O POSSÍVEL MÉTODO FENOMENOLÓGICO DE FRANKL ANALISANDO UMA DE SUAS OBRAS
Anteriormente,
em 1998, Pinel descreveu o "método
fenomenológico" de Viktor Frankl. O autor se baseou em estudos
de grupos objetivando analisar a obra "Diário de um psicólogo no campo de
concentração", caracterizando o método fenomenológico dele, que te o
universal, e o individual (sua criação).
Ao nosso
olhar de sentido, ele destaca a subjetividade do
"ser-no-mundo" e na unicidade das experiências humanas - são únicas
na pluralidade do mundo.
O termo e a ação
empática, a presença dela, é altamente presente nos escritos franklianos,
até mesmo por sua postura clínica,
um interesse autêntico em debruçar com a pessoa que sofre. A empatia nos leva ao sentido vivido de
fazer a epoché, ou fazer
a suspensão ou então a ação de nos colocar entre parênteses, de modo temporário, os preconceitos,
estigmas, discriminações - e outros (pré)conceitos como teorizações lidas e que
devem ficar de fora etc., ou pelo menos tentar isso, pois sentimos [e sabemos]
de que todo epoché é sempre relativo, pois tem seus limites,
mas isso não impede que se tente. époché (suspensão). Nesse sentido, Forghieri
(2001) sugere, nessa etapa, uma outra perspectiva, que em si mesma, já pontua
os limites, e ela nos descreve que o investigador produza um clima, um estilo e
um espírito de "envolvimento
existencial" com a ''coisa mesma", qual seja, com o
fenômeno que estuda e que tem que estar presente na experiência.
Pontua
o valor de se produzir
uma descrição e análise existencial amiúde,
detalhada - enfim, um texto aprofundado dos
relatos de experiência em primeira pessoa.
Uma descrição detalhada se torna
compreensiva, pois analisada pelo próprio sujeito da pesquisa, que cria
esse clima como o leitor motivado.
Bem,
nesse meio, pois todas essas etapas são vividas de modo indissociadas, então
preciso que o pesquisador vá sempre busque o sentido da vida, e para isso ela deve "ir às coisas mesmas",
com a "intencionalidade" evidente, trazendo as uma ou mais essências. Na pesquisa, a
"coisa mesma'' de modo
didático, pode ser aos textos das
descrições. Ir ao texto, procurando perguntá-lo; o que é isso de ser? E
como é isso de ser? Trata-se de interrogar
ao texto: o "que é" e
o "como é" ser
considerando o que eu estou motivadamente lendo nessa descrição?
Devemos
nos aproximar ao termo "percepção do sentido", desvelando
qual o sentido do texto, que é o sentido da pessoa que colabora com sua
pesquisa e que descreve narrativamente
sua história de vida.
Fazer
uma "análise existencial" científica, sabendo que ela nos conduz
justo com essa intencionalidade de ser cientista.
É um profissional, que propõe produzir conscientemente um texto fenomenológico (logo: científico). Trata-se de uma intenção da consciência, que chamamos de eidos. Nesse mesmo contexto é que
Forghieri contribui com algo que se aproxima "disso-daí-mesmo", que é
o que ela denomia de "distanciamento
reflexivo", e refletir aqui-agora significa "descrever
compreensivamente o vivido", dando
a ele significado-sentido. Nesse ponto, distanciamento reflexivo é indissociado do envolvimento existencial, ainda que em cada situação um movimento
predomine sobre o outro.
Também
vimos em Frankl o estímulo em produzir um "foco atento" na natural
"intencionalidade"
pela (pró)cura ou na "busca pelo sentido".
Descrevemos o ser do "ser humano" que é "ser-no-mundo". Em Frankl, o sentido aí indica a presença do "sentido
da vida", um sentido que sempre há, não sendo, pois, algo
criado e ou inventado - podemos inventar termos, palabras, dizê-las e ou agirmos
com ele, mas, a vida, ela mesma, tem sentido, e pronto, quando não o temos, ele
está lá precisando ser resgatado.
O
pesquisador não deve furtar-se de viver "na carne" a "vontade
de sentido", fazendo
isso como uma força potente ''motivadora''
fundamental do existir
humano. Assim, ser cientista é estar interessado em ocupar esse lugar/espaço, em um tempo.
Trata-se
de uma pesquisa que propõe ao cientista narrar seu processo em
pesquisa, o que hoje configura como "pesquisa
do narrador". Frankl fez isso no seu estudo, que se o transformou
em um livro sub-titulado no Brasil por como
"diário (advindo do espaço-tempo de pesquisa) de um psicólogo em campo de
concentração", tornando-se, atualmente, um referencial nessa proposta de "pesquisa do narrador". .
Há
ainda uma proposta fenomenológica, que percebida pelo cientista que sugere a ele
adotar uma "postura atitudinal
fenomenológica" que se aproxima totalmente do que se denomina de epoché (suspensão) e eidos (momento da descrição refletida).
Trata-se do momento quando narramos nossas próprias vidas ou nossas biografias,
esse tema já foi abordado anteriormente nessa lista, mas ele compõe uma
identificação mundial do método, além do "ir ás coisas mesmas", por ex.
Há
sentido aí da análise dos dados
que chamamos de "análise existencial". algo que se
trata de (pró)curar compreender a profundidade das experiências humanas, e o
de encontrar sentido na própria
existência, mesmo diante das vicissitudes. Na pesquisa com marco teórico de Frankl é preciso que a analise traga o clima, o estilo, o espírito
prático contido na teorização, além de colocar a terminologia que nos
indica esse clima.
[Hiran Pinel, autor]
Em me citando, obedeça as normas da ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas, e ou outra norma como a APA e outras.