sábado, 1 de junho de 2024

SOFRIMENTOS ORGÂNICOS, SUBJETIVOS E INTERSUBJETIVOS

Hiran Pinel, autor.

Nos sofrimentos orgânicos, subjetivos e intersubjetivos, justo nesses momentos, entre o "nascer para a vida em processo" e a “morte para o não-ser”, é que o brinquedo (e o brincar) aparece consentido (com-sentido) para  provocar o aparecer de uma tensa, densa e intensa pedagogia hospitalar [e ou educação especial e saúde].

Daí, as práticas educacionais funcionam dinamicamente (co)movidas pela professora (e ou educadora, pedagoga, pedagoga social, psicopedagoga) envolvida profundamente com a "existencialidade" do um "ser-no-mundo" lúdico e aliviad(or) do aluno doente.  Bem, é desse espaço-tempo que irrompe, como uma possibilidade de trazer vida, um respirar um pouco mais livre - e talvez risonho, em um rumo do ser da liberdade, dele “de ser”, na manutenção do seu sentido da vida.

O oxigênio que mantém o inspirar-expirar humano está contido nos corpos, e grita pela presença nos mais frágeis organismos. É nessa efemeridade de ser, é que se destacam, para manter-se o ser mais vivo possível, os folguedos, os brinquedos e o brincar, o sonho como sustento para a realidade.

O lúdico pode dar uma força inestimável, e tudo pela via da invenção do “poder ser”, da imaginação, da produção, da criação, do sonho, do pensar e do raciocinar, do ato de refletir, do revelar uma e outra expressão corporal - enfim, do transcender pelo "projeto de ser" que se liga ao "sentido da vida”.

Descrevemos o sentido que dá vida, vida que há - e que insiste permanecer no “organismo vívido”  até a chegada final, ancorada no "deixar-de-ser". (Pinel, 1999, p. 7

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FRANKL E A VALIDAÇÃO ÃO DA PESQUISA EXISTENCIAL

Hiran Pinel, autor.

Frankl (1990) nos descreve que para validar uma pesquisa existencial [grifo nosso] é só o pesquisador "ir as coisas mesmas" [grifo nosso]. Ele é um cientista que lê e relê. Ele se torna sensível do vivido, aos dados coletados e agora descritos. Frankl assume que recorreu, como instrumento de coleta de dados, à sua autobiografia do seu vivido em campos de concentração [grifo nosso] - sua experiência ali, naquele tempo, e espaço. a descrição é compatível com a realidade vivida [grifo nosso]. Dessa descrição fidedigna do "experienciado" [grifo nosso], Frankl produz uma teorização de uma psicoterapia - e ela própria. Assim, a autobiografia (o dado coletado e agora descrito) valida a teoria, e a teoria é validada por encontrar referências, respaldos ou fundamentos compatíveis com a experiência descrita. Síntese: foi a experiência vivida de Frankl, agora descrita, que o levou a criar uma ciência [no caso, a Logoterapia], que foi validada pela descrição autobiográfica  [grifo nosso] (...) uma pesquisa descritiva de uma experiência [grifo nosso] pode levar ao pesquisador a (des)cobrir algo, e cientificamente, será a experiência perfeitamente descrita é que validará esse (des)velar de uma proposta teórica nascida da prática [grifo nosso] (descrição tal qual foi o real) (Pinel, 2012, p. 4-5).

Ao adotar uma metodologia fenomenológica, a Logoterapia se fundamenta na metodologia fenomenológica [grifo nosso] como ciência e a própria intervenção (...) procura exprimir a autocompreensão do homem em termos científicos (Frankl, 2011, p. 16).