpam os olhos da gente e com isso passamos a enxergar melhor as coisas da vida e de nossa experiência. Mas um dia desses, eu chorei e chorei, e quanto mais eu chorava menos eu enxergava minha vida, parecendo que meus olhos eram tapados com espessas cortinas de águas salgadas"

Autor: Hiran Pinel.

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REFLEXÕES TEÓRIAS EM ESBOÇO DE TRex

Hiran Pinel, autor.

O que é e como é Teoria da Representação Existencial ou TRex?

É algo que comecei a pensar-sentir-agir em 1999. Sei que a palavra representação tem aí o sentido de carne, afastando-se da "falsidade": o ator pode dizer, na hora da cena eu não sou eu, eu finjo que sou um outro, e logo ao final de tudo, retomo o meu real. Na TRex. a pessoa cotidiana no seu ordinário é um humano que também representa, mas um outro de si mesmo, ele é um outro, mas si. O outro é parte de si, e por isso esse outro (que sou eu, e ele é ele mesmo mais eu) compõe a carne do meu ser. A TRex estaria ligada a uma experiência vivida, e a carne aí não é algo teatral, mas algo que representa a carne de si, o organismo humano (co)movido pela cognição (e corpo organísmico) que é movimentado pela vida afetiva. 

A teoria da Representação Existencial TRex., não elimina a representação legal ou política, ou a social, apenas traz a pessoa singular tendo sua REx., algo de grande significado sentido, que pode ajudá-lo no seu ato de pensar-agir-sentir no micro encarnado, tendo em si, o macro. Entretanto, esse plural está no singular, e o singular é o universal, afinal o ser-api é ser-no-mundo. O grande diferencial aqui-e-agora é o sentido de encarnado ou carne que não é explicitado na Representação Social de Moscovici. Nosso interesse é pela experiência vivida, a da carne, uma cognição (co)movida pela carne do afeto e do corpo. Na TRex o teatro não é artificial, mas algo encarnado 24 horas, mas sem sair de si, mas sendo si mesmo, sendo as possibilidades de “si-ser-no-mundo”, logo diferenciado do ator profissional de Lee Strasberg, que sai de si e é um outro e com o tempo retorna e toma o seu “ser-como-dele-próprio”, e assim na TRex não há esse desgaste, simplesmente somos encarnados e demandamos sentir a nós mesmos diante de certos temas, que podem ser experienciados como experiências vividas (Pinel, 1999; p. 3).

A TRex é apenas um tema que inventei, criei e ainda estou a criar desde meus tempos-espaços de ser estudante do curso de doutorado em Psicologia, pela Universidade de São Paulo. Foi uma tarefa que me dei, só pra reinventar-me. Na TRex a pessoa é ser-no-mundo, uma singularidade ou um individual que contém em si o plural ou o universal, 

Minhas leituras começou por um não-fenomenologista, Moscovici, da Teoria das Representação Sociais, e daí tive essa ideia. Tratou-se de um exercício pessoal de estudante de doutorado ávida em criar algo, mas que tenho certeza ainda falta muito a dizer a que veio, bem como tem dívidas com diversos pesquisadores, filósofos, pedagogos (Paulo Freire e Rubem Alves), psicólogos etc. No mais: Sartre, Heidegger, Nietzsche, Arthur Schopenhauer, Jacob Levy Moreno, Ludwig Binswanger, Lee Strasberg, os brasileiros: Augusto Boal, Yolanda Cintrão Forghieri, Dulce Mara Critelli etc.