quinta-feira, 29 de novembro de 2018

SOBRE AMOR EM TEMPOS-ESPAÇOS CONCRETOS E FANTASIADOS.
 
Há uma frase de efeito que nos alerta para o possível fato, de que quando estamos em profunda carência afetiva, podemos pegar qualquer "porcaria" humana que aparecer, pois, afinal, estamos com "fome de amor".

 Ora, vivemos em época de amores frágeis e parcos, a existência do amor, muitas vezes, é só imaginada, fantasiada e ele não é sentido concretamente, não há o contato real com o outro - afagos, toques persistentes e perseverantes (kkk), colo, falas, expressões outras, gritos e sussurros (kkk) etc.

Tememos o amor, seja direcionado a quem for - até a nós mesmos kkk

Estamos ferrados pelas nossas dificuldades em efetivamente tocar o outro, senti-lo - amá-lo.

Exigimos muito, demais... Inventamos regras, normas, estabelecemos o dia preferido, horário (geralmente "só a noite" - kkk), local, qual perfume usar, as palavras ditas etc. Imaginamos o outro sem catinga no sovaco, sem mau hálito, vestindo assim e assado, sem pelos, com pelos etc.

Criamos e instalamos essa criação em nossa fantasia. Mas essa fantasia é também produzida no mundo, somos ser no mundo. Há no amor de se considerar o impacto das obras de artes do nosso tempo/ espaço (telenovelas, séries, cinema, pinturas etc.), letras (literaturas), poesias, canções populares, sistemas políticos, mídias em geral, consumismo e competição típicas da nossa economia etc.
Nossas representações de amor, parece revelar que ele, o amor, não circula pelos meandros e labirintos complexos amorosos do real.

Não chegamos ao outro para concretamente nos entregar existencialmente ao amar, e não nos permitimos que o outro se aproxime de nós com com maior intimidade, furando nosso cerco, nossas armaduras, tomando nossa arma.

Repetindo: estamos ferrados kkk, pois o que mais sabemos é reclamar da falta de amor, uma falta em todos os sentidos, não apenas do encontro amoroso sexual aqui-agora refletido, discutido, falado...

O amor é falado, mas não vivido na concretude com o outro, no máximo é vivido no onanismo (kkk) e olhe lá... kkk

[Minha reflexão do dia - kkk; Hiran Pinel, autor].