segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A PRODUÇÃO DE MITOS E ÍDOLOS: RIGOR, BONITEZA, MISTÉRIO 

HIRAN PINEL, autor.

Marylin Monroe ou MM foi (e é) o melhor (e talvez, o maior) mito produzido no mundo ocidental (e o mundo todo), nem mesmo políticos inventados ligados a essa ou aquele ideologia, ou um cientista humanista ou de potência social, nenhum se compara a essa atriz talentosa para seus papeis, cantora diferenciada com voz frágil e dançarina.

Esse texto partiu de um micro-vídeo onde a rainha Elizabete cumprimenta MM, e ela faz um gesto amplo que rouba a cena da rainha, fazendo-a, assim, ser "A Rainha" no nosso imaginário, que é nosso, mas produzido pelo social, cultural e histórico.

Elenco três característica de um mito e ídolo. Há diferenças entre os termos, mas também semelhanças, e foi com essas últimas que nivelei.


O artista - mas não só ele, é mais "talhado" a isso, pois traz o [1] rigor apaixonado da percepção singular/plural do fã ou "admirador afoito", a [2] boniteza física-moral-ética do mito a ser produzido/ inventado/ criado e o [3] mistério que ele cria e assim faz portar em si mesmo como ser singular.

1. rigor
2. boniteza
3. mistério

Dissecando mais: a criação do mito, seja qual for a indústria, tem essas variáveis:

[1] um rigor que transmite (boa atriz, cientista exigente, escritor competente, o poeta tresloucado, a amante perfeita ou devassa ou amorosa, a artista estudiosa, tem esse ou aquele curso naquela escola etc.). O mito deve ter (*I) competência (dominar seu ofício), estudar, ter "missão" ou "vocação" (os santos do povo); ter certificações, aprendeu por si mesmo (como se isso fosse possível) etc.; (*II) desejo em estar naquele ou nesse lugar-tempo de ser no trabalho, motivação, vontade, disposição; (*III) humildade não-submissa para errar, reconhecer que isso ocorreu, ser corrigido, aceitar o erro e modificar-se, e (*IV) ser ousado e ou corajoso, e saber enfrentar garbosamente as intempéries, fazendo disso sua biografia heróica; aproveitar de situações e se recriar; fazer papeis inesperados nas séries de TV, por exemplo; impactar a sociedade com suas ideias; ousar em descobertas científicas (hoje se cria heróis institucionais, por exemplo: a vacina contra a covid, não aparece o nome do cientistas, enquanto popular, mas da indústria como a Pfister, talvez até por ser uma equipe de pesquisadores, mas ainda assim, um pode se diferenciar, mas não lhe é dado crédito, ainda que possa dar dinheiro - assim, a empresa é o mito) - (PINEL, 2004).

[2] a boniteza (beleza física, moral, ética, elegância, fala bem, belos gestos, estética profissional...) e... A estética e a ética são inventados, impostos, pois ambas são construídas pela e na sociedade, cultura e história. Um ídolo pode ser um assassino em série (quão hábil e inteligente ele foi; quão belo ele foi nas suas ações em matar maridos violentos contra as esposas - como se o assassino fizesse justiça com suas próprias mãos...). O cara pode ser, no caso, feio e sem ética para aquela sociedade e cultura, mas isso é modificado, ainda que só para aquele caso, aquele do assassino em série. Por exemplo: o bandido da luz vermelha (essa luz é uma invenção, pois acidentalmente, uma vez ele teria usado tal lanterna... - a imprensa que criou e romantizou isso) etc. O mito Roberto, a imprensa transforma a doença do TOC do artista, e faz disso um mito do inacessível, mas é uma doença emocional até comum. O coração bondoso, o título de rei... tudo é uma invenção. Os ídolos asiáticos jovens e imberbes: não podem dizer se são gays e ou "héteros", se as fãs descobrem que têm namoradas, a carreira despenca, e eles costumam desmentir etc. A própria criação cultural de mulheres que amam homens ambíguos é uma produção social, a partir de um ou outro caso singular (na pluralidade de ser). Outro exemplo: ela fez "teste do sofá" ou não para tornar-se estrela? Quem financia esse ídolo? Porque essa empresa ou esse bilionário? Quem o financia é um amante que usa do corpo do mito, ou seja, o torna real, mas que para o público permanece como tal? Se, se revela, como pode? Será verdade ou será mentira?

[3] algo irrevelável, e que se for revelado, falta mais a revelar, a esconder. Algo que não se consegue chegar perto - e se chega, nada se entende. É um ser humano que quanto mais se mostra, mais se esconde. E mais, o mito se afasta do real, pois segredos ampliam a curiosidade sobre ele. Os segredos mantidos a sete chaves, afastam ao ser autêntico do ser humano - ele é humano? Há questões como essa a manter um ídolo. Manter segredo, e não permitir a intrusão - ficar distante do povo comum (seus admiradores); espalhar mentiras acerca de si costuma ajudar, e muito, na constituição daquilo que se costuma descrever como mítico etc.
.
***

Hiran Pinel, autor; em usando direta ou indiretamente o texto, referende. Fez do texto o seu, seja ético, e diga, em algum momento em quem se referenciou, isso indica postura científica. Artigos científicos, fora de revistas ditas científicas, continuam sendo científicos, só que o autor publicou-os em espaços-tempos mais populares, mas isso continua sendo científico. A ética científica exige esse reconhecimento.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

 

  • MÉTODO FENOMENOLÓGICO
HIRAN PINEL, autor.

