domingo, 1 de outubro de 2017


Meu olhar se encerra na capital - Banguecoque,
luzes, sombras, névoas e kathoeis caminhando - loucos arados.
Buda de ouro, um outro lá que caminha longe.
Na pontinha da nação, os islâmicos não me dão chibatadas.
Não há prédio com 8 andares por perto e nem pedras de mão.
O shopping é de Siam e eu peço massagens.
Eles fazem tudo completo em cima de mim, me desespero.
Orgasmos de belas garotas na pole e um cheiro nobre no ar.
Um rapaz se esforça em me agradar e me define "jovem" - morri.
Um crime é anunciado no carnaval das águas, ali no rio mais perto.
O hino nacional é cantado na Universidade de Mahidol,
antes de projetar meu filme "Lar, amor, memórias, felicidade".
Por que você fotografa minha escola? É para você me retratar vazio?
Krist e Singto perguntam-me: Você esqueceu de nós dois?
Os convido jantar e dar uma passadinha na Ponte Rama VIII.
Saio tonto do muay thai, pois fui nocauteado e fiquei de quatro
e o vencedor me teve como troféu, uma "doença tropical".
A minha febre está alta, peço clemência e recebo um ósculo.
Descubro que sou protagonista de uma série yaoí de pouco sucesso,
mas cujo final faço spoiler: abandonado como "amor em Sião".
Podem chorar manas, podem - pois a vida é real, feia ou bonita.


[ficção; Hpinel]