sábado, 1 de junho de 2024

 

SIMONE DE BEAUVOIR E A MATERNIDADE

Hiran Pinel, autor

Simone de Beauvoir argumenta que a maternidade não é um destino biológico, e descreve a potencia dessa experiência ser uma construção social. Beauvoir não gosta da afirmativa dessa sociedade hipócrita de que  a mulher é apta para a maternidade, como se isso fosse da sua natureza, parecendo ser essa sua única função - e não é.

A filósofa existencial francesa é oportuna ao denunciar a sociedade como opressora, pois exige da mulher ser mãe, limitando sua liberdade e aprendizagem pessoal de estar sendo mulher, apenas isso - mulher. 

No entanto, ela mesma, de modo sensível e ao mesmo tempo concreta, real e crítica, reconhece que a maternidade pode ser uma fonte de prazer, alegria e realização, isso se for da escolha da mulher, do seu desejo refletido, sentido e auto-analisado - consciente do que escolhe.

Dentro de sua perspectiva existencial do ser no mundo, logo fortíssimos traços sócio-culturais e históricos, ale defende a mulher como ser de liberdade de escolher, ela escolhe selecionando uma opção, e se angustia por não escolher todas, e finalmente se responsabiliza por ela, a escolha.

Mas, só ela decide se deseja ou não ser mãe. 

Sua proposta é a de que a sociedade precisa oferecer suporte apoio e cuidado para essa mulher que opta ser mãe, com o finco dela poder saudavelmente codicilar o seu ser mãe (o ser da maternidade) com a vida fora dali, nas outras esfera do existir como o trabalho, o lazer, os encontros, os estudos, o alimentar-se, cuidar de si etc. (Pinel)

 PEDAGOGIA HOSPITALAR, BRINQUEDOTECA, BRINQUEDO E O BRINCAR

Hiran Pinel, autor

Nos sofrimentos orgânicos e psicológicos, justo nesses momentos no boder-line, entre a vida e a morte, o brinquedo e o brincar podem emergir na educação especial hospitalar e sua pedagogia ou suas práticas educacionais existenciais.  Bem, é daí que surge como uma possibilidade de trazer à vida, nos mais frágeis corpos, uma força potente, pela via da imaginação, da invenção, da criação, do sonho, enfim, do transcender pelo projeto de vida, o sentido da vida - o sentido que dá vida  (Pinel, 1999, p. 3).

 

 PEDAGOGIA HOSPITALAR: EXISTENCIALIDADE

Hiran Pinel, autor.

Nos sofrimentos orgânicos, subjetivos e intersubjetivos, justo nesses momentos, entre o "nascer para a vida em processo" e a “morte para o não-ser”, é que o brinquedo (e o brincar) aparece consentido (com-sentido) para  provocar o aparecer de uma tensa, densa e intensa pedagogia hospitalar [e ou educação especial e saúde]. Daí, as práticas educacionais funcionam dinamicamente (co)movidas pela professora (e ou educadora, pedagoga, pedagoga social, psicopedagoga) envolvida profundamente com a "existencialidade" do um "ser-no-mundo" lúdico e aliviad(or) do aluno doente.  Bem, é desse espaço-tempo que irrompe, como uma possibilidade de trazer vida, um respirar um pouco mais livre - e talvez risonho, em um rumo do ser da liberdade, dele “de ser”, na manutenção do seu sentido da vida. O oxigênio que mantém o inspirar-expirar humano está contido nos corpos, e grita pela presença nos mais frágeis organismos. É nessa efemeridade de ser, é que se destacam, para manter-se o ser mais vivo possível, os folguedos, os brinquedos e o brincar, o sonho como sustento para a realidade. O lúdico pode dar uma força inestimável, e tudo pela via da invenção do “poder ser”, da imaginação, da produção, da criação, do sonho, do pensar e do raciocinar, do ato de refletir, do revelar uma e outra expressão corporal - enfim, do transcender pelo "projeto de ser" que se liga ao "sentido da vida”. Descrevemos o sentido que dá vida, vida que há - e que insiste permanecer no “organismo vívido”  até a chegada final, ancorada no "deixar-de-ser". (Pinel, 1999, p. 7).


