terça-feira, 26 de setembro de 2017


Está surgindo uma mania bem interessante no You Tube... Fãs de séries yaoí tailandesas produzem vídeos com imagens da série que gosta e no fundo uma música brasileira kkk

Correndo o risco de ser criticado, mas não temendo isso, eu creio que canções sertanejas podem até emocionar muito devido aos temas dos amores rasgados e desesperados, mas que NÃO pegam o climão de Sotus The Series, por ex kkk É uma coisa muito subjetiva essa minha opinião e que não contém verdade sólida... Acho que essa minha resistência é que as músicas específicas em tailandês não tem concorrentes, acostumamos com elas... kkk É apenas uma opinião, e como toda ela, bem que poderia ser jogada no lixo, mas eu não aguento fundo sertanejo universitários de amores desesperados, cafonas, angustiados e de ranger de dentes próximo a uma sexualidade afoita e um gosto amargo do sêmen, da vida sexualizada, do amante com um revólver a espera da presa para assassiná-la... kkk eu acho muito cafona... muito... é algo in-sólido, insólito kkk e um dos meus defeitos, pois no amor ainda sou ingênuo demais, penso em beijos, colo, carinhos e amorzinhos sem ter fim, pernas trêmulas - a primeira vez... 

Como essas séries trazem narrativas caracterizadas pela ingenuidade extremada, sinto que algumas canções do Roberto e Erasmo Carlos mais próximas, por serem mais doloridas e pouco sexualizada (nessas séries yaoí - com exceções como em MIR e Together With Me - predomina o ingênuo, o dito puro, a primeira vez...), Caetano Veloso de menor ingenuidade, mas mais elaboradas compatíveis com o roteiro refinado de Sotus, que francamente é obra de arte, pelo menos nessa 1a temporada, que é definitiva...

Assinado: Eu, o cafona, em outro tempo/ espaço de cuidado e escuta.

domingo, 24 de setembro de 2017

MINHA MÃE NUNCA ME DISSE ISSO ...
Bangkok... 6 amigos, ainda na juventude, despedem de um deles que vai fazer universidade na China. Uma noite de bebedeira, enquanto a mãe dorme. O anfitrião, que vai pra Pequim, resolve fazer um jogo de cartas de baralho: joga as cartas na mesa e cada um cata a primeira que conseguir, e quem ficar com o rei, manda no grupo. O última é o anfitrião que no outro dia, ainda cansado, diz que eles deverão até o outro dia representarem fielmente que são casais de namorados, fazendo na frente de muitos e entre eles mesmos. Eles reclamam, pois gostam de meninas. A série narra descrevendo esse dia com muitos dramas e descobertas, e o mais vital, o anfitrião vai sofrer e muito. A mãe do protagonista numa cena, diz mais ou menos ao filho: "Vc vai pra China e ficará anos longe de seus amigos. Diga o que sente por cada um deles, não esconda nada, não deixe nada ao ar, pois a melhor coisa da vida é a verdade e não o mistério, pois o mistérios nos dá tensão, ansiedade e quando vc ficar idoso ficarás muito melancólico e saudoso daquilo que não foi vivido realmente, concretamente"... kkk Eu refleti nessa hora: Puxa que puxa, minha mãe nunca me disse isso! ... kkk

NOTA:
Título em inglês: I Am Your King The Series
Título Original: ผมขอสั่งให้คุณ
País de Origem: Tailândia
Gênero: Drama
Nº de Episódios: 12

