O "EU FICCIONAL" ou "EU BIOGRÁFICO" (escritas do eu/ ego/ self) é a
reinvenção de si junto ao outro no mundo. A pessoa conta casos, geralmente íntimos e privados tornando-os públicos, de modo
consciente (e alegremente), por exemplo, histórias ousadas sobre si,
quando de fato é um um ser comum, cotidiano - por exemplo. Mas pode ser angústia, distresse. É uma invenção corporal,
gestos, fala etc., isso e aquilo, vive aquilo, no selfie, vídeo, nos textos,
nas autobiografias oficiais ou cotidianas - mas que é capaz de desdizer e
contar a "verdade" (?) que é dele, e que ao contar a "verdade"
conhecemos outra face, mas não esquecemos a primeira que é "verdade" - ou ela será as duas coisas e mais outras? O
inventado não é mentira, é uma realidade alterada, é a ampliação do
real. Essa ideia é de Born (2016), mas que aqui eu potencializo
psicossocialmente. Born inventou uma história pra si e pros amigos que
passou 42 dias na Tailândia (uau... ela sou eu kkk), colocou fotos (fez
photoshpp), vídeos onde ela se inseria a passear etc. Não deixa de ser
verdade essas belas invenções acerca de si (junto ao outro no mundo),
afinal é uma pessoa consciente que se posiciona saudável e alegremente
mostrando que não somos (no sentindo de "ser"), mas somos-sendo diversas
possibilidades, somos o processo.
[Hipinel, autor].