ATENÇÃO: ENSAIO EXPERIMENTAL CIENTÍFICO.
O MÉTODO FENOMENOLÓGICO DE PESQUISA:
COMO EU O APLICO EM PSICOLOGIA, PEDAGOGIA E EM EDUCAÇÃO.
COMO EU O APLICO EM PSICOLOGIA, PEDAGOGIA E EM EDUCAÇÃO.
Hiran Pinel, autor.
1 - Introdução
O objetivo desse ensaio científico, um rascunho
experimental, é o de descrever compreensivamente os modos de ser pesquisador
que usa o método fenomenológico de pesquisa.
Esse pesquisador, autor desse ensaio, é psicólogo,
é licenciado (em Psicologia, Pedagogia, Biologia, Filosofia) e bacharel (em
Psicologia), é mestre em educação e doutor em Psicologia, com pós-doutorado em
Educação: Conhecimento e Inclusão estudando dois filmes relacionados à Educação
Especial Escolar e Não-Escolar e à Pedagogia Social (ou o que isso representa).
Atualmente faz pós-doutorado objetivando produzir um livro sobre o método
fenomenológico aplicado à Educação Especial Hospitalar Escolar e Não Escolar.
Ele é coordenador do Grufei - Grupo de Fenomenologia, Educação (Especial) e
Inclusão, que por sua vez se liga do G-PEFE - Grupo de Pesquisa em
Fenomenologia na Educação.
Esse incipiente ensaio se refere ao método
fenomenológico aplicado à Psicologia e à Educação, logo de um método que faz
sua travessia da Filosofia para esses outros "saberes-fazeres", logo
um método com dívida à Filosofia Fenomenológica, mas que produz suas próprias
características, considerando, por exemplo, essas ciências.
Não é um texto definitivo, com erros de português e
de digitação...
2 - Metodologia
Fiz um estudo fenomenológico provocando
envolvimento existencial, e ao mesmo tempo, distanciamento reflexivo. Tudo isso
tendo por fundamento minha prática (e indissociada, teoria) de pesquisa nessa
esfera (Psicologia, educação, pedagogia), usando o referido método.
3 - Resultados e discussão
3.1. Como eu faço uma pesquisa fenomenológica...
Em outro estudo, Pinel (2018) procura descrever
alguns pormenores do método fenomenológico de pesquisa, criando vinte e quatro
características. Trata-se de um texto didático.
A pesquisa fenomenológica vinda da Filosofia, ao se
portar na Psicologia, Pedagogia e Educação, muda seus rumos originais.
Então, o método fenomenológico que descrevemos aqui-agora é “apenas” uma
inspiração advinda da Filosofia, e não é a Filosofia, mas é uma
Psicologia, é uma Educação, é uma Pedagogia.
Assim, a Psicologia Fenomenológica apregoa que na
produção do seu conhecimento deve existir dois movimentos, posturas e atitudes
indissociados, movimentos estes incrustados no ser (sendo) junto ao outro no
mundo do investigador: [1] o envolvimento existencial e [2] distanciamento
reflexivo. Esses dois movimentos são apregoados por Forghieri (2001),
psicóloga clínica nessa esfera, e uma pesquisadora de renome. Podemos sugerir
que o "envolvimento existencial" corresponde ao que na fenomenologia
se denomina de "epoché" ou suspensão; e o "distanciamento
reflexivo" (reflexão significa: descrever um ou mais sentidos e ou
significados) corresponde a "eidos", que é o momento em que se
anuncia a essência de algo ou alguém. Mas quem vai pesquisar o ser no mundo, é
um cientista que é ser no mundo, logo ele é encarnado, e desde o momento em que
começa a imaginar seu projeto de pesquisa, ele assume uma posição mundana, o
mundo está nele, é ele. Ele poderá tentar fazer suspensão, e isso não impede
que tente, mas até nisso ele é carne, é sangue, é terra, é chão - ele leva tudo
que há em si (com o outro, no mundo).
Mas não é apenas por aí, há mais características
que descreveremos a seguir compondo um total de vinte e duas características
sempre em movimentos, inclusive dialéticos, exigindo as atitudes fundamentais,
envolvimento e distanciamento: [3] foca na subjetividade do outro (em
movimento intersubjetivo), considerando esse “modo de ser” no mundo – “ser
no mundo”, tratando-se de uma [4] essência existencializada no
concreto, na história; [5] sujeito e objeto são indissociados – não
há neutralidade científica (não há neutralidade); [6] a “suspensão”
(o envolvimento existencial; epoché) é relativa e nunca é total, isso
devido o pesquisador ir a campo com o mundo em si e o outro (e as coisas do
mundo) – mas isso não impede que ele tente, se esforce até (PINEL, 2018; p.
17).
Trata-se o método fenomenológico de [7] uma
atitude, uma postura, uma ética, uma política (relacional) e nada de
caminhos prescritos, determinados, sólidos, de uma verdade universal. E nesse
sentido a [8] técnica e a tecnologia é secundária, e aqui-agora mais
vale a atitude, aquilo que moverá a ferramentas, dispositivos,
receituários – por isso não recomenda o uso de testes psicológicos
(padronizados), mas pode usá-los corrompendo o estabelecido pelas normas
padronizadas estatísticas, por exemplo. Mais? Foca na [9] experiência do
outro, no experiencial (a experiência vivida) bem como favorece a [10] descrição
compreensiva dessa experiência, e o termo [11] compreensão é o mesmo que empatia
(com+preender). [12]. Então, será assim que o método fenomenológico está interessado
em compreender, e não em explicar, analisar, interpretar – mas isso não
impede de que há na Psicologia movimentos favoráveis a “alguma análise existencial
ou análise fenomenológica” que é um evento muito comum na Psicologia Clínica,
por exemplo. Mas falamos de um outro tipo de análise, fundamentada na
compreensão. É comum que os locais onde se contrata psicólogos, e sendo
eles fenomenologistas, cobrem deles diagnósticos com etiologias e prognósticos,
e eles tem recorrido aos estudos compreensivos, bem aceitos pelas
instituições.
Outra característica é que o método [13] não se
interessa pela “causa” de nada, no máximo pode focar na [14] “motivação”
de alguém, de algo – o fenômeno. Como a pessoa é ser e ser no mundo, a
descrição compreensiva implica em [15] contextualizar esse sujeito na
sociedade, na cultura e na história – uma subjetividade nesse mesmo mundo
concreto, real – econômico, político, suas instituições, geografia, o outro, o
estímulo ambiental, serviços de saúde disponíveis, educação provocadora,
crítica e de qualidade etc. Mais características? No máximo o pesquisador
coloca como questões de pesquisa que quase sempre pode ser assim: [16] O
“que é” e [17] “como é” isso, aquilo, o significado da
experiência vivida, o experienciado, o encarnado?