A fenomenologia utiliza um método de análise chamado "redução fenomenológica" que compõe o “método fenomenológico de pesquisa”, e que para os pedagogos e psicólogos, é também de o método fenomenológico de pesquisa também de intervenção, pois é um tipo de “prática educacional existencial”, que consiste em voltar-se para a “experiência pura”, “sem pré-conceitos”, mas atitudes nunca totais, relativas que são.

O existencialismo, por sua vez, não possui um método único, mas se caracteriza por uma abordagem mais intuitiva e existencial, MAS sim uma ATITUDE, e na maioria das vezes, recorre ao método fenomenológico básico, ainda que cada teórico tem seu modo de entender e ou compreender a fenomenologia de Husserl – tende predominar a epoché relativa e ir às coisas mesmas.

Por exemplo: há pesquisadores que quando recorrem ao método fenomenológico, por discordarem de que a redução fenomenológica possa ser total, e tem opinião de que toda ela (redução; epoché; suspensão; colocar entre parênteses) é relativa, essa neutralidade não existe de fato,

Esses que defendem que toda epoché é relativa, algun deles, preferem dizer que pratica o “método fenomenológico-existencial” de pesquisa, tem a epoché e o ir as coisas mesmas do método fenomenológico, e tem a relativização da epoché que é o existencialismo.

Epoché = redução fenomenológica /suspensão/ poché/ colocar entre parênteses. Para nós a epoché é sempre relativa.

Por qual motivo a epoché é sempre relativa? Dentre outros motivos, não podemos ser puros, pois estamos sempre encharcados com os dois pés enfiados na lama da realidade; somos marcados pela cultura, sociedade e história etc.

Outro grupo de fenomenologistas descrevem ou escrevem que recorrem só ao método fenomenológico, e deixa evidenciado que a redução ou o colocar entre parênteses é sempre relativa, impossível ser total.

Assim, no Grufei, falamos que trabalhamos com o método fenomenológico recorrendo aos seguintes dados: [1] a epoché que nunca é total, pois relativa que é; [2] ir as coisas mesmas – duas típicas atitudes de todo método fenomenológico no mundo todo, e tem sido essa intenção; deixar o método com algumas singularidades ou originalidades. [3] fazer descrição detalhada do fenômeno do estudo; [3] produzir analítica existencial do que foi descrito; [4] detectar a essência, aquilo que não fica variando, essa é uma ideia; no Grufei falamos em “essência existencializada” (PINEL) recorrendo a [5] um marco teórico que metaforicamente pode iluminar (ou clarear) o ser; [6] nosso objetivo pode ser toda a possibilidade no uso de verbos e discursividade, DESDE que se descreva o ‘que é’ e o ‘como é’ ser... [7] O termo compreender nos recorda que devemos ser empático na coleta de dados, e no Grufei dizemos também que [8] toda empatia é relativa.

Aprovamos [9] os métodos fenomenológicos de cada pensador, todos eles, que pelas nossas pesquisas têm aquelas duas condutas comuns, que são a epoché relativa e ir as coisas mesmas.

Mas, há [10] radicalizações do método fenomenológico criados por grandes nomes existencialistas como Simone de Beauvoir, que recorre também a explicação (algo do positivismo) e á história. Como Simone estudou a mulher, ela demandou fazer uma história das mulheres dentro da história.

A maior valorização entre os fenomenologistas é que [11] compreender é “com+preender”; coleto dados com o outro, afinal o pesquisador (e a “pessoa humana”) é ser-com.

Para o Grufei, [12] todo ser humano é ser-no-mundo ou ser no mundo, logo devemos inserir a experiência da pessoa na sua cultura, sociedade e história (economia, política, saúde da nação e a pública, educação pública, preconceitos/ estigmas/ discriminação de um país, fascismo, nazismo, democracia, justiça/ injustiça, ídolos das artes, dos esportes etc.).

Nosso [13] foco é no singular, mas esse singular é plural, ele está indissociado do universal. O singular contém, "nele mesmo", o universal. Recordando que o ser é "ser-no-mundo", seus "modos de ser" se dá nesse mesmo mundo.

[14] O pesquisador dessa esfera estuda uma vida ou um grupo ou uma instituição ou um objeto, pois todo ele [objeto; coisa], todo ele, está ligado ao humano, então é o humano que falará, e o cientista descreverá.  O objetivo de pesquisa responderá sobre esse ser-aí (pessoa).

Repetindo: pode inclusive traçar objetivo com outro verbo, mas a essência é descrever o “que é” e o “como é” ser... Se pretende estudar objetos ou coisas ou... poderia ser: o que é e como é capoeira; ... internet; o que é e como é uma formação profissional; ... telenovelas que abordam ou abordaram sujeitos da educação especial inclusiva etc.  

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

 

Sobre a cabeça do Pequeno Grande Homem

A lua resplandece, e logo-logo se acalma, brilhando docemente

É uma cena de cinema, um milagre tranquilo do meu amor por ele.


HIRAN PINEL, autor.

 

Meu apelido é Pipi, sabe o motivo? Pipi tem origem no termo “Pee”, que em tailandês significa “frio”. Quando eu nasci, lá fora fazia uma monção densa, tensa e intensa, e ela destruía toda Bangkok. Fazia um frio infernal – fogo e água. Minha mãe não aguentou e morreu. Fiquei jogado na floresta virgem a espera do senhor Lobo, que não veio. Eu me recordo que morria de frio, e ninguém me acariciada, nem me dava beijos. Entendeu o meu apelido? Pois é, era pra ser Solidão!


HIRAN PINEL, autor.