O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGE) DA UFES OBTEVE NOTA CINCO (05) PELA CAPES... SOMOS DA RESISTÊNCIA...
"Teacher and Student" (2014; título original: "- ครูและนักเรียน -"; com Tananara Kisthachapon) é um estranho filme tailandês que parece narrar a vida de um jovem professor de inglês numa zona rural da Tailândia que se apaixona pelo conhecimento que porta um outro aluno - o saber que desconhece e que deseja ardentemente ser proprietário. Mas ele aprenderá, que para saber, é preciso seduzir e conquistar o conhecimento de sentido que o outro tem, com calma, paciência, persistência, perseverança, ética, com a paixão, com competência e ardor - e acima de tudo humildade não submissa, pois gradativamente vai descobrindo que nessa esfera pouco ou nada sabe. Um filme como disse estranho e que até me assustou a primeira vista, mas que depois pude inferir tanta Pedagogia, tanta Educação e tanta Psicologia... Nessa primeira cena o referido aluno vai para as aulas de Educação Física, e o mestre na sua mais profunda procura pelo conhecimento de si (no outro), cheira a roupa do discente, para sentir o que lhe falta e o que lhe escapa pelas frágeis mãos de quem "se achava o dono do pedaço" (dono do saber)... Não meu caro "profé", não será assim que aprenderás, mas podemos supor que é um caminho, o seu caminho - o mais difícil e árduo caminho já escolhido por um ensinante...
O que há entre nós dois?
Será amor ou será minha solidão?
Minha invenção de amor que não há?
Fragilidade idosa de alguém louco pela juventude impedida?
Fico querendo saber, pois diante da morte só tenho a vida pedir
Será que é a fraqueza do meu coração?
Devo estar interpretando errado os sinais vindos de você.
Eu só quero pensar, sentir e agir a favor de mim mesmo
Estou sem tempo, sem espaço e sem cuidado
Minha obra a deixar é a partir de seu cuidado por mim
Será amor ou será minha solidão?
A quarta ponte do rio Mekong está sempre ali,
é só ir até lá, pular dela e chegar a algum coração da selva.


[Hp; ficção]

 


"Sem Arrependimentos"/ "No Regret"/ "- 후회하지 않아 -" (filme da Coreia do Sul, 2006, direção de Leesong Hee-il). Finalmente, depois da loucura e dos profundos desvarios advindos do ódio e do rancor, o reencontro e o começo de tudo, pela via do amor. Então, o protagonista reconhece quem de fato o ama, e diz emocionado ao seu velho conhecido e amante: "Encantado em te conhecer, Jae-Min". Fiat lux! O fã sai aliviado do filme, mesmo que a realidade vivida nem sempre seja essa kkk

dia das arvori...
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HIRAN PINEL, 2017, agosto.
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Agora fico a olhar o apartamento de frente ao meu. Fico de soslaio. A moça parece escutar uma canção, pois dança sozinha com um copo de bebida nas mãos, deve ser whisky, cuja palavra ao ser pronunciada, os lábios parecem ao final abrir-se em um leve sorriso, um botão em flor. Ela fica dançando e está quase pelada - linda como poucas. De repente ela para, e será ela que ficará reflexiva na janela - isso por um tempão. Vira de costas e encostada na parede vai sentando no chão. Fico olhando horas e horas, a mesma cena - janela aberta, luz acesa - e ninguém para de fato eu enxergar. Será que ela está ainda sentada? Será que pensa em que? Uma pessoa a abandonou ou ela sempre foi sozinha? Eu penso que é uma menina só, e eu também sou só, e minha solidão é maior, pois fico olhando, olhando fixamente - como se desejasse reter nas pupilas o que um dia esquecerei. Menina e menino tão sós, nunca fomos abandonados e nem rejeitados, somos sós, uma alegria de ser na solitude nessa noite tão molhada.

[Hp; ficção]

Visitantes de domingo sempre nos dão prazer, senão quando chegam, ao menos quando vão embora (kkk).

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Você é um homem casado não tem o direito de fazer carnaval (kkk)

Trecho da canção popular "Telecoteco" de Marino Pinto e Murilo Caldas, gravada por Isaurinha Garcia... Letra que hoje pode nos soar engraçada e melodramática.
assistindo agora um desenho na Cartoon Network - CN "Poderosas Magiespadas"... bem, e lá pelas tantas, o herói diz a uma planta carnívora doidona:

"- Eu vou mandar você procurar um psicólogo botânico" kkkk

Só rindo... Será dublagem ou no original é assim? Adorei... Assim se faz propaganda de um ofício, sabiam?

{Hpinel}

sexta-feira, 15 de setembro de 2017


Kongpob ama e não é correspondido por Arthit.
Ele grita o nome do outro e nem mesmo é escutado.
Ele confessa ao amigo: - O amor roubou a minha paz,
Eu vivo num pedacinho de Saigon de 59-75.

