quinta-feira, 7 de junho de 2018

Há uma complexa experiência, descrevo aquela "experiência que foi sem nunca ter sido". Trata-se de uma experiência que existiu, mas que não foi vivida. Falo da experiência que o sujeito foi excluído dela (por questão de classe social ou geográfica, por ex), ou foi convidado a participar, ou a se envolver, mas que por algum motivo isso não ocorreu - por medo, por preconceito etc., ou a viveu pelas "metades" (não na sua totalidade), não integralmente como deveria - isso segundo sua percepção do fenômeno. Descrevo compreensivamente tal fenômeno como a "experiência que foi sem nunca ter sido".  

(Hiran Pinel; texto de minha autoria, já publicado em um livro, também de minha autoria).

NOTA:
O termo "que foi sem nunca ter sido" peguei da chamada do título de uma telenovela brasileira:
"A Fabulosa História de Roque Santeiro e de Sua Fogosa Viúva, a que Foi Sem Nunca Ter Sido", título reduzido para "Roque Santeiro" (de Dias Gomes), que foi totalmente censurada em 1975.