sábado, 10 de outubro de 2015

[1] CIDADES DORMITÓRIOS são cidades que se prestam ao outro, para que ele venha trabalhar e dormir nela, e na folga retornar ao seu lar ou o que ele considera assim. Geralmente essas cidades se misturam com os subúrbios, com trânsito para a população de trabalhares até ao emprego (fábrica, indústria etc.). 
[2] Mas pode ser considerado cidade assim, aquela que se forma, geralmente, em subúrbio, em um conglomerado de casas, cujos moradores só vivem ali devido ao emprego, desejando sair, procurar outro lugar para sua moradia, ou mesmo, desejando sempre retornar ao que se chama "lar". 
[3] Esse tipo de cidade tem um sentido de efemeridade, de uma pousada - como se estivessem em um hotel, que estão ali, naquele espaço, apenas por um tempo. Por exemplo: as pessoas trabalhadoras querem morar próximo de onde irão trabalhar. 
[4] O ideal era morar perto, mas fica muito caro, ou não tem mais espaço disponível à compra ou aluguel. Em Belo Horizonte o operário trabalha numa fábrica na Cidade Industrial, e mora perto de lá, em um subúrbio ou mesmo uma cidade com transporte fácil. 
[5] Nesses subúrbios se criam nichos para a classe média, uma ou algumas ruas, e pronto, se inventa espaço para o operário intelectual... Se bem, que o bom mesmo, é morar perto de todos e de todas, sem esse diferencial classe operária, classe média. 
[6] Tem um outro sentido dessa cidade, quando ela é um lugar onde pouco passa o operário, o trabalhador, tornando esse lugar (naquele tempo) espaço apenas para dormir. 
[7] Como é estar nessas cidades-dormitórios? Como é ser-sendo aí? Como é a escola, a quem ela atende, como é seu currículo? Como é o processo de subjetividade aí construída social e historicamente? O que é esse lugar transitório e como ele é vivido? O que é estar de passagem? Existe de fato o sentido de lugar de passagem? O que é dormir e sonhar aí? O que se ensina e aprende, numa dimensão não escolar, nessas cidades? - dentre outras questões.