Essas questões (ou sentidos interrogativos da investigação) de pesquisa
nortearão, por exemplo, a produção de dados - as questões nas entrevistas serão
essas, adaptadas às pessoas que colaborarão com sua investigação. Por ex: Você
produz junto ao seu sujeito de pesquisa uma narrativa sobre os modos
dele 'ser professor de Educação Especial que trabalha com crianças diagnósticas
e ou rotuladas de autistas. Sua pergunta a ele (ao professor - pessoa que
colabora com sua pesquisa), tendo por base a sua questão de pesquisa,
deve ser a que irá presenciar-se no cotidiano da "produção de dados",
muitos falarão "coleta de dados", mas na pesquisa fenomenológica
funciona melhor o termo produção de dados, vc está indissociada ali no
campo, vc não irá coletar, mas simplesmente produzir junto, tecer etc. Quando
vc tem interesse em certas "falas" (discursos), é só verificar seu
objetivo, você pergunta ao sujeito para aprofundar na "entrevista
não-diretiva": O "que é" e "como é " isso que você
falou (ou fez)? Ou: Fale-me mais sobre isso que você disse na entrevista? Nada
de interferir, ficar ansioso e em dar interpretações etc. Nesse sentido temos
planejado, executado e avaliado com os futuros pesquisadores fenomenologistas o
"Modelo de Relacionamento de Ajuda" de Robert Carkhuff (bem
descrito por Miranda e Miranda em "Construindo a Relação de Ajuda"),
mas há outras possibilidades, como a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl
Rogers ou modelos de entrevistas não-diretivas. Você não vai a campo
"julgar" alguém (você não tem essa meta, e tentará minimizar isso,
mesmo sabendo que vc é ser no mundo), criticar o Estado e instituições (claro
que isso irá aparece, pois o Estado marca a produção subjetiva), mas calma,
isso aparecerá dependendo do seu objetivo... Isso aparecerá nas
"falas" é só saber escutar, e isso aparecerá, repetimos, pois o ser é
no mundo, logo sua subjetividade é produzida nesse mundo. (Veja Apêndices
1).
Outra possibilidade de aplicação do método
fenomenológico é o de verificar os [18] aspectos contraditórios da realidade
vivida (o fenômeno), sempre pelas interrogações "o que é" e
"como é".
Outro dado é que uma investigação nessa esfera [19]
NÃO trabalha com hipótese e ou suposição – afinal é preciso
“esforçar-se” para ir a campo fazendo "epoché" ou suspensão e "eidos"
procurando significados para o vivido tendo por referência a própria pessoa que
colabora com a pesquisa. Entretanto, há uma psicóloga clínica fenomenológica,
que trabalha com Merleau-Ponty que reflete quanto escalonar ou não uma (ou
mais) hipótese, e seu nome é Moreira (2004). Essa pesquisadora de renome,
discorda de que uma pesquisa fenomenológica não deva ter hipótese. Segundo ela,
deve ter sim, pois numa pesquisa desse tipo não há essa "limpeza"
como imaginamos, essa "pureza da alma", essa tamanha ingenuidade
primeira como se fôssemos um ator iniciante em uma série tailandesa yaoí. Por
isso ela fala do pesquisador inserir no seu projeto de pesquisa e na pesquisa
propriamente dita, uma "HIPÓTESE COMO DESCONFIANÇA"... (p. 452). Ela
diz: "O pesquisador vive um atolamento no mundo que é congênito; ele não é
um passarinho capaz de praticar um pensamento de sobrevôo, esquecendo este
atolamento (...)" (p. 452). A pureza, a limpeza e a ingenuidade é
impossível, pois o pesquisador é mundo, ele está e é esse mundo. Mas o método
fenomenológico da Psicologia desde sempre apregoa a não neutralidade, e a ida
ao campo é um esforço de fazer epoché - uma tentativa, que está no reino do
impossível de ser alcançada na sua totalidade. Ou seja: a "epoché"
será sempre relativa, não havendo necessidade de enunciar uma hipótese ou
suposição, mesmo que se escreva "hipótese como desconfiança". O
artigo de Moreira (2004) é profundo e altamente provoca(dor).
"Epoché" corresponde ao "envolvimento
existencial" (ou empatia) e "eidos" ao distanciamento reflexivo
– e repetimos, movimentos vividos como indissociados, interligados, já que a
divisão é apenas didática, numa sociedade que valoriza o dicotômico e isso nos
pega; [20] Valoriza uma escrita científica literaturalizada; [21] é por
si só, o método fenomenológico é uma “intervenção” (ação/ participação)
de sentido, pois ninguém sai intacto de uma relação humana interpessoal e
social de qualidade, pautada pela escuta empática, e assim que eu faço pesquisa
fenomenológica, quase sempre faço ação, intervenção, inclusive com postura
crítica, de engajamento; alguns dizem que o nome correto é pesquisa de
intervenção fenomenológico-existencial, aí é claro o texto focará na
intervenção, ou interferência; [22] tanto que o método fenomenológico saído da
Filosofia, portando na Psicologia, passa a ser outra “coisa”, ainda que interligado
à origem filosófica. [23] Há fenomenologistas que produzem estudos
fenomenológicos associados a outras metodologias de pesquisas como o estudo
de caso e casos clínicos (existem clássicos estudos de casos como
Ellen West, Dibs etc.), pesquisa intervenção (clássicos estudos;
AMATUZZI, 2001 nos informa que toda pesquisa fenomenológica é de intervenção), pesquisa-ação
existencial (há bons estudos como em Barbier), pesquisa participante,
pesquisa dialética (ver “o método” de Sartre), cartografia subjetiva
fenomenológica, bibliográfica, documental (clássicos – como
cartas íntimas, diários, fotografias, memoriais etc.), etnografia
fenomenológica (pelo menos um clássico: CEFAI, 2010), narrativas, história
oral – e etc. (PINEL, 2018; p. 17); [24] é uma pesquisa eminentemente
qualitativa, não focando na quantificação dos dados., cálculo de
percentagem etc.; [25] alguns preferem chamar de pesquisa compreensiva
ou investigação que objetiva compreender empaticamente alguém; outros de
pesquisa empática – mas, em ambos os casos, o cientista deve recorrer a
autores da área para definir/ conceituar compreensão e empatia como Carl
Rogers, Carkhuff, Amatuzzi e outros etc. Quando se deseja dar outra nomeação
recomendamos sempre incluir nessa nomeação o termo fenomenológico, existencial
ou humanista-existencial, para deixar evidenciado a sua postura básica e
fundamental, com autores da esfera. Mas o esperado é que o pesquisador se diga:
“produzir um estudo psicológico, pedagógico e ou educacional de cunho científico
fenomenológico” e na produção discursiva destaque os caminhos que vão de
desvelando.
