sexta-feira, 12 de setembro de 2025

TRAVESSIA DA FILOSOFIA PARA A PEDAGOGIA E PARA A PSICOLOGIA

Hiran Pinel, autor.

Tema: sobre a simbólica travessia da Filosofia para a Pedagogia e para a Psicologia.

Descreve Pinel (1999):

Trabalho com "uma" (e mais) Filosofia, que tem o seu berço esclarecido, pois “ela nasceu no país chamado Ato de Filosofar”, mas, que ao entregar-se ao mundo das ciências, ela vai se permitindo ser apreendida pela Educação e pela Psicologia, por exemplo, melhor descrevendo, pelos pedagogos, professores, mestres e artesãos, psicólogos, os clínicos diversos, psicopedagogos, pedagogos educadores artísticos, educadores sociais, psiquiatras, trabalhadores sociais, psicomotricistas, educadores da terceira idade (ou dos idosos), cuidadores etc. 

 

Quando a Filosofia, vai navegando por outros mares, muito além de sua nação, ela pode ser acoplar à Pedagogia e à Psicologia, como estamos a descrever. A Filosofia deixa de ser, pelo menos tal qual é seu estatuto de origem de nascimento, da seu torrão natal - mas ela é desprovida de onipotência, e até se satisfaz em satisfazer aos outros, ou seja, ela acompanha a alegria de ensinar e com isso aprender, mas ela não é uma displicente, ela sabe de seu valor e potência, senão não precisariam dela. 

 

A Filosofia, esse saber de sentido, que pontua a origem e o crescer de tudo, passa a dar e ou se dispõe a ajudar ou a dar respostas à duas demandas científicas, que são também diferenciadas entre si, colaborando com o incremento das “práticas educacionais” (objeto de pesquisa e ação da Pedagogia) e à subjetividade (interiorização) e aos comportamentos (objetos de pesquisa e de ação da Psicologia). 

 

Complexamente, há uma Psicologia e uma Pedagogia nutrindo-se da Filosofia, mas que não é mais Filosofia, aqui-agora apropriada por formadores e supervisores, educadores, pedagogos terapeutas, psicólogos terapeutas em geral, aconselhadores psicológicos, orientadores vitais e educacionais, orientação religiosa etc. O que “era” só campo dos filósofos, ainda que persista nesse seu espaço-tempo, já aqui-agora, de outro modo, é dos psicólogos e dos pedagogos. 

 

Por outro lado, para manter a qualidade das tarefas desempenhadas pelos profissionais da Pedagogia e da Psicologia, e o crescimento das ciências, esses oficiadores devem reportar ao saber-pensar-sentir-agir da sua base de sustentáculo original, aquela que “nasceu” para, de modo generoso, inspirá-los a ser profissionais do bem comum, na prática do ensino-aprendizagem e de cuidados clínicos - descrevemos a manjedoura lugar prestigiado da Filosofia, mãe e pai de todos nós, de um modo simbólico, ainda que de concretude quando sentida pelos trabalhadores dessas esferas. 

 

Nesse processo, não raro, as ciências se imbricam com a Filosofia, e uma pode contribuir com a outra. Ainda que marcando diferenças, percebe-se uma tênue linha entre uma e a outra, mas sempre uma demarcação provocadora, estimulante, cheia de altos e baixos, quedas e levantamentos, falações desenfreadas, e são os conflitos que as fazem crescer e ser mais útil ao nosso povo (Pinel, 1999; p. 05/06).