Quando o caixão do defunto, seu amante, ia sendo rebaixado para
dentro na cova, Kazuhíto defendia sua tese, algo para si mesmo: "Ele era
sucessivamente banal, e logo-logo poderia se desvelar uma pessoa
gloriosa, mas adiante ele decaía aos olhos dos outros como deplorável,
mas nunca, nunca ele foi medíocre". Ainda bem que a esposa do cara não o
escutou, nem seus dois jovens lindos rebentos. Ainda bem? O rosto da
outra estava visivelmente relaxado e em estado Zen - encontrou finalmente
o estado-devir, e ela sorria muito, parecendo ser de felicidade e
júbilo. Já os dois "efebos", claramente bêbados e febris, pareciam
querer substituir o pai comigo, "e estavam a suspirar por mim", Kazuhíto
imaginava em seus delírios e alucinações matinais.
[Texto ficcional; transcrevi de um livro literário de minha autoria, nunca publicado, chamado por ora de "Contas de Lágrimas"].