quarta-feira, 1 de novembro de 2017

(Pró)Curando esboçar uma teoria da didática fenomenológica, a partir de uma técnica ou procedimento...
COMO SER COSPLAYER NA SALA DE AULA
Hiran Pinel

Adoro frases e diálogos de filmes de cinema, de TV, séries, webséries, enfim, da linguagem de cinema. Gosto de livros de ficção que têm frases bacanas... São linguagem que podemos transformar em cosplay, cover, imitação... Primeiro um envolvimento existencial com a ideia e depois, de modo indissociado, um distanciamento reflexivo donde se autoriza (ou não) o planejamento pedagógico.

Adoro, e sempre que posso eu faço cosplay (mais verbal e gestual, mas sem usar roupas parecidas...) na sala de aula. Posso usar no começo ou no final da aula. E sempre após eu volto pros alunos e alunas dizendo de qual filme ou série estou copiando, e conto uma pequena história da obra de arte, curiosidades e destaco país, ano e diretor, costumo pontuar aspectos políticos, sociais, educacionais, psicológicos etc...

Nesses momentos, nada importa a não ser a alegria motivada/ evocada, ou uma tristeza. Mas pode ser que sua imitação vire uma comédia mesmo quando você faz performance de um drama, mas afinal não somos atores profissionais, o nosso "physique du rôle" não é adequado ao personagem...

Você consegue imaginar eu imitando o personagem Arthit de "Sotus The Series", que é vivido pelo jovem ator tailandês Krist, lindo exageradamente (kkk) e com lá seus 18 ou 20 anos de idade? Pois então, há risco de virar comédia... e todo cuidado é pouco. Gente, mas isso de ser cosplayer na sala de aula, é um lugar (em um tempo) do ridículo mesmo, é um aqui-agora do clown e o clown é nosso tema em Pedagogia Hospitalar, então tudo bem... é isso... é depois refletir: Clown é cosplayer? O clown pode fazer cosplay? O cosplayer pode fazer clown? (kkk)

Uso muito no começo ou no final da aula como disse, e quando posso, uso a obra de arte como ferramenta para ensinar os conteúdos propostos - aí sim eu me realizo. Exemplos: estamos estudando a cegueira e planejo minuciosamente fazer cover de Mohammed, personagem do filme A Cor do Paraíso (Irã, de Madji Madjii, 1999), ele na sala de aula, e envolvo a turma, que assistiu antes ao filme. Proponho estudar deficiência física e intelectual e planejo ser cosplayer de "Histórias da Chuva" (Tailândia, de Nitchapoom Chaianun, 2016).

O professor precisa cuidar-se, nesses momentos-cosplayer, de não produzir risos (piada) quando o objetivo não é esse. Então, é por isso uma palavra alemã demanda ser usada pelo mestre existencialista, humanista-existencial ou fenomenologista. Essa palavra é: Sorge (cura, cuidado).
Refletir sobre um cosplay é sua tarefa, e sempre (pró)cura envolver a turma, escutando dela como se sentiu, se foi bacana, aspectos positivos e negativos - e ir se aprimorando. Mas é preciso paixão pela obra de arte, é preciso respeitá-la, amá-la, seja a mais popular, ou a mais refinada... Sem paixão e conhecimento fica difícil ser cosplayer na sala de aula universitária (meus exemplos) ou não.

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