Phum vai beijar a boca de Noh e opta em fazê-lo na sua testa. "Nós
nunca seríamos capazes de fazer o que manda nosso desejo, num é?" diz
Noh. "Antes beijar sua testa, do que não te beijar, e afinal tudo no
amor deve ser feito de modo gradual e lentamente", devolve Phum. Noh
sorri, e parte com sua lambreta por uma das ruas de Bangkok, numa
madrugada quente e de monção de amor. A câmera mostra os dois se olhando
e se distanciando, junto a isso, há um fundo com música romântica:
"você me ensinou o que realmente significa o amor, mostrando-me um dos
motivos do meu coração bater assim, e indo viajar para lugares que nunca
estive". Mas essa cena não se fecha, e continua mostrando as memórias
dos dois, do que aconteceu desde o começo da história de "Love Sick The
Series". Estamos no último episódio da 1a temporada - o 12o. Eu já
assisti essa série inúmeras vezes, e cada vez que a vejo, relembrando-me
aos poucos dos raros amores que eu tive na vida, é como se fosse a 1a
vez, minhas pernas ainda tremem, meu coração fica batendo com força e
com o único finco, o de sair pela boca, e meus olhos lacrimejam de
emoção e de carne ensanguentada: O que de beijos eu perdi e ganhei na
minha vida? Como foi que eu consegui chegar até aqui, ainda que trôpego,
mas respirando, de pé e sem beijos? O que é e como é ser-eu como
ser-no-mundo "desbeijado"? Não, não são questões para responder que
coloco aqui-agora, pois antes de aprender - senti.
[HP; texto ficcional]