quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Apreciação crítica de um filme...
"500 Dias Com Ela"
QUANDO APENAS EU AMO O OUTRO, E ELE NÃO...
Assisti, finalmente, a um filme popular e até batido: "500 Dias Com Ela" (2009, direção de Marc Webb), com a estrela maior desse mundo (kkk) Joseph Gordon-Levitt e a atriz Zooey Deschanel, tão linda, que chega a me tripartir kkk.
Como fiquei marcado por essa obra de arte, que achava que era idiotice!!! O tema amor unilateral é para mim como um bisturi afiadíssimo, que quando mais me corta (por um médico refinado), mais me mata, me dilacera - já que devia me salvar, cuidar de mim... kkk
Repetindo, o filme, na minha opinião, aborda os sofrimentos advindos do amor unilateral, o amor que tem uma pessoa por outra que não a ama, mas gosta dele, fica perto, passeia, sai, vão ao restaurante, ele compra coisas para ela (ela pede, deseja objetos, vestidos, sapatos etc. kkk), cantam juntos em algum karaokê, gostam dos mesmos artistas e pelos mesmos times de futebol.
No filme, uma moça honesta, que deixa claro que não acredita no amor e não quer o rapaz. Cruel assim. Mas ele é a vítima (e linda vitima kkk), sonha com a bela, momentos em que ele dança como nos filmes dançados de Bollywood. Dança, mas o amor no concreto não existe. Quando ela fala uma palavrinha de amor, isso é motivo dele existir, dele ser no mundo dos amados...
O personagem (Tom) é um cara que não tem amor, que não conhece o amor. Tom conhece coisas, teorias, livros, arquiteturas, internet - mas não se conhece no sentido de que ele não se sente. Trata-se de uma pele que não sentiu o toque do amor advindo do outro - um tocar sincero, sensual, ingênuo, orgástico. Já ela, Summer (que em inglês significa Verão), por sua vez, é cáustica, mas não é uma vilã - foi educada acreditando que não há amor, e por isso não se entrega ao amor, ao love.
"Amor unilateral me toca muito, pois eu vivo esse tipo de amor" - um dia me disse um amigo graduado e mestre em filosofia e estudante de música numa federal mineira, quando comentei o filmei a ele. Olhei para ele, abaixei os olhos, e vi os olhos de gato dele procurando alguém idealizado, afastado - mas que não era eu, não era eu kkk Fiquei quietinho, eu posso ser a próxima vítima kkk - e não me entreguei ao vivido.
Ao final do filme "500 dias...", Tom recebe uma moça que irá trabalhar com ele, já que Summer foi embora, tendo finalmente encontrado o amor. Ele convida a a garota para um café, e pergunta-lhe o nome, e ela diz: Autumn (Outono, em inglês). O final pode ter vários sentidos, e aqui destaco dois: [1] O amor unilateral irá se repetir, como se todas as fases do ano fossem unilaterais; [2] finalmente encontrará um amor tranquilo, longe das obsessões.

Após o verão aparece o outono, donde as folhas das árvores ficam amarelas, caem e nos diz: "estamos dispostas a entregar o nosso amor ao seu amor, colha-nos".

[Hiran PInel]

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Enfim, um rosto atormentado pelo amor unilateral in 500 Dias Com Ela - Obra de arte.