sexta-feira, 20 de maio de 2016


Quando era jovem, estava eu no Cine Acaiaca, de BH, assistindo ao filme "Violência e Paixão" (1974/5) de Luchino Visconti. Pois então, lá pela metade do filme, o personagem principal, um professor de artes, aposentado, levanta de sua cama - é noite. Ele escuta uma bagunça embalada por música. Deve ser os jovens de uma família nobre e decadente, que alugaram a parte superior de sua mansão. O professor, trôpego, sai lentamente, e somos levados até à escada, e começa-se a escutar mais claramente uma canção.... Para mim era uma canção que conhecia, em italiano. À medida que subia a escada dou conta de que é "A Distância" de Roberto e Erasmo Carlos, que eu mesmo tinha sonhado com ela com versos trocado na estrofe, tendo eu com meu pai um entrevero íntimo – nunca parei para interpretar-me. Pois então, a emoção toma conta de mim, fico doidão - o rei em um Cult do refinadíssimo Visconti. Não é possível! Meus olhos escorrem água salgada. Continuando, o professor abre a porta, e o aluno jovem o convida para participar de uma orgia de moças e rapazes, 5 ou 6, talvez kkk A moça diz para escolher entre moça ou rapaz, não importa, a vida é breve... O professor recusa. É uma ética que nunca se deve esquecer, nenhum professor deveria esquecer - eu acho, pois vai que conversa vai e vem, a carne é fraca kkk Nós professores somos frágeis demais, por outro lado, ousados/ corajosos demais, e nada pra nós é simples, tudo é muito híbrido, complexo, e todos os fenômenos que começam nunca têm um fim... Nada tem um final, só mesmo o viver e a vida, essa é nossa carrasca, nos impede a fal(ação).