"Ele
não conseguia dormir, atormentado por seus sentimentos, emoções e desejos. 'Um
mosaico complicado desse meu viver, insolucionável vida, a minha, minha vida', pensou. Cada detalhe se misturava com outro, e outros mais, a angústia de ter
sido traído nas relações amorosas, as rejeições sofridas, a não vontade de
fazer sexo - que é uma constante em sua vida, a vergonha física de si, o oralizar e a fal(ação) como leitmotiv pra respirar o amor e a paixão - dentre
outros fatores. Passou horas na cama, rolando de-lá-pra-cá, até que disse bem alto frente ao espelho do banheiro:
'Pôrra! Meu destino nunca foi o amor ao sexo, mas amor ao conhecimento'. Dormiu
finalmente, mas sem encontrar a paz desejada, afinal, pra que existe o
pesadelo?"
[O
Venerável Senhor Mosaico - dramaturgia do cineasta iraniano Naríh Lenip].