sábado, 1 de junho de 2024

 

 PEDAGOGIA HOSPITALAR: EXISTENCIALIDADE

Hiran Pinel, autor.

Nos sofrimentos orgânicos, subjetivos e intersubjetivos, justo nesses momentos, entre o "nascer para a vida em processo" e a “morte para o não-ser”, é que o brinquedo (e o brincar) aparece consentido (com-sentido) para  provocar o aparecer de uma tensa, densa e intensa pedagogia hospitalar [e ou educação especial e saúde]. Daí, as práticas educacionais funcionam dinamicamente (co)movidas pela professora (e ou educadora, pedagoga, pedagoga social, psicopedagoga) envolvida profundamente com a "existencialidade" do um "ser-no-mundo" lúdico e aliviad(or) do aluno doente.  Bem, é desse espaço-tempo que irrompe, como uma possibilidade de trazer vida, um respirar um pouco mais livre - e talvez risonho, em um rumo do ser da liberdade, dele “de ser”, na manutenção do seu sentido da vida. O oxigênio que mantém o inspirar-expirar humano está contido nos corpos, e grita pela presença nos mais frágeis organismos. É nessa efemeridade de ser, é que se destacam, para manter-se o ser mais vivo possível, os folguedos, os brinquedos e o brincar, o sonho como sustento para a realidade. O lúdico pode dar uma força inestimável, e tudo pela via da invenção do “poder ser”, da imaginação, da produção, da criação, do sonho, do pensar e do raciocinar, do ato de refletir, do revelar uma e outra expressão corporal - enfim, do transcender pelo "projeto de ser" que se liga ao "sentido da vida”. Descrevemos o sentido que dá vida, vida que há - e que insiste permanecer no “organismo vívido”  até a chegada final, ancorada no "deixar-de-ser". (Pinel, 1999, p. 7).