segunda-feira, 25 de agosto de 2025

 

EDUCAÇÃO ESPECIAL ESCOLAR E NÃO-ESCOLAR: DIFERENÇAS, SEMELHANÇAS E TEORIAS FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAIS DO SER-NO-MUNDO

Aqui estão as principais diferenças e semelhanças entre a... Educação Especial Escolar e a... Educação Especial Não-Escolar, considerando que o profissional de base é o mesmo, qual seja, aquele que é graduado em licenciatura em Educação Especial, esse texto desvela-se provocativo, pois amplia o espaço de trabalho para esses graduados. Na escolaridade sua presença pode ser potente nas salas de Atendimentos Educacionais Especializados, AEE, na comunidade ele pode ser fazer presente (e com isso, tornar-se presença e um presente) nos domicílios, nos clubes de esportes, ONGs, Oscip's, igrejas, asilos, consultórios, clínicas etc.

Esse profissional pensando aqui-agora seria o graduado em cursos de Educação Especial como o que forma professores e educadores, como o curso da Ufscar e há outros, inclusive em instituições privadas. Faço destaque para o da Ufscar por eu conhecer o curso em si, alguns professores (pessoalmente, mas a maioria pela via de produção acadêmica) e alguns graduados na minha lide de trabalho.

Diferenças

Ambiente e Estrutura:
Escolar : Ocorre dentro do ambiente formal de ensino (escolas, classes regulares ou especializadas. e nas salas de AEE Atendimentos Educacionais Especialziados). A estrutura é regulamentada por leis e diretrizes curriculares (como a Base Nacional Comum Curricular - BNCC). O ensino é organizado por séries, disciplinas e tem objetivos educacionais fixos, há notas, diplomações etc.
Não-Escolar: Acontece em espaços diversos, como clínicas, hospitais, residências, centros de convivência, asilos, ou ONGs etc. A estrutura é flexível e não segue um currículo formal. As atividades são adaptadas de acordo com as necessidades específicas da pessoa, o que permite uma abordagem mais personalizada - quando uma única pessoa, ou um pequeno grupo, ou uma família.
Objetivos e Foco:
Escolar: O principal objetivo é a aprendizagem formal e a inclusão acadêmica. O foco está em desenvolver competências e habilidades curriculares, como leitura, escrita, raciocínio lógico, e na participação social no ambiente escolar.
Não-Escolar: O objetivo é a promoção da autonomia e da qualidade de vida. O foco está em desenvolver habilidades para a vida diária (habilidades adaptativas), como autocuidado, comunicação, socialização e independência em geral. O trabalho pode envolver aprimoramento de funções cognitivas, motoras e sensoriais, podendo abarcar inclusive adultos e idosos caso o curso de graduação tenha abordado essas duas faixas etárias (o declínio cognitivo nos idosos) ou que esse professor de Educação Especial (graduado) tenha feito especialização.
Metodologia e Atuação:
Escolar: A metodologia está ligada ao planejamento pedagógico. O profissional atua como professor ou educador, colaborando com outros docentes para adaptar o currículo e as atividades em sala de aula, buscando a inclusão do aluno na rotina escolar. Há algumas metodologias como a adaptação curricular, trabalho de ação. PEI (Pano Educacional Individual), psicomotricidade, técnicas de mudanças comportamentais, mudanças cognitivas etc. 
Não-Escolar: A metodologia é multidisciplinar, mas ganha força (aqui-agora) os atendimentos individualizadas, sem e ou com apoio como o da família, por ex. O profissional atua como educador especializado, integrando-se a equipes de saúde (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, psicomotricistas, musicoterapeutas, psicopedagogos) e assistentes sociais. O trabalho é focado em programas específicos, como estimulação precoce e essencial, reabilitação ou desenvolvimento de habilidades práticas. Pode recorrer a técnicas diversas.

