SIMONE DE BEAUVOIR E A MATERNIDADE
Hiran Pinel, autor
Simone de Beauvoir argumenta que a maternidade não é um destino biológico, e descreve a potencia dessa experiência ser uma construção social. Beauvoir não gosta da afirmativa dessa sociedade hipócrita de que a mulher é apta para a maternidade, como se isso fosse da sua natureza, parecendo ser essa sua única função - e não é.
A filósofa existencial francesa é oportuna ao denunciar a sociedade como opressora, pois exige da mulher ser mãe, limitando sua liberdade e aprendizagem pessoal de estar sendo mulher, apenas isso - mulher.
No entanto, ela mesma, de modo sensível e ao mesmo tempo concreta, real e crítica, reconhece que a maternidade pode ser uma fonte de prazer, alegria e realização, isso se for da escolha da mulher, do seu desejo refletido, sentido e auto-analisado - consciente do que escolhe.
Dentro de sua perspectiva existencial do ser no mundo, logo fortíssimos traços sócio-culturais e históricos, ale defende a mulher como ser de liberdade de escolher, ela escolhe selecionando uma opção, e se angustia por não escolher todas, e finalmente se responsabiliza por ela, a escolha.
Mas, só ela decide se deseja ou não ser mãe.
Sua proposta é a de que a sociedade precisa oferecer suporte
apoio e cuidado para essa mulher que opta ser mãe, com o finco dela poder
saudavelmente codicilar o seu ser mãe (o ser da maternidade) com a vida fora
dali, nas outras esfera do existir como o trabalho, o lazer, os encontros, os
estudos, o alimentar-se, cuidar de si etc. (Pinel)