Kong está ansioso e clama piedade.
Não lamente Kong, logo virá um casamento de P'Thon
Arthit estará com fome e irá te convidar pra jantar
E na Ponte Rama 8 tudo irá acontecer - os dois de terno e gravata...

Mas recorde sempre: Thit é veterano. E Ong? Ong é calouro
Ele é um homem, você é um cara
Você sabe que ele gosta de leite rosa
E ele sabe que vocês se amam.

Ambos ficam dos seus apartamentos procurando o outro
Memórias de passado recente como se idosos fossem
Noites sonâmbulas, madrugadas molhadas
Cada lágrima é um desejo de ser feliz.

[Hiran Pinel, autor; ficção]

NOTA: Arthit e Kong são personagens (protagonistas) de Sotus The Series, uma série tailandesa.
 - VOCÊ SABE QUE EU SOU UM VETERANO E VOCÊ UM CALOURO?

- SIM.

-VOCÊ SABE QUE EU SOU UM HOMEM, E VOCÊ É UM HOMEM?

- SIM, EU SEI.

- VOCÊ SABE ATÉ QUE EU GOSTO DE LEITE ROSA...

[Diálogo rico de significado dito por Arthit e minimamente respondido por Kong, na Ponte Rama VIII, in Sotus The Séries].


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

KONG & ARTHIT: UM CASO DE AMOR
Kong ama e não é correspondido por Arthit.
Ele grita o nome do outro e nem mesmo é escutado.
Ele confessa ao amigo: - O amor roubou a minha paz,
Eu vivo num pedacinho de Saigon na época da guerra 59-75.


Kong está ansioso e clama piedade.
Não lamente Kong, logo virá um casamento de P'Thon
Arthit estará com fome e irá te convidar pra jantar
E na Ponte Rama 8 tudo irá acontecer - os dois de terno e gravata...

Mas recorde sempre: Thit é veterano e Ong? Ong é calouro
Ele é um homem, você é um cara
Você sabe que ele gosta de leite rosa
E ele sabe que vocês se amam.

[Hiran Pinel, autor; ficção]

NOTA: Arthit e Kong são personagens (protagonistas) de Sotus The Series, uma série tailandesa.


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

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MINHA MÃE NUNCA ME DISSE ISSO ...
Bangkok... 6 amigos, ainda na juventude, despedem de um deles que vai fazer universidade na China. Uma noite de bebedeira, enquanto a mãe dorme. O anfitrião, que vai pra Pequim, resolve fazer um jogo de cartas de baralho: joga as cartas na mesa e cada um cata a primeira que conseguir, e quem ficar com o rei, manda no grupo. O última é o anfitrião que no outro dia, ainda cansado, diz que eles deverão até o outro dia representarem fielmente que são casais de namorados, fazendo na frente de muitos e entre eles mesmos. Eles reclamam, pois gostam de meninas. A série narra descrevendo esse dia com muitos dramas e descobertas, e o mais vital, o anfitrião vai sofrer e muito. A mãe do protagonista numa cena, diz mais ou menos ao filho: "Vc vai pra China e ficará anos longe de seus amigos. Diga o que sente por cada um deles, não esconda nada, não deixe nada ao ar, pois a melhor coisa da vida é a verdade e não o mistério, pois o mistérios nos dá tensão, ansiedade e quando vc ficar idoso ficarás muito melancólico e saudoso daquilo que não foi vivido realmente, concretamente"... kkk Eu refleti nessa hora: Puxa que puxa, minha mãe nunca me disse isso! ... kkk

NOTA:
Título em inglês: I Am Your King The Series
Título Original: ผมขอสั่งให้คุณ
País de Origem: Tailândia
Gênero: Drama
Nº de Episódios: 12

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Cada amor que tenho é sempre a primeira vez... pernas trêmulas, coração à boca, respiração ofegante... kkk 

* * *

Só aviso uma coisa: quando eu cheguei aqui, tudo era mato... Então não me tire por menos, tá família juvenal-juvêncio? kkk