3.2. Como eu faço análise dos dados de uma pesquisa fenomenológica...
Nesse subcapítulo pretendo dar pistas do modo como
tentarei criar tipos de análises dos dados produzidos – aqui falo dos modos de
interpretar, de discutir. Os autores citados são aqueles com os quais trabalho
até hoje na clínica, seja em consultório (que não mais exerço), seja em
pesquisa clínica que faço até hoje, vamos dizer atendimentos clínicos, mas numa
dimensão de pesquisa e de extensão e não mais em assuntando psicólogo. Prossigo
também nessa tarefa de clinicar, mas o faço como um pesquisador graduado em
“formação de psicólogos”, em licenciatura em pedagogia, especialização em
orientação educacional, licenciado em filosofia e com doutorado em psicologia,
mas não mais um profissional fiscalizado por um conselho específico, mesmo
mantendo conduta ética, como fiz em consultórios, no IESBEM (hoje o extinto
Instituto Espírito-Santense do Bem Estar do Menor), Juizado da Infância e
Juventude (da Comarca de Vitória, ES), Hospital Doutor Dório Silva – dentre
outros. Preciso destacar isso objetivando evitar conflitos desnecessários com
as autarquias oficializadas, afinal tenho carga horária de 40 horas com
Dedicação Exclusiva (DE).
Minha questão é: Como psicólogos que se nomeiam
fenomenológicos-existenciais lidam com a chamada “análise existencial” da
pessoa que procura ajuda clínica?
Aguiar (2014) falando da aplicação de testes
psicológico às crianças na produção de diagnóstico psicológico em Psicologia
Clínica Fenomenológica (Gestalt-Terapia), ela afirma que “se entendermos que o
homem é um constante vir a ser, como encaixá-lo em uma categoria fixa, que
afirma que ele é isso ou aquilo?” (p. 91). O psicólogo pode analisar colocando
fala e expressões da criança que discursa sobre si mesmo a partir do vivido e
proposto pelo clínico. Ele tem suas próprias questões, ele tem sua sabedoria,
ele atribui significado ao seu vivido. Após vivenciar testes propostos pelo
clínico, a criança será capaz de interpretar-se, é só escutá-la. Nada cada ao
terapeuta na área de prescrição, pois o ser é de potencialidades e é livre para
escolher o caminho que desejar trilhar. E mais, a singularidade da pessoa deve
ser preservada, logo não deve ser refletida em caixas, modelos, quadrados
típicos de categorias psicopatológicas presentes nos famosos DSM-4 ou DSM-5. E
sobre as causas de um problema? Se reconhecemos compreensivamente que o sujeito
infantil é parte integrante de um campo, logo não haverá uma única causa, mas
várias e indissociadas, nada de padronização.
Monique Augras (1978), ao descrever um modo de se
produzir (ação, intervenção) psicodiagnósticos, sugere um guia para a
compreensão do paciente usando termos bem amplos, mas ainda assim guias gerais:
a situação, o tempo, o espaço, a alteridade (o outro), a fala, a obra. O clima
é anti-diagnóstico clássico e positivista, com aplicação de testes, cotação,
análise padronizada e uma nomeação.
Medard Boss, discípulo de Heidegger, ao criar a
psicoterapia denominada Daseinsanalyse, descreveu as características
ontológicas constituintes do existir humano, os "existenciais" do
homem a serem observados na clínica: 1) sua abertura original ao mundo; 2) sua
temporalidade; 3) sua espacialidade original; 4) seu estado de humor; 5) seu
estar-com-o-outro; 6) sua corporeidade. Também Ludwig Binwanger (GIOVANETTI,
2017) outro que estudou diretamente com Heidegger e era amigo de Boss.
A mesma coisa acontece com a proposta de uma teoria
da personalidade de Yolanda Cintrão Forghieri (2001) – há um conjunto de
terminologias envolvidas em um clima fenomenológico, cuja intepretação é o
outro que “se diz” algo “de si” para escutar-se efetivamente.
A análise existencial recomendada na maioria dessas
e as outras propostas, é a de ir pelos caminhos do processo vivido pelo
paciente, indo com ele, sem produzir palavreados novos ou diferenciados, mesmo
o tom de voz, a expressão corporal – o paciente fala e dá significado ao que
toca na sua pele, alma, mente. Outra possibilidade é a de focar sempre naquilo
mesmo que é (e foi) experienciado pelo sujeito que busca ajuda. O sentido, o
aprendido, o pensado, o desejado, o raciocinado, o amado, o afetado, o
linguageado, no tempo, no espaço, no cuidado, na obra produzida etc., é aí que
ele se desvela, e o terapeuta descreve compreensivamente. O outro é analisado
por ele mesmo, e somente ele é capaz de dizer-se que rumo anda traçando. O
clínico funciona como um metafórico espelho que lhe devolve o falado, o expressado,
o sentido – e não o faz necessariamente falando, ao contrário, mas
escutando.
Tem ainda a terapia vivencial proposta por Tereza
Cristina S. Erthal (1989) fundamentada em Kiekegaard, Husserl, Sartre,
Heidegger, e depois (ERTHAL, 1994) focando centralmente em Sartre, ela indica
que o psicólogo receba uma formação profissional na clínica, onde ele
aprenderá: 1) captar a essência do problema; 2) vivenciar a redução
fenomenológica; 3) ampliar a visão do cliente: “Se ficarmos apenas na essência
do problema, a sessão fica redundante ... É preciso ampliar o campo visual para
que dilate a conscientização (percepção intencional sujeito-mundo)” (p.
122-123); 4) integrando as partes, quando também se identifica “os mecanismos
mantenedores do problema (entrando na autoimagem” (p. 125).
Para Ribeiro (2013) o psicólogo fenomenologista
compreende o passado pelo presente (o que ocorre no set clínico), e será nesse
contexto que o termo interpretar é sinônimo de descrever a realidade do
paciente, tal qual acontece aqui-agora, “não numa relação causal, linear, em
que o efeito explica a causa ou o passado explica o presente sem levar em conta
variáveis intervenientes que afetaram, ao longo dos anos, o resultado de uma
ação passada” (p. 110). Citado ainda por Ribeiro (2013) a interpretação é a
significação que o psicólogo percebe na produção do seu paciente ou de um grupo
deles, sendo assim “um ato perceptivo e criador, semelhante a uma interpretação
dada por um diretor de orquestra na obra de um compositor” (p. 110-111). Finalmente
esse autor ainda destaca a tarefa de interpretar ou guardar silêncio, escutando
pacientemente o outro, e então, de modo fenomenológico-existencial conclui que
é o “silêncio é, certamente preferível a qualquer palavra [falada, escrita numa
pesquisa etc.]” (RIBEIRO, 2013; p. 112). Entretanto, o silêncio “não é um bem
em si mesmo” (p. 112), logo para uma pesquisa haverá oportunidade para se
analisar recorrendo a produção textual a partir de levantamento de Guias de
Sentido (GS; PINEL, 2004), por exemplo. Um silêncio ótimo é aquele que
provocará ao leitor em criar reflexões e produzir novas descobertas de sentido
acerca do que lê sobre um fenômeno, uma pessoa.
