quarta-feira, 18 de julho de 2018

O filme thai "TROPICAL MALADY" (2004) narra o encontro de um guarda florestal e um jovem que "vive de bico" - ele corta e vende gelo, em um país hiper tropical, quentíssimo. Os dois saem a passear pela cidade, vão a um bar com uma cantora em cena (linda cena) etc. Os dois se apaixonam, é o que me pareceu. Depois um deles, o jovem desempregado, adentra a uma floresta, e nela se animaliza, torna-se primitivo, impulsivo, carne, sedento. No outro dia, depois de passear pela cidade pequena, no norte do país, o guarda vai atrás do fugitivo (fugidio), e se mistura com os elementos da floresta virgem, agarrando o jovem desempregado, agora totalmente nu, mas que lhe escapa desejando (talvez) a liberdade e não a prisão do amor. Quase ao final se escuta: "Deixe-me ir" fala com o espírito de uma vaca cuja cabeça foi decepada. Finalmente: "eu sinto sua falta, soldado". O amor foge e se vai, mas fica na memória de ambos. O soldado fica de olhos arregados, todo sujo e envolvido com a natureza agreste, os sons, as cores, o calor, as monções. O guarda fica à espera do retorno daquele que recusa o amor pegajoso, porém um nobre amo - um guardião da perversidade.

Na minha opinião o jovem não retorna mais, procurando outras paragens, mas como eu disse, a memória os perturbarão para sempre, pois ninguém sai ileso ao um encontro de sentido, de qualidade - de significado sentido.

Muito bom, e com uma linguagem dislógica, diferenciada da maioria dos filmes de estúdio. Por isso, premiado em Cannes e outros prêmio respeitados internacionalmente, inclusive na própria Tailândia.

DIREÇÃO: Apichatpong Weerassetakhul
ATORES: Sakda Kaewbuadee & Banlop Lomnoi