* * * 

 

sábado, 2 de setembro de 2017

Singto e Krist vestidos, cada um, de terno rosa
Ambos fazem charmes de modelos exemplares
O que é e como é esses desejos perpassando aos fãs?
O que faremos de nossa vida? E depois, depois e depois?
Singto e Krist não têm consciência do impacto deles em nós
Eles estarão sós ao final - Singto já lamenta, na rede, suas frustrações
Kristt apoia Singto nessa procura humana de um sentido pra vida
Os fãs ficam atentos aos próximos ídolos, e logo-logo os esquecerá
e a vida vai nos interrogando a todos, inclusive aos nossos Arthit e Kong:
- Qual o sentido de sua vida? E então tentamos responder... Tentamos.
Já eles nem isso: sofrerão da mesma ilusão que agora nos contamina.



[NOTA: Singto e Krist são dois atores tailandeses de "Sotus The Series" e agora, na segunda temporada, "Sotus S The Series", nos seus personagens Kong e Arthit; são jovens e talentosos; texto de minha autoria; ficção]
Eu fico abaixo das estrelas, e daqui eu te percebo e sinto. Nunca poderia chegar até a você, mas te olho com seu doce sorriso, pele alva e translúcida, corpo de cuidado frágil, e que um dia senti seu prazer concreto comigo. Mas hoje, a única certeza que tenho, é que é daqui o meu lugar, e tudo nesse tempo. Te olho e te sinto, e terei uma noite só de esplendor, algo inventado na minha alegre solitude.

[HP; autor]
MÃE, MÃE...
Chorei (e choro) com essa série do primeiro ao 14o episódio, o último episódio, de número 15, o governo da China Popular censurou... Vou falar aqui apenas do 5o episódio. A série se chama Addicted (Heroin) | 上瘾 (China Popular). Vou destacar dois diálogos comoventes:

1) no churrasco de rua regado à cerveja, Gu Hai confessa que deseja apenas cuidar do outro e o outro lhe diz pra não usar da sua tolerância (ele parece gostar dos jogos do outro) para produzir falta de vergonha, insinuado alguma sexualidade, pois a sensualidade está clara (kkk) - uma fala ágil e cheia de segundas intenções; 

2) quando bêbado, nas costas de Gu Hai, ele balbucia com uma imensa dor "mãe", "mãe", e o faz pela segunda vez, e me parece que mãe é uma figura que deve ser muito cultuada pelo regime, tal qual aqui, mas lá com bastante força, com um dos sustentáculos na história do país, assim como na Rússia do filme Encouraçado Potenkim... 

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É uma produção visivelmente barata (numa dimensão econômica), mas de uma qualidade imensa, arte. E cada episódio é uma obra de arte, refinada e sensível, sem jamais perder a sexualidade que gradualmente parece indispensável, ligada à história mesma - não sendo assim apelativa e nem pornô.

Pena da censura chinesa (da parte Popular), qualquer censura é uma pena, ainda mais em uma obra de arte... É o tal negócio, o Estado sabe que uma boa obra de arte provoca as pessoas, provoca multidões, toca em tema delicado, tema esse que pode ameaçar a manutenção da nação, da sua pretensa moralidade.


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Quem nunca fez loucura na adolescência? - pergunta Gu Hai para Yin. Eu ainda tento fazer, eu tento Gu Hai... Sempre fui um esforçado na esfera amorosa, sempre... é um esforço hercúleo, sem muito sucesso, mas nunca perdi ou perco a esperança e então eu tento, eu tento... Um dia "eu vou conseguir", cantava Wanderléa roqueira... kkk
[Hp; ficção]

Cena da série "上瘾 Addicted Heroin" (China Popular). Heroin (de heroína, droga, algo que vicia). Heroin é a junção dos nomes dos dois personagens que se envolvem em um "amor viciante", algo que os toma, de tal modo, que acabam se fragilizando e ao mesmo tempo os potencializando...