Assim, descrever Unidades de Significado (US) de um
conjunto de narrativas (por exemplo) pode ser o “ponto de partida das análises”
(BICUDO, 2011; p. 50). Pode-se falar em Unidades de Sentido (US) na produção de
Amatuzzi (2001).
Há também o que se denomina de Guias de Sentido
(PINEL, 2004). Aqui o pesquisador, lendo e relendo, de modo empático, todo e
qualquer texto obtido da produção de dados da pesquisa, estando ele imbuído
sempre das atitudes epoché e eidos, poderá obter um ou mais GS, algo que
movimenta aquela figura (GS) advinda de um fundo (GS), e que provavelmente,
percebendo de modo cuidadoso, poderá anunciar a essência existencializada. Mas
como bem destaca o autor, “é preciso que a descrição compreensiva abarque
detalhadamente o fenômeno da pesquisa revelando o vivido, caso contrário essa
descrição não é científica, não é fenomenológica” (PINEL, 2004; p. 100). Os
pesquisadores não fenomenológicos, diriam produzir uma Análise de Conteúdo
(AC), mas não é essa nossa meta, pois quando descrevemos US ou GS estamos nos
referindo a uma postura de os (co)mover pela Psicologia Fenomenológico-Existencial.
Um bom começo para escalonar, por exemplo, um GS, é atentar-se de que numa
produção discursiva de um paciente ao psicólogo pode haver “duas realidades: a
sua e a do mundo, que é também a sua, a qual condiciona e modifica à realidade
interna da pessoa” (RIBEIRO, 2013, p. 111). De certo modo,
(...) todo o exercício de começo de análise dos
dados pela criação de um ou mais GSg ou um GSg ou guia de sentido geral, e
alguns GSe ou guia de sentido específicos, acaba sendo também um trabalho
hermenêutico de interpretação que se vincula a compreender o sentido (norte/
rumo/ direção/ “sulear” que toma o ser sendo junto ao outro no mundo), a
significação e o significado presente na produção discursiva seja ela
denominada entrevista não diretiva, testemunho, depoimento, narrativa,
fotografias, desenhos etc.” (PINEL, 2004; p. 102).
Gil (2017) recomenda uma análise de dados proposta
por Colaizzi, também citado por Moreira (2004) qual seja: 1) o pesquisador lê a
descrição de cada informante; 2) extrai, então, uma ou mais assertivas
significativas – ele por marcar frases que se destacam, as mais repetidas e
“recomendamos frases vitais ditas uma única vez, mas de grande sentido ou
significado” (PINEL, 2004; p. 102); 3) o pesquisador formula um ou mais
significados – aqui cabe manter-se fiel ao que é dito, ao mesmo tempo extrai os
significados implícitos; 4) organiza o conjunto de significados em conjunto de
temas – temas que revelam algum padrão ou tendência e não deve desesperar-se
frente às ambiguidades, coisa humana, demasiada humana; 5) faz/ produz uma
integração dos resultados numa descrição exaustiva – ou minuciosa, cuidadosa,
analítica, detalhada; 6) elabora a estrutura essencial do fenômeno; 7) valida a
descoberta da estrutura essencial – e em todas as etapas recorrendo sempre aos
textos produzidos no campo da pesquisa, ou se for documentos (consulta-los
sempre), se for um vídeo (vê-lo sempre com total atenção e memória intencional)
etc.
3.3. Escalonando sentidos da pesquisa
fenomenológica: questões e objetivos de uma investigação.
Aqui-agora vamos tentar esclarecer, pelo vivido,
acerca da proposta de formular um ou mais de um SENTIDO INTERROGATIVO DA
PESQUISA, ou classicamente descrita como questão fenomenológica de investigação
e um (ou mais de um) SENTIDO COMO META/ NORTE/ DIREÇÃO FENOMENOLÓGICO DE
PESQUISA.
Nossa colocação é de que há uma proposta e que ela
ocorre pela própria teorização da Psicologia (Fenomenológica,
Fenomenológico-Existencial, Existencial, Existencialista e ou
Humanista-Existencial), advinda da travessia da Filosofia Fenomenológica.
Nossa "proposta" está interligada ao
sentido dos TRÊS termos/ palavras:
[1] "O QUE É",
[2] "COMO É",
[3] "DESCREVER COMPREENSIVAMENTE O QUE É E
COMO É SER..."
Evidenciamos então que esses TRÊS TERMOS FENOMENOLÓGICOS
não são uma "coisa minha" (do orientador), algo novo que "só ele
pesquisa", não é algo que "ele está a inventar no laboratório
fenomenológico do Grufei", MAS algo da própria fundamentação teórica na
nossa Psicologia/ Pedagogia/ Educação Fenomenológica.
Foi também esclarecido de que o
estudante-pesquisador (orientando) pode aventurar-se em "outros
termos" nas suas interrogações e objetivos de pesquisas, mas que tais
palavras/ termos deverão estar atrelados à idéia de: [1] "O QUE É", [2]
"COMO É" e [3] "DESCREVER COMPREENSIVAMENTE O QUE É E COMO É
SER"...
O pesquisador fenomenológico está atento "ao
QUE e ao COMO da realidade do sujeito, dado que a consciência não opera no
vazio, sendo necessariamente intencional" (RIBEIRO, 2013b; p. 83). Logo,
por Ribeiro (2013b) a Psicologia Fenomenológica se assenta no tripé:
"retorno às coisas mesmas", "redução fenomenológica" e
"intencionalidade".
Assim é que, "se" o aluno-pesquisador
tem, por exemplo, DEZ objetivos de pesquisa, antecedidos a eles precisa ser pontuados
as correspondentes DEZ questões de pesquisas - ou seja, a mesma quantidade de
um (questão) é repetido a mesma quantidade do outro (objetivo) seguindo os
mesmos termos, a mesma intenção discursiva.
Hoje eu recomendaria escalonar questões e objetivos
curtos, no possível evitando inserir dois verbos numa mesma oração. Ao mesmo
tempo é preciso repetir a mesma idéia, as características da pessoa que
colabora com sua pesquisa. Outro dado é escalonar um objetivo geral bem
especificado/ detalhado e os objetivos específicos destacaram a ação do
pesquisador sem especificar muito, já que esses dados estão contidos no
objetivo geral.
Como "descrever comprensivamente o que é e
como é" torna-se quase um clichê, o pesquisador pode optar pela seguinte
proposta:
SENTIDO
INTERROGATIVO DA PESQUISA: O que é e como é ser José, um garoto com
deficiência intelectual, devido a uma Síndrome de Down e exames psicométricos,
além de história de fracasso de rendimento/ desempenho escolar, estando agora,
aos 16 anos de idade, internado em um hospital público, devido a um quadro
grave de câncer no cérebro?
SENTIDO
COMO META/ NORTE/ DIREÇÃO GERAL FENOMENOLÓGICO DE PESQUISA:
Descrever compreensivamente José, um garoto com deficiência intelectual, devido
a uma Síndrome de Down e exames psicométricos, além de história de fracasso de
rendimento/ desempenho escolar, estando agora, aos 16 anos de idade, internado
em um hospital público, devido a um quadro grave de câncer no cérebro.
SENTIDOS
COMO METAS/ NORTES/ RUMOS/ DIREÇÕES ESPECÍFICOS FENOMENOLÓGICOS DA PESQUISA:
Descrever compreensivamente o que é e como é ser: a) José junto com seus pais e
familiares no hospital, no seu domicílio, na escola; 2) José e seus modos de
compreender os procedimentos médicos, de enfermagem, de psicologia, do serviço
social; 3) José e seus modos de ser na classe hospitalar... etc.
São apenas sugestões, pois o orientando pode seguir
outros caminhos, o uso de outros verbos, mas o texto inteiro demanda um
pesquisador atento às idéias contidas em termos como: [1]
"descrever", [2] "compreender" ou tentativa de empatia, [3]
"modos de ser", [4] "ser", [5] "o que é", [6] "como é", [7] "ir às coisas mesmas", [8] intencionalidade,
[9] redução fenomenológica; [10] consciência, [11] experiência vivida, vivido,
[12] subjetividade na Fenomenologia estudada ou requerida no "seu" estudo, ou seja, o marco teórico que o
pesquisador escolheu trabalhar.
Está claro que esse cuidado é um tipo de rigor
advindo da pressão acadêmica positivista, e que se instalou no método
fenomenológico, havendo outras propostas até mais ousadas, MAS que na aula de
hoje, esse foi nosso tema. Outros temas virão nessa mesma seara.
Outro esclarecimento, que o leitor pesquisador não
deve tomar o texto como recomendações, mas como sugestões. A ciência se faz
provocando-a, mas ao mesmo tempo é preciso descrever compreensivamente as
especificidades do saber-fazer método ou trajeto fenomenológico de pesquisa.
4. Pós escrito
Esse texto, repetimos, é experimental, no sentido
de ser um ensaio, apenas um rascunho. Ele foi elaborado de uma vez só e
inicialmente publicado no Facebook denominado Grufei - Grupo de Fenomenologia,
Educação (Especial) e Inclusão.
É um texto que sofre mudanças, ampliações,
reduções, revisto...
Ele não pretende ser um texto definitivo, e nem
modelar em indicar regras, métodos, caminhos seguros - mas apenas pistas de
como temos tentado realizar pesquisa fenomenológica, reconhecendo nossa ligação
fundamental com a Psicologia Fenomenológico-Existencial, e só depois nossa
inserção na Filosofia donde temos certeza de que se o método saído daí, ele se
transformou em algo diferenciado da proposta de Husserl - ele virou um método
da Psicologia Fenomenológica, Psicologia Existencial e ou Psicologia Humanista-Existencial.
Nosso ensaio abordou o método (como trajetória do
pesquisador), os modos possíveis de análise/ interpretação dos dados,
reconhecendo que compreender é um modo de análise empática. Finalmente fechamos
com um dos problemas dos nossos orientandos: o que escalonar questão (e
objetivo) de pesquisa compatível um com o outro.
REFERÊNCIAS
MOREIRA, Virgínia. O Método Fenomenológico de Merleau-Ponty como
Ferramenta Crítica na Pesquisa em Psicopatologia. Revista: Psicologia: Reflexão e Critica, 2004, 17(3), pp.447-45.
FORGHIERI, Yolanda Cintrão. Psicologia
Fenomenológica. São Paulo: Pioneira, 2001.
PINEL, Hiran. Apenas dois rapazes
e uma educação social; cinema, existencialismo e educação. Vitória: Do
Autor/ UFES/ PPGE, 2004. Artigo experimental.
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NOTAS:
[1] EM CITANDO ESSE TEXTO, FAVOR REFERENDAR... ATENTE PARA AS QUESTÕES DE PLÁGIO... O blog é sítio. O autor é Hiran Pinel. O título está claro.
[2] Esse ensaio científico é um ensaio, logo algo inconcluso, experimental, um rascunho. Trata-se de um pequeno trecho do meu "projeto de estágio de pós-doutorado" já publicado e apresentado ao Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação PPGMPE, do Centro de Educação – CE, da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, objetivando obtenção do certificado de estágio pós-doutoral em Educação, na área da Educação Especial, sob orientação/ supervisão do professor doutor Vitor Gomes.
APÊNDICES 1
1.1.
COMO TRABALHAR A ENTREVISTA NÃO-DIRETIVA QUE VC PRODUZIU NO CAMPO DA PESQUISA FENOMENOLÓGICA?
[1] EM CITANDO ESSE TEXTO, FAVOR REFERENDAR... ATENTE PARA AS QUESTÕES DE PLÁGIO... O blog é sítio. O autor é Hiran Pinel. O título está claro.
[2] Esse ensaio científico é um ensaio, logo algo inconcluso, experimental, um rascunho. Trata-se de um pequeno trecho do meu "projeto de estágio de pós-doutorado" já publicado e apresentado ao Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação PPGMPE, do Centro de Educação – CE, da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, objetivando obtenção do certificado de estágio pós-doutoral em Educação, na área da Educação Especial, sob orientação/ supervisão do professor doutor Vitor Gomes.
APÊNDICES 1
1.1.
COMO TRABALHAR A ENTREVISTA NÃO-DIRETIVA QUE VC PRODUZIU NO CAMPO DA PESQUISA FENOMENOLÓGICA?
TRANSCREVER
TEXTUALIZAR
TRANSCRIAR
TEXTUALIZAR
TRANSCRIAR
Bom-Meihy sugere 3 etapas para vc começar a
trabalhar sua entrevista não diretiva (os dados produzidos). Aqui eu faço o meu
texto em cima das ideias desse autor - são minhas ideias (MEUS TEXTOS),
conforme minhas memórias:
1. Transcrever (tá claro, num é?) Vc escuta a gravação da entrevista NÃO-DIRETIVA, e transcreve tal qual foi dito pelo outro, bem como de suas intervenções, que por sinal TÊM que ser NÃO-DIRETIVAS;
2. Textualizar - dar texto ao texto; corrigir repetições que possam cansar ao leitor (né...; então... etc.) e erros de português ditos (a não se que vc tenha justificativa para manter isso... eu pessoalmente, gosto de manter, para dar uma ideia do clima, mas repetições eu corto)... MAS RECORDE: o entrevistador pode dar opiniões, ele pode reler o que disse e que vc escreveu *transcreveu e textualizou;
3. Transcriar - é isso: É DAR TEATRO AO TEXTO ADVINDO DO VIVIDO - ou seja: teatralizar o mundo vivido da pessoa que colabora com a sua pesquisa, na sua produção de dados. A transcriação tem aparecido entre parênteses ou colchetes (tem que padronizar) - não é regra, mas tem ocorrido assim, mas não é norma, regra, algo taxativo. Recordo-me de uma entrevista no Pasquim com Wanderléa. O entrevistador: "Você se considera linda e estonteante, Wandeca?" A resposta da estrela: "Não! (jogando suas madeixas loiras para um lado, retornando-as, com um olhar sensual fixo para mim)". A resposta da cantora foi "não", mas pela transcriação que os jornalistas fizeram e colocaram entre parênteses, dá pra perceber o quanto sua linguagem oral pode estar sendo (in)compatível com o sentimento da artista, ou o quanto ela ficou lisonjeada ou o quanto ela discorda, mas fez um chame muito maior do que ser apenas linda e estonteante etc. ... Eu costumo falar "DAR TEATRO À VIDA DA PESSOA QUE COLABORA COM A PESQUISA"... Não é interpretar um dado produzido, mas de uma outro tipo disso: ao descrever o acontecimento, vc vai compreendendo - sem dizer isso ou aquilo - simplesmente transcriando você estará interpretando de um outro tipo (de interpretação)...
1.2.
"- FALE-ME MAIS SOBRE ISSO..." - um tipo de intervenção (via entrevista não-diretiva) que faz o pesquisador fenomenologia. Ele NÃO dirige a entrevista, a estrela é o outro e não o pesquisador... No mais é perguntar, diante de determinada fala do outro: O que é isso? Como é isso? O que significa isso pra vc, no que vc está dizendo (ou fazendo)? O que vc sentiu (ou o que está sentindo)? O que vc pensou (ou o que está pensando)? Descreva-me o que vc fez? Como vc o fez?
1.3.
A pesquisa fenomenológica está interessada na experiência subjetiva do outro (não na sua - do pesquisador). Se uma boa questão de pesquisa nessa seara é: "o que é e como é..."... Logo, uma entrevista de pesquisa deve ser assim, o mais ampla possível, evitando direcionamentos. Pode começar assim: "Fale-me sobre isso"... "O que é isso que vc falou" ... "Como é isso"... Não tem que dirigir a conversa, dar opiniões (o mundo está cansado de opiniões, ainda mais das suas kkk)... A pessoa que colabora com a pesquisa te pergunta: "A senhora acha que uma professora como eu sou, com mestrado e doutorado em educação, pode não ser inclusiva? Me diga! Me diga"... Vc ficará tentada a agradar e dizer sim, ou se deseja confusão, é discordar produzindo um arrazoado de justificativas técnicas, teóricas, ideológicas etc. Vc pode dizer: "O que significava ser professora inclusiva pra você?" ou "Você me pergunta, mas eu não tenho resposta... Qual a sua?" Ou seja, evite direcionar a conversa, pois ela acaba logo, mais com sua opinião (sua subjetividade) do que a subjetividade do outro seu foco de pesquisa. Isso daqui é aula de entrevista não-diretiva? NÃO, são apenas pistas para motivação de ir além. Nós fizemos uma oficina com entrevista não diretiva, recordam? Foi com o modelo de relacionamento de ajuda... Recordam? Vá ler livros sobre o tema, estudá-los... Vou postar textos sobre esse tema...
1.4.
Depois de uma entrevista não-diretiva vc pode optar:
a) transcrevê-la toda e apresentar no seu relatório final de pesquisa e compreendê-la (recorde que seu objetivo pode ser "descrever compreensivamente", e compreender é uma forma de análise, de interpretação hermenêutica ou fazer hermenêutica);
b) vc pode transcrevê-la, eliminando suas
interrogações nas conversas (interrogações não diretivas) compondo um único
texto narrativo, ou depoimento ou etc.
De quaisquer modos, "vc" (pesquisador)
deve "dizer" (escrever/ descrever) isso na na sua "trajetória da
pesquisa", melhor nome do que "metodologia". Classicamente a
"trajetória da pesquisa" tem sido denominada de "metodologia da
pesquisa", mas trajetória é o melhor nome... Na aula posso esclarecer
melhor, a filosofia por detrás disso.
1.5.
1.5.
BIBLIOGRAFIA MÍNIMA PARA QUEM DESEJA INICIAR EM
PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL, SEGUNDO SÍTIO DO INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DA USP:
Bibliografia fundamental
Dartigues, A. O que é a fenomenologia. Rio de Janeiro: Eldorado, 1973.
Bibliografia fundamental
Dartigues, A. O que é a fenomenologia. Rio de Janeiro: Eldorado, 1973.
Merleau-Ponty, M. Ciências do homem e
fenomenologia. São Paulo: Saraiva, 1973. Rogers, C. R. " Pessoa ou
ciência? Um problema filosófico". IN: Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins
Fontes, 1980. Sartre, J. P. O existencialismo é um humanismo. IN: Os
Pensadores. São Paulo: Abril, 1978. Sartre, J. P. As palavras. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1984.
Bibliografia complementar Coelho JR., N. e Carmo, P. S. Merleau-Ponty:
filosofia como corpo e existência. São Paulo: Escuta, 1991. Cohen-Solal, A.
Sartre: 1905-1980. Porto Alegre: L&PM, 1986. Lyotard, J. F. A
fenomenologia. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967. Merleau-Ponty, M. Fenomenologia
da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994. Sartre, J. P. A náusea. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1983.
1.6. Mais
livros:
EDUCAÇÃO/ PEDAGOGIA
De: Yolanda Cintrão Forghieri: "Psicologia fenomenológica; fundamentos, método, pesquisas" e "Aconselhamento Psicológico; origem, fundamentos e prática" - ambos os livros INDISPENSÁVEIS ... Ed. Pioneira.
De: Antonio Carlos Ciampa: "A Estoria do Severino e a Historia da Severina" - da editora Brasiliense (indispensável). NOTA: Cita existencialista Heidegger, por ex...
De: Danilo R; Streck et al., o livro "Dicionário Paulo Freire" (2a ed., revista e ampliada).
De: Lìgia Assumpção Amaral o livro "Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércoles)" - que tem muito do existencialismo, sem a autora especificá-lo;
EDUCAÇÃO/ PEDAGOGIA
De: Yolanda Cintrão Forghieri: "Psicologia fenomenológica; fundamentos, método, pesquisas" e "Aconselhamento Psicológico; origem, fundamentos e prática" - ambos os livros INDISPENSÁVEIS ... Ed. Pioneira.
De: Antonio Carlos Ciampa: "A Estoria do Severino e a Historia da Severina" - da editora Brasiliense (indispensável). NOTA: Cita existencialista Heidegger, por ex...
De: Danilo R; Streck et al., o livro "Dicionário Paulo Freire" (2a ed., revista e ampliada).
De: Lìgia Assumpção Amaral o livro "Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércoles)" - que tem muito do existencialismo, sem a autora especificá-lo;
De: Janusz Korczak, "Como amar uma
criança" e outros.
De: Paulo Freire, "obras completas".
De: Joel Martins e Bicudo: "Estudos sobre existencialismo, Fenomenologia e Educação" (Centauro Editora).
De: Nelino Azevedo de Mendonça: "Pedagogia da humanização; a pedagogia humanista de Paulo Freire" - da ed. Paulus.
De: Burow e Scherpp o livro "Gestaltpedagogia um caminho para a escola e a educação", 3 ed, editora Summus.
De: Moacir Gadotti, "Histórias das Ideias Pedagógicas" - os capítulos 11 e 12, assim com o capítulo: 15 - Paulo Freire e Rubem Alves. O cap. 9 aborda o pensamento pedagógico socialista, que muito nos ajuda compreender o significado de ser no mundo.
De: Adriana G. Gonçalves e Eduardo José Mazini, o livro "Classe hospitalar" - da editora da abpee (2011).
De: Franz Vitor Rúdio - diversos livros na educação e na psicologia clínica, assim como na orientação educacional, como o livro: "Orientação Não-diretiva, na Educação no Aconselhamento e na Psicoterapia" (vozes).
De: Laís Esteves Lofredi: "Paradigma de orientação educacional: baseado no modelo de relação-de-ajuda de Carkhuff" (ed. Francisco Alves).
De: Paulo Freire, "obras completas".
De: Joel Martins e Bicudo: "Estudos sobre existencialismo, Fenomenologia e Educação" (Centauro Editora).
De: Nelino Azevedo de Mendonça: "Pedagogia da humanização; a pedagogia humanista de Paulo Freire" - da ed. Paulus.
De: Burow e Scherpp o livro "Gestaltpedagogia um caminho para a escola e a educação", 3 ed, editora Summus.
De: Moacir Gadotti, "Histórias das Ideias Pedagógicas" - os capítulos 11 e 12, assim com o capítulo: 15 - Paulo Freire e Rubem Alves. O cap. 9 aborda o pensamento pedagógico socialista, que muito nos ajuda compreender o significado de ser no mundo.
De: Adriana G. Gonçalves e Eduardo José Mazini, o livro "Classe hospitalar" - da editora da abpee (2011).
De: Franz Vitor Rúdio - diversos livros na educação e na psicologia clínica, assim como na orientação educacional, como o livro: "Orientação Não-diretiva, na Educação no Aconselhamento e na Psicoterapia" (vozes).
De: Laís Esteves Lofredi: "Paradigma de orientação educacional: baseado no modelo de relação-de-ajuda de Carkhuff" (ed. Francisco Alves).
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PSICOLOGIA CLÍNICA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL
De: Ruth Scheeffer os livros "Aconselhamento Psicológico" e "Teorias do Aconselhamento" ambos os livros da editora Ática.
De Jorge Ponciano Ribeiro: "Conceito de Mundo e de Pessoa em Gestal-Terapia" - da Summus.
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PSICOLOGIA CLÍNICA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL
De: Ruth Scheeffer os livros "Aconselhamento Psicológico" e "Teorias do Aconselhamento" ambos os livros da editora Ática.
De Jorge Ponciano Ribeiro: "Conceito de Mundo e de Pessoa em Gestal-Terapia" - da Summus.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Psicoterapia; teorias e
técnicas psicoterápicas. Segunda edição revista e ampliada. São Paulo: Summus,
2013b.
De: Hall e Lindsey: "Teorias da
personalidade", volume 2, 18a edição, editora EPU, de 1984.
De: Monique Augras: "O ser da compreensão" - da Vozes.
De: Tereza Cristina S. Erthal: "Treinamento em Psicoterapia Vivencial" e "Terapia Vivencial: uma abordagem existencial em psicoterapia" - ambos da Vozes.
De: Monique Augras: "O ser da compreensão" - da Vozes.
De: Tereza Cristina S. Erthal: "Treinamento em Psicoterapia Vivencial" e "Terapia Vivencial: uma abordagem existencial em psicoterapia" - ambos da Vozes.
De: José Paulo Giovanetti, o livro "Psicoterapia
Fenomenológico-Existencial" (da ed. Voa Verita, 2017).
De: Feist et al.: "Teorias da Personalidade"
- Ler capítulos referentes à Erich Fromm (cap. 7) e capítulos: 9 (Maslow), 10
(Rogers) e 11 (Rollo May)
De: Miranda e Miranda, "Construindo a
Relação de Ajuda" da editora Crescer, de Belo Horizonte.
Mais: Medard Boss, Ludwig Binswanger (caso Ellen
West), Karl Jaspers etc. etc.
Mais: Angerami-Camon (psicólogo existencialista)...
Mais: Francisco Varella (chileno),
Mais: Edith Stein (também filósofa, mas com alta
contribuição para a clínica psicológica, quando estuda a empatia).
Virgínia Axilene - de "Dibs" e de
"Ludoterapia" - que são dois livros.
De: Sérgio Leonardo Gobbi et al. "Vocabulário e noções básicas da abordagem centrada na pessoa" (Vetor).
De: Sérgio Leonardo Gobbi et al. "Vocabulário e noções básicas da abordagem centrada na pessoa" (Vetor).
De: Ênio Brito Pinto: "Elementos para uma
compreensão diagnóstica em psicoterapia: o ciclo de contato e os modos de ser"
- da Summus.
De: Angerami-Camon: "Psicoterapia
Existencial" - da Thomson; outro livro: "O atendimento
Infantil; na ótica fenomenológico-existencial" (Camon et al); editora
Cengage.
De: Gerald Corey:"Técnicas de
Aconselhamento e Psicoterapia" - da editora Campus.
De: Márcio Lúcio de Miranda: "A relação de
ajuda; guia do treinando" - Editora Ceap. Outro: "A relação de
ajuda: guia do treinador" da editora Crescer.
Livros de Mauro Martins Amatuzzi, como "Por
uma psicologia humana", da Alínea. Tem: "Psicologia na
comunidade; uma experiência", também da Alínea.
Livros de Viktor Emil Frankl como "em busca
de sentido; um psicólogo em campo de concentração" (Vozes)
SCHUTZ, Alfred. Sobre Fenomenologia e
relações sociais (da ed. Vozes). Livro de Sociologia que contribui com uma
Psicologia Social fenomenológica.
De: Carli Ranieri: "Fenomenologia e questão
social" (ISBN: 8565540065).
Editora: Papel Social. NOTA: livro de serviço social que nos ajuda em muito.
De: Ernest Keen: "Introdução à Psicologia Fenomenológica" - ed. Interamericana.
De: Ernest Keen: "Introdução à Psicologia Fenomenológica" - ed. Interamericana.
TANTOS livros de Psicologia Fenomenológica e
correlatos.
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FILOSOFIA
De: Cerbone: "Fenomenologia" (Vozes)
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FILOSOFIA
De: Cerbone: "Fenomenologia" (Vozes)
De: Jack Reynolds "Existencialismo"
(Vozes)
De: SARTRE. Crítica da razão dialética.
De: SARTRE. Crítica da razão dialética.
De: E outros filósofos considerados ou descritos
como existencialistas, fenomenologistas ou humanistas-existenciais: Nietzsche,
Kierkegaard, Buber, Heidegger, Merleau-Pony, Sartre, Camus, Levinás etc. etc.
Henri Bergson.
Henri Bergson.
Edmund Husserl... indispensável compreender o surgimento da
Fenomenologia enquanto filosofia e método.
"Hermenêutica" - esse tema tem em alguns livros de Gadamer. Pesquisar o termo: círculo hermenêutico. Há o livro dele: "Verdade e Método" (volumes: I e II).
De: Thomas R. Giles. História do existencialismo e da fenomenologia. 3 volumes.
MERLEAU-PONTY: Fenomenologia da Percepção.
HEIDEGGER. Ser e tempo.
SARTRE. Ser e Nada; O método.
BUBER. Eu e tu.
ARTES, LITERATURA, POESIA, CINEMA Cinema de Igmar Bergaman, Apichaptong Weerassetakhul (maravilhoso), Federico Fellini, Akira Kurosawa, Rilke, Hesse, Kereouac, Fernando Pessoa, Caetano Veloso, Franz Kafka, Wood Allen, Malick, Walter Hugo Khoury, Walter Salles, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Godard, Clarice Lispector, o "movimento tropicália" na música popular brasileira, Guimarães Rosa...
Séries yaoí ou de marca, na TV, produzidas na Tailândia como Sotus The Series e Sotus S The Series, assim como Hormones The Series. EM: Project S - The Series : Side By Side, narra-se a vida de um atleta autista etc.
Diversos quadros de pintura como "O Grito" de Edvard Munch e outros.
Grupo de Dança Pina Bausch.
Cinema de Pedro Almodóvar.
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MÉTODO De: Daniel Augusto Moreira o livro "O método fenomenológico na pesquisa" da ed. Thomson/ Pioneira.
"Hermenêutica" - esse tema tem em alguns livros de Gadamer. Pesquisar o termo: círculo hermenêutico. Há o livro dele: "Verdade e Método" (volumes: I e II).
De: Thomas R. Giles. História do existencialismo e da fenomenologia. 3 volumes.
MERLEAU-PONTY: Fenomenologia da Percepção.
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SARTRE. Ser e Nada; O método.
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ARTES, LITERATURA, POESIA, CINEMA Cinema de Igmar Bergaman, Apichaptong Weerassetakhul (maravilhoso), Federico Fellini, Akira Kurosawa, Rilke, Hesse, Kereouac, Fernando Pessoa, Caetano Veloso, Franz Kafka, Wood Allen, Malick, Walter Hugo Khoury, Walter Salles, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Godard, Clarice Lispector, o "movimento tropicália" na música popular brasileira, Guimarães Rosa...
Séries yaoí ou de marca, na TV, produzidas na Tailândia como Sotus The Series e Sotus S The Series, assim como Hormones The Series. EM: Project S - The Series : Side By Side, narra-se a vida de um atleta autista etc.
Diversos quadros de pintura como "O Grito" de Edvard Munch e outros.
Grupo de Dança Pina Bausch.
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MÉTODO De: Daniel Augusto Moreira o livro "O método fenomenológico na pesquisa" da ed. Thomson/ Pioneira.
De: Dulce Mara Critelli: "Analítica do
Sentido" - da ed. Brasiliense.
De: Maria Aparecida V. Bicudo e outros: "Pesquisa
qualitativa segundo a visão fenomenológica" - da ed. Cortez.
De: Antonio Carlos Gil: "Como elaborar
projetos de pesquisa", APENAS a partir da 6a edição (2017) - pp;
35-36; 124-130. NOTA: Cuidado com um leitura imediatista que o texto pode
sugerir ao desavisado; é preciso fazer epoché e eidos, sempre recordem disso.
De: Jean Poupart et al. "Pesquisa
qualitativa; enfoques epistemológicos e metodológicos". Ed. Vozes.
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PSICOLOGIA NÃO FENOMENOLÓGICA
De: Bock et al.: "Psicologia
Sócio-Histórica; uma perspectiva crítica da Psicologia" (6a edição);
da Cortez. NOTA: a Psicologia Sócio-Histórica muito pode nos ajudar se
consideramos o ser no mundo.
De: Terezinha C. P. Campos o livro "Psicologia
Hospitalar" (ed. EPU).
De: Bock et al. "Psicologias".
Editora Saraiva.
De: Gabriel J. Chittó Gauer e Ruth M. Chittó Gauer,
o livro "A Fenomenologia da Violência", da editora Juruá.
NOTA: livro de Sociologia com contribuições para a Psicologia Social.
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TRANSCREVER, TEXTUALIZAR E TRANSCRIAR.. De: BOM-MEIHY - "Manual de história oral" (da Loyola). Tem livros específicos sobre entrevistas (não diretivas), narrativas, depoimentos, história oral de vida, uso de fotografias e filmes em pesquisa fenomenológica etc.
OUTROS LIVROS E OUTROS (ARTES, CINEMA ETC.) PODERÃO SER LEVANTADOS NO PERCURSO DO MEU PÓS-DOUTORADO (2018).