TRAVESSIA DA FILOSOFIA PARA A PEDAGOGIA E PARA A PSICOLOGIA
Hiran Pinel, autor.
Tema: sobre a simbólica travessia da Filosofia para a Pedagogia e para a Psicologia.
Descreve Pinel (1999):
Trabalho com "uma" (e
mais) Filosofia, que tem o seu berço esclarecido, pois “ela nasceu no país
chamado Ato de Filosofar”, mas, que ao entregar-se ao mundo das ciências, ela
vai se permitindo ser apreendida pela Educação e pela Psicologia, por exemplo,
melhor descrevendo, pelos pedagogos, professores, mestres e artesãos,
psicólogos, os clínicos diversos, psicopedagogos, pedagogos educadores
artísticos, educadores sociais, psiquiatras, trabalhadores sociais,
psicomotricistas, educadores da terceira idade (ou dos idosos), cuidadores
etc.
Quando a Filosofia, vai navegando
por outros mares, muito além de sua nação, ela pode ser acoplar à Pedagogia e à
Psicologia, como estamos a descrever. A Filosofia deixa de ser, pelo menos tal
qual é seu estatuto de origem de nascimento, da seu torrão natal - mas ela é
desprovida de onipotência, e até se satisfaz em satisfazer aos outros, ou seja,
ela acompanha a alegria de ensinar e com isso aprender, mas ela não é uma
displicente, ela sabe de seu valor e potência, senão não precisariam
dela.
A Filosofia, esse saber de
sentido, que pontua a origem e o crescer de tudo, passa a dar e ou se dispõe a
ajudar ou a dar respostas à duas demandas científicas, que são também
diferenciadas entre si, colaborando com o incremento das “práticas educacionais”
(objeto de pesquisa e ação da Pedagogia) e à subjetividade (interiorização) e
aos comportamentos (objetos de pesquisa e de ação da Psicologia).
Complexamente, há uma Psicologia e
uma Pedagogia nutrindo-se da Filosofia, mas que não é mais Filosofia,
aqui-agora apropriada por formadores e supervisores, educadores, pedagogos
terapeutas, psicólogos terapeutas em geral, aconselhadores psicológicos, orientadores
vitais e educacionais, orientação religiosa etc. O que “era” só campo dos
filósofos, ainda que persista nesse seu espaço-tempo, já aqui-agora, de outro
modo, é dos psicólogos e dos pedagogos.
Por outro lado, para manter a
qualidade das tarefas desempenhadas pelos profissionais da Pedagogia e da
Psicologia, e o crescimento das ciências, esses oficiadores devem reportar ao
saber-pensar-sentir-agir da sua base de sustentáculo original, aquela que
“nasceu” para, de modo generoso, inspirá-los a ser profissionais do bem comum,
na prática do ensino-aprendizagem e de cuidados clínicos - descrevemos a
manjedoura lugar prestigiado da Filosofia, mãe e pai de todos nós, de um modo
simbólico, ainda que de concretude quando sentida pelos trabalhadores dessas
esferas.
Nesse processo, não raro, as
ciências se imbricam com a Filosofia, e uma pode contribuir com a outra. Ainda
que marcando diferenças, percebe-se uma tênue linha entre uma e a outra, mas
sempre uma demarcação provocadora, estimulante, cheia de altos e baixos, quedas
e levantamentos, falações desenfreadas, e são os conflitos que as fazem crescer
e ser mais útil ao nosso povo (Pinel, 1999; p. 05/06).