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Falo nada, só "óleo" e deslizo o olhar penetrando os desvios e neles me encontro e desencontro comigo e contigo - no mundo.
Esperando algum amigo me ligar dizendo: "Hiran, arruma suas malas, vc vai comigo pra Bangkok, te explico no caminho".
Hoje, 22 de agosto, é o dia do professor de Educação Especial. Estamos de parabéns... !
Ele contou nossa história - a do nosso amor. Ele chorou enquanto falava... Mas eu já estava morto, e nunca pude sentir isso...
"Meu sonho é tocar o firmamento para me converter numa estrela longínqua, porém fulgurante e bela, assim todos iriam recordar de mim, por aquilo que cheguei a ser" [María Montez, 1912-1951; atriz - minha tradução].
Descendo a rua, eu vi primeiro a bicicleta.
Você desce dela e entra na livraria
Procura algo pra você ler e se derreter
Você escreve seu nome nele e pensa em mim
Imagina eu sorrindo pra luz do céu - noite estrelada
Um tarde quente e você jogando futebol
Enquanto você corre no campo, eu esperava o doce diet
Ali pertinho, o mar revelando nas ondas seu amor
Ao chegar a aurora - amanhecer do seu dia de trampolim
Finalmente olha fixamente no sol nascente
Você finalmente me enxerga ao seu lado
Meus braços abertos e os dedos dispostos a te acariciar
Você deixa a bicicleta de lado e se entrega aos meus lábios.


[Hp; ficção]

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O ator tailandês Singto, protagonista de Sotus The Series, interpretando um roqueiro do seu país... No programa de TV "Lip Sync Battle" da Tailândia. Apoteótico, talentoso, raro. Grande ator!



Fãs? Quer raça mais ordinária? Verdadeiros coiotes. Hoje nos amam, e um segundo depois, diante de outro mais bonito, tudo muda...
MÚSICA NÃO CURA,  MAS ... kkk

- Você quer tomar um drink, moça?
- Por favor meu jovem, me poupe, pois eu tenho namorado!
- Acalme sua paranoica, eu sou garçom. Entendeu? Garçom, sua desequilibrada que acha que todo cara está te cantando. Acorda!
kkk
HOJE É DIA DE ROCK, OPS... DO PSICÓLOGO...
Simbolicamente pode ser um dia pra gente pensar nossa formação inicial e a continuada, nossa formação técnica, clínica, comunitária, política e científica. Que tipo de profissionais procuramos para nos ajudar na nossa demanda de cuidar da gente mesma? Que tipo de supervisão procuramos e concretamente participamos? Que tipo de supervisores somos? Que livros estamos lendo e estudando? Lemos literatura ficcional? Quais? (kkk) Misturamos alhos com bugalhos? (kkk) Nossa faculdade estava de fato bem planejada, com todos as ferramentas indispensáveis disponíveis aos estudantes, os futuros profissionais psicólogos? Os nossos professores eram pesquisadores e profissionais respeitados?
São só questões que eu levanto como levantaria pra outros ofícios, mas que aqui-agora cai bem para os psicólogos. Não tenho resposta e nem sou dono de alguma verdade, só produzi questões que faço a mim mesmo.
Eu abro os olhos lentamente
Vejo seu rosto da multidão
Como vou resistir a você?
E se nossa vida, de surpresa, mudar?
Cairei como em uma queda livre
Minhas mãos serão abandonadas por você?
Segure-me firme como sempre fez
Cuide de mim, como sempre falou
E aquelas histórias antigas? Conte-me mais!
Leve-me ao seu tempo, fique no meu espaço
Eu era pura hesitação, hoje caminhos frágil com você.
Nunca me diga que escondi algo de você...
Te autorizo reconhecer que sempre nos ferimos
E ainda assim, sinto sempre suas delícias, seus lábios
Não deixe de me doar sua ternura e fique aqui-agora
Aperte minhas mãos, não me deixe cair na minha queda.


{HP; autor}

SER IDOSA, QUE SE AUTODESCREVE COM PROBLEMAS COGNITIVOS (MEMÓRIA) NA SALA DA EJA, PENETRADA PELA EDUCAÇÃO ESPECIAL E PELA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Contexto: realizei dois meses de visitas científicas (objetivo de pesquisa fenomenológico-existencial do ser-no-mundo) em uma sala de aula da modalidade de ensino EJA, localizada em um Centro Comunitário, foi onde, dentre outros fenômenos vividos, encontrei dona Caetana Flora. 

