terça-feira, 23 de abril de 2019

Vou "falar" sobre o "Britz Bar" (1961-1983), localizado no centro de Vitória, Estado do Espírito Santo, Brasil, que se situava na rua Gama Rosa com Sete de Setembro, em frente ficava a Praça Ubaldo Ramalhete.

Eu o frequentei, então no seu finalzinho... Cheguei em Vitória, acho que no ano de 1980/1 - vim para fazer mestrado e aqui estou até hoje, algo que eu adoro sentir, estar presente aqui-agora. Minha cartografia poderia ser essa: Manhumirim (MG) - nascimento, Lajinha (MG) - infância e juventude, Alto Jequitibá - juventude/ estudo, Belo Horizonte (MG) - faculdade 1, São João Del Rei (MG) - faculdade 2, Carangola (MG) - trabalho comunidade e clínica existencial, Vitória (ES) - diversos ofícios. Aqui em Vitória, prosseguiu numa outra cartografia interligada muito explicitamente com os ofícios e seus lugares/ tempos: consultório privado de Clínica Existencial, mestrado UFES (educação) - bolsista, IESBEM, Colégio Terfina Rocha Ferreira (Municipal de Cariacica, ES), Juizado de Menores (na época era assim denominado), Hospital Dr Dório Silva (Secretaria de Estado da Saúde - SESA), UFES/ Centro de Educação.

Quando cheguei à Vitória, senti esboçar uma nova cartografia, agora mais noturna, sombras e contornos... uau... E eu adorava ir nesse bar, única referência da cidade, segundo minha percepção na época (kkk) - um tempo (e lugar) que não era comum fotografar, por isso, talvez, conheço poucas fotos do referido bar. 

Onde eu fiz algum "registro" do Britz? Eu falo da minha subjetividade diante das minhas vivências no bar - isso na minha tese pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (PINEL, 2000), interessado na época no sentido de ser educador social frente à pandemia (na época) do vírus HIV/ Aids, junto a rapazes de programa (prostitutos viris), pensando o papel da pedagogia nessa seara da saúde. 

Foi uma experiência fascinante essa que eu vivi no Brtiz - saudade das, assim denominadas, loucuras de um "tempo-espaço", que hoje são até coisas ingênuas... Eu sempre solitário, porta(dor) de "uma solidão densa, tensa e intensa" - adoro um melodrama... Estava a procura de mim, ou a procura coisa alguma, ou de tudo - ou nada. Amava o Britz, por mais sombrio que também era o local - as noite são como soturnos tambores, eu digo na minha tese, a partir da "fala encarnada" de um frequentador que se prostituía. Em 1983, foi uma data marcante: o começo da notícias, numa dimensão mais popular, acerca da Aids.

NOTA: Lendo aqui-agora, que os proprietários desse tal bar, era um casal chamado Eduardo Paru e Eliana Fontana. Segundo estou lendo, o bar fechou, pois os donos do ponto não quiseram renovar o contrato.