DIFERENÇA ENTRE EIDOS E EPOCHÉ NO MÉTODO
FENOMENOLÓGICO DE PESQUISA
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Hiran PINEL, autor.
Em copiando direta e ou indiretamente, referende segundo as
normas propostas, no nosso caso, a ABNT.
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INTRODUÇÃO
Há dois momentos indissociados quando se aplica o método
fenomenológico objetivando pesquisa e a produção de um artigo científico, por
exemplo; ou planeja-se uma prática educacional (existencial) ou uma ação
clínica (terapia e ou psicanálise existencial).
Quais são esses dois momentos? O que é e como é fazer isso?
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
[1] Eidos:
·
O
termo "eidos" vem do grego e significa "essência" ou
"forma ideal".
·
No
método fenomenológico, o eidos se refere à busca pela estrutura
essencial de um fenômeno, ou seja, pelas características que o definem
e o distinguem de outros fenômenos.
·
O
eidos é algo universal e atemporal, que não depende das experiências
individuais ou das interpretações subjetivas.
·
Para
chegar ao eidos de um fenômeno, o pesquisador fenomenológico, ou um educador e
terapeuta fenomenológico-existencial, atua fazendo acontecer uma redução
eidética, ao seu vivido, mas que impõe uma temporária suspensão ou
"levantamento para fora" de conceitos pré-estabelecidos, ou
pré-conceitos, dos próprios preconceitos, discriminações, estigmas, e bem como
de opiniões pré-concebidas, ou mesmo teorizações sobre o fenômeno, e só depois,
provoca uma centralização ou uma focalização, a arte e técnica de focar,
naquilo que se apresenta de maneira percebida como pura e evidente.
Bem, no caso, o pesquisador/cientista, o terapeuta/ psicanalista existencial,
aconselhador terapêutico, filósofo clínico, psicopedagogo clínico e ou
psicólogo clínico, musicoterapeuta, psicomotricista, psiquiatra etc., deve
pensar-sentir-agir o que foi (e para ele o é) o significado de "pureza
evidente" para o tempo-espaço de Husserl.
[2]
Epoché:
·
O
termo "epoché" vem do grego e significa "suspensão"
ou "colocar entre parênteses" por um tempo, no tempo que se
propõe "suspender", pois as coisas voltam ao seu comum, ao cotidiano.
·
No
método fenomenológico de pesquisa (uma profissional de ser cientista, de
produzir conhecimento) e ou de ação profissional (de atendimento clínico da psicopedagogia
e ou terapia, ou uma aula), a epoché se refere à suspensão do juízo
natural sobre o fenômeno que está sendo investigado. No caso do
processo aula, o professor ou educador chega à sala de aula, e se coloca com o
grupo, em uma postura de escuta de estar ali-agora juntos, em
"comum-união", a espera do conteúdo que o próprio grupo tem, e que
pouco interessa o estipulado pela sociedade. Na aula estamos em um grupo de
aprendizagem cujo conteúdo emerge dele mesmo, individual e grupal, singular e
plural, específico e geral, local/ estadual/nacional e internacional.
·
Epoché?
O que isso significa? Ora, é o momento em que o cientista, aquele que recorre
ao método fenomenológico de pesquisa (que por si só, é uma prática educacional
e ou intervenção clínica) deve (pró)curar e ou tentar abster-se
de fazer qualquer tipo de julgamento ou melhor. Nesse momento o cientista (pró)cura
(e ou esforça-se) fazer isso, evocar-se da urgência de criar um esforço que
chegue a isso, e que será algo que valha a pena, pois esse é um dado focal da
identificação do método fenomenológico em relação aos outros métodos que
circulam "por-aí". É uma atitude arrojada de suspensão de ideias e
ações pré-estabelecida. Ir suspenso sobre a realidade do fenômeno, que pretende
investigar (ou atender) descrevendo seu existir consigo mesmo (com os outros,
no mundo), o "que é" e "como é" ser da pessoa com o
fenômeno, o sentido dele se expressar aqui-e-agora, a motivação dele se
(des)velar.
·
A
epoché é um passo fundamental para evitar que as (pré)concepções do
pesquisador influenciem a sua análise do fenômeno.
Em
resumo:
·
O eidos se
refere à busca pela essência do fenômeno, enquanto a epoché se
refere à suspensão do juízo sobre o fenômeno.
·
O eidos é
algo universal e atemporal, enquanto a epoché é
uma atitude que o pesquisador deve adotar durante a
investigação.
·
A epoché é
um passo necessário para chegar ao eidos do fenômeno.
·
[A
epoché ou suspensão é necessária para chegar ao eidos (a
essência) do fenômeno.
·
A
epoché é quando o pesquisador se “envolve existencialmente” com o
fenômeno da pesquisa, mergulha nele, sem ficar julgando, avaliando, prenhe de
diversos conceitos como os teórico, afastados dos estigmas, preconceitos e
discriminações. Já eidos é o momento do “distanciamento reflexivo”,
quando vou apontar de modo mais racional o que é e como é ser, por ex., momento
da escrita da tese que exigira pensar, raciocinar, tomar decisões.
Exemplo:
Imagine que você está pesquisando a experiência de viver a
dor.
·
O eidos da
dor seria a sua essência, ou seja, aquilo que a define como dor e a
distingue de outras experiências.
·
Para
chegar ao eidos da dor, você precisaria realizar uma redução eidética,
suspendendo as suas (pré)concepções sobre a dor e focando naquilo que se
apresenta de maneira pura e evidente.
·
A epoché seria
um passo fundamental nesse processo, pois você precisaria abster-se de
fazer qualquer tipo de julgamento sobre a realidade da dor, sua
natureza ou suas causas.
·
Ambos
os movimentos são indissociados
·
Ambos
movimentos NÃO são totais e plenos, limitados que são pelo
própria existir do ser-aí (Dasein) ser-no-mundo.
·
Os
movimentos fenomenológicos são relativos, mas que pede um esforço do pesquisador,
uma luta sutil e sensível - e generosa de assepsia de
um balaio cheio de informações, por vezes, atordoantes, muita coisa
pré-estabecida, disse-me-disse etc. Fazer um exercício fenomenológico implica
produzi-lo sem desgastes subjetivos e comportamentais do investigador, para
provar que o método fenomenológico é a melhor ferramenta e excelente
dispositivo para estudar a experiência de ser do ser humano que é ser-no-mundo,
sua subjetividade em ação, subjetivação.