sábado, 2 de setembro de 2017

MÃE, MÃE...
Chorei (e choro) com essa série do primeiro ao 14o episódio, o último episódio, de número 15, o governo da China Popular censurou... Vou falar aqui apenas do 5o episódio. A série se chama Addicted (Heroin) | 上瘾 (China Popular). Vou destacar dois diálogos comoventes:

1) no churrasco de rua regado à cerveja, Gu Hai confessa que deseja apenas cuidar do outro e o outro lhe diz pra não usar da sua tolerância (ele parece gostar dos jogos do outro) para produzir falta de vergonha, insinuado alguma sexualidade, pois a sensualidade está clara (kkk) - uma fala ágil e cheia de segundas intenções; 

2) quando bêbado, nas costas de Gu Hai, ele balbucia com uma imensa dor "mãe", "mãe", e o faz pela segunda vez, e me parece que mãe é uma figura que deve ser muito cultuada pelo regime, tal qual aqui, mas lá com bastante força, com um dos sustentáculos na história do país, assim como na Rússia do filme Encouraçado Potenkim... 

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É uma produção visivelmente barata (numa dimensão econômica), mas de uma qualidade imensa, arte. E cada episódio é uma obra de arte, refinada e sensível, sem jamais perder a sexualidade que gradualmente parece indispensável, ligada à história mesma - não sendo assim apelativa e nem pornô.

Pena da censura chinesa (da parte Popular), qualquer censura é uma pena, ainda mais em uma obra de arte... É o tal negócio, o Estado sabe que uma boa obra de arte provoca as pessoas, provoca multidões, toca em tema delicado, tema esse que pode ameaçar a manutenção da nação, da sua pretensa moralidade.