quarta-feira, 17 de setembro de 2014

"Ele não conseguia dormir, atormentado por seus sentimentos, emoções e desejos. 'Um mosaico complicado desse meu viver, insolucionável vida, a minha, minha vida', pensou. Cada detalhe se misturava com outro, e outros mais, a angústia de ter sido traído nas relações amorosas, as rejeições sofridas, a não vontade de fazer sexo - que é uma constante em sua vida, a vergonha física de si, o oralizar e a fal(ação) como leitmotiv pra respirar o amor e a paixão - dentre outros fatores. Passou horas na cama, rolando de-lá-pra-cá, até que disse bem alto frente ao espelho do banheiro: 'Pôrra! Meu destino nunca foi o amor ao sexo, mas amor ao conhecimento'. Dormiu finalmente, mas sem encontrar a paz desejada, afinal, pra que existe o pesadelo?"


[O Venerável Senhor Mosaico - dramaturgia do cineasta iraniano Naríh Lenip].