PEQUISA FENOMENOLÓGICA FRANKLIANA

Hiran Pinel, autor.

Um "processo de descoberta do sentido" é a meta do terapeuta e do pesquisador - isso em Frankl. (...) O que o pesquisador fará no seu relatório final da investigação frankliana? O cientista analisará os dados coletados, o que, de modo tradicional, se denomina de “resultados” (aqui se apresenta os dados, um depoimento, por exemplo) e a “discussão dos dados” (análise do depoimento). E como ele descreverá? O pesquisador executará seu texto científico descrevendo e (des)velando o “que é” e do “como é” ser humano no mundo, e isso o leva a produzir uma (des)coberta do sentido [grifo nosso], descobrir o sentido da vida é uma das contribuições dessa pesquisa fenomenológica proposta por Frankl. Ele então recomenda, como primeiro passo da pesquisa, a utilização de diários, depoimentos, narrativas, contação de causos - tudo descrito, ou como escreveu: para esse tipo de pesquisa o melhor é utilizar de "material biográfico" (FRANKL, 1990, p. 22; 1991; p. 123) [grifo nosso] acerca da vivência de sentido. (...) No seu livro "Em busca de sentido" ele faz um longo depoimento acerca da sua própria experiência vivida-sentida, autodescrição do que estava sendo experienciado [grifo nosso]. Ele estava nos campos de concentração nazistas, que era um espaço-tempo de onde inventou seus discursos e ou teorias. Na dor,  talvez como transcendência [grifo nosso] daquela dor sentida, ele começou a produzir ciência [grifo nosso], a cuidar dos seus companheiros existenciais mais doloridos. (...) A partir daí, dessas descrições, defendemos de que o sentido (da vida) pode ser localizado ENTRE uma "experiência-surpresa" [grifo nosso] e uma “percepção gestáltica” [grifo nosso], que na terapia, leva ao paciente a criar uma ação.  De modo sensível e provocador, de repente, não mais do que de repente, emerge um significado do viver [grifo nosso] diante da nossa percepção [grifo nosso] (...) [isso é algo que] (comove nosso organismo e (nosso) corpo, alma, mente, espiritualidade - o ser-no-mundo  (Pinel, 2012, p. 1).

Frankl (1990) nos descreve que para validar uma pesquisa existencial [grifo nosso] é só o pesquisador "ir às coisas mesmas" [grifo nosso]. Ele é um cientista que lê e relê. Ele se torna sensível do vivido, aos dados coletados e agora descritos. Frankl assume que recorreu, como instrumento de coleta de dados, à sua autobiografia do seu vivido em campos de concentração [grifo nosso] - sua experiência ali, naquele tempo, e espaço. a descrição é compatível com a realidade vivida [grifo nosso]. Dessa descrição fidedigna do "experienciado" [grifo nosso], Frankl produz uma teorização de uma psicoterapia - e ela própria. Assim, a autobiografia (o dado coletado e agora descrito) valida a teoria, e a teoria é validada por encontrar referências, respaldos ou fundamentos compatíveis com a experiência descrita. Síntese: foi a experiência vivida de Frankl, agora descrita, que o levou a criar a Logoterapia, que foi validada pela descrição autobiográfica  [grifo nosso] (...) uma pesquisa descritiva de uma experiência [grifo nosso] pode levar ao pesquisador a (des)cobrir algo, e cientificamente, será a experiência perfeitamente descrita é que validará esse (des)velar de uma proposta teórica nascida da prática [grifo nosso] (descrição tal qual foi o real) (Pinel, 2012, p. 1).

Frankl refere-se a uma análise existencial [grifo nosso] (e ou análise fenomenológica) não só como modo de terapia da Logoterapia, mas, podemos inferir como um modo de discutir os dados coletados da pesquisas, um modo de analisá-los, interpretá-los.