Dona Caetana é diabética tipo 2 toma, segundo ela, via e-mail: Glifage 1g XR; losartana potássica e hidroclorotiazida, 100 +25 mg; atorvastatina cálcica 80mg; BUP 300 (para tratar de transtorno depressivo maior); losartana potássica 50mg - à noite; "tomo remédio para urina presa" (ela diz). "Eu tomo remédio para dormir", disse no outro dia quando conversamos sobre remédios, (ela acha que é Clonazepam). Depois da diabetes, os filhos pagam para ela uma academia no bairro. Gosta de dançar. Faz bordados em casa "para presentear minha amigas"

Temas: ser idosa feminina viúva aposentada com dois filhos (um economista e pedagoga, ambos trabalhando nos seus ofícios e com uma presença diária, mas nem por isso menos criticada por ela), casa próprio, em um bairro da periferia. Analfabeta oficialmente, mas com bom desempenho escolar.

Pretendemos avaliar a cognição dela, com instrumentos psicológicos (padronizados) e já contactamos médicos - uma geriatra, um psiquiatra e um neurologista do serviço público de saúde, que conheço, interessados em produzir pesquisas.

Eis o resumo (de memória - cheguei agora e só usei das lembranças, por ora) muito emocionante dessa aluna provocadora numa sala de aula da modalidade EJA

**

Ela se nomeia Caetana Flora, 65 anos de idade, feminina, aposentada como faxineira de uma repartição pública, mora em uma capital de um Estado brasileiro, sua residência é em bairro da periferia, casa própria, dois filhos, um é economista e como tal funcionário do Estado e uma filha professora do ensino fundamental (licenciada em Pedagogia) que estão diariamente presentes com ela. Viúva há 2 anos, mais ou menos. Tem amigas vizinhas, com idades semelhantes – saem sempre para o forró num centro comunitário, perto da casa delas, em um projeto social da prefeitura. Oficialmente analfabeta, e que agora resolveu estudar matriculando-se na modalidade de ensino EJA - Educação de Jovens e Adultos - onde revelou que tem algum conhecimento que só precisa ser mais bem explorado. Ela anda se queixando na sala de "problemas de esquecimento", que ela mesma descreve como algo natural da idade - o que cientificamente tem sido denominado nessa esfera de declínio cognitivo, mas que no caso dela, precisaria de confirmação por psicólogo e psiquiatra e ou. Ainda que haja essa queixa, com fácil constatação desse pesquisador (e dos professores dela), ela é persistente, marcando presença e parecendo lutar contra todo esse movimento contrário ao seu crescimento e aprendizagem. Ela denúncia assédios dos dois filhos do tipo "recordá-la” sempre de sua inferioridade por possíveis patologias que um dia virão, percebendo nisso um verniz para o preconceito. Há ainda ações em que ela percebe que é criado para humilhá-la. Outra denúncia é o uso de linguagem infantil com ela, para colocá-la num período em que ela não tinha autonomia. Nas conversas dela conosco, pesquisadores, dona Caetana sempre brinca com o seu ser idoso, o modo como ela está envelhecendo, e a idade real 65 é sempre trocada (na linguagem) por “cem anos” (“meus cem anos de idade não permite que eu aprenda isso, professora”, ela diz em sorrisos), queixa da decrepitude física (“minha cara é pelanca pura, mas não tenho coragem de ficar me maquiando para enganar as pessoas e nem a mim mesma”). Por vezes relata sentimentos ligados à tristeza (especialmente sentimento emocional-psicológico nascido das relações com os filhos, que usam o verniz da proteção, como modo de humilhação e diminuição: “eles querem ficar bem na fita”, ela diz em sorrisos). Toma remédio contra depressão. Depois que o marido dela morreu, tornou-se uma “viúva alegre”, ela diz, “pois, passou a ter o salário dele acoplado ao dela, e por isso pode ir a forrós todo final de semana no centro comunitário do bairro com evento só para idosos”, ela descreve. Um dia desses, ela se sentou em um banco do centro comunitário (onde está inserido a modalidade EJA) e começou a comentar um programa de televisão onde apareceu o tema dos “velhos” as dificuldades de ser respeitados, se procuram emprego, não encontram, e são criticados: “por que não são aposentados? Preguiçosos”, e se têm aposentadoria: “deveria ir trabalhar, está jovem ainda, aí o salário da aposentadoria iria melhor”. Cobram muito pelo nosso “passado”: não estudamos, não temos diplomas, não somos honrados, cobram muito pelo nosso passado: não estudamos, não temos diplomas, não somos honrados, usa-se terminologia que nos diminuem, mas com cara de que estão interessados por nós (os elogios como vernizes mascarados pele Cuidado, mas descuidadosos que são), nos casamos com o homem errado, leia-se pobre. Critica programas de saúde pública que não atendem de modo rápido e profundo questões dos idosos, mas cujas propagandas estão pontuadas – “mas, sei que sem esses programas nossa vida estaria pior, pois precisamos de melhor sempre esses programas...” Elogia a modalidade de ensino que frequenta, e a professora a elogia pelos conhecimentos que trouxe para aquela comunidade escolar, sempre auxiliando à professora a ensinar aos outros, e “digo isso com muito orgulho” 

