domingo, 23 de abril de 2017



A chuva pode ser o problema urgente na minha vida, especialmente quando ela cai sobre minha cabeça, e então penso assim: ou devo afastá-la da minha vida, limpando-me dela, ou simplesmente acolhe-la, deixando-a ser como eu mesmo sou, um ser-no-mundo, seja pra nascer ou pra morrer.

NOTA 1: Criei/ produzi/ inventei essa frase inspirando-me num diálogo lindo, desse lindo filme de Nitchapoom Chaianun, chamado As Histórias da Chuva (Tailândia, 2016) - a seguir mais dados sobre essa refinada obra de arte;

NOTA 2: FICHA DO FILME: The Rain Stories (2016); título em thai: - เมื่อฝนหยดลงบนหัว - Ou: Quando a Chuva Cai Sobre a Cabeça; Duração: 1 hr. 55 min.; direção: Nitchapoom Chaianun; Elenco: AofTion Thiratikon // Diamond Spiito // Eakkapat Wanisvisispong // Kim Worakamon Nokkaew // Nana Thawornpan.

NOTA 3: As imagens são da terceira história da chuva, a que eu tive acesso com legendas em ingês. O filme é composto por um complexo e híbrido mosaico de três história, todas embaladas pela chuva. A primeira história é sobre um jovem patologicamente obeso e com deficiência nos pés, que se apaixona pelo garoto mais lindo da escola ampliando os preconceitos contra ele. A segundo é a história de um jovem que finalmente irá conhecer o pai e entrará em profundos conflitos com a figura paterna e materna, mesmo porque ele está apaixonado e namorando com um amigo. A terceira história, dessas fotos que eu acoplo aqui, é a seguinte: Um rapaz está com dívida de jogo, e um amigo o aconselha procurar na internet gays, pois eles pagam bem por uma noite de sexo. Entretanto, as coisas não saem como é esperado: o gay vai com a cara do rapaz, o rapaz se apaixona, o gay dá-lhe dinheiro e nada de sexo, o rapaz começa apaixonar-se por uma menina da escola, o gay passa ser uma espécie de presença existencial na vida do outro, proporcionando-lhe aprendizagens significativas. Os dois rapazes transam, se apaixonam. A moça diz adeus, mas pede mudança. E como é que fica? O gay abre mão do rapaz pra ele ser feliz com a garota, pra ver se ele aprende e cresce mais - muito digno. A cena final do homem gay detectando que a chuva está por vir é linda pois prenuncia o renascimento do garotão. Então o vemos na tempestade, abraçado à blusa que o homem lhe deu para proteger-lhe. É de uma cena prenhe de com+paixão, rara compaixão. Essa película é uma obra de arte,