sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

MAIS UM "TEXTÃO"...
O You Tube mostrando vídeos de maridos, amantes e esposas sendo agredidos de diversas formas pela dita traição - um valor construído e forte na nossa cultura, sociedade e história. Como isso nos pega, num é? Que horrível, há verdadeiros espancamentos de maridos contra amantes, esposas humilhadas e apanhando, maridos se achando o dono das mulheres "ela é MINHA esposa", ora, não é - se ela está te traindo, ela não é, e ponto final, nem é bom um humano ser sua posse, acorde! Um mulher alegava ser mãe de "nossos" filhos, pegando o marido traindo - será que esse dado é vital? Se fosse, estaria havendo aquele show público?

Em todos os 7 vídeos, o pessoal da rua (sim, foram em praça pública) custa intervir, e os agredidos e os agressivos parecem implorar: Me parem, por favor! É um horror... Eu sei que é fácil falar quem está mais ou menos longe dessa situação (euzinho kkk), MAS por favor, é preciso uma racionalidade mínima no meio desses desvarios - uma racionalidade encarnada, afeto e cognição indissociados, mas prevalecendo o ato de conhecer de sentido.
Os traidores deveriam (acho) abandonar as esposas e ou os maridos antes de "aprontar" - dói menos, ou aprontar sem nunca ser descoberto (ideal, num é? Eu acho)... Os amantes precisam investigar (é preciso cuidado) quem é a mulher ou o homem que pró(cura), quem é si-mesmo, em que mundo está... Mas sei que o impulso desejante não costuma permitir isso kkk é uma fazenda sem cercania, dizia Gilda, do filme com o mesmo título. Outra sugestão do impulso, é fazer sexo a três, pois aí deixa de ser traição, mas uma modalidade de se dar prazer kkk estou brincando - ou não... kkk
Tem um caso provoca(dor). O cara é amigo do marido há anos, e o marido gritando (e o espancando) "eu sempre te chamei de irmão, sempre... Irmão", ele gritava (e xingava), ele espancava o trai(dor)-irmão. Ele, ao mesmo tempo que agredia muito o amigo (puxava torrões do cabelo da cabeça do inimigo vorás, e o sangue escorria, olhos inchados etc.), ele chorava. A mulher dele dizendo que ia chamar a polícia, protegendo o amante e o marido (sim)... O amigo só protegia o rosto e deixava ele bater, ele esvair-se da dupla traição - ficava passivo. O trai(dor) deveria sentir-se culpado e envergonhado por "amor" ao amigo ou medo. Aí o marido vira pro amigo-irmão traidor e lhe diz gritando (com palavrões): toma essa toalha de praia pra se cobrir, pois eu não quero te ver pelado pelas ruas... Meu "deos", como os traídos sofrem, seja pela esposa/marido, pelo amigo e fico imaginando o traidor, a traidora a culpa, a vergonha, as perdas, o luto, a morte simbólica... A mulher ao telefone gritando pra polícia vir (esse caso é do Pará), pois o marido poderia matar e ser preso - penso eu. O marido pegou o carro e saiu sem pegar a mulher, que foi tratada (ao meu ver) com total desprezo o tempo todo - nem bater nela ele bateu. Mas antes ele se preocupou com o traidor-amigo desnudo, que não podia mostrar-se nas ruas. Por que não podia? Fico encasquetado com essas coisas, sou um clínico ferrenho, tenho atração pelos sofrimentos e seus sentidos... kkk
Dá filme essas coisas, nós criamos filme no nosso cotidiano. Depois me dizem com total segurança, e como se portasse verdade única e universal, de que há diferença entre realidade e ficção... Não há essa nitidez, as coisas se imbricam, mesmo que façamos distinção... O melodrama está na tela, e está nessa nossa vida triste e alegre, corajosa e covarde, heroica e bandida... O drama (e a comédia) penetrou na nossa carne... Por isso vejo um filme e choro desbravadamente, ali está minha dor, meu prazer, minha alegria, o sonho (até hoje) de ter um grande amor-sexual, a juventude que perdi...
Esses casos não tem solução, eu me digo no banheiro, justamente olhando-me pro espelho, que constato agora - deformável... kkk <3 span="">