sábado, 27 de fevereiro de 2016

RELAÇÃO TÉCNICAS/ MAQUINÁRIOS & EDUCAÇÃO

Hiran Pinel

O objetivo aqui-agora é o de refletir sobre o professor (educador e ou pedagogo etc.), que usa de modo exagerado técnicas e maquinários (ferramentas, procedimentos, ferramentas etc.) em sala de aula ou seu seu planejamento, execução e avaliação de intervenções objetivando ensinar (e obter aprendizagem de sentido) algum conteúdo proposto, dentro da sua cultura.

O uso das técnicas/ maquinários em educação escolar e não-escolar, nos recorda de que elas sempre existiram: machado e facão, no ensino profissional nas família dos campesinos, por exemplo; lousa, lápis, caneta, bureta, pipeta, procedimentos do uso de técnicas em mudanças comportamentais (a partir de Skinner como Mager e Bloom etc.), flanelógrafo, receitas e prescrições, cartaz, máquinas de ensinar, filmes, vídeos, programas de informática, instrução programada, bisturis etc. 

Há assim professores, educadores em geral e os sociais, pedagogos etc., que fazem isso. Há psicólogos escolares (e ou educacionais) cuja ação é focar no uso dos testes psicológicos e procedimentos de animação de grupo, centrando com tanta intensidade nisso, que perde seu foco em saúde mental e desenvolvimento acadêmico. 

Ao focar nas máquinas, o professor acaba desprezando  até mesmo os conteúdos a serem ensinados, mas muitas vezes ele nem "sabe" disso, no sentido de que ele não se autorizou a tomar conhecimento e aprender o quanto é maléfico o foco único na técnica e recursos materiais. O uso de procedimentos é denso, tenso e intenso, que ele mesmo não aprende seu fazer, mas sobre elas, as técnicas e modo do uso de máquinas e ferramentas. 

As ferramentas e técnicas, quando usadas de modos exagerados, tomam até mesmo o lugar da relação interpessoal e social professor-aluno-mundo, coisificando-a. Essa relação é considerada um campo, que se bem focalizado e entregue existencialmente ao vivido, provoca o desempenho acadêmico mais encarnado, donde  afeto e cognição podem se indissociados, revelando o aprender conteúdos propostos pelo professor dentro da cultura, sociedade e história. 

O problema não são as técnicas e instrumentais propriamente ditos, mas o seu usuário, a pessoa que o usa, muitas vezes correspondente a uma "filosofia maquinária da vida", um corpo duro, uma mente rígida, obsessiva, compulsiva. Tem aula em que o aluno recorda dela, da máquina, mas não do conteúdo, perdendo o papel focal/ vital da escola e ou educação, que reconhecemos tem outros papéis, mas sempre voltados para o central (focal/ vital). O estudante pode recorda do "show de aula", mas não do ensinado propriamente dito, o que clama por se transformar em aprendizagem de sentido, encarnada.

Não estamos a falar do mau uso da máquina, no sentido de que durante as aulas, o professor fica perdido nela, não sabe nem como ligá-la, ou alunos que ficam atarefados com ela, antes de começar um seminário, por ex. Isso não é dominar o mínimo da máquina, é algo diferenciado. O desprezo é tão vital, que ao trazer as ferramentas, ele perturba o processo ensino-aprendizagem. Não testou o filme antes, não o assistiu. Mete os pés pelas mãos. Isso também é algo irritante, e o preferível é não recorrer a ela. Em recorrendo, e tendo função seu uso, que é o de provocar o desempenho acadêmico, faça de modo correto e tranquilo, sem torná-la a alma da ação pedagógica e psicopedagógica.


* Texto experimental; avulso; só pra produzir discussões nas nossas salas de aulas. Não esquecer que esse blog tem alguns objetivos, dentre eles, trazer estimulações na sala de aula, socializando-as.

** Em citando esse texto, faça-o corretamente.