Semelhanças

Público-Alvo e Princípios:
Ambos os campos atuam com o mesmo público-alvo: pessoas com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação.
Ambos se baseiam em princípios de inclusão e equidade: A meta é garantir que a pessoa tenha acesso a oportunidades de desenvolvimento e participação plena na sociedade, respeitando suas individualidades.
Fundamentação Teórica e Prática:
O conhecimento de base é o mesmo: O profissional em ambos os campos utiliza a mesma bagagem teórica e pedagógica adquirida na graduação em Educação Especial. Isso inclui o domínio de estratégias de ensino adaptativo, técnicas de comunicação alternativa, conhecimento sobre desenvolvimento humano e as particularidades de cada deficiência.
A abordagem é centrada na pessoa: Em ambos os espaços, o foco está nas necessidades individuais do aluno/indivíduo. Os profissionais constroem planos de ação personalizados (seja o Plano de Desenvolvimento Individual - PDI, na escola, ou um plano de intervenção em outro ambiente), reconhecendo as potencialidades de cada um.
Caráter Educativo e Social:
O papel é sempre de educar: Mesmo em um ambiente não-escolar, o trabalho visa o aprendizado e o desenvolvimento de novas habilidades, com um caráter profundamente educativo.
Ambos promovem a inclusão social: A Educação Especial, em qualquer de suas formas, busca capacitar a pessoa para interagir e participar ativamente da sociedade, seja na escola, na comunidade ou na vida profissional.
ENTÃO: A distinção fundamental, portanto, reside no contexto de atuação (escolar vs. comunitário/clínico) e nos objetivos (aprendizagem formal vs. autonomia na vida diária), enquanto a base de conhecimentoos princípios e o foco na pessoa se mantêm.
A premissa sobre o profissional graduado em Educação Especial que atua nesses dois espaços é o que permite essa análise comparativa de forma tão clara e consistente.

AS MUITAS E PROVOCADORAS TEORIAS
Eis os marcos teóricos que podem, de modo sistemático de formação do professor de Educação Especial, teorias essas que podem inspirar o planejamento, a execução e a avaliação dessas práticas educacionais especiais.  Focamos aqui uma formação continuada, no dia a dia da Classe Hospitalar e da Pedagogia Hospitalar. Aqui-agora, uma formação diária não é o ideal, mas o possível e real, pois os profissionais de saúde, de modo geral vivem algum tipo regular e sistemático de formação.
A aplicação dessa rica e significativa metodologia pode ser diariamente fundamentada em autores como Paulo Freire, Rubem Alves, Janusz Korczak etc. Há ainda as teorias (pedagógico-educacionais) fenomenologistas existenciais que consideram a "experiência vivida" do "ser-no-mundo" são compatíveis com o movimento de humanização hospitalar que tende a ser mundial, temos destacado na formação que oferecemos: como Pantillon, Gusdorf e Martin Buber. Mais: Edith Stein, Merleau-Ponty, Sartre, Simone de Beauvoir, Viktor Frankl, Jean-Paul Sartre, Virgínia Axiline, Olaf-Axel Burow & Karlheinz Scherpp, Marina Marcondes Machado (Merleau-Pony), Roberto S. Kahlmeyer Mertens (Heidegger), Magna Celi Mendes da Rocha (Stein), Éric de Russ (Stein), Célia Pereti e Vera Fátima Dullius (Stein), Hiran Pinel (fenomenologia, humanismo existencial do ser-no-mundo), Lúcia Schneider Hardt (Nietzsche), Antonio Vidal Nunes (Rubem Alves e Mircea Eliade), Jorge Larrosa (Nietzsche), Yolanda Cintrão Forghieri (o cuidado com o sofrimento do escolar e da professora e da escola), Carl Rogers (humanismo do ser-no-mundo), John Morgan e Alexandre Guilherme (Martin Buber), Gizele Pereira (Buber), Maria Cláudia Agostinho Coelho e Lúcia Vaz de Campos Moreira (Frankl), Eloisa Marques Miguez (Frankl), Thiago Avellar de Aquino (Frankl) etc.
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Hiran Pinel, original de 2009
Texto sempre em revisão, ampliação e modificação.
Última versão: 2023
Publicado aqui-agora: 2025