Quando Frankl publica um caso clínico, e revela o que “disse” ao paciente, ele faz um modo de analisar a existência da pessoa que está sob a égide da Logoterapia, e ao mesmo modo, pode ser um modo de fazer pesquisa fenomenológica, analisando os dados, no caso, a discursividade do sujeito que procura cuidados clínicos (Pinel, 2012; p. 1).


SOFRIMENTOS ORGÂNICOS, SUBJETIVOS E INTERSUBJETIVOS

Hiran Pinel, autor.

Nos sofrimentos orgânicos, subjetivos e intersubjetivos, justo nesses momentos, entre o "nascer para a vida em processo" e a “morte para o não-ser”, é que o brinquedo (e o brincar) aparece consentido (com-sentido) para  provocar o aparecer de uma tensa, densa e intensa pedagogia hospitalar [e ou educação especial e saúde].

Daí, as práticas educacionais funcionam dinamicamente (co)movidas pela professora (e ou educadora, pedagoga, pedagoga social, psicopedagoga) envolvida profundamente com a "existencialidade" do um "ser-no-mundo" lúdico e aliviad(or) do aluno doente.  Bem, é desse espaço-tempo que irrompe, como uma possibilidade de trazer vida, um respirar um pouco mais livre - e talvez risonho, em um rumo do ser da liberdade, dele “de ser”, na manutenção do seu sentido da vida.

O oxigênio que mantém o inspirar-expirar humano está contido nos corpos, e grita pela presença nos mais frágeis organismos. É nessa efemeridade de ser, é que se destacam, para manter-se o ser mais vivo possível, os folguedos, os brinquedos e o brincar, o sonho como sustento para a realidade.

O lúdico pode dar uma força inestimável, e tudo pela via da invenção do “poder ser”, da imaginação, da produção, da criação, do sonho, do pensar e do raciocinar, do ato de refletir, do revelar uma e outra expressão corporal - enfim, do transcender pelo "projeto de ser" que se liga ao "sentido da vida”.

Descrevemos o sentido que dá vida, vida que há - e que insiste permanecer no “organismo vívido”  até a chegada final, ancorada no "deixar-de-ser". (Pinel, 1999, p. 7

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FRANKL E A VALIDAÇÃO ÃO DA PESQUISA EXISTENCIAL

Hiran Pinel, autor.

Frankl (1990) nos descreve que para validar uma pesquisa existencial [grifo nosso] é só o pesquisador "ir as coisas mesmas" [grifo nosso]. Ele é um cientista que lê e relê. Ele se torna sensível do vivido, aos dados coletados e agora descritos. Frankl assume que recorreu, como instrumento de coleta de dados, à sua autobiografia do seu vivido em campos de concentração [grifo nosso] - sua experiência ali, naquele tempo, e espaço. a descrição é compatível com a realidade vivida [grifo nosso]. Dessa descrição fidedigna do "experienciado" [grifo nosso], Frankl produz uma teorização de uma psicoterapia - e ela própria. Assim, a autobiografia (o dado coletado e agora descrito) valida a teoria, e a teoria é validada por encontrar referências, respaldos ou fundamentos compatíveis com a experiência descrita. Síntese: foi a experiência vivida de Frankl, agora descrita, que o levou a criar uma ciência [no caso, a Logoterapia], que foi validada pela descrição autobiográfica  [grifo nosso] (...) uma pesquisa descritiva de uma experiência [grifo nosso] pode levar ao pesquisador a (des)cobrir algo, e cientificamente, será a experiência perfeitamente descrita é que validará esse (des)velar de uma proposta teórica nascida da prática [grifo nosso] (descrição tal qual foi o real) (Pinel, 2012, p. 4-5).

Ao adotar uma metodologia fenomenológica, a Logoterapia se fundamenta na metodologia fenomenológica [grifo nosso] como ciência e a própria intervenção (...) procura exprimir a autocompreensão do homem em termos científicos (Frankl, 2011, p. 16).