***

Esse relato "sobre" dona Caetana Flora é apenas uma pequena ponta de um longo e profundo iceberg, que aqui-agora resumi, pois não pretendo dar todo o relato que guardarei para estudos fenomenológicos sobre a presença da Educação Especial numa sala de Educação de Jovens e Adultos, EJA (que preferiria chamar-se Educação de Jovens, Adultos e Idosos, EJAI). Meu interesse é por pessoas idosas, com problemas cognitivos "autodescritos" na sala de aula tidos fomo próprios da "idade avançada", bem como o estado de saúde indicadores dos remédios que ingere, e o impacto positivos ou não, ou nem perceptível deles. O objetivo é ampliar a atuação do processo ensino-aprendizagem na sala de aula da modalidade EJA interpenetrada por uma outra, a da Educação Especial numa perspectiva inclusiva, e como sempre destacando o currículo não-escolar na escolaridade como a potência da Educação Inclusiva (e da Social) nessa mesma estrutura organizacional educacional do tipo escolar. Com ela, por exemplo, planejamos, executamos e avaliamos jogos cognitivos, conteúdos esses, sempre (co)movidos pela nossa postura humanista existencial e fenomenológica da aluno que é ser no mundo, focando no seu "que é", "como é" na sua "experiência vivida" e os significados que fornece a ela, no seu projeto "amoroso, do esperançar e do ser mais, temas imbricados com uma educação dos sentidos" aproximando-nos de Paulo Freire e de Rubem Alves, indo à cata a alfabetização de sucesso, conscientização crítica e a ação de anunciar as humanidades, e de denunciar as desumanidades.

Recordando que nossa ação é para produzir conhecimentos da relação entre a EJA (ou EJAI) e a Educação Especial numa perspectiva inclusiva, bem como a Educação Inclusiva.

*

Hiran Pinel, autor

em citando, referendar.

PINEL, Hiran. 


Troquei dados para não identificar, nem mesmo bairro, cidade - nada. O resto é o fato a "experiência vivida do ser-no-mundo" (in Pinel, 1999) de dona Caetana Flora. A experiência vivida é o objeto de estudo e de intervenção (inclusive educacional) da Psicologia e da Pedagogia Fenomenológico-Existencial.



Eu olho para você, e vejo um filme de sexo amoroso. É como você estivesse se desnudando na minha frente, para minha delícia, meu delírio... uau... ser Vida.u
Ontem a noite deitei, e da minha cama fiquei olhando as estrelas no céu, comecei a contá-las, a sonhar que eu era uma.

De repente, do nada, dei um pulo da cama e assustado, com os olhos estatelados, interroguei-me:

- Onde foi parar o telhado da minha casa? Onde?

[Hp; adaptado e recriado de um texto da internet]
QUE ILHA VOCÊ LEVARIA PARA UMA PESSOA DESERTA?

* Frase poética de: José Juva, de Olinda Pernambuco, nascido em 1984.
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