domingo, 13 de março de 2016

MEDICALIZAÇÃO DA VIDA... MINHA SINOPSE...
O filme "Réquiem para um Sonho" (2002, direção de Darren Aronofsky) narra a medicalização do cotidiano, numa interpretação muito rara de Ellen Burstyn, que de linda senhora (e mãe), vai gradualmente se desvelando partida, ferida, desejante, sonhadora, um horror como uma bosta. E saber que no ano em que foi indicada, merecia o Oscar.
Desespero, angústia, projetos fragmentados de vida, isso acompanha um casal de jovens - um rapaz e uma moça -, que desejam montar um pequeno negócio. O rapaz é viciado em drogas pesadas. Um dia, Sara (mãe do rapaz) começa a imaginar que pode receber um convite pra ir a um programa de TV de shows, mas o vestido que ela deseja, não cabe nela. Vai ao médico que lhe receita remédios para emagrecer, e para dormir, sedativos. Sara uma mulher comum, começa a decair, a piorar, emagre fácil, uma dor infinita, uma vida de merda, ansiedade, ranger de dentes, olhos arregalados, sentimentos paranoicos, o abandono vem a lume, a necessidade de aprovação das vizinhas perversas (como existe essa raça perversa kkk). Eis uma medicalizada na/ pela vida. Ela não é si mesma. Quem é? Quem somos nela? Vai a contragosto ser internada e se submete à eletroconvulsoterapia.
O braço do filho é amputado devido ao excesso de picadas de agulhas contaminadas. A mulher dele se adentra a orgias em troca de cocaína.
Sara termina idealizando a realidade, não suportando a vivida (real). Nessa idealização ela se imagina abraçada pelo filho nesse programa de TV, a platéia os aplaudem. Abraçando um mundo ideal, Sara é ferida ferozmente pelo real.
É a vida meu caro, são estranhas formas de viver em posição fetal - uma espera milagrosa do amor sincero, que nunca vem. Nunca.