COMO OBTER REVELAÇÕES DOS "MODOS DE SER" (OU DO PROCESSO DE SUBJETIVIDADE) DO SUJEITO DA PESQUISA?
TEMA: Um dos modos de se produzir descrições compreensivas pelo método de investigação fenomenológica.
TEMA: Um dos modos de se produzir descrições compreensivas pelo método de investigação fenomenológica.
Pra obter dos sujeitos (da pesquisa) mais revelações do seu ser mais íntimo, mais sentimentos, emoções, desejos, raciocínios, pensamentos etc., é demandado que o cientista fenomenológico crie/ invente/ produza um clima psicossocial de afetividade, contatos encarnados com a pessoa no campo da produção de dados etc.
É claro que o ambiente pode/ deve ajudar, a estrutura do hospital, por exemplo, deve apoiar a pesquisa e a nossa presença lá dentro, deixar a gente trabalhar colocando confiança total na gente - a gente precisa trabalhar sem policiamento, mesmo o mais sutil. Mas se a instituição é repressora em todos os sentidos, ainda assim podemos navegar contra essa cultura organizacional, indo produzindo empatia e quem sabe podemos até quebrar algumas rédeas fascistas do hospital, e ou outra instituição.
.
.
Acho que é demandado "entender (no mínimo)/ compreender (na melhor das ações de sentido de ser pesquisador)" que o fenomenologista precisa descrever essa "subjetividade" (se for isso que ele deseja pesquisar). Falo de descrevê-la explicitamente, desvelá-la. O sujeito da pesquisa precisa encontrar um pesquisador, no mais possível, totalmente empático - ainda que isso seja totalmente impossível, na sua totalidade, só no esforço do cientista; O pesquisador fenomenológico precisa se "envolver existencialmente" com proposta da pesquisa, "ir às coisas mesmas'. Não é falar que "eu sou empático", é SER empático, no máximo que conseguir.
Vivendo a empatia, o sujeito da pesquisa pode encontrar possibilidades de expressar seus desejos, sua potência em desvelar-se, em mostrar seu mundo subjetivo ou então seus "modos de ser" no mundo - o que é e como é seus sentimentos, como ele se emociona, deseja, pensa, raciocina, resolve problemas cotidianos e escolares, como seu corpo expressa alegria e tristeza etc.
.
.
Mas se as revelações orais não aparecem devido a diversos fatores, como a própria doença que enfraquece e desanima, ou a repressão institucional, aí caberá ao investigador aprender a descrever compreensivamente os sentimentos e pensamentos do outro presentes e reveladas no "seu corpo" (do outro), a energia que o move, mesmo a mais parca - a potência do viver. E precisa detalhar tudo isso, sem ficar demasiadamente inferindo. Poderá criar algumas tarefas provocadoras, estimuladoras das revelações.
.
.
Autor: Hiran Pinel; citando, referende